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Hemácia: diferenças entre revisões

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== História ==
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Em [[1658]], o [[Países Baixos|holandês]] [[Jan Swammerdam]] foi o primeiro a descrever as hemácias usando um [[microscópio]] rudimentar.
Em [[1658]], o [[Países Baixos|holandês]] [[Jan Swammerdam]] foi o primeiro a descrever as hemácias usando um [[microscópio]] rudimentar. amamentando o cuzões


== Formação nos humanos ==
== Formação nos humanos ==

Revisão das 16h47min de 28 de abril de 2010

Hemácias.
Da esq. para a dir. Hemácia, um trombócito e um leucócito.

Glóbulos vermelhos são unidades morfológicas da série vermelha do sangue, também designadas por eritrócitos ou hemácias, que estão presentes no sangue em número de cerca de 4,5 a 6,5 x 106/mm³,[1] em condições normais. São constituídas basicamente por globulina e hemoglobina (composta de 4 moléculas protéicas de estrutura terciária e 4 grupamentos heme que contém o ferro (cada íon ferro é capaz de se ligar frouxamente a dois átomos de oxigênio), um para cada molécula de hemoglobina), e a sua função é transportar o oxigênio (principalmente) e o gás carbônico (em menor quantidade) aos tecidos. Os eritrócitos vivem por aproximadamente 120 dias.

História

Em 1658, o holandês Jan Swammerdam foi o primeiro a descrever as hemácias usando um microscópio rudimentar. amamentando o cuzões

Formação nos humanos

Hematopoese das células do sangue - o segundo grupo de células represernta a formação das hemácias.

A formação de hemácias é denominada eritropoese. Este processo é dinâmico e envolve os processos de mitose, síntese de DNA e hemoglobina, incorporação do ferrro perda de núcleo, organelas, e resulta na produção glóbulo vermelho sem núcleo e com reservas energéticas.[1]

A medula óssea é o cerne da eritropoese que realiza-se pela diferenciação da stem cell em proeritrobasto, eritroblasto basófilo, eritroblasto policromático, eritoblasto ortocromático e reticulócito (libertado na circulação). Após o período de um ou dois dias o reticulócito perde o retículo e torna-se um eritrócito.[1]

Características

Nos mamíferos, os eritrócitos são discos bicôncavos que não têm núcleo e medem 0,007 mm de diâmetro; em outros vertebrados são ovais e não têm núcleo. A cor vermelha se deve à alta concentração da molécula de transporte de oxigênio dentro das células, a hemoglobina. Há cerca de 5 milhões de eritrócitos em um milímetro cúbico de sangue humano; eles são produzidos numa velocidade de 2 milhões por segundo por um tecido especial que se localiza na medula óssea de quase todos os ossos no recém nascido, e apenas em ossos membranosos em adultos (arcos costais, corpo vertebral, esterno e ílio) o tecido hematopoiético, e as particulas velhas são destruídas e removidas pelo baço liberando bilirrubina.

Os eritrocitos também atuam no começo da verífase (fase da divisão celular entre anáfase e telófase ) ativando a coenzima de restrição do MED2, enzima responsável pela promoção da citocinese.

As baixas tensões de oxigênio, hipoxia, nas grandes altitudes estimulam maior produção de hemácias para que o transporte de oxigênio seja facilitado. A hipoxia é detectada pelo sistema renal, e este produz o hormônio Eritropoetina que estimula a medula óssea a produzir maior número de eritrócitos, consequentemente causando a correção da hipoxia.

Quando colocadas em solução hipotônica (menos concentrada), as hemácias sofrem hemólise, ou seja, se rompem. Em meio hipertônico (mais concentrado), perdem água e murcham, ocorrendo plasmólise. Quando os eritrócitos se rompem, liberam a hemoglobina, que é convertida em bilirrubina e eliminada pela vesícula biliar ao sistema gastrintestinal.

