Free (cigarro)

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Free
Cada um na sua com alguma coisa em comum. Free: uma questão de bom senso.

Box de Free em sua última versão
Tipo cigarros (derivado do tabaco)
Empresa Souza Cruz (atual BAT Brasil)
Origem brasileira
Lançamento 1984
Descontinuada 2016
Mercado Brasil

O Free foi uma marca de cigarros pertencente à BAT Brasil (antiga Souza Cruz), subsidiária da empresa britânica British American Tobacco. A marca foi lançada em 1984. Seus slogans eram: "Free - Uma questão de bom senso." e "Cada um na sua com alguma coisa em comum". Chegou a ser um dos cigarros mais vendidos no Brasil e, segundo dados da empresa, líder no segmento de teores baixos de alcatrão.[1]

Se o seu irmão Hollywood foi um ícone cultural dos anos 80, o Free marcou a geração da década de 90. A BAT Brasil substituiu a marca pelos cigarros Kent.[2]

Imagem de cigarro Free Box antes do rebranding

História[editar | editar código-fonte]

Com o sucesso internacional do cigarro L&M, a marca de baixo teor da Phillip Morris, a Souza Cruz resolveu entrar em um segmento que era pouco explorado pela indústria do tabaco no Brasil: cigarros com baixo teor de alcatrão e nicotina. O público alvo era a juventude. O sucesso foi quase que imediato. Logo em seu primeiro ano o Free tornou-se uma das marcas de maior vendagem do Brasil, levando a Phillip Morris a tentar popularizar o L&M no Brasil para concorrer.

Descontinuação da marca[editar | editar código-fonte]

A BAT Brasil iniciou um processo de migração de marca que já havia sido feito com o extinto Carlton, que aos poucos, virou Dunhill. A marca global da BAT Brasil que sucedeu o Free foi a Kent.

A partir de 2016, os cigarros da marca Free foram sendo progressivamente retirados do mercado pela Souza Cruz. Atualmente não estão mais disponíveis e foram substituídos pelos cigarros da marca Kent.[2]

Marketing[editar | editar código-fonte]

Propaganda do Free em uma edição de Julho de 1997 da revista IstoÉ. O Free One era a versão mais fraca da marca, com menos teores ainda.

Assim como o irmão Hollywood, o Free possuía propagandas extremamente elaboradas e que foram internacionalmente premiadas.

O Free foi o responsável por popularizar Joe Satriani no Brasil - sua música Always with me, always with you era a trilha sonora da maioria dos comerciais da marca nos anos 90.

As propagandas costumavam vender a ideia do jovem desapegado, dono de si, que vivia a vida à sua maneira, rodeado de amigos. Seus comerciais traziam discussões filosóficas que interessavam aos jovens, como "a imaginação vale mais que o conhecimento" e "não estou neste planeta a trabalho; estou aqui por puro prazer". Algumas de suas propagandas eram dirigidas por cineastas como Walter Salles e Daniela Thomas, reforçando o pesado investimento que a Souza Cruz fazia em suas publicidades.

O marketing do Free ainda tentava aliar a ideia de liberdade juvenil à de intelectualidade. Os jovens retratados nos comerciais geralmente apareciam fazendo atividades artísticas e intelectuais, como pintura, escrita e música. Reforçando a ideia de jovem intelectualizado, algumas de suas propagandas eram divididas em "atos" - remetendo às óperas. Suas propagandas impressas geralmente utilizavam fontes que remetem à leitura, mais especificamente a escolas literárias modernas, como a de Bukowski.

Em 1990 ocorre a fundação da MTV Brasil, que, devido a seu público diferenciado, transmitia comerciais de marcas que costumeiramente não anunciavam nas outras emissoras. Com a marca do Free, a Souza Cruz tornou-se sua principal anunciante. Em 1991 surge o Multishow, que ao longo dos anos 90 passa a ter a mesma proposta da MTV e também abre seu espaço para o cigarro.

A lei 9.294/1996 obrigou as emissoras de rádio e TV a só exibirem propagandas de cigarro entre às 21 e 6 horas. Como os slots publicitários do horário nobre já estavam vendidos para os grandes anunciantes, na prática as propagandas de cigarro começariam por volta meia-noite. Desta forma as emissoras de televisão passaram, gradativamente, a não transmitir propagandas de cigarro, já que não era compensatório para a Souza Cruz investir. A exceção era, novamente, a MTV Brasil e o Multishow.

Em 2000 as propagandas são definitivamente proibidas pela lei 10.167/2000.

Referências

  1. souzacruz.com.br: Marcas líderes, acessado 14 de novembro de 2009
  2. a b Amado, Guilherme. «O cigarro Free vai sair de cena». Lauro Jardim - O Globo. Consultado em 2 de abril de 2021 


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