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Abaças: diferenças entre revisões

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== História ==
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Abaças recebeu foral de [[D. Sancho I]] ([[24 de Abril]] de [[1200]]), através do qual se estabeleceu o termo (município) de Abaças, com delimitação difícil de estabelecer, por já não existirem muitos dos topónimos aí referidos. Porém, antes deste Foral de Abaças, Dom Sancho I concedeu Foral a BUJÕES, no ano de 1191, sendo um dos mais antigos de Portugal. Além disso, Bujões deu nome aos sete machados da idade do Bronze, " machados Bujões/ Barcelos" que ali foram encontrados quando da escavação para abertura da Fonte, encontrando-se alguns no Museu Nacional de Arqueologia e um outro no Museu Morais Sarmento, em Guimarães. Além disso, existem outros achados arqueológicos de origem romana, alguns deles depositados no primeiro daqueles museus, situado no Mosteiro dos Jerónimos. Os limites do Foral de Bujões encontram-se perfeitamente definidos no texto do Foral, reconfirmado pelo rei Don Diniz, após demanda com os moradores de Bujões por causa dos impostos a pagar ao reino. O historiador Padre João Parente publicou vários elementos em livro de sua autoria onde transparece a grandeza da história desta pequena aldeia, cuja posição estratégica para os romanos e por ser rica em caça, sempre teve orgulho em se manter à parte e fazendo fronteira com o concelho vizinho de Peso da Régua e terras de Poiares e Canelas, de que nada teria perdido se delas sempre tivesse feito parceria.
Abaças recebeu foral de [[D. Sancho I]] ([[24 de Abril]] de [[1200]]), através do qual se estabeleceu o termo (município) de Abaças, com delimitação difícil de estabelecer, por já não existirem muitos dos topónimos aí referidos.


Abaças continuou a ser município pelo menos até ao século XV, quando [[D. Afonso V]] confirma todos os privilégios e liberdades concedidos à vila ([[Ordenações Afonsinas]]). No entanto, segundo as ''Memórias de Vila Real'',<ref>Fernando de Sousa e Silva Gonçalves (1987) — ''Memórias de Vila Real''. Vila Real: Arquivo Distrital de Vila Real / Câmara Municipal de Vila Real. 2 vol.</ref> em [[1530]] consta já como uma freguesia do concelho de Vila Real; o mais provável é o concelho de Abaças ter sido extinto no início do século XVI, aquando das [[Ordenações Manuelinas]].<ref>Ribeiro Aires (2007) — ''História das Freguesias do Concelho de Vila Real''. Vila Real: Maronesa. pp. 81 ss.</ref>
Abaças continuou a ser município pelo menos até ao século XV, quando [[D. Afonso V]] confirma todos os privilégios e liberdades concedidos à vila ([[Ordenações Afonsinas]]). No entanto, segundo as ''Memórias de Vila Real'',<ref>Fernando de Sousa e Silva Gonçalves (1987) — ''Memórias de Vila Real''. Vila Real: Arquivo Distrital de Vila Real / Câmara Municipal de Vila Real. 2 vol.</ref> em [[1530]] consta já como uma freguesia do concelho de Vila Real; o mais provável é o concelho de Abaças ter sido extinto no início do século XVI, aquando das [[Ordenações Manuelinas]].<ref>Ribeiro Aires (2007) — ''História das Freguesias do Concelho de Vila Real''. Vila Real: Maronesa. pp. 81 ss.</ref>

Revisão das 09h23min de 17 de julho de 2017

Portugal Portugal Abaças 
  Freguesia  
Símbolos
Bandeira de Abaças
Bandeira
Brasão de armas de Abaças
Brasão de armas
Gentílico abacence
Localização
Localização no município de Vila Real
Localização no município de Vila Real
Localização no município de Vila Real
Abaças está localizado em: Portugal Continental
Abaças
Localização de Abaças em Portugal
Coordenadas 41° 13' 35" N 7° 41' 40" O
Município Vila Real
História
Fundação 24 de Abril de 1200 (foral)
Administração
Tipo Junta de freguesia
Presidente Maria de Fátima Sanfins Borges Gaspar (PPD/PSD)
Características geográficas
Área total 18,87 km²
População total (2011) 965 hab.
Densidade 51,1 hab./km²
Código postal 5000–(011 a 014) Abaças
Outras informações
Orago São Pedro

