Boaventura de Sousa Santos: diferenças entre revisões
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Foi um dos fundadores da [[Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra]] em 1973, onde veio a criar o curso de [[sociologia]]. Em meados da década de 1980, começou a assumir estruturalmente o papel de um investigador para quem a compreensão do mundo é muito mais ampla que a compreensão ocidental do mundo. Fez investigação no [[Brasil]], em [[Cabo Verde]], [[Macau]], [[Moçambique]], [[África do Sul]], [[Colômbia]], [[Bolívia]], [[Equador]] e [[Índia]]. Viaja por múltiplos lugares, dando aulas e palestras e alargando o seu leque de experiências de aprendizagem. Foi um dos principais impulsionadores do [[Fórum Social Mundial]]. O espirito que envolve o Fórum é fundamental nos seus estudos da globalização contra-hegemónica, mas também na promoção da luta pela justiça cognitiva global que subjaz ao seu conceito de Epistemologias do Sul. |
Foi um dos fundadores da [[Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra]] em 1973, onde veio a criar o curso de [[sociologia]]. Em meados da década de 1980, começou a assumir estruturalmente o papel de um investigador para quem a compreensão do mundo é muito mais ampla que a compreensão ocidental do mundo. Fez investigação no [[Brasil]], em [[Cabo Verde]], [[Macau]], [[Moçambique]], [[África do Sul]], [[Colômbia]], [[Bolívia]], [[Equador]] e [[Índia]]. Viaja por múltiplos lugares, dando aulas e palestras e alargando o seu leque de experiências de aprendizagem. Foi um dos principais impulsionadores do [[Fórum Social Mundial]]. O espirito que envolve o Fórum é fundamental nos seus estudos da globalização contra-hegemónica, mas também na promoção da luta pela justiça cognitiva global que subjaz ao seu conceito de Epistemologias do Sul. |
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Atualmente, Boaventura de Sousa Santos é professor catedrático jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, ''Distinguished Legal Scholar'' da Faculdade de Direito da [[Universidade de Wisconsin-Madison]]. É também director do [[Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra|Centro de Estudos Sociais]] e Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa<ref>[http://opj.ces.uc.pt/ Observatório Permanente da Justiça Portuguesa]</ref> - ambos da Universidade de Coimbra. Foi fundador e director do [[Centro de documentação 25 de Abril]] entre 1985 e 2011.<ref>[http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=QuemSomos Centro de documentação 25 de Abril]</ref> |
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Dirige atualmente o amplo e ambicioso [[www.alice.ces.uc.pt|ALICE, Espelhos Estranhos, Lições Imprevistas]], um projeto que pretende dar continuidade à [http://alice.ces.uc.pt/en/index.php/about/where-does-alice-come-from/?lang=pt |
Dirige atualmente o amplo e ambicioso [[www.alice.ces.uc.pt|ALICE, Espelhos Estranhos, Lições Imprevistas]], um projeto que pretende dar continuidade à [http://alice.ces.uc.pt/en/index.php/about/where-does-alice-come-from/?lang=pt Reinvenção da Emancipação Social], repensando e renovando o conhecimento científico-social à luz das Epistemologias do Sul com o objetivo de desenvolver novos paradigmas teóricos e políticos de transformação social. |
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Tem trabalhos publicados sobre [[globalização]], sociologia do direito, [[epistemologia]], democracia e [[direitos humanos]]. Os seus trabalhos encontram-se traduzidos em [[língua espanhola|espanhol]], [[língua inglesa|inglês]], [[língua italiana|italiano]], [[língua francesa|francês]] e [[língua alemã|alemão]].<ref>[http://www.boaventuradesousasantos.pt/pages/pt/homepage.php Página pessoal de Boaventura de Sousa Santos.]</ref> |
Tem trabalhos publicados sobre [[globalização]], sociologia do direito, [[epistemologia]], democracia e [[direitos humanos]]. Os seus trabalhos encontram-se traduzidos em [[língua espanhola|espanhol]], [[língua inglesa|inglês]], [[língua italiana|italiano]], [[língua francesa|francês]] e [[língua alemã|alemão]].<ref>[http://www.boaventuradesousasantos.pt/pages/pt/homepage.php Página pessoal de Boaventura de Sousa Santos.]</ref> |
