José Inácio da Costa: diferenças entre revisões

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'''José Inácio da Costa''' ([[Sintra]], [[Colares (Sintra)|Colares]], [[4 de Maio]] de [[1836]]<ref>{{Citar web|url=http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4829881|titulo=PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-001-B18_m0001.TIF - Livro de registo de baptismos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq|acessodata=2017-08-04|obra=digitarq.arquivos.pt}}</ref> - [[Sintra]], [[Colares]], [[13 de Abril]] de [[1896]]<ref>{{Citar web|url=http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4829881|titulo=PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-001-B18_m0001.TIF - Livro de registo de baptismos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq|acessodata=2017-08-04|obra=digitarq.arquivos.pt}}</ref>) foi um filantropo, benfeitor, industrial e proprietário [[republicano]] da aristocracia lisboeta e sintrense do [[século XIX]], natural de [[Colares (Sintra)|Colares]], vila onde nasceu e faleceu e que muito estimava, tendo sido um dos seus maiores beneméritos. Foi proprietário da Companhia Nacional de Conservas.
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'''José Inácio da Costa''' ([[Colares (Sintra)|Colares]], [[Sintra]], [[4 de Maio|4 de maio]] de [[1836]]<ref>{{Citar web|url=http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4829881|titulo=PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-001-B18_m0001.TIF - Livro de registo de baptismos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq|acessodata=2017-08-04|obra=digitarq.arquivos.pt}}</ref> - [[Colares]], [[Sintra]], [[13 de Abril|13 de abril]] de [[1896]]<ref>{{Citar web|url=http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4829881|titulo=PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-001-B18_m0001.TIF - Livro de registo de baptismos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq|acessodata=2017-08-04|obra=digitarq.arquivos.pt}}</ref>) foi um [[Filantropia|filantropo]], benfeitor, [[industrial]] e [[proprietário]] [[republicano]] da [[aristocracia]] [[Lisboa|lisboeta]] e [[Sintra|sintrense]] do [[século XIX]], natural de [[Colares (Sintra)|Colares]], vila onde nasceu e faleceu e que muito estimava, tendo sido um dos seus maiores beneméritos. Foi proprietário da Companhia Nacional de Conservas.


== Biografia ==
== Biografia ==
[[Ficheiro:José Inácio Costa 2.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|259x259px|José Inácio da Costa (década de [[1890]]).]]

José Inácio foi criado no seio de uma família modesta e ainda jovem, fixou-se em [[Lisboa]] onde aprendeu o ofício de [[latoaria]]. Um dos grandes proprietários da fábrica onde trabalhava, sem herdeiros, afeiçoou-se ao jovem e legou-lhe todo o seu património fabril, incluindo a Companhia Nacional de Conservas. Inácio soube gerir o seu património e diversificou a sua actividade, acumulando uma enorme fortuna. Manteve, apesar de tudo, grande afeição à sua terra natal, onde tem hoje uma rua em seu nome.
José Inácio foi criado no seio de uma família modesta e ainda jovem, fixou-se em [[Lisboa]] onde aprendeu o ofício de [[latoaria]]. Um dos grandes proprietários da fábrica onde trabalhava, sem herdeiros, afeiçoou-se ao jovem e legou-lhe todo o seu património fabril, incluindo a Companhia Nacional de Conservas. Inácio soube gerir o seu património e diversificou a sua atividade, acumulando uma enorme fortuna. Manteve, apesar de tudo, grande afeição à sua terra natal, onde tem hoje uma rua em seu nome.


