José Carlos Bumlai

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José Carlos Bumlai
José Carlos Bumlai
Nascimento 28 de novembro de 1944 (79 anos)
Corumbá, MS
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Pecuarista
Profissão Empresário e engenheiro
Principais trabalhos Atividade rural
José Carlos Bumlai
Crime(s) corrupção passiva e gestão fraudulenta[1]
Pena 9 anos e 10 meses[1]
Situação cumprindo pena em prisão[2]

José Carlos da Costa Marques Bumlai (Corumbá, 28 de novembro de 1944), mais conhecido por José Carlos Bumlai ou simplesmente por Bumlai[3], é um engenheiro, empresário e pecuarista brasileiro preso e condenado pela Operação Lava Jato.

Biografia[editar | editar código-fonte]

É pai de Maurício de Barros Bumlai, Fernando de Barros Bumlai, Cristiane de Barros Marques Bumlai Pagnoceli e Guilherme de Barros Costa Marques Bumlai[4]. Fernando, inclusive, é casado com Neca Chaves, filha do ex-senador Pedro Chaves[5].

Bumlai é nacionalmente célebre por ser um amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tendo sido envolvido e preso pela Operação Lava Jato em um empréstimo fraudulento de R$12 milhões.[6][7] Bumlai trabalhou 30 anos na Constran e em paralelo desenvolveu uma atividade rural modelo em Mato Grosso do Sul.[3]

Em 24 de novembro de 2015, Bumlai foi convocado para depor na CPI do BNDES[8], entretanto foi preso no mesmo dia e a convocação para CPI foi remarcado para 1º de dezembro do mesmo ano[9]. Na CPI, Bumlai ficou em silêncio.[10]

Em fevereiro de 2016, o criminalista Arnaldo Malheiros Filho, que defende o pecuarista, afirmou que o empresário, para atender à família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é amigo, cedeu um engenheiro e um arquiteto para a reforma no sítio Santa Bárbara, em Atibaia.[11]

Em 21 de julho de 2016, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por obstrução à justiça.[12] Em 28 de julho de 2016, a Justiça Federal no Distrito Federal aceitou a denúncia, e Bumlai se tornou réu do processo.[13]

Em 15 de setembro de 2016, Bumlai foi condenado pela Lava Jato a 9 anos e 10 meses por corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira.[1]

Prisão preventiva e domiciliar[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Operação Passe Livre

Em 24 de novembro de 2015, Bumlai foi preso pela Polícia Federal, na Operação Passe Livre, no âmbito da Operação Lava Jato.[14] Em março de 2016, passou para prisão domiciliar em razão do diagnóstico de câncer de bexiga.[15] Após tratamento do câncer, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, afirmou em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal que há "gravidade concreta" nos delitos cometidos pelo empresário José Carlos Bumlai que justificam que ele permaneça preso. No documento, o procurador também aponta riscos de que Bumlai continuará a cometer crimes caso seja solto.[16] Em agosto de 2016, o juiz Sergio Moro determinou que Bumlai voltasse a prisão por representar risco à investigação e pelo estado de saúde de Bumlai ser estável.[2]

Colaboração com a justiça[editar | editar código-fonte]

Em 30 de maio, em tentativa de fechar acordo de delação premiada, o pecuarista afirmou à Justiça Federal que o PT "assumiu totalmente" o empréstimo de R$ 12 milhões tomado de forma fraudulenta em 2004 em seu nome no Banco Schahin. A Operação Lava Jato descobriu que o valor nunca foi pago pelo partido e que o negócio foi compensado ao grupo empresarial com um contrato de US$ 1,6 bilhão, na Petrobras, cinco anos depois.