Revisão das 20h08min de 27 de julho de 2017
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Boaventura de Sousa Santos | |
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Boaventura de Sousa Santos no 6.° Fórum Mundial de Juízes. Porto Alegre, 2010. | |
Nascimento | 15 de novembro de 1940 (83 anos) Coimbra ![]() |
Prémios | Prémio P.E.N. Clube Português de Ensaio (1995) Prémio Casa de las Américas (2006) |
Magnum opus | Pela mão de Alice |
Página oficial | |
www.boaventuradesousasantos.pt |
Boaventura de Sousa Santos GOSE (Coimbra, 15 de Novembro de 1940) é um Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
Biografia
Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1963. No final do curso, rumou a Berlim para estudar filosofia do direito. Fez uma pós-graduação e viveu a experiência dos dois mundos da guerra fria separados pelo Muro de Berlim. Dois anos depois, regressou a Coimbra e durante um breve período foi assistente da Faculdade de Direito. Em finais dos anos 1960, partiu para a Universidade de Yale com o objetivo de se doutorar. A sua tese de doutoramento, publicada pela primeira vez em português em 2015 (Direito dos Oprimidos, Almedina), é um marco fundamental na sociologia do direito, que resultou do trabalho de campo centrado em observação participante numa favela do Rio de Janeiro.
Foi um dos fundadores da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra em 1973, onde veio a criar o curso de sociologia. Em meados da década de 1980, começou a assumir estruturalmente o papel de um investigador para quem a compreensão do mundo é muito mais ampla que a compreensão ocidental do mundo. Fez investigação no Brasil, em Cabo Verde, Macau, Moçambique, África do Sul, Colômbia, Bolívia, Equador e Índia. Viaja por múltiplos lugares, dando aulas e palestras e alargando o seu leque de experiências de aprendizagem. Foi um dos principais impulsionadores do Fórum Social Mundial. O espirito que envolve o Fórum é fundamental nos seus estudos da globalização contra-hegemónica, mas também na promoção da luta pela justiça cognitiva global que subjaz ao seu conceito de Epistemologias do Sul.
Atualmente, Boaventura de Sousa Santos é professor catedrático jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Distinguished Legal Scholar da Faculdade de Direito da Universidade de Wisconsin-Madison. É também director do Centro de Estudos Sociais e Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa[1] - ambos da Universidade de Coimbra. Foi fundador e director do Centro de documentação 25 de Abril entre 1985 e 2011.[2]
Dirige atualmente o amplo e ambicioso ALICE, Espelhos Estranhos, Lições Imprevistas, um projeto que pretende dar continuidade à Reinvenção da Emancipação Social, repensando e renovando o conhecimento científico-social à luz das Epistemologias do Sul com o objetivo de desenvolver novos paradigmas teóricos e políticos de transformação social.
Tem trabalhos publicados sobre globalização, sociologia do direito, epistemologia, democracia e direitos humanos. Os seus trabalhos encontram-se traduzidos em espanhol, inglês, italiano, francês e alemão.[3]
Dos seus conceitos fundamentais, destacam-se a sociologia das ausências, a sociologia das emergências, a ecologia de saberes, a linha abissal, o pensamento pós-abissal, o epistemicídio, a interlegalidade, o Estado heterogéneo, a razão indolente, a razão metonímica e o fascismo social.
Também é poeta, autor do livro Escrita INKZ: antimanifesto para uma arte incapaz.
Participa da coordenação científica dos seguintes Programas de Doutoramento do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra:
- Direito, Justiça e Cidadania no Século XXI
- Democracia no Século XXI
- Pós-Colonialismos e Cidadania Global
Dirige as seguintes colecções:
- Saber imaginar o social[4]
- A sociedade Portuguesa perante os desafios da globalização[5]
- Reinventar a emancipação social: para novos manifestos[6]
Algumas obras publicadas
- 1987: Um Discurso Sobre as Ciências
- 1988: O Social e o Político na Transição Pós-moderna
- 1989: Introdução a uma ciência pós-moderna
- 1990: O Estado e a Sociedade em Portugal (1974-1988). Porto: Afrontamento.
- 1993 (org.): Portugal: um retrato singular, Porto: Afrontamento.
