Hotel Nacional

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Prefeito Eduardo Paes durante visita às obras do hotel, em 2015.

O Hotel Nacional, recentemente Gran Meliá Nacional Rio de Janeiro, é um hotel situado no bairro de São Conrado, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Localiza-se no cruzamento da Avenida Niemeyer com a Avenida Aquarela do Brasil, em frente à Praia de São Conrado. Foi gerido pela Meliá Hotels International entre 2016 e 2018 e, atualmente, é administrado por um grupo de sócios.

Projetado por Oscar Niemeyer, foi fundado em 1972 pelo empresário José Tjurs. O hotel foi fechado em 1995 devido a problemas financeiros, tendo sido reaberto somente 21 anos depois, no dia 15 de dezembro de 2016, após ser reformado.[1]

O edifício do hotel, de formato cilíndrico e envidraçado, é considerado um marco da arquitetura carioca. Possui um total de 417 apartamentos, de 33 a 300 metros quadrados, incluindo 2 suítes presidenciais e 50 suítes executivas e de luxo, distribuídos em 34 andares. O hotel ocupa uma área de 125 mil metros quadrados de espaços interiores e ao ar livre.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Inauguração[editar | editar código-fonte]

Fundado em 1972 pelo empresário José Tjurs, proprietário da antiga rede de hotéis Horsa, o projeto do hotel é de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer e seus jardins foram idealizados pelo paisagista Burle Marx. O projeto original era superior aos atuais 80 mil metros quadrados, pois era prevista uma torre de 55 andares; porém, José Tjurs preferiu construir o edifício com somente 34 pavimentos. O hotel, cujo nome original era Hotel Nacional, também possuía um centro de convenções para 2.800 pessoas e um teatro para 1.400 espectadores, onde se apresentaram artistas de renome nacional e internacional como Liza Minnelli, B. B. King e Tim Maia.[3]

Considerado o mais moderno da América Latina, foi um dos mais importantes hotéis da cidade, rivalizando com o Copacabana Palace na preferência dos artistas. No hotel, eram realizados diversos festivais, como o Free Jazz.[4] Por conta disso, o edifício foi tombado em 1998. O edifício também abrigou o primeiro Rio Cine Festival, em 1984, e teve três incêndios entre 1975 e 1981.[5]

Fechamento[editar | editar código-fonte]

Devido a dificuldades financeiras, a rede de hotéis Horsa vendeu o Hotel Nacional para a empresa Interunion Capitalização e a mesma foi à falência no início dos anos 90. Em 1995, o hotel foi fechado e o imóvel passou para as mãos da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda.

Reabertura[editar | editar código-fonte]

O hotel sendo reformado, em 2015.

Em 2003, o empresário e ex-presidente norte-americano Donald Trump manifestou interesse em reformar o hotel, entretanto a ideia não foi adiante.[6] Em 2009, o Hotel Nacional foi arrematado por R$ 85 milhões pelo empresário Marcelo Gonçalves, que atua no setor farmacêutico.[7] A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro indicou a reabertura do imóvel na condição de um novo hotel, visando os eventos esportivos que ocorreriam na cidade do Rio de Janeiro anos depois, a exemplo da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016.[8]

Após 20 anos de abandono, o hotel começou a ser restaurado em março de 2015.[4] No dia 24 de novembro de 2015, foi anunciado que a rede espanhola de hotéis Meliá assumiria a gestão do Hotel Nacional durante 20 anos, incluindo a administração do Grupo HN Participações e Empreendimentos Ltda., criado para restaurar o hotel.[9] O hotel foi reinaugurado no dia 15 de dezembro de 2016 com o nome Gran Meliá Nacional Rio de Janeiro.[1]

Troca de bandeira[editar | editar código-fonte]

Em março de 2018, 15 meses após a reinauguração do Hotel Nacional, o grupo Meliá Hotels International encerrou suas operações no edifício devido à falta de fontes seguras de rendimentos, como um centro de convenções, e à crescente violência no Rio de Janeiro.[10][11][12] O Grupo HN, dono do Hotel Nacional, pretendia operar o estabelecimento caso outra bandeira não assumisse a gestão do hotel a curto prazo.[13]

O hotel foi reinaugurado no dia 24 de outubro de 2019 com seu nome original, Hotel Nacional, tendo a partir de então em seu quadro de sócios Alexandre Zubaran, CEO da Enjoy Hotéis e Resorts e responsável pela administração hoteleira do empreendimento. A sociedade do estabelecimento também é composta por Antonio Gomes e José Eduardo, da Hurb, e Marcos Freitas, da Wam.[14][15]

Características[editar | editar código-fonte]

Bairro de São Conrado; ao fundo, o hotel.

