Camarate: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Andreas Herzog (discussão | contribs)
m
m actualização
Linha 1: Linha 1:
{{Ver desambig}}
{{Ver desambig}}
{{Info/Assentamento/Portugal/Antiga freguesia
{{Info/Freguesia de Portugal
|nome = Camarate
|nome = Camarate
|imagem = Igreja de Camarate (2).JPG
|concelho = [[Loures]]
|fundação = 1 de Maio de 1511<br />(foral de [[Manuel I de Portugal|D. Manuel I]])
|legenda = Igreja de Camarate
|brasão = LRS-camarate.png
|fundador =
|bandeira = Pt-lrscm1.png
|extinção = 2013
|concelho_actual = Loures
|mapa = LocalLrs-Camarate.png
|freguesia_atual = [[União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação|Camarate, Unhos e Apelação]]
|latP =N | latG =38| latM =48 | latS =06
|lonP =W | lonG =09| lonM =07 | lonS =45
|imagem = Igreja de Camarate (2).JPG
|imagem_legenda = Igreja de Camarate
|gentílico = [[wikt:Camaratense|Camaratense]]
|imagem_bandeira = Pt-lrscm1.png
|concelho = Loures
|área = 5.17
|imagem_escudo = LRS-camarate.png
|imagem_mapa = LocalLrs-Camarate.png
|população = 19789
|mapa_legenda = Localização no concelho de Loures
|densidade = auto
|censo = 2011
|área = 5.67
|fundação =
|área_notas =<ref name="IGE"/>
|latd=38 |latm=48 |lats=06
|fundação = [[1 de Maio]] de [[1511]]<br />(foral de [[Manuel I de Portugal|D. Manuel I]])
|longd=9 |longm=07 |longs=45
|elevação_paróquia = [[1 de Maio]] de [[1511]]
|população_total = 19789
|elevação_vila = [[4 de Junho]] de [[1997]]
|população_em = 2011
|orago = [[Santiago Maior]]
|população_notas =<ref name="INE"/>
|codpostal = 2680 Camarate
|densidade = auto
|website = [http://www.jfcamarate.pt/ www.jfcamarate.pt/]
|gentílico = [[wikt:Camaratense|Camaratense]]
|email = [mailto:junta.freguesia@jfcamarate.pt junta.freguesia<br />@jfcamarate.pt]
|extra =
|orago = [[Santiago Maior]]
|sítio =
|notas =
}}
}}
'''Camarate''' é uma antiga [[freguesia]] [[Portugal|portuguesa]] do [[Lista de municípios portugueses|concelho]] de [[Loures]], a norte de [[Lisboa]], com 5,17&nbsp;km² de área e 19 789 habitantes (2011). Densidade demográfica: 3 827,7 h/km². Desde [[2013]], faz parte da nova '''[[União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação]]'''.
'''Camarate''' é uma antiga [[freguesia]] [[Portugal|portuguesa]] do [[Lista de municípios portugueses|concelho]] de [[Loures]], a norte de [[Lisboa]], com 5,67&nbsp;km² de área e 19 789 habitantes (2011). Densidade demográfica: 3 490,1 h/km². Desde [[2013]], faz parte da nova '''[[União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação]]'''.<ref name="DRE"/>


== Geografia ==
== Geografia ==
Localizada na parte oriental do concelho, fazia fronteira com as freguesias de [[Frielas]] (a [[Noroeste]]), [[Apelação]] (a [[Norte]]), [[Unhos]] (a [[Nordeste]]), [[Sacavém]] (a [[Oriente|Este]]), [[Prior Velho]] (a [[Sudeste]]), todas no concelho de Loures, com [[Santa Maria dos Olivais]] (no extremo Sudeste), a [[Charneca (Lisboa)|Charneca]] (a [[Sul]]) e a [[Ameixoeira (Lisboa)|Ameixoeira]] (a [[Sudoeste]]), no concelho de [[Lisboa]], e finalmente com o [[Olival Basto]] (a [[Sudoeste]]), já no concelho de [[Odivelas]]. A zona meridional da freguesia abarcava também parte do [[Aeroporto da Portela|Aeroporto da Portela de Sacavém]].
Localizada na parte oriental do concelho, fazia fronteira com as antigas freguesias de [[Frielas]] (a [[Noroeste]]), [[Apelação]] (a [[Norte]]), [[Unhos]] (a [[Nordeste]]), [[Sacavém]] (a [[Oriente|Este]]), [[Prior Velho]] (a [[Sudeste]]), todas no concelho de Loures, com [[Olivais (Lisboa)|Santa Maria dos Olivais]] (no extremo Sudeste), a [[Charneca (Lisboa)|Charneca]] (a [[Sul]]) e a [[Ameixoeira (Lisboa)|Ameixoeira]] (a [[Sudoeste]]), no concelho de [[Lisboa]], e finalmente com o [[Olival Basto]] (a [[Sudoeste]]), já no concelho de [[Odivelas]]. A zona meridional da freguesia abarcava também parte do [[Aeroporto da Portela|Aeroporto da Portela de Sacavém]].


