Lúcio Cecílio Metelo (cônsul em 251 a.C.)
Lúcio Cecílio Metelo | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 251 a.C. 247 a.C. |
Nascimento | 290 a.C. |
Morte | 221 a.C. (69 anos) |
Lúcio Cecílio Metelo (290 a.C. – 221 a.C.; em latim: Lucius Caecilius Metellus) foi um político da família dos Metelos da gente Cecília da República Romana eleito cônsul por duas vezes, em 251 e 247 a.C., com Caio Fúrio Pácilo e Numério Fábio Buteão respectivamente. Foi também pontífice máximo em 243 a.C. e ditador em 224 a.C.. Era filho de Lúcio Cecílio Metelo Denter, cônsul em 284 a.C. morto na Batalha de Arrécio, e teve três filhos: Lúcio Cecílio Metelo, tribuno da plebe, Quinto Cecílio Metelo, cônsul em 206 a.C., e Marco Cecílio Metelo, pretor.
Primeiro consulado (251 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Metelo foi nomeado cônsul a primeira vez com Caio Fúrio Pácilo em 251 a.C., o décimo-quarto ano da Primeira Guerra Púnica. Ambos foram enviados à Sicília para combater a Asdrúbal Hanão, o general cartaginês. Os soldados romanos estavam tão vivamente alarmados pelos elefantes do exército cartaginês, que os seus generais não ousavam a atacar o inimigo, mas permaneceram inativos durante muito tempo. Afinal, quando Fúrio Pácilo foi convocado à Itália com uma parte das forças, Asdrúbal aproveitou a oportunidade para atacar a Panormo, mas foi totalmente derrotado por Metelo, na Batalha de Panormo, na qual matou um grande número das suas tropas e capturou todos os seus 140 elefantes, alguns dos quais exibiu depois no seu triunfo em Roma. Esta vitória estabeleceu a supremacia romana na Sicília, e pôde ter uma influência decisiva na sorte da guerra.[1][2][3] Os elefantes apareceram depois, com frequência, em memória desta vitória, nas moedas cunhadas em honra aos Cecílios Metelos.
Mestre da cavalaria (249 a.C.)
[editar | editar código-fonte]A partir das desastrosas perdas navais de Públio Cláudio Pulcro e Lúcio Júnio Pulo na Batalha de Drépano, em 249 a.C., o Senado decidiu nomear Aulo Atílio Calatino ditador no lugar de Marco Cláudio Glícia e escolheu como mestre da cavalaria (magister equitum) Lúcio Cecílio Metelo. Foi-lhe imediatamente encomendado liderar os exércitos na Sicília, tornando-se assim no primeiro ditador romano a encabeçar um exército fora da Itália.
Segundo consulado (247 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Em 247 a.C., o décimo-oitavo ano da Primeira Guerra Púnica, foi eleito cônsul com Numério Fábio Buteão. Cecílio Metelo assume o comando das operações em Lilibeu e Numério Fábio, em Drépano.[4]
Pontífice máximo (243 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Quatro anos depois (243 a.C.) foi eleito pontífice máximo e permaneceu no cargo durante vinte e dois anos. Deve, portanto, ter morrido pouco antes do começo da Segunda Guerra Púnica em 221 a.C. Durante o seu mandato um ato heróico seu foi registrado pelos historiadores: em 241 a.C. resgatou o Paládio e outros objetos sagrados quando o Templo de Vesta estava em chamas, mas perdeu a vista por isto. O Senado recompensou-o com o direito de ser carregado numa liteira nas assembleias. Em memória a este evento, os Cecílios Metelos cunharam, em anos posteriores, moedas representando o