O hotel, projetado por Oscar Niemeyer e tombado como Patrimônio da Humanidade em 1998, é de estilo vanguardista.[16] Conta com paisagismo desenhado pelo paisagista Burle Marx. Possui 34 andares e 413 quartos, que possuem vista para a Praia de São Conrado, o Morro Dois Irmãos, a Pedra da Gávea e a Pedra Bonita. O hotel tem ainda dois restaurantes, três bares e um spa.[17] Desde 2019, há um centro de convenções de 20 mil m² anexo ao hotel. O empreendimento também possui diversas obras de arte, a exemplo da escultura Sereia, de Alfredo Ceschiatti, do candelabro de Pedro Correia de Araújo e de um painel de Carybé composto por 300 peças de concreto.[5]

O escritório carioca de arquitetura VOA, para a reforma do hotel efetuada entre 2015 e 2016, ficou encarregado pela revitalização da fachada, das suítes, dos restaurantes e do bar do rooftop do hotel. A arquiteta e decoradora Débora Aguiar foi responsável por projetar o lobby, o lounge, o bar da piscina, o restaurante Sereia, o café Amaro e a área externa do prédio.[17] A arquiteta propôs ambientes acolhedores, cheios de curvas que conduzem o olhar para a paisagem exuberante ao redor. Tais formas fazem referência ao mar, aos peixes e às caudas das sereias.[16]

Apesar da reforma, algumas características típicas da arquitetura original foram mantidas, tais como: o vão livre do amplo lobby, sem pilares de sustentação; a laje recortada; a piscina arredondada; e as escadas e rampas curvas.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Cordeiro, Fernanda (15 de dezembro de 2016). «Agora como Gran Meliá, Hotel Nacional reabre no Rio». Panrotas. Consultado em 11 de junho de 2017 
  2. «Meliá Hotels International abre seu primeiro hotel no Rio de Janeiro». Passageiro de Primeira. 8 de dezembro de 2016. Consultado em 11 de junho de 2017 
  3. «Histórico, Hotel Nacional, no Rio, será recuperado». UOL Viagem. 16 de fevereiro de 2012. Consultado em 11 de junho de 2017 
  4. a b c «Hotel Nacional, no Rio, é restaurado». UOL. 8 de março de 2015. Consultado em 11 de junho de 2017 
  5. a b Meneghetti, Luana (21 de outubro de 2019). «O Hotel Nacional continua lindo». IstoÉ Dinheiro. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  6. «Donald Trump quer recuperar Hotel Nacional». Estadão. 5 de agosto de 2003. Consultado em 11 de junho de 2017 
  7. «Hotel Nacional é vendido em leilão por R$ 85 milhões». G1. 17 de dezembro de 2009. Consultado em 11 de junho de 2017 
  8. Rommar, Juliana (16 de fevereiro de 2012). «Prefeitura anuncia o projeto do novo Hotel Nacional, em São Conrado». Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Consultado em 27 de março de 2020 
  9. «Rede espanhola Meliá assumirá Hotel Nacional no Rio de Janeiro». UOL. 25 de novembro de 2015. Consultado em 11 de junho de 2017 
  10. Melo, Maria (15 de março de 2018). «Hotel Nacional: o último apaga a luz». Jornal do Brasil. Consultado em 22 de maio de 2018 
  11. Fróes, Luciana (9 de março de 2018). «Hotel Nacional: Bandeiradas». O Globo. Consultado em 22 de maio de 2018 
  12. Vieira, Rodrigo (16 de março de 2018). «Saiba por que o Gran Meliá deixou o Hotel Nacional, no Rio». PANROTAS. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  13. Gois, Ancelmo (22 de março de 2018). «Hotel Nacional vai continuar funcionando». O Globo. Consultado em 22 de maio de 2018 
  14. Martins, Marcos (11 de setembro de 2019). «Hotel Nacional (RJ) reabrirá com investidor da Enjoy». PANROTAS. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  15. Tagliapietra, Isabella (25 de outubro de 2019). «Hotel Nacional é reinaugurado no Rio de Janeiro». PANROTAS. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  16. a b Conte, Mariana (18 de janeiro de 2017). «Gran Meliá Nacional, de Niemeyer, é reinaugurado no Rio». Casa Claudia. Consultado em 11 de junho de 2017 
  17. a b Tieghi, Ana (22 de dezembro de 2016). «Projetado por Niemeyer, Hotel Nacional é reinaugurado no Rio». Viagem e Turismo. Consultado em 11 de junho de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]