Denúncia e condenação[editar | editar código-fonte]

Denunciado pelo MPF[editar | editar código-fonte]

Em 21 de julho de 2016, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por obstrução à justiça na Lava Jato.[12][18] Em 28 de julho de 2016, a Justiça Federal do Distrito Federal aceitou a denúncia contra Bumlai, acusado de participar de uma trama para comprar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.[13]

Condenado pela Justiça do Paraná[editar | editar código-fonte]

No dia 15 de setembro de 2016, Bumlai foi condenado pela Operação Lava Jato a 9 anos e 10 meses pelos crimes de corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira.[1]

"A prática do crime envolveu fraudes de especial complexidade, como a quitação por simulação de dação em pagamento de semoventes, de difícil detecção, e ainda a utilização de empresa estatal em benefício indevido de agremiação partidária e do próprio condenado", afirmou o juiz em sua sentença.[1]

Problemas de saúde[editar | editar código-fonte]

Em março de 2016, Bumlai veio a ser diagnosticado com câncer na bexiga.[6][7] No mesmo mês, o juiz Sergio Moro autorizou por três meses a prisão domiciliar de Bumlai em razão desse diagnóstico.[6][7][15]

Referências

  1. a b c d e «Bumlai é condenado a 9 anos e 10 meses de prisão na Lava Jato por empréstimo ligado ao PT». Reuters. 15 de setembro de 2016. Consultado em 15 de setembro de 2016 
  2. a b Bibiana Dionísio e Thais Kaniak. «Moro manda Bumlai voltar para a prisão e se apresentar à PF dia 23». G1. Globo.com. Consultado em 30 de outubro de 2016 
  3. a b Leonardo Attuch (abril de 2009). «O CONSELHEIRO RURAL DO PRESIDENTE». Dinheiro rural. Consultado em 21 de julho de 2016 
  4. «Fazenda investigada pelo MPF era da família Bumlai». Campo Grande News. Consultado em 13 de fevereiro de 2019 
  5. «Delcídio, seu suplente e Bumlai: laços de família | Reinaldo Azevedo». VEJA.com. Consultado em 13 de fevereiro de 2019 
  6. a b c «Bumlai passa a cumprir prisão domiciliar para tratar câncer». UOL. Consultado em 21 de julho de 2016 
  7. a b c Julia Affonso e Mateus Coutinho (21 de julho de 2016). «Lava Jato pede condenação do amigo de Lula por corrupção». Estadão. Consultado em 21 de julho de 2016 
  8. «Amigo de Lula, pecuarista Bumlai depõe nesta terça à CPI do BNDES». G1. Globo. Consultado em 21 de julho de 2016 
  9. «CPI do BNDES marca depoimento de Bumlai para o dia 1º». Estado de Minas. 24 de novembro de 2015. Consultado em 21 de julho de 2016 
  10. «Empresário José Carlos Bumlai fica calado em depoimento à CPI do BNDES». Ultimo Segundo. iG. Consultado em 21 de julho de 2016 
  11. Agência Estado (27 de fevereiro de 2016). «José Carlos Bumlai atendeu à família de Lula, diz defesa do pecuarista». Correio Braziliense. Consultado em 21 de julho de 2016 
  12. a b «MPF do DF denuncia Lula, Delcídio, Bumlai e mais 4 pessoas por obstrução à Justiça». InfoMoney. 21 de julho de 2016. Consultado em 21 de julho de 2016 
  13. a b Márcio Falcão (29 de julho de 2016). «Lula, Delcídio e mais 5 viram réus sob acusação de obstruir Lava Jato». Folha de S.Paulo. Uol. Consultado em 30 de julho de 2016 
  14. «Entenda quem é Bumlai, amigo de Lula preso na Lava Jato». Folha de S.Paulo. 24 de novembro de 2015. Consultado em 21 de julho de 2016 
  15. a b «Moro autoriza prisão domiciliar para Bumlai, com câncer na bexiga». Estadão. 18 de março de 2016. Consultado em 21 de julho de 2016 
  16. Mariana Oliveira. «Janot opina por manter Bumlai preso e vê risco de retorno ao crime». G1. Globo.com. Consultado em 30 de outubro de 2016 
  17. «Bumlai diz em delação que empréstimo foi "totalmente assumido" pelo PT». UOL. 30 de maio de 2016. Consultado em 21 de julho de 2016 
  18. Ricardo Brito (21 de julho de 2016). «MPF de Brasília denuncia Lula, Delcídio, André Esteves por obstrução à Justiça». Estadão. Consultado em 21 de julho de 2016