Henrique Granadeiro

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Henrique Granadeiro
Nascimento 2 de dezembro de 1943
Rio de Moinhos
Cidadania Portugal
Ocupação economista
Prêmios
  • Grã-Cruz da Ordem de Isabel, a Católica
  • Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo

Henrique Manuel Fusco Granadeiro GCC (Borba, Rio de Moinhos, 2 de Dezembro de 1943) economista, empresário e gestor português. Alegadamente principal responsável pelo chumbo da OPA da Sonae sobre a PT após ter recebido alegadamente 6.5 Milhões de Euros

Biografia[editar | editar código-fonte]

Duma família originária de Rio de Moinhos,[1] concelho de Borba, Henrique Granadeiro cresceu no Alto Alentejo. Na infância chegou a pastorear ovelhas, até que encontrou no Seminário de Évora a oportunidade para prosseguir os seus estudos. Aí obteve por seis vezes consecutivas o Prémio Escolar D. Dinis, patrocinado pela Sociedade Central de Cervejas.

Depois de renunciar ao sacerdócio, ingressou no antigo Instituto Superior Económico e Social de Évora, dos jesuítas, onde beneficiou duma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Aqui viria a concluir uma licenciatura em Economia e Gestão de Empresas, no ano de 1968.

Era ainda estudante quando conseguiu os primeiros ganhos na bolsa, com o apoio de membros da família do Espírito Santo Silva, donos do Banco Espírito Santo, que eram seus colegas de curso.

Concluída a licenciatura, Granadeiro passou a lecionar no mesmo Instituto Superior Económico e Social de Évora, após o que ingressou no Secretariado Técnico da Presidência do Conselho de Ministros. Em 1971 foi destacado para os gabinetes do Ministro de Estado e do Secretário de Estado do Planeamento, João Salgueiro, com quem estará também na SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social.

Em 1974, imediatamente após o 25 de abril, concorre a diretor-geral da Ação Regional, um serviço integrado no Ministério da Administração Interna, onde permaneceu até 1976. No último desses anos foi nomeado embaixador (representante permanente) de Portugal na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mas deixou o cargo quando o general Ramalho Eanes o chama para dirigir a sua primeira campanha de candidatura às eleições presidenciais. Na sequência da eleição do general, Granadeiro é designado chefe da Casa Civil do Presidente da República, ficando nessa função até 1979.

Voltaria à função pública quando o governo de Aníbal Cavaco Silva o nomeou como presidente do IFADAP - Instituto Financeiro de Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas, cargo que desempenhou entre 1987 e 1989.

No setor privado, Henrique Granadeiro passou por empresas operadoras em diferentes áreas, como a construção civil, a agricultura, a comunicação social e as telecomunicações. Começou por ser administrador da Standart Eléctrica e da construtora MN-Tiago, entre 1979 e 1981, tornando-se em seguida administrador-delegado da Fundação Eugénio de Almeida, com atividade na produção vitivinícola (titular da marca de vinhos Cartuxa) e de azeite, com sede em Évora. Depois de ser administrador-delegado, de 1981 a 1987, voltou à Fundação como presidente do Conselho de Administração, em 1989, ficando até 1992.

A sua ligação ao setor da comunicação social começa com a passagem, durante cerca de dez anos, pelos conselhos de administração da Sojornal e Controljornal, do Grupo Impresa, de Francisco Pinto Balsemão, entre 1990 e 2001. Depois, foi presidente da Comissão Executiva da Lusomundo Media, entre 2002 e 2004, e da Portugal Telecom, de 2003 a 2008.

Em 2008 foi nomeado presidente do Conselho de Administração da PT e, a 4 de junho de 2013, CEO desta mesma empresa, acumulando as duas funções.[2] A 7 de agosto de 2014 anunciou em comunicado a sua renúncia a todos os seus cargos na Portugal Telecom.[3]

É membro do Conselho Estratégico do Banco Finantia, desde 2001, e presidente do Conselho Geral da Universidade de Lisboa, desde 2009.

Caso BES / PT[editar | editar código-fonte]

Operação Marquês[editar | editar código-fonte]

Em fevereiro de 2017, Henrique Granadeiro foi constituído arguido no âmbito da Operação Marquês suspeito da prática de factos suscetíveis de integrarem oito crimes de fraude fiscal qualificada, corrupção passiva e branqueamento de capitais.[4]

Se for condenado a uma pena superior a três anos de prisão efectiva, perderá a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, atribuída pelo Presidente Ramalho Eanes em 1979.[5]

Condecorações[6][7][editar | editar código-fonte]

Família, casamentos e descendência[editar | editar código-fonte]

Henrique Granadeiro é filho de Manuel António Granadeiro e de sua mulher Ana Barroso Fusco; tem seis irmãs e um irmão, Cristina Frusco Granadeiro, Maria Vicência Fusco Granadeiro, Filipa Fusco Granadeiro, Auta Fusco Granadeiro, Carminda Fusco Granadeiro, Antónia Fusco Granadeiro e Anacleto Fusco Granadeiro.[1]

Casou primeira vez com a jornalista Margarida Marante, já falecida, de quem teve um filho e duas filhas, Henrique Miguel, Catarina Maria e Joana Margarida Marante Granadeiro, e de quem se divorciou. Casou segunda vez com Maria da Graça Falcão Líbano Monteiro, com a qual continua casado até a presente data, sem geração.[1]

Referências

  1. a b c "Tombo do Guarda-Mór", Guarda-Mór-Edição de Publicações Multimédia, Lda, Lisboa, 2000, Henrique Manuel Fusco Granadeiro
  2. «Henrique Granadeiro acumula cargos de PCA e PCE da PT» (PDF). CMVM. 4 de junho de 2013. Consultado em 26 de junho de 2013 
  3. «Granadeiro demite-se da PT». Jornal Expresso. expresso.sapo.pt. 7 de agosto de 2014. Consultado em 7 de agosto de 2014 
  4. «Zeinal Bava e Henrique Granadeiro arguidos na Operação Marquês» 
  5. «Uns já perderam condecorações, outros podem vir a perder. E Ronaldo?». 24 de janeiro de 2019 
  6. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "Henrique Manuel Fusco Granadeiro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 14 de outubro de 2014 
  7. a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Henrique Manuel Fusco Granadeiro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 14 de outubro de 2014