Joaquim Monteiro de Carvalho

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Joaquim Monteiro de Carvalho
Nascimento 1913
Rio de Janeiro
Morte 1 de outubro de 2008
Sepultamento Cemitério de São João Batista
Cidadania Brasil
Filho(a)(s) Lilibeth Monteiro de Carvalho, Astrid Monteiro de Carvalho
Causa da morte síndrome da disfunção de múltiplos órgãos

Joaquim Monteiro de Carvalho, o Baby (Rio de Janeiro, 1913 - Rio de Janeiro, 1º de outubro de 2008), foi um engenheiro, empresário e playboy brasileiro. Considerado um dos criadores da indústria automotiva no Brasil, sua família esteve diretamente envolvida na instalação da Volkswagen no país.[1][2]

Família e vida privada[editar | editar código-fonte]

Baby é fruto do casamento de Alberto Monteiro de Carvalho e Silva, engenheiro e arquiteto, com Beatriz de Souza Castro; em 1919 ele fundou, com o amigo de infância Olavo Egydio de Souza Aranha Jr. a "Monteiro Aranha Engenharia", início do que viria a se tornar o Grupo Monteiro Aranha; é comum nas altas rodas a ideia de que Beatriz dividia a cama com ambos os sócios.[3]

Em 13 de agosto de 1923 conhecera, na festa de inauguração do Copacabana Palace (o "Copa") Jorginho Guinle, também futuro playboy e então com sete anos, de quem seria amigo por toda a vida.[4] Mais tarde combinaram que se um dos dois ficasse pobre o outro ajudaria - e Baby cumpriu a promessa, quando o amigo perdeu a fortuna.[5] Juntos frequentaram o jet set mundial; Baby foi um grande apreciador do esporte e da boa culinária.[6]

Do casamento nasceram Joaquim e Alberto que, na década de 1940, casara-se com a marquesa de Salamanca, a espanhola Maria de Lourdes de Salamanca y Caro, com quem foi pai do empresário Olavo Egydio Monteiro de Carvalho.[3] Com a morte prematura do irmão, e a volta da viúva para a Europa, o sobrinho passara a conviver com os cinco filhos que Baby tivera com a mulher, Evinha - Astrid, Sergio Alberto, Ana Maria, Joaquim Álvaro e Celi Elisabete Júlia (conhecida como Lilibeth).[3]

Sua filha Lilibeth fora casada, entre 1975 e 1981, com aquele que viria a ser o primeiro presidente do Brasil a sofrer impeachment, Fernando Collor de Mello, com quem teve dois filhos: Arnon Affonso e Joaquim Pedro - uma união que mereceu uma das maiores festas até então vistas no Rio de Janeiro, mas que viria a terminar por ele tê-la surrado de forma tão violenta que ela permanecera parcialmente surda por algum tempo.[3] Após a separação, ela adotou uma filha, Constança, e viria a se casar por mais três vezes; numa dessas, com o banqueiro Aldo Floris, teve mais um filho, Sérgio; sua última união foi com o modelo negro Walter Rosa, com quem, aos 47 anos e por meio de fertilização in vitro, teria mais uma filha, Nina.[3]

O sobrinho, Olavo, marquês de Salamanca, ao lado do talento empresarial também ganhou reputação pelas grandes festas, numa das quais o líder dos Rolling Stones Mick Jagger teria engravidado a então modelo Luciana Gimenez.[3]

Em 2006, sua neta Astrid, filha de Sergio Alberto, protagonizou um grande escândalo na alta sociedade carioca. Ela já fora casada com o jogador de vôlei Guilherme Luiz Marques e tivera um conturbado relacionamento de dois anos com o apresentador Luciano Huck (que a abandonara para ficar com Angélica) e, finalmente, se casara com Marcos Campos; durante a união, nasceu o filho Antonio, que, segundo ela revelou, naquele mesmo ano, era, na verdade, filho do milionário Alexandre Accioly.[3]

Amante e filha extraconjugal[editar | editar código-fonte]

Valéria Braga, uma comerciante de arte casada, teria por mais de três décadas mantido um romance com Baby e, com ele, tivera em 1972 uma filha - Alessandra Rabello. Em maio de 2000, tornou-se público que a filha entrara em São Paulo com uma ação de investigação de paternidade contra o pai, então com 87 anos. Até o ano anterior, ela acreditava ser filha do empresário Marco Paulo Rabello, de quem a mãe se separara após seu nascimento.[3]

Baby, que continuava até então a manter um relacionamento com as duas, tratando a filha como se fosse uma neta, distanciou-se delas e sequer concordou com a realização de um exame de DNA - o que foi entendido pela justiça como uma confissão, sendo assim determinado o reconhecimento da paternidade.[3]

Formação e atividade empresarial[editar | editar código-fonte]

Baby formou-se em engenharia na Suíça (Zurique); foi vice-presidente do conselho de administração do grupo fundado pelo pai.[6]

Investiu na criação da Klabin, entrando assim para o ramo de papel e celulose; participou da criação da indústria petroquímica no Brasil e, no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) foi um dos responsáveis pela vinda da Volkswagen ao país; junto à Owens-Illinois a família havia criado a Cisper (Companhia Industrial São Paulo e Rio), que administrou até tornar-se a maior empresa da América Latina na produção de embalagens de vidro.[6]

Junto ao conde Frédéric Chandon de Briailles, da Moët & Chandon, fundou em 1977 no Rio Grande do Sul a Vinícola Chandon, situada na cidade de Garibaldi.[7][6][8]

Morte[editar | editar código-fonte]

Internado no Hospital Samaritano, na Zona Sul da capital carioca, em 15 de setembro de 2008, Baby veio a falecer aos 95 anos, por falência de múltiplos órgãos, quinze dias depois.[6]

Foi velado na casa em que passara toda a sua vida, em Santa Teresa, e enterrado no túmulo da família no cemitério São João Batista.[6]

Referências

  1. «Folha de S.Paulo - Joaquim Monteiro de Carvalho (1913-2008): Amante do esporte e da boa comida impulsionou indústria - 02/10/2008». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 31 de maio de 2019 
  2. «Matriarca da família Monteiro de Carvalho, Evinha viveu entre a fleuma escandinava e o samba carioca». O Globo. 16 de setembro de 2018. Consultado em 31 de maio de 2019 
  3. a b c d e f g h i Valmir Moratelli (Outubro de 2006). «Confusão na alta roda». Quem (revista), ed. 318. Consultado em 1 de abril de 2016 
  4. s/a (23 de julho de 2003). «A arte de gastar dinheiro». IstoÉ Dinheiro. Consultado em 22 de fevereiro de 2016 
  5. Bruno Astuto (16 de fevereiro de 2016). «O centenário de Jorginho Guinle, o playboy carioca de muitas histórias». GQ Brasil. Consultado em 29 de fevereiro de 2016 
  6. a b c d e f Caio Jobim (2 de outubro de 2008). «Joaquim Monteiro de Carvalho (1913-2008) - Amante do esporte e da boa comida impulsionou indústria». Folha de S.Paulo. Consultado em 1 de abril de 2016  (Obs: acesso restrito a assinantes)
  7. A Chandon - História Acessado em 1 de abril de 2016
  8. «Jornal do Brasil de 26 de julho de 1977, digitalizado no site da Biblioteca Nacional» (PDF)