"''Collares, seu berço natal, sua estância favorita que sempre disse querer nela acabar os seus dias, deve-lhe inolvidáveis benefícios, José Ignácio da Costa queria-lhe como um filho quer a uma mãe extremosa; pugnava pelo seu bem-estar, interessava-se com entusiasmo por tudo quando pudesse aumentar as belezas materiais e o prestígio moral. Começando por embelezar a entrada da Vila com uma magnífica vivenda de campo para si e um belo chalet para os seu filhos, continuou, dotando-a com sucessivos melhoramentos, entre os quais avulta o Éden-Hotel.''
"''Collares, seu berço natal, sua estância favorita que sempre disse querer nela acabar os seus dias, deve-lhe inolvidáveis benefícios, José Ignácio da Costa queria-lhe como um filho quer a uma mãe extremosa; pugnava pelo seu bem-estar, interessava-se com entusiasmo por tudo quando pudesse aumentar as belezas materiais e o prestígio moral. Começando por embelezar a entrada da Vila com uma magnífica vivenda de campo para si e um belo chalet para os seu filhos, continuou, dotando-a com sucessivos melhoramentos, entre os quais avulta o Éden-Hotel.''
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''Foi iniciador do Montepio em Colares, tendo também dotado a corporação de bombeiros Voluntários com uma bela máquina para extinção de incêndios.''"
''Foi iniciador do Montepio em Colares, tendo também dotado a corporação de bombeiros Voluntários com uma bela máquina para extinção de incêndios.''"


No ''Correio de Cintra'' de 19 de Abril de 1896 (6 dias após o seu falecimento).<ref>{{Citar web|url=http://riodasmacas.blogspot.pt/2017/05/postal-de-colares.html|titulo=Postal de Colares|acessodata=2017-08-04|obra=riodasmacas.blogspot.pt}}</ref>
No ''Correio de Cintra'' de 19 de abril de 1896 (6 dias após o seu falecimento).<ref>{{Citar web|url=http://riodasmacas.blogspot.pt/2017/05/postal-de-colares.html|titulo=Postal de Colares|acessodata=2017-08-04|obra=riodasmacas.blogspot.pt}}</ref>


Inácio da Costa foi também um republicano convicto, integrante do Club Fernandes Thomaz, onde se faziam conferências públicas de carácter republicano, junto de figuras ilustres da época, como [[Casimiro Freire]], [[Elias Garcia]], [[Sebastião de Magalhães Lima]], [[Zófimo Consiglieri Pedroso]], [[Francisco Teixeira de Queirós]], etc. Ao concorrer à eleição municipal em Lisboa como militante da Lista Republicana, contou com 4492 votos, perdendo para o monárquico [[Manuel Bento de Sousa]].
Inácio da Costa foi também um republicano convicto, integrante do Club [[Fernandes Tomás|Fernandes Thomaz]], onde se faziam conferências públicas de carácter republicano, junto de figuras ilustres da época, como [[Casimiro Freire]], [[Elias Garcia]], [[Sebastião de Magalhães Lima]], [[Zófimo Consiglieri Pedroso]], [[Francisco Teixeira de Queirós]], etc. Ao concorrer à eleição municipal em Lisboa como militante da Lista Republicana, contou com 4492 votos, perdendo para o [[monárquico]] [[Manuel Bento de Sousa]].


== Património ==
== Património ==
[[Ficheiro:Éden Hotel Colares.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|255x255px|O ''Éden Hotel'' nos dias de hoje.]]
[[Ficheiro:Villa Costa (pormenor).jpg|miniaturadaimagem|253x253px|''Villa Costa'' (pormenor da entrada, com o apelido em destaque).]]
O [[Chalé|Chalet]] de José Inácio, mandado construir em [[1885]], edificado por mestre Manuel Joaquim de Oliveira, o qual nomeou de ''Villa Costa'' (que hoje aloja um estabelecimento de alojamento local, renomeado ''Villa Vitorino''), constitui um exemplar [[arquitetónico]] muito interessante, com janelas [[Gótico|góticas]] e decoração vegetalista estilizada dos capitéis patentes nas janelas maineladas, cuja gramática recorda vagamente um certo [[estilo revivalista]].<ref>{{Citar web|url=http://riodasmacas.blogspot.pt/2007/11/vila-costa-em-colares.html|titulo=ViIla Costa em Colares|acessodata=2017-08-04|obra=riodasmacas.blogspot.pt}}</ref> Quase em frente à ''Villa Costa'', duas vivendas geminadas, ''Ema'' e ''Alda'', mandadas construir por Inácio para as suas duas netas, Ema Georgina Sales Costa (1882-1952) e Alda de Teves Costa (1884-1960) e que hoje alojam a Farmácia e os Correios de [[Colares (Sintra)|Colares]].