Na membrana dos glóbulos vermelhos existem vários tipos de proteínas que são: a anquirina, actina, glicoforina, banda 3, espectrina e banda 4.1.

Doenças e ferramentas de diagnóstico

Doenças sanguíneas que envolvem as hemácias incluem:

Hemácias em uma placa de Petri são utilizadas para o diagnóstico de infecção. A placa da esquerda mostra uma infecção por estafilococos e a da direita, por estreptococos.
  • Anemias são doenças caracterizadas pela capacidade diminuída de transporte de oxigénio devido à diminuição da contagem de eritrócitos ou à concentração de hemoglobina nestas células.
    • Anemia ferropénica (ou anemia ferropriva) é a anemia mais comum; ocorre quando a ingestão de ferro ou a sua absorção pelo organismo está diminuída, levando a diminuição da produção da hemoglobina, pois o ferro é um dos seus principais constituintes;
    • Anemia falciforme é uma doença genética que resulta da mutação das moléculas de hemoglobina. Quando estas se desligam do oxigénio tornam-se insolúveis e levam à alteração da forma das hemácias. Estas particulas em forma de foice são rígidas e podem bloquear os vasos sanguíneos, causar dor, tromboses e outros danos teciduais. Especificamente, a anemia falciforme é devida a uma mutação que consiste na troca de um aminoácido Glu-6 (glutamato na posição 6) por uma Val-6 (valina na posição 6) na zona externa da hemoglobina; esta mudança de um aminoácido polar para um hidrofóbico causa a alteração conformacional própria da anemia falciforme.
    • Talassemia é uma doença genética que resulta na alteração da quantidade produzida de subunidades da hemoglobina.
    • Anemia hemolítica é um grupo de anemias cuja causa se deve à destruição aumentada de globulos vermelhos (hemólise), podendo ter origem factores intrínsecos ou extrínsecos à hemácia.
    • Esferocitose é uma anemia hemólitica caracterizada por um defeito genético nas proteínas da membrana e/ou no citoesqueleto da particula, levando a hemácias pequenas, de foma esférica (esferócitos), daí o nome, e de constituição frágil, ao contrário da sua forma bicôncava e flexível.
    • Anemia Perniciosa é uma doença auto-imune caracterizada pela falta do factor intrínseco necessário para a absorção da vitamina B12 da comida. A vitamina B12 é essencial para a produção da hemoglobina.
    • Anemia aplástica é causada pela incapacidade da medula óssea de produzir particulas sanguíneas,(a produção de particulas sangüíneas pela medula óssea também pode ser chamada de eritropoeise).
  • O parasita da malária passa parte do seu ciclo de vida nas hemácias, alimenta-se da hemoglobina e depois provoca hemólise, o que origina febre. Tanto a anemia falciforme e a talassemia são comuns nas áreas da malária pois estas mutações oferecem resistência a esta doença.
  • Policitemias (ou eritrocitoses) são doenças caracterizadas por um aumento do número de glóbulos vermelhos. O aumento da viscosidade do sangue daí derivado pode causar vários sintomas.
    • Na policitemia primária o número aumentado de hemácias advem de uma alteração da medula óssea.
  • Várias doenças microangiopáticas, que incluem a coagulação intravascular disseminada e as microangiopatias trombóticas, apresentam no diagnótico fragmentos de hemácias designado por esquitócitos. Estas patologias geram feixes de fibrina que prendem os glóbulos vermelhos quando estes tentam passar pelo trombose.

Os vários exames sanguíneos incluem a contagem de glóbulos vermelhos por volume de sangue e o hematócrito (percentagem de volume de sangue ocupado pelo volume total das hemácias). O tipo sanguíneo precisa de ser determinado se for necessária uma transfusão sanguínea ou um transplante de órgãos.

Notas e referências

  1. a b c VERRASTRO, Therezinha. Atheneu, ed. Hematologia e Hemoterapia. 2005. São Paulo: [s.n.] 

Ver também

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