Abaças é uma freguesia portuguesa do concelho de Vila Real, com 18,87 km² de área[1] e 965 habitantes (2011[2]). Dista 17 km da sede de concelho.[3] Das 20 freguesias do concelho resultantes da reorganização administrativa de 2012/2013,[4] é a 10.ª em área, a 17.ª em população residente e a 18.ª em densidade populacional (51,1 hab/km²).

Inclui no seu território os seguintes lugares: Abaças (sede), Bujões, Fontelo, Jorjais, Magalhã e Vilarinho do Tanha. Magalhã e Jorjais[5] são lugares meeiros, isto é, partilhados com a freguesia de Andrães.

História

Abaças recebeu foral de D. Sancho I (24 de Abril de 1200), através do qual se estabeleceu o termo (município) de Abaças, com delimitação difícil de estabelecer, por já não existirem muitos dos topónimos aí referidos. Porém, antes deste Foral de Abaças, Dom Sancho I concedeu Foral a BUJÕES, no ano de 1191, sendo um dos mais antigos de Portugal. Além disso, Bujões deu nome aos sete machados da idade do Bronze, " machados Bujões/ Barcelos" que ali foram encontrados quando da escavação para abertura da Fonte, encontrando-se alguns no Museu Nacional de Arqueologia e um outro no Museu Morais Sarmento, em Guimarães. Além disso, existem outros achados arqueológicos de origem romana, alguns deles depositados no primeiro daqueles museus, situado no Mosteiro dos Jerónimos. Os limites do Foral de Bujões encontram-se perfeitamente definidos no texto do Foral, reconfirmado pelo rei Don Diniz, após demanda com os moradores de Bujões por causa dos impostos a pagar ao reino. O historiador Padre João Parente publicou vários elementos em livro de sua autoria onde transparece a grandeza da história desta pequena aldeia, cuja posição estratégica para os romanos e por ser rica em caça, sempre teve orgulho em se manter à parte e fazendo fronteira com o concelho vizinho de Peso da Régua e terras de Poiares e Canelas, de que nada teria perdido se delas sempre tivesse feito parceria.

Abaças continuou a ser município pelo menos até ao século XV, quando D. Afonso V confirma todos os privilégios e liberdades concedidos à vila (Ordenações Afonsinas). No entanto, segundo as Memórias de Vila Real,[6] em 1530 consta já como uma freguesia do concelho de Vila Real; o mais provável é o concelho de Abaças ter sido extinto no início do século XVI, aquando das Ordenações Manuelinas.[7]

Tal como todas as demais terras pertencentes aos Marqueses de Vila Real, Abaças passou em 1641 para a posse da Coroa, quando o Marquês e o seu herdeiro foram executados sob acusação de conjura contra D. João IV. Em 1654, passou a integrar o património da recém-criada Sereníssima Casa do Infantado, situação que se manteve até à extinção desta, aquando das reformas do Liberalismo.

São Pedro de Abassas, na grafia da época, era, em 1747, uma freguesia do termo de Vila Real. Estava subordinada à Comarca de Vila Real, Arcebispado de Braga, pertencendo à Província de Trás-os-Montes. No secular estava sujeita às justiças de Vila Real, cuja apresentação pertencia à Sereníssima Casa do Infantado, e no eclesiástico era da jurisdição ordinária. Estava situada em montes e vales de mediana grandeza, por cuja causa admitiam quase todos cultura. Daqui se descobria a cidade de Lamego, que distava desta terra duas léguas e meia, e Vila Real, que também se avistava distante légua e meia. Descobria-se mais para a parte do Poente a Serra do Marão, que distava quatro léguas. Toda esta terra, ou freguesia, se dividia em quatro aldeias, que são as seguintes: Abassas, Fontelo, Magalhão e Bujaos.