O antigo ''Éden Hotel'' é um edifício de relevo na memória de Colares [[Burguesia|burguês]] e [[Romantismo em Portugal|romântico]]. Foi erguido a partir de [[1887]], por ter surgido a ideia de dotar Colares de uma unidade hoteleira de categoria superior. Uma vez construído, arrendou-o Manuel Iglésias que se encarregou de o transformar num importante centro de turismo, tendo mais tarde sido vendido ao pintor [[Veloso Salgado]] que em Colares se fixou e o transformou numa residência de férias. Enquanto funcionou como hotel, por lá passaram figuras como [[Alfredo Keil]], [[Conde de Sabugosa]], [[Conde de Valenças]], [[Fidelino de Figueiredo]], [[Amélia Rey Colaço]] e o marido, [[Robles Monteiro]] e até finais da [[Década de 1950]], a equipa do [[Sport Lisboa e Benfica]], então treinada por [[Otto Glória]]. Ficaram famosos os [[sarau]]s de piano, alguns executados pelo grande [[Vianna da Motta]], morador em Colares nessa época, que fizeram do local um recanto aprazível e único.<ref name="cm-s_Quan">{{citar web|título= Quando Sintra descobriu a Praia |títulotrad= |autor = |obra= Câmara Municipal de Sintra |data= |acessodata= 2017-08-05 | url = http://www.cm-sintra.pt/quando-sintra-descobriu-a-praia |citação= }}</ref>
O Chalet de José Inácio, mandado construir em [[1885]], edificado por mestre Manuel Joaquim de Oliveira, o qual nomeou de ''Villa Costa'' (que hoje aloja um estabelecimento de alojamento local, renomeado Villa Vitorino), constitui um exemplar arquitectónico muito interessante, com janelas [[Gótico|góticas]] e decoração vegetalista estilizada dos capitéis patentes nas janelas maineladas, cuja gramática recorda vagamente um certo [[estilo revivalista]].<ref>{{Citar web|url=http://riodasmacas.blogspot.pt/2007/11/vila-costa-em-colares.html|titulo=ViIla Costa em Colares|acessodata=2017-08-04|obra=riodasmacas.blogspot.pt}}</ref> Quase em frente à ''Villa Costa'', duas vivendas geminadas, ''Ema'' e ''Alda'', mandadas construir por Inácio para as suas duas netas, Ema Georgina Sales Costa (1882-1952) e Alda de Teves Costa (1884-1960) e que hoje alojam a Farmácia e os Correios de [[Colares (Sintra)|Colares]].

O antigo ''Éden Hotel'' é um edificio de relevo na memória de Colares [[Burguesia|burguês]] e [[Romantismo em Portugal|romântico]]. Foi erguido a partir de [[1887]], por ter surgido a ideia de dotar Colares de uma unidade hoteleira de categoria superior. Uma vez construído, arrendou-o Manuel Iglésias que se encarregou de o transformar num importante centro de turismo, tendo mais tarde sido vendido ao pintor [[Veloso Salgado]] que em Colares se fixou e o transformou numa residência de férias. Enquanto funcionou como hotel, por lá passaram figuras como [[Alfredo Keil]], [[Conde de Sabugosa]], [[Conde de Valenças]], [[Fidelino de Figueiredo]], [[Amélia Rey Colaço]] e o marido, [[Robles Monteiro]] e até finais da [[Década de 1950]], a equipa do [[Sport Lisboa e Benfica]], então treinada por [[Otto Glória]]. Ficaram famosos os [[sarau]]s de piano, alguns executados pelo grande [[Vianna da Motta]], morador em Colares nessa época, que fizeram do local um recanto aprazível e único.<ref name="cm-s_Quan">{{citar web|título= Quando Sintra descobriu a Praia |títulotrad= |autor = |obra= Câmara Municipal de Sintra |data= |acessodata= 2017-08-05 | url = http://www.cm-sintra.pt/quando-sintra-descobriu-a-praia |citação= }}</ref>