Incluía inúmeros [[bairro]]s: Bairro de Angola, da Boavista, da Bogalheira, da CAAR, da Esperança, dos Fetais de Baixo, dos Fetais de Cima, das Fontaínhas, do Grilo, das Loureiras, de Mira-Loures, de Santiago, de Santo António, de São Benedito, de São Francisco, de São João, de São José, de São Lourenço, das Sousas, da Torre, Fonte da Pipa, Mucharros, Quinta de Marvila, Quinta do Paraíso, Quinta de Santa Rosa, Quinta do Galeão, isto para além, claro, do centro da Vila.
Incluía inúmeros [[bairro]]s: Bairro de Angola, da Boavista, da Bogalheira, da CAAR, da Esperança, dos Fetais de Baixo, dos Fetais de Cima, das Fontaínhas, do Grilo, das Loureiras, de Mira-Loures, de Santiago, de Santo António, de São Benedito, de São Francisco, de São João, de São José, de São Lourenço, das Sousas, da Torre, Fonte da Pipa, Mucharros, Quinta de Marvila, Quinta do Paraíso, Quinta de Santa Rosa, Quinta do Galeão, isto para além, claro, do centro da Vila.
Linha 86: Linha 88:
A partir do [[século XVI]] tornou-se um local muito concorrido pela [[nobreza]] lisboeta, sendo afamada pela sua produção vinícola (da casta camarate, que talvez tenha dado o nome à vila), característica das [[Quinta (propriedade)|quintas]] que fizeram parte do quotidiano desta freguesia até meados do [[século XX]].
A partir do [[século XVI]] tornou-se um local muito concorrido pela [[nobreza]] lisboeta, sendo afamada pela sua produção vinícola (da casta camarate, que talvez tenha dado o nome à vila), característica das [[Quinta (propriedade)|quintas]] que fizeram parte do quotidiano desta freguesia até meados do [[século XX]].


Foi parte integrante do Termo de [[Lisboa]] (até [[1852]]), depois do concelho de [[Santa Maria dos Olivais]] (entre 1852 e [[1886]]); posteriormente voltou a transitar para o concelho de Lisboa (entre 1886 e [[1895]]); por fim, em 1895, foi integrada no concelho de [[Loures]], onde permanece até hoje. Em [[4 de Junho]] de [[1996]] foi elevada a [[vila]] pela lei n.º 57/97, aprovada pela [[Assembleia da República (Portugal)|Assembleia da República]].<ref name="Vila">[http://dre.pt/pdf1sdip/1997/07/159A00/34503450.pdf Lei n.º 59/97, de 12 de Julho].</ref>
Foi parte integrante do Termo de [[Lisboa]] (até [[1852]]), depois do concelho de [[Santa Maria dos Olivais]] (entre 1852 e [[1886]]); posteriormente voltou a transitar para o concelho de Lisboa (entre 1886 e [[1895]]); por fim, em 1895, foi integrada no concelho de [[Loures]], onde permanece até hoje. Em [[4 de Junho]] de [[1996]] foi elevada a [[vila]] pela lei n.º 57/97, aprovada pela [[Assembleia da República (Portugal)|Assembleia da República]].<ref name="DRE1"/>


Desde meados do século XX, com o desenvolvimento industrial acelerado e subsequente terciarização, a freguesia tornou-se essencialmente um dormitório da capital.
Desde meados do século XX, com o desenvolvimento industrial acelerado e subsequente terciarização, a freguesia tornou-se essencialmente um dormitório da capital.
Linha 97: Linha 99:
[[Ficheiro:Igreja de Camarate.jpg|thumb|180px|Igreja de Santiago de Camarate.]]
[[Ficheiro:Igreja de Camarate.jpg|thumb|180px|Igreja de Santiago de Camarate.]]
* [[Capela de Nossa Senhora da Vitória]]
* [[Capela de Nossa Senhora da Vitória]]
* [[Igreja Matriz Paroquial de Santiago Maior de Camarate]], incluindo o Cruzeiro
* [[Igreja Matriz Paroquial de Santiago Maior de Camarate]]<ref name="IGESPAR"/>
* Cruzeiro
* [[Quinta da Encarnação]]
* [[Quinta da Encarnação]]
* [[Quinta da Ribeirinha]], Conjunto da [[Casa de Fresco]], Pórtico e Casa de Habitação da Quinta da Ribeirinha.
* [[Quinta da Ribeirinha]], Conjunto da [[Casa de Fresco]], Pórtico e Casa de Habitação da Quinta da Ribeirinha.<ref name="IGESPAR1"/>
* [[Quinta das Portas de Ferro]]
* [[Quinta das Portas de Ferro]]
* [[Quinta de Santa Teresa]]
* [[Quinta de Santa Teresa]]
Linha 124: Linha 127:
* [[Visconde de Camarate]]
* [[Visconde de Camarate]]


