Gabro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Granito negro)
Gabro
Rocha ígnea
Gabro
Gabro (Rock Creek Canyon, leste da Sierra Nevada, Califórnia).
Composição
Classe Ígneaintrusiva
Série ígnea Subalcalina, alcalina (máfica).
Protolito Pirólito
Composição essencial Plagioclase (labradorite a anortite), piroxenas (augite), olivina, hornblenda, hiperstena.
Composição secundária Olivina (forsterite), magnetite, apatite e ilmenite.
Características físicas
Cor Cinzento escuro, preto
Textura Intermédia a grosseira, fanerítica
Lâmina delgada de um gabro visto ao microscópio petrográfico com luz polarizada. Os minerais de tons cinzentos a negro com maclas bandeadas são plagioclases e os mais coloridos são clinopiroxenas e olivina.

Gabro é uma rocha plutónica intrusiva de cor escura com textura fanerítica e granulação média a grossa. É uma rocha composta essencialmente por plagioclases[1] (labradorite a anortite), piroxenas[1] e titanomagnetite. A olivina magnesiana (forsterite)[1] pode ocorrer como mineral acessório, bem como magnetite, sulfetos, apatite, espinela (verde ou castanha), titanite e rutilo.[1] O gabro é o equivalente plutónico do basalto, formando-se pelo arrefecimento lento de magmas de composição basáltica. Comercialmente os gabros são vendidos como granito negro.[2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Em sentido estrito o gabro é uma rocha ígnea plutónica composta principalmente por plagioclase cálcica e piroxenas em proporções de volume similares.[3][4] Em sentido mais amplo, o termo «gabro» engloba as rochas gabroicas do diagrama QAPF, ou seja aquelas do grupo anortosito-gabro-diorito que apresentam mais de 10% de mineras escuros e plagioclase cálcica (An50-An100).[4]

O gabro sensu stricto é o equivalente plutónico do basalto, mas ao contrário deste, apresenta um mineralogia muito mais variável.[5]

Os gabros (sensu strico e lato) ocorrem em variados ambientes tectónicos, entre os quais as dorsais oceânicas, as zonas de subducção, os rifts continentais e as ilhas oceânicas associadas a pontos quentes.[3]

Os gabros são comercializado como material de construção sob o nome de «granito negro».[5] o valor económico do gabro enquanto tal é menor quando comparado com as mineralizações de níquel, cromo e platina, as quais estão intimamente associadas a gabros e a rochas ultramáficas.[5] Também ocorrem mineralizações de vanádio associadas aos gabros.[3]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome «gabro» deriva da localidade italiana de Gabbro situada nas cercanias de Rosignano Marittimo, na Toscana.[6] O nome foi pela primeira vez aplicado à rocha pelo geólogo alemão Christian Leopold von Buch que a descreveu cientificamente. Por sua vez, o nome da rocha deu origem ao topónimo Gabbro Hills, aplicado a um grupo montanhoso da Antárctida, rico naquela rocha.

Mineralogia e química[editar | editar código-fonte]

Os gabros podem classificar-se, conforme o seu teor em minerais do grupo das plagioclases e do grupo das piroxenas, em:[7]

  1. Gabro (sensu stricto) — rocha composta por plagioclases com augite (variedade de clinopiroxena) e por vezes com olivina;
  2. Hiperito — rocha composta por plagioclases com augite, hiperstena (variedade de ortopiroxena) e por vezes com olivina;
  3. Norito — rocha composta por plagioclases com hiperstena e por vezes com olivina;
  4. Evjito — rocha composta por plagioclases com hornblenda;
  5. Bojito — rocha composta por plagioclases com hornblenda e augite;
  6. Troctolito — rocha composta principalmente por olivinas e plagioclases.

Adicionalmente, se um gabro contém mais de 5% em volume de olivina é designado por gabro olivínico; se apresenta mais de 5% em volume de quartzo é designado por gabro quártzico.[3]

Os gabros também podem conter apatite, magnetite ou ilmenite como minerais acessórios.[7]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • P. Bellair, Ch. Pomerol, Éléments de géologie, Armand Collin, coll. «U», 1984 (ISBN 2-200-21001-9), «Les minéraux et les roches», pp. 195–196
  • J. Dercourt, J. Paquet, Géologie - Cours et exercices, Dunod, coll. «Dunod Université», 1974 (réimpr. 1985 (7e éd.)) (ISBN 2-040-15762-X), «Classification des roches éruptives», pp. 34–36

Referências

  1. a b c d «Banco de Dados». www.rc.unesp.br. Consultado em 16 de outubro de 2015. Arquivado do original em 25 de novembro de 2015 
  2. Roberto Monteiro de Barros Filho. «faculdadeinap.edu.br/materiais_didaticos_disciplinas/materiais%20e%20tecnologia/rochas_marmores_e_granitos.pdf» (PDF). Consultado em 16 de outubro de 2015 
  3. a b c d «"Gabbro"»  Nationalencyklopedin. Revisado el 10 de diciembre de 2011.
  4. a b Le Maitre, Roger Walter. Igneous rocks: a classification and glossary of terms. União Internacional de Ciências Geológicas. Pág 24.
  5. a b c «Gabbro»  Encyclopedia Britannica Academic Edition. Consultada a 10 de Dezembro de 2011.
  6. «"Gabbro"»  no Den Store Danske Encyklopædi. Visitado a 9 de dezembro de 2011.
  7. a b «"Gabbro"»  no Store norske leksikon. Consultado a 9 de outubro de 2011.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre gabro