José Inácio da Costa esteve também ligado à construção da estrada para a [[Praia das Maçãs]], em [[1886]], à fundação dos Bombeiros e Banda Filarmónica de Colares, em [[1890]] e à restauração da igreja paroquial.


José Inácio da Costa esteve também ligado à construção da estrada para a [[Praia das Maçãs]], em [[1886]], à fundação dos Bombeiros e [[Banda filarmónica|Banda Filarmónica]] de Colares, em [[1890]] e à restauração da igreja paroquial.
Faleceu a menos de um mês de completar 60 anos, na sua residência em Colares, tendo sido sepultado no seu jazigo particular do [[Cemitério dos Prazeres]].
[[Ficheiro:Jazigo Costa - Cemitério dos Prazeres.jpg|miniaturadaimagem|379x379px|Jazigo da Família Costa, erigido em 1886, no [[Cemitério dos Prazeres]], em [[Lisboa]].]]
Faleceu a menos de um mês de completar 60 anos, na sua residência em Colares, tendo sido sepultado no seu jazigo particular do [[Cemitério dos Prazeres]], em Lisboa, mandado construir em 1886.<ref>{{Citar web |url=https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=7479491 |titulo=PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-003-00051_m0001.tif - Livro de registo de óbitos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq |acessodata=2021-01-16 |website=digitarq.arquivos.pt}}</ref>


== Família e Descendência ==
== Família e descendência ==
Era filho de José da Costa e de Maria Doroteia de Jesus Costa, agricultores humildes de [[São Martinho (Sintra)]], sendo o mais novo de oito irmãos.
Era filho de José da Costa e de Maria Doroteia de Jesus Costa, lavradores humildes da freguesia de [[São Martinho (Sintra)|São Martinho]], em [[Sintra]], sendo o mais novo de oito irmãos.


Casou com apenas 19 anos, a [[4 de junho|4 de Junho]] de [[1855]] com Ana Paula da Conceição ([[Olhão (freguesia)|Olhão (Faro)]], [[23 de julho|23 de Julho]] de [[1837]] - [[Santos-o-Velho|Santos-o-Velho (Lisboa)]], [[21 de julho]] de [[1908]]), filha de pescadores, José Paulo Pereira e Ana da Conceição Vaz, naturais de [[Olhão]]. Deste matrimónio nasceram três filhos:
Casou com apenas 19 anos, a [[4 de junho]] de [[1855]], na [[Igreja de Santa Catarina (Lisboa)|Igreja Paroquial de Santa Catarina]], em [[Lisboa]], com Ana Paula da Conceição ([[Olhão (freguesia)|Olhão]], [[Faro]], [[23 de julho]] de [[1837]] - [[Santos-o-Velho]], [[Lisboa]], [[21 de julho]] de [[1908]]), filha de [[Pescadores|marinheiros]], José Paulo Pereira (1805-1886) e Ana da Conceição Vaz (1808-?), naturais de [[Olhão]].<ref>{{Citar web |url=https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4816588 |titulo=PT-ADLSB-PRQ-PLSB28-002-C25_m0765.TIF - Livro de registo de casamentos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq |acessodata=2021-01-16 |website=digitarq.arquivos.pt}}</ref> Deste matrimónio nasceram três filhos:


* José Alfredo da Costa ([[Santa Catarina (Lisboa)]], 14 de Junho de 1857 - [[Santa Catarina (Lisboa)]], 8 de Fevereiro de 1861) faleceu de ''febre catarral maligna'';
* José Alfredo da Costa ([[Santa Catarina (Lisboa)|Santa Catarina]], [[Lisboa]], 14 de junho de 1857 - [[Santa Catarina (Lisboa)|Santa Catarina]], [[Lisboa]], 8 de fevereiro de 1861), que faleceu de ''febre catarral maligna'';
* [[Eduardo Rodrigues da Costa]] ([[Santa Catarina (Lisboa)]], 2 de Junho de 1860 - São Julião (Lisboa), 7 de Julho de 1912) que casou com Matilde Emília de Sales (1861-1927), com geração; grande benemérito da Vila de Colares, sócio da Real Associação de Bombeiros de Colares e membro deste corpo, a quem ficou incumbida a chefia da nova esquadra, da qual era Comandante o Infante [[Afonso de Bragança, Duque do Porto]], nomeado Comandante Associação dos Bombeiros Voluntários de Colares, iniciando-se assim uma caminhada de distintos serviços à comunidade;<ref>{{Citar web|url=http://www.ahbvcolares.pt/index.php/historia|titulo=História|acessodata=2017-08-04|obra=www.ahbvcolares.pt}}</ref>
* [[Eduardo Rodrigues da Costa]] ([[Santa Catarina (Lisboa)|Santa Catarina]], [[Lisboa]], 2 de junho de 1860 - São Julião (extinta), [[Lisboa]], 7 de julho de 1912), que casou com Matilde Emília de Sales (1861-1927), com geração; grande benemérito da Vila de Colares, sócio da Real Associação de Bombeiros de Colares e membro deste corpo, a quem ficou incumbida a chefia da nova esquadra, da qual era Comandante o Infante [[Afonso de Bragança, Duque do Porto]], nomeado Comandante Associação dos Bombeiros Voluntários de Colares, iniciando-se assim uma caminhada de distintos serviços à comunidade;<ref>{{Citar web|url=http://www.ahbvcolares.pt/index.php/historia|titulo=História|acessodata=2017-08-04|obra=www.ahbvcolares.pt}}</ref>
* José Inácio Paulo da Costa ([[Santa Catarina (Lisboa)]], 1 de Março de 1862 - [[Colares (Sintra)]], 24 de Fevereiro de 1912) casou com Maria Felisbela de Teves (1866-1954), com geração; entregou em [[Setembro]] de [[1896]] no Ministério das Obras Públicas o projecto para uma ligação ferroviária de Sintra a Colares e Praia das Maçãs, caminho de ferro de tracção reduzida e [[Elétricos de Sintra|Sistema americano]];<ref>{{Citar web|url=http://reinodeklingsor.blogspot.pt/2013/02/sintra-nos-anos-de-1896-e-1897.html|titulo=Sintra nos anos de 1896 a 1910|acessodata=2017-08-04|obra=reinodeklingsor.blogspot.pt}}</ref> [[Categoria:Industriais de Portugal|José Inácio da Costa]] .
* José Inácio Paulo da Costa ([[Santa Catarina (Lisboa)|Santa Catarina]], [[Lisboa]], 1 de março de 1862 - [[Colares (Sintra)|Colares]], [[Sintra]], 24 de fevereiro de 1912), casou com Maria Felisbela de Teves (1866-1954), com geração; entregou em [[Setembro]] de [[1896]] no [[Ministério das Obras Públicas]] o projeto para uma ligação ferroviária de Sintra a Colares e Praia das Maçãs, caminho de ferro de tração reduzida e [[Elétricos de Sintra|Sistema americano]];<ref>{{Citar web|url=http://reinodeklingsor.blogspot.pt/2013/02/sintra-nos-anos-de-1896-e-1897.html|titulo=Sintra nos anos de 1896 a 1910|acessodata=2017-08-04|obra=reinodeklingsor.blogspot.pt}}</ref>
[[Categoria:Industriais de Portugal|José Inácio da Costa]] .