{{referências|refs=
{{Referências|Notas}}

<ref name="IGE">{{citar web |url=http://www.igeo.pt/produtos/cadastro/caop/download/Areas_Freg_Mun_Dist_CAOP20121.zip |título=Áreas das freguesias, municípios e distritos da CAOP2012 |acessodata=1 de Abril de 2014 |autorlink=http://www.igeo.pt |data=2012 |publicado=Instituto Geográfico Português |língua=português |arquivourl=http://web.archive.org/web/20131109154435/http://www.igeo.pt/produtos/cadastro/caop/download/Areas_Freg_Mun_Dist_CAOP20121.zip |arquivodata=9 de Novembro de 2013 |notas=Separador Areas_Freguesias_CAOP2012 }}</ref>

<ref name="INE">{{citar web |url=http://www.ine.pt/investigadores/Quadros/Q601.zip |título=População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano) |acessodata=28 de Fevereiro de 2014 |autorlink=censos.ine.pt |publicado=Instituto Nacional de Estatística |páginas= |língua=português |arquivourl=http://web.archive.org/web/20131204165051/http://www.ine.pt/investigadores/Quadros/Q601.zip |arquivodata=4 de Dezembro de 2013 |notas=Informação no separador "Q601_Lisboa" }}</ref>

<ref name="DRE">{{citar web |url=http://dre.pt/pdfgratis/2013/01/01901.pdf |título= Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias) |acessodata=28 de Março de 2014 |autorlink=Assembleia da República |formato=pdf |publicado=Diário da República eletrónico |língua=português |arquivourl=http://web.archive.org/web/20140106142145/http://dre.pt/pdfgratis/2013/01/01901.pdf |arquivodata=6 de Janeiro de 2014 }}</ref>

<ref name="DRE1">{{citar web |url=[http://dre.pt/pdf1sdip/1997/07/159A00/34503450.pdf |título= Lei n.º 59/97, de 12 de Julho |acessodata=1 de Maio de 2014 |publicado=Diário da República eletrónico }}</ref>

<ref name="IGESPAR">{{citar web|url=http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/72893/|titulo=''Igreja de Santiago''|publicado=[[IGESPAR]]|acessodata= 1 de Maio de 2014}}</ref>

<ref name="IGESPAR1">{{citar web|url=http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70771/|titulo=''Conjunto da Casa de Fresco, Pórtico e Casa de Habitação da Quinta da Ribeirinha''|publicado=[[IGESPAR]]|acessodata= 1 de Maio de 2014}}</ref>

}}


== {{Ligações externas}} ==
== {{Ligações externas}} ==
Linha 141: Linha 158:
[[Categoria:Antigas freguesias de Loures]]
[[Categoria:Antigas freguesias de Loures]]
[[Categoria:Antigas freguesias de Lisboa]]
[[Categoria:Antigas freguesias de Lisboa]]
[[Categoria:Antigas freguesias de Olivais]]
[[Categoria:Vilas de Portugal]]
[[Categoria:Vilas de Portugal]]
[[Categoria:Camarate| ]]
[[Categoria:Camarate| ]]

Revisão das 23h04min de 1 de maio de 2014

 Nota: Para outros significados, veja Camarate (desambiguação).
Portugal Camarate 
  Freguesia portuguesa extinta  
Igreja de Camarate
Igreja de Camarate
Igreja de Camarate
Símbolos
Bandeira de Camarate
Bandeira
Brasão de armas de Camarate
Brasão de armas
Gentílico Camaratense
Localização
Localização no concelho de Loures
Localização no concelho de Loures
Localização no concelho de Loures
Camarate está localizado em: Portugal Continental
Camarate
Localização de Camarate em Portugal Continental
Mapa
Mapa de Camarate
Coordenadas 38° 48' 06" N 9° 07' 45" O
Município primitivo Loures
Município (s) atual (is) Loures
Freguesia (s) atual (is) Camarate, Unhos e Apelação
História
Fundação 1 de Maio de 1511
(foral de D. Manuel I)
Extinção 2013
Características geográficas
Área total [1] 5,67 km²
População total (2011) [2] 19 789 hab.
Densidade 3 490,1 hab./km²
Outras informações
Orago Santiago Maior