A paróquia estava pouco distante do lugar de Abassas; seu orago era São Pedro Apóstolo. Tinha quatro altares, no maior estava o Santíssimo Sacramento; da parte da Epístola no primeiro altar estava São Sebastião; no segundo na mesma direitura da parte do Evangelho, a Senhora do Rosário; o quarto da mesma parte de Cristo Crucificado, chamado do Nome de Jesus. Tinha mais duas Irmandades, do Apóstolo São Bartolomeu, e outra das Almas no altar da Senhora do Rosário, privilegiado por Bula Pontifícia em todas as segundas-feiras do ano, nas quais se faziam seus aniversários. O pároco era vigário da apresentação do Arcebispo: teria de rendimento 100.000 reis, ou menos, por lhe terem denegada a côngrua, cuja tenuidade vendo um Bailio de Leça, segundo confirmavam os antigos, lhe deus uns dízimos na vila de Canelas, território de Malta, com uma capela de que o dito vigário era administrador; com algumas obrigações, e com estes dízimos, poderia render 300.000 reis. Havia também neste distrito as ermidas seguintes: São Sebastião, Santo Amaro, Nossa Senhora da Conceição, São Brás, São Gonçalo, São Bartolomeu, Espírito Santo, Nossa Senhora da Guia e São Pedro, a qual tem seu ermitão, que apresenta o pároco.

Produzia esta terra frutos medianamente de toda a casta, assim de pão, como de vinho, azeite, e castanha. Tinha algumas famílias nobres. Junto à Ermida de Nossa Senhora da Guia se fazia uma feira todas as segundas-feiras do ano. Pelos confins desta freguesia passava o rio Tanha.[8]

Demografia

População da freguesia de Abaças (desde 1801)
1801

[9]

1849

[10]

1864

[11][12]

1878

[11][13]

1890

[11][14]

1900

[11][15]

1911

[11][16]

1920

[11][17]

1930

[11][18]

1940

[11][19]

1950

[11][20]

1960

[11]

1970

[21]

1981

[22]

1991

[23]

2001

[24]

2011

[2]

890 1 080 1 602 1 663 1 639 1 662 1 671 1 504 1 628 1 831 1 997 2 060 1 638 1 408 1 186 1 074 965
Distribuição da População por Grupos Etários em 2001 e 2011
Idade 0-14 15-24 25-64 > 65 0-14 15-24 25-64 > 65
2001 141 170 506 257 13,1% 15,8% 47,1% 23,9%
2011 126 93 492 254 13,1% 9,6% 51,0% 26,3%

Associativismo

Notas e Referências

  1. Instituto Geográfico Português, Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013 (ficheiro Excel zipado)
  2. a b INE (2012) – "Censos 2011 (Dados Definitivos)", "Quadros de apuramento por freguesia" (tabelas anexas ao documento).
  3. Lexicoteca: Moderna Enciclopédia Universal, Tomo XX
  4. Diário da República, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I.
  5. Não confundir esta com a aldeia homónima da freguesia de Mouçós e Lamares.
  6. Fernando de Sousa e Silva Gonçalves (1987) — Memórias de Vila Real. Vila Real: Arquivo Distrital de Vila Real / Câmara Municipal de Vila Real. 2 vol.
  7. Ribeiro Aires (2007) — História das Freguesias do Concelho de Vila Real. Vila Real: Maronesa. pp. 81 ss.
  8. Luís Cardoso (Pde.) (1747). Diccionario Geografico ou Noticia Historica de Todas as Cidades, Villas, Lugares e Aldeas, Rios, Ribeiras e Serras dos Reynos de Portugal e Algarve com todas as cousas raras que nelles se encontrao assim antigas como modernas Que escreve e offerece Ao Muito Alto e Muito Poderoso Rey D. João V Nosso Senhor o P. Luiz Cardoso da Congregaçao do Oratorio de Lisboa Académico Real do Numero da Historia Portugueza. I. [S.l.]: Regia Officina Sylviana. p. 2 
  9. Luís Nuno Espinho da Silveira, coord. (2001) – "Os Recenseamentos da População Portuguesa de 1801 e 1849: Edição crítica, vol. I" (Censos 1801), p. 240 (ficheiro: p. 249).
  10. Luís Nuno Espinho da Silveira, coord. (2001) – idem, vol. III (Censos 1849), p. 787 (ficheiro: p. 132).
  11. a b c d e f g h i j INE (1964) – "X Recenseamento Geral da População no Continente e Ilhas Adjacentes às 0 horas de 15 de Dezembro de 1960. Tomo I, volume I" (Censos 1960), p. 89 (ficheiro: p. 115).
  12. Estatística de Portugal (1868) – "População: Censo no 1.º de Janeiro 1864" (Censos 1864), p. 231 (ficheiro: p. 257).
  13. Estatística de Portugal (1881) – "População no 1.º de Janeiro 1878 (parte 2)" (Censos 1878), p. 329 (ficheiro: p. 141).
  14. Direcção da Estatística Geral e Comércio (1896) – "Censo da População do Reino de Portugal no 1.º de Dezembro de 1890. Volume I" (Censos 1890), p. 238 (ficheiro: p. 357).
  15. Direcção Geral da Estatística e dos Próprios Nacionais (1905) – "Censo da População do Reino de Portugal no 1.º de Dezembro de 1900 (Quarto recenseamento geral da população). Volume I" (Censos 1900), p. 246 (ficheiro: p. 256).
  16. Direcção Geral da Estatística (1913) – "Censo da População de Portugal no 1.º de Dezembro de 1911 (5.º Recenseamento Geral da População). Parte I" (Censos 1911), p. 226 (ficheiro: p. 265).
  17. Direcção Geral de Estatística (1923) – "Censo da População de Portugal no 1.º de Dezembro de 1920 (6.º Recenseamento Geral da População). Volume I" (Censos 1920), p. 176 (ficheiro: p. 227).
  18. Direcção Geral de Estatística (1933) – "Censo da População de Portugal no 1.º de Dezembro de 1930 (7.º Recenseamento Geral da População). Volume I" (Censos 1930), p. 188 (ficheiro: p. 190).
  19. INE (1945) – "VIII Recenseamento Geral da População no Continente e Ilhas Adjacentes em 12 de Dezembro de 1940. Volume XVIII: Distrito de Vila Real" (Censos 1940), p. 28 (ficheiro: p. 32).
  20. INE (1952) – "IX Recenseamento Geral da População no Continente e Ilhas Adjacentes em 15 de Dezembro de 1950. Tomo I" (Censos 1950), p. 238 (ficheiro: p. 240).
  21. INE (1975) – "11.º Recenseamento da População, 1.º Recenseamento da Habitação: População e Alojamento por lugares: distrito de Vila Real", p. 40. (Ficheiro: "11.º Recenseamento da População, 1.º Recenseamento da Habitação: continente e ilhas" (Censos 1970), p. 1024.)
  22. INE (1983) – "XII Recenseamento Geral da População, II Recenseamento Geral da Habitação: Resultados Definitivos: Distrito de Vila Real" (Censos 1981), p. 5 (ficheiro: p. 15).
  23. INE (1993) – "Censos 91: Resultados Definitivos – Região do Norte", p. 34 (ficheiro: p. 32).
  24. INE (2003) – "Censos 2001: Resultados definitivos: XIV Recenseamento Geral da População, IV Recenseamento Geral da Habitação: Norte", p. 27 (ficheiro: p. 130).

Ligações externas

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