== Referências ==
== Referências ==

Revisão das 22h47min de 16 de janeiro de 2021

José Inácio da Costa
Nome completo José Inácio da Costa
Nascimento 4 de maio de 1836
Colares, Sintra, Reino de Portugal Portugal
Morte 13 de abril de 1896 (59 anos)
Colares, Sintra, Reino de Portugal Portugal
Nacionalidade Reino de Portugal Portugal
Progenitores Mãe: Maria Doroteia de Jesus Costa (1792-1868)
Pai: José da Costa (1790-1876)
Cônjuge Ana Paula da Conceição (1837-1908)
Filho(a)(s) José Alfredo da Costa (1857-1862)
Eduardo Rodrigues da Costa (1860-1912)
José Inácio Paulo da Costa (1862-1912)
Ocupação Industrial, proprietário, filantropo e militante republicano

José Inácio da Costa (Colares, Sintra, 4 de maio de 1836[1] - Colares, Sintra, 13 de abril de 1896[2]) foi um filantropo, benfeitor, industrial e proprietário republicano da aristocracia lisboeta e sintrense do século XIX, natural de Colares, vila onde nasceu e faleceu e que muito estimava, tendo sido um dos seus maiores beneméritos. Foi proprietário da Companhia Nacional de Conservas.

Biografia

José Inácio da Costa (década de 1890).

José Inácio foi criado no seio de uma família modesta e ainda jovem, fixou-se em Lisboa onde aprendeu o ofício de latoaria. Um dos grandes proprietários da fábrica onde trabalhava, sem herdeiros, afeiçoou-se ao jovem e legou-lhe todo o seu património fabril, incluindo a Companhia Nacional de Conservas. Inácio soube gerir o seu património e diversificou a sua atividade, acumulando uma enorme fortuna. Manteve, apesar de tudo, grande afeição à sua terra natal, onde tem hoje uma rua em seu nome.

"Collares, seu berço natal, sua estância favorita que sempre disse querer nela acabar os seus dias, deve-lhe inolvidáveis benefícios, José Ignácio da Costa queria-lhe como um filho quer a uma mãe extremosa; pugnava pelo seu bem-estar, interessava-se com entusiasmo por tudo quando pudesse aumentar as belezas materiais e o prestígio moral. Começando por embelezar a entrada da Vila com uma magnífica vivenda de campo para si e um belo chalet para os seu filhos, continuou, dotando-a com sucessivos melhoramentos, entre os quais avulta o Éden-Hotel.

Construiu também duas belas casas para a sociedade Filarmónica e para o teatro. À sociedade musical prestou dedicado patrocínio, já abonando-lhe quantias para fardamentos, já doando-lhe várias ajudas monetárias para a sua manutenção.

Foi iniciador do Montepio em Colares, tendo também dotado a corporação de bombeiros Voluntários com uma bela máquina para extinção de incêndios."

No Correio de Cintra de 19 de abril de 1896 (6 dias após o seu falecimento).[3]

Inácio da Costa foi também um republicano convicto, integrante do Club Fernandes Thomaz, onde se faziam conferências públicas de carácter republicano, junto de figuras ilustres da época, como Casimiro Freire, Elias Garcia, Sebastião de Magalhães Lima, Zófimo Consiglieri Pedroso, Francisco Teixeira de Queirós, etc. Ao concorrer à eleição municipal em Lisboa como militante da Lista Republicana, contou com 4492 votos, perdendo para o monárquico Manuel Bento de Sousa.

Património

O Éden Hotel nos dias de hoje.
Villa Costa (pormenor da entrada, com o apelido em destaque).

