Línguas bantas
As Línguas bantas são um ramo da família linguística Nígero-Congolesa, falados pelos povos bantos na África Subsaariana.
O número total destas línguas varia de 440 a 680, dependendo da definição de Língua versus Dialeto.
O idioma banto com o número maior de falantes é o Suaíle. Outras línguas bantas importantes são o Zulu, o Ruanda-Rundi e o Ndau-Shona.
350 milhões de pessoas falam pelo menos, uma destas Línguas. 30% da população Africana e 5% da Mundial. Mas espera-se que o número de falantes destes idiomas aumente muito, por causa do alto crescimento populacional na África Subsaariana.
História[editar | editar código-fonte]
Os idiomas bantos foram classificados por Malcolm Guthrie em 1948 em grupos de acordo com zonas geográficas. Guthrie também reconstruiu o protobanto como a protolíngua deste grupo de idiomas. A atual abrangência do grupo linguístico deve-se à expansão banta, que provavelmente ocorreu há aproximadamente 2000 anos.
A palavra banto é uma reconstrução do protobanto criada pelo linguista alemão Wilhelm Bleek com o significado de povo ou gente. A palavra é formada a partir do radical _ntu referindo-se a um ser humano e o prefixo ba_ para indicar o plural, comum a muitas das línguas bantas.[1] Bleek e mais tarde Carl Meinhof fizeram estudos comparativos das gramáticas destas línguas.
Existe alguma controvérsia sobre a identidade de alguns idiomas bantos, que alguns linguistas consideram dialetos de uma língua. Em Moçambique, por exemplo, a língua principal do sul do país é a língua tsonga, embora os seus dialetos, changana, ronga e xitswa sejam muitas vezes considerados línguas separadas.
Estrutura[editar | editar código-fonte]
A característica gramatical mais proeminente dos idiomas bantos é o uso extensivo de prefixos. Cada substantivo pertence a uma classe e cada idioma pode ter aproximadamente dez classes, um pouco como gêneros em idiomas europeus. A classe é indicada por um prefixo no substantivo, como também em adjetivos e verbos que concordam com aquele. O plural é indicado por uma mudança de prefixo.
O verbo tem vários prefixos. Por exemplo, em suaíli "Mtoto mdogo amekisoma" significa "A criança pequena leu isto" (um livro). Mtoto, "criança", governa o prefixo do adjetivo m - , e o sujeito do verbo com o prefixo a - . A seguir vem o tempo do verbo (perfeito) -me - e um marcador de objeto -ki - concordando com kitabu (implícito), livro. O plural desta frase é: Watoto wadogo wamekisoma; se usarmos o plural para livros (vitabu ), a frase torna-se: Watoto wadogo wamevisoma.
O idioma banto com o número maior de falantes é o suaíle; analisando a história deste idioma, alguns linguistas acreditam que os idiomas bantos formam um contínuo desde línguas tonais até idiomas sem nenhum tom.
Outros idiomas bantos importantes incluem o lingala, o luganda, o quicongo, o quimbundo,o umbundo, o chócue, e o nianja na África Central e Oriental, e o xona, o ndebele do norte, o tsuana, o sesotho, o zulu, o xhosa, o ovambo, o sepedi, e o suázi na África Meridional.
Denominações[editar | editar código-fonte]
Alguns idiomas bantos são vulgarmente conhecidos pelos não africanos pelo nome sem o prefixo que funciona como um artigo definido (Swahili para Kiswahili, Zulu para isiZulu, etc.), mas a forma nua não acontece tipicamente no idioma: no Botswana as pessoas são batswana, uma pessoa é um motswana, e o idioma é sempre setswana.
Referências
- ↑ Raymond O. Silverstein (1968). «A note on the term 'Bantu' as first used by W. H. I. Bleek» (em inglês). Consultado em 29 de Agosto de 2018