Camarate é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Loures, a norte de Lisboa, com 5,67 km² de área e 19 789 habitantes (2011). Densidade demográfica: 3 490,1 h/km². Desde 2013, faz parte da nova União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação.[3]

Geografia

Localizada na parte oriental do concelho, fazia fronteira com as antigas freguesias de Frielas (a Noroeste), Apelação (a Norte), Unhos (a Nordeste), Sacavém (a Este), Prior Velho (a Sudeste), todas no concelho de Loures, com Santa Maria dos Olivais (no extremo Sudeste), a Charneca (a Sul) e a Ameixoeira (a Sudoeste), no concelho de Lisboa, e finalmente com o Olival Basto (a Sudoeste), já no concelho de Odivelas. A zona meridional da freguesia abarcava também parte do Aeroporto da Portela de Sacavém.

Incluía inúmeros bairros: Bairro de Angola, da Boavista, da Bogalheira, da CAAR, da Esperança, dos Fetais de Baixo, dos Fetais de Cima, das Fontaínhas, do Grilo, das Loureiras, de Mira-Loures, de Santiago, de Santo António, de São Benedito, de São Francisco, de São João, de São José, de São Lourenço, das Sousas, da Torre, Fonte da Pipa, Mucharros, Quinta de Marvila, Quinta do Paraíso, Quinta de Santa Rosa, Quinta do Galeão, isto para além, claro, do centro da Vila.

Demografia

Evolução da população de Camarate (1862 – 2011)
1862 1864 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
572 638 708 475 876 749 976 1 004 1 832 5 053 14 505 19 900 21 053 18 882 19 789

História

O topónimo Camarate parece derivar do facto de, em tempos, aqui se ter cultivado uma casta de videira chamada camarate ou, em alternativa, pelo facto de, na Idade Média, aqui se situar a Camarata Real, onde pernoitavam os nossos reis, quando se dirigiam para o norte do país. Mais provável é que o nome derive, porém, do nome de uma família berbere que aí se destacou sob a ocupação mourisca: os Banu Qamaratti.

Durante a Idade Média, Camarate foi, e até ao 1.º de Maio de 1511, parte integrante da vizinha freguesia de Sacavém; surge, no entanto, bastantes vezes mencionada nos documentos, sabendo-se que era - a par de Sacavém, Unhos e Frielas - terra reguengueira. Fez parte do dote que Fernando I de Portugal concedeu a sua esposa, Leonor Teles de Menezes.

Por essa altura, durante o governo de Agapito Colona como bispo de Lisboa, foi fundada a primitiva Igreja Matriz, entretanto reconstruída e ampliada.

Por altura da crise de 1383-1385, uma quinta aí situada, pertença do judeu David Negro, almoxarife das alfândegas reais no reinado de D. Fernando, foi confiscada e entregue prontamente a Nuno Álvares Pereira, que aí passou alguns anos com sua mãe, antes de professar no Convento do Carmo. Nessa quinta fundou o Condestável uma capela consagrada a Nossa Senhora do Socorro, a qual viria a doar aos Carmelitas, que aí fundaram um convento, extinto em 1834.

Por via de Nuno Álvares Pereira, Camararate viria a ser integrada, mais tarde ainda, com muitas terras vizinhas, no património da Casa de Bragança.

A freguesia de Camarate foi enfim criada por um foral (uma carta de privilégios concedida pelos antigos monarcas de Portugal) de D. Manuel I, datado de 1 de Maio de 1511, sendo separada administrativamente da freguesia de Sacavém.

A partir do século XVI tornou-se um local muito concorrido pela nobreza lisboeta, sendo afamada pela sua produção vinícola (da casta camarate, que talvez tenha dado o nome à vila), característica das quintas que fizeram parte do quotidiano desta freguesia até meados do século XX.

Foi parte integrante do Termo de Lisboa (até 1852), depois do concelho de Santa Maria dos Olivais (entre 1852 e 1886); posteriormente voltou a transitar para o concelho de Lisboa (entre 1886 e 1895); por fim, em 1895, foi integrada no concelho de Loures, onde permanece até hoje. Em 4 de Junho de 1996 foi elevada a vila pela lei n.º 57/97, aprovada pela Assembleia da República.[4]

Desde meados do século XX, com o desenvolvimento industrial acelerado e subsequente terciarização, a freguesia tornou-se essencialmente um dormitório da capital.

Camarate é também conhecida por ser a terra de infância de um dos mais famosos poetas de Portugal do século XX: Mário de Sá-Carneiro, pioneiro do Modernismo na literatura portuguesa e um dos membros da Geração d’Orpheu em conjunto com Fernando Pessoa e Almada Negreiros.

Acima de tudo, Camarate é tristemente célebre pelo acidente que tirou a vida ao então Primeiro-ministro social democrata português, Francisco Sá Carneiro, à sua companheira e ainda ao Ministro da Defesa democrata-cristão Adelino Amaro da Costa, na noite de 4 de Dezembro de 1980, a escassas horas das eleições presidenciais desse mesmo ano, nas quais o candidato do Governo, o general Soares Carneiro, foi derrotado pelo general Ramalho Eanes, que contava com o apoio dos partidos da esquerda. Acidente ou atentado—as duas teses digladiam-se desde há quase vinte e cinco anos. Essa história esteve na origem do filme Camarate.

Património

Igreja de Santiago de Camarate.

Orago

Santiago, padroeiro de Camarate (estátua existente no altar-mor da Igreja).

Tem por orago Santiago Maior, patrono das Espanhas, a quem é dedicada a Igreja Matriz Paroquial de Santiago Maior de Camarate, com magníficos retábulos setecentistas e altares em talha dourada do estilo barroco. Os grandiosos festejos em sua honra têm lugar no último fim-de-semana de Julho.

Heráldica

Cruzeiro quinhentista existente no Largo da Igreja de Camarate.

Camarate usa a seguinte bandeira e brasão de armas:

Um escudo de prata, com cruz flordelisada de vermelho, vazia do campo, acompanhada em ponta por dois cachos de uvas de púrpura, folhados de verde. Uma coroa mural de prata de quatro torres. Um listel branco, com a legenda de negro, em maiúsculas: «CAMARATE». Bandeira esquartelada de vermelho e branco; cordões e borlas de prata e vermelho.

Em termos de simbologia, a cruz flordelisada alude à presença do Condestável D. Nuno Álvares Pereira na povoação (esta cruz constituía as armas dos Pereiras, e surge também, por exemplo, no brasão da freguesia onde nasceu o Santo Condestável - Cernache do Bonjardim); quanto aos cachos de uvas, representam a produção vinícola que em tempos aqui existiu, e de cuja casta eventualmente terá derivado o nome da prórpia terra.

Este brasão de armas deriva do original proposto pelo heraldista Afonso Dornelas, na primeira metade do século XX. À data, no entanto, a coroa mural era de apenas três torres (reflectindo o estatuto da povoação, que era apenas um lugar, e não uma vila); de igual modo, a bandeira seria de púrpura, por analogia com o esmalte das uvas.

No entanto, até 1996, a freguesia de Camarate usou oficiosamente uma bandeira gironada de oito peças de branco e vermelho (por analogia com o esmalte da cruz e o metal do campo do escudo). Esta partição, contudo, era inadmissível, já que, na heráldica portuguesa, apenas as cidades têm o direito de usar tais bandeiras; a situação seria finalmente corrigida com a elevação da povoação de Camarate ao estatuto de vila, tendo-se mantido as cores da bandeira, mas alterada a sua partição para esquartelada.

Títulos nobiliárquicos associados

Referências

  1. «Áreas das freguesias, municípios e distritos da CAOP2012». Separador Areas_Freguesias_CAOP2012. Instituto Geográfico Português. 2012. Consultado em 1 de Abril de 2014. Cópia arquivada em 9 de Novembro de 2013 
  2. «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)». Informação no separador "Q601_Lisboa". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 28 de Fevereiro de 2014. Cópia arquivada em 4 de Dezembro de 2013 
  3. «Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias)» (pdf). Diário da República eletrónico. Consultado em 28 de Março de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 6 de Janeiro de 2014 
  4. [«Lei n.º 59/97, de 12 de Julho» Verifique valor |url= (ajuda) (PDF). Diário da República eletrónico. Consultado em 1 de Maio de 2014 
  5. «Igreja de Santiago». IGESPAR. Consultado em 1 de Maio de 2014 
  6. «Conjunto da Casa de Fresco, Pórtico e Casa de Habitação da Quinta da Ribeirinha». IGESPAR. Consultado em 1 de Maio de 2014 

Ligações externas

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Commons Imagens e media no Commons
Commons Categoria no Commons