O Chalet de José Inácio, mandado construir em 1885, edificado por mestre Manuel Joaquim de Oliveira, o qual nomeou de Villa Costa (que hoje aloja um estabelecimento de alojamento local, renomeado Villa Vitorino), constitui um exemplar arquitetónico muito interessante, com janelas góticas e decoração vegetalista estilizada dos capitéis patentes nas janelas maineladas, cuja gramática recorda vagamente um certo estilo revivalista.[4] Quase em frente à Villa Costa, duas vivendas geminadas, Ema e Alda, mandadas construir por Inácio para as suas duas netas, Ema Georgina Sales Costa (1882-1952) e Alda de Teves Costa (1884-1960) e que hoje alojam a Farmácia e os Correios de Colares.

O antigo Éden Hotel é um edifício de relevo na memória de Colares burguês e romântico. Foi erguido a partir de 1887, por ter surgido a ideia de dotar Colares de uma unidade hoteleira de categoria superior. Uma vez construído, arrendou-o Manuel Iglésias que se encarregou de o transformar num importante centro de turismo, tendo mais tarde sido vendido ao pintor Veloso Salgado que em Colares se fixou e o transformou numa residência de férias. Enquanto funcionou como hotel, por lá passaram figuras como Alfredo Keil, Conde de Sabugosa, Conde de Valenças, Fidelino de Figueiredo, Amélia Rey Colaço e o marido, Robles Monteiro e até finais da Década de 1950, a equipa do Sport Lisboa e Benfica, então treinada por Otto Glória. Ficaram famosos os saraus de piano, alguns executados pelo grande Vianna da Motta, morador em Colares nessa época, que fizeram do local um recanto aprazível e único.[5]

José Inácio da Costa esteve também ligado à construção da estrada para a Praia das Maçãs, em 1886, à fundação dos Bombeiros e Banda Filarmónica de Colares, em 1890 e à restauração da igreja paroquial.

Jazigo da Família Costa, erigido em 1886, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

Faleceu a menos de um mês de completar 60 anos, na sua residência em Colares, tendo sido sepultado no seu jazigo particular do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, mandado construir em 1886.[6]

Família e descendência

Era filho de José da Costa e de Maria Doroteia de Jesus Costa, lavradores humildes da freguesia de São Martinho, em Sintra, sendo o mais novo de oito irmãos.

Casou com apenas 19 anos, a 4 de junho de 1855, na Igreja Paroquial de Santa Catarina, em Lisboa, com Ana Paula da Conceição (Olhão, Faro, 23 de julho de 1837 - Santos-o-Velho, Lisboa, 21 de julho de 1908), filha de marinheiros, José Paulo Pereira (1805-1886) e Ana da Conceição Vaz (1808-?), naturais de Olhão.[7] Deste matrimónio nasceram três filhos:

Referências

  1. «PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-001-B18_m0001.TIF - Livro de registo de baptismos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 4 de agosto de 2017 
  2. «PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-001-B18_m0001.TIF - Livro de registo de baptismos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 4 de agosto de 2017 
  3. «Postal de Colares». riodasmacas.blogspot.pt. Consultado em 4 de agosto de 2017 
  4. «ViIla Costa em Colares». riodasmacas.blogspot.pt. Consultado em 4 de agosto de 2017 
  5. «Quando Sintra descobriu a Praia». Câmara Municipal de Sintra. Consultado em 5 de agosto de 2017 
  6. «PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-003-00051_m0001.tif - Livro de registo de óbitos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 16 de janeiro de 2021 
  7. «PT-ADLSB-PRQ-PLSB28-002-C25_m0765.TIF - Livro de registo de casamentos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 16 de janeiro de 2021 
  8. «História». www.ahbvcolares.pt. Consultado em 4 de agosto de 2017 
  9. «Sintra nos anos de 1896 a 1910». reinodeklingsor.blogspot.pt. Consultado em 4 de agosto de 2017