Estação Ferroviária de Póvoa de Varzim

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Póvoa de Varzim
Estação Ferroviária de Póvoa de Varzim
plataforma e abrigo no desvio para o Ramal de Famalicão, na Estação de Póvoa de Varzim, em 1973
Linha(s): Linha da Póvoa (PK 27,933)
Altitude: 10 m (a.n.m)
Coordenadas: 41°22′40.6″N × 8°45′29.95″W

(=+41.37794;−8.75832)

Mapa

(mais mapas: 41° 22′ 40,6″ N, 8° 45′ 29,95″ O; IGeoE)
Município: border link=Póvoa de VarzimPóvoa de Varzim
Serviços: subst. pelo Metro do Porto
Inauguração: 1 de outubro de 1875 (há 148 anos)
Encerramento: 2002 (há 21 anos)
Horário de 1876 dos comboios entre o Porto (Boavista) e Póvoa de Varzim. Esta gare aparece com a grafia original "Povoa".
 Nota: Este artigo é sobre a antiga estação na Póvoa de Varzim, da Linha da Póvoa. Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Ferroviária da Póvoa ou Apeadeiro de Póvoa da Arenosa.

A Estação Ferroviária de Póvoa de Varzim, primitivamente conhecida apenas como Póvoa (grafado "Povoa"),[1] é uma interface ferroviária desactivada da Linha do Porto à Póvoa e Famalicão, que servia a localidade de Póvoa de Varzim, no Distrito do Porto, em Portugal. Foi inaugurada em 1 de Outubro de 1875.[2] Desde 2002, as antigas dependências desta gare estão integradas na Estação Póvoa de Varzim, do Metro do Porto.[3]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via.[4] Além da povoação em si, a estação também servia os banhistas da praia da Póvoa de Varzim.[5]

História[editar | editar código-fonte]

Primeiros planos[editar | editar código-fonte]

Na Década de 1870, o Conde de Réus apresentou um dos primeiros planos para um caminho de ferro entre o Porto e a Galiza, que passava Travagem, São Romão do Coronado, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Viana do Castelo e Caminha.[6] Porém, este empreendimento não chegou a avançar, e a Linha do Minho foi depois construída pelo estado, com um traçado pelo interior entre o Porto e Viana do Castelo.[6]

Planeamento e inauguração[editar | editar código-fonte]

Em 1873 foi autorizada a construção de uma linha de via estreita entre a Póvoa de Varzim e a zona da Boavista, na cidade do Porto.[7] Esta linha foi inaugurada em 1 de Outubro de 1875, pela Companhia do Caminho de Ferro do Porto à Póvoa, utilizando uma bitola de via de 900 mm.[8] o lanço seguinte, até Fontainhas, entrou ao serviço em 7 de Agosto de 1878, tendo a linha sido concluída com a chegada a Famalicão, em 12 de Junho de 1881.[9][10]

Locomotiva da série E161-E170 (em uso desde 1905) na Estação de Póvoa de Varzim, em foto de 1970.

Décadas de 1910 e 1920[editar | editar código-fonte]

Em 1913, a estação de Póvoa de Varzim era servida por carreiras de diligências até às localidades de A Ver-o-Mar, Navais, Estela, Contriz, Fão, Esposende e Viana do Castelo, e de carros americanos até Vila do Conde.[11]

Em 14 de Janeiro de 1927, a Companhia da Póvoa foi fundida com a Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães, formando a Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal.[8] Como parte do acordo para a fusão entre as duas companhias, foi alargada a Linha do Porto à Póvoa para bitola métrica, obra que foi concluída no mesmo ano.[8][12] Após a formação da Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, foi ordenada a elaboração de um plano para a modificação da estação de Póvoa de Varzim, para acomodar tanto um futuro prolongamento da Linha da Póvoa até Fão como uma ligação ao porto de pesca da Póvoa de Varzim.[13] Porém, as obras não chegou a ter início, devido a vários problemas posteriores.[13]

Décadas de 1940 e 1950[editar | editar código-fonte]

Em 1 de Janeiro de 1947, a Companhia do Norte foi integrada na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[14] Em 17 de Agosto de 1948, a Companhia realizou um comboio especial entre a Trindade e a Póvoa de Varzim, com o fim de experimentar 4 carruagens e um furgão que tinham sido recentemente modernizados.[15] Em 4 de Janeiro de 1950, a Companhia criou uma zona de tranvias entre Famalicão e a Póvoa de Varzim, de forma a combater a crescente concorrência do transporte rodoviário naquela região.[16]

Estação da Póvoa de Varzim do Metro do Porto, em 2012.

Encerramento e substituição pelo Metro do Porto[editar | editar código-fonte]

Em 28 de Abril de 2001, foi encerrado o primeiro troço da Linha da Póvoa para a adaptação ao Metro do Porto, desde a Porto-Trindade até à Senhora da Hora.[17] Nesta altura, previa-se que o troço seguinte, até à Póvoa de Varzim, fosse desactivado em Novembro de 2002, e substituído por autocarros até à conclusão das obras do Metro do Porto.[17] A Linha da Póvoa foi encerrada em 2002.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Horário de 1876 usando a ortografia contemporânea
  2. NONO, Carlos (1 de Outubro de 1950). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 63 (1507). p. 353-354. Consultado em 27 de Dezembro de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  3. a b REIS et al, 2006:202
  4. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  5. «Guia annunciador do viajante luso-brasileiro: indicador official dos caminhos de ferro e da navegação». Biblioteca Nacional Digital. Ano 10 (37). Lisboa: Empreza do Guia Annunciador. 1888. p. 70. Consultado em 25 de Setembro de 2018 – via Biblioteca Nacional Digital 
  6. a b FERNANDES, 1995:82-83
  7. SOUSA, José Fernando de (1 de Julho de 1940). «As estações de Caminho de Ferro no Porto» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1261). p. 425-427. Consultado em 27 de Dezembro de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  8. a b c TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 17 de Julho de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  9. «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 3 de Julho de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  10. AGUILAR, Busquets de (1 de Junho de 1949). «A Evolução História dos Transportes Terrestres em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1475). p. 383-393. Consultado em 17 de Julho de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  11. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 22 de Fevereiro de 2018 – via Biblioteca Nacional Digital 
  12. NUNES, José de Sousa (16 de Junho de 1949). «A Via e Obras nos Caminhos de Ferro em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1476). p. 418-422. Consultado em 17 de Julho de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  13. a b SOUSA, José Fernando de (16 de Março de 1940). «Caminhos de Ferro e portos de mar» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1254). p. 161-162. Consultado em 17 de Julho de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  14. REIS et al, 2006:63
  15. «Linhas portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 60 (1457). Lisboa. 1 de Setembro de 1948. p. 490. Consultado em 17 de Julho de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  16. MARTINS et al, 1996:264
  17. a b SIZA, Rita (29 de Abril de 2001). «Fim de semana complicado na Estação de Senhora da Hora». Público. Ano 12 (4058). Lisboa: Público, Comunicação Social, S. A. p. 54 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FERNANDES, Mário Gonçalves (1995). Viana do Castelo. A Consolidação de uma Cidade (1855-1926). Lisboa: Edições Colibri. 185 páginas. ISBN 972-8288-06-9 
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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