- 1994: Pela mão de Alice - o social e o político na pós-modernidade Porto: Afrontamento.
- 2000 Para uma concepção pós-moderna do direito. Acrítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência, Porto: Afrontamento.
- 2001 (org.): Globalização: Fatalidade ou Utopia?, Porto: Afrontamento.
- 2004 : Escrita INKZ, Rio de Janeiro: Aeroplano.
- 2005: A Universidade do Século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da Universidade. 2.ed. São Paulo: Cortez Editora, 2005. (Coleção questões de nossa época; v.120).
- 2005: O Fórum Social Mundial: manual de uso. São Paulo: Cortez Editora.
- 2006 : Viagem ao centro da pele. Rio de Janeiro: Revista Confraria do Vento [7]
- 2006 : A gramática do tempo: para uma nova cultura política, S. Paulo, Porto : Cortez Ed., Afrontamento.
- 2006 : The Heterogeneous State and Legal Pluralism in Mozambique, Law & Society Review, 40, 1: 39-75.
- 2007: La Reinvención del Estado y el Estado Plurinacional. Cochabamba: Alianza Internacional CENDA-CEJIS-CEDIB, Bolívia
- 2007: El derecho y la globalización desde abajo. Com Rodriguez Garavito, César A. (Orgs), México: Anthropos.
- Cognitive Justice in a Global World: Prudent Knowledge for a Decent Life (Org.). Lanham: Lexington,
- 2007: Para uma revolução democrática da justiça. São Paulo: Cortez Editora
- 2008 Conocer desde el Sur: Para una cultura política emancipatoria. La Paz: Plural Editores.
- 2008: Diritto ed emancipazione sociale. Troina: Città Aperta Edizioni
- 2008: As Vozes do Mundo (Org.). Porto: Edições Afrontamento.
- A universidade no século XXI. Para uma universidade nova (com Naomar de Almeida Filho). Coimbra: Edições Almedina, 2008.
- 2009: Epistemologias do sul. Com Maria Paula (Orgs.) Coimbra: Edições Almedina.
- 2009: Sociología Jurídica crítica: Para un nuevo sentido común del derecho. Madrid: Trotta.
Prêmios e honrarias
- 1994 - Prémio Pen Club Português 1994 (Ensaio).
- 1996 - Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, concedido a 9 de Janeiro pelo Presidente da República Portuguesa.A 30 de Janeiro de 2006 foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.[8]
- 1996 - Grande-Oficial da Ordem de Rio Branco, concedido pelo Presidente da República Federativa do Brasil.
- 1996 - Prêmio Gulbenkian de Ciência 1996.
- 2001 - Prémio Jabuti (Brasil) - Área de Ciências Humanas e Educação.
- 2005 - Prêmio “Reconocimiento al Mérito”, concedido pela Universidade Veracruzana, México.
- 2006 - Prêmio de Ensaio Ezequiel Martínez Estrada 2006, da Casa de las Américas, Cuba.
- 2007 - Menção honrosa do "Prémio Libertador ao Pensamento Crítico - 2006", Venezuela.
- 2009 - Prêmio Adam Podgórecki, atribuído pela Associação Internacional de Sociologia.
- 2012 - Título doutor honoris causa atribuído pela Universidade de Brasília Brasil.
- 2013 - Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres, com a obra "Pomada em Pó" Portugal.
Referências
- ↑ Observatório Permanente da Justiça Portuguesa
- ↑ Centro de documentação 25 de Abril
- ↑ Página pessoal de Boaventura de Sousa Santos.
- ↑ Coleção Saber imaginar o social.
- ↑ Coleção A sociedade Portuguesa perante os desafios da globalização
- ↑ Coleção Reinventar a emancipação social: para novos manifestos
- ↑ Viagem ao centro da pele. Poemas.
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Boaventura de Sousa Santos". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 1 de agosto de 2015
Ligações externas
- Mister Book em Nova York. Conto de Boaventura de Sousa Santos.Revista Confraria do vento.
- Artigos de Boaventura Sousa Santos publicados em revistas científicas.
- Réquiem por Israel?. Artigo de Boaventura Sousa Santos. Carta Maior, 12 de janeiro de 2009.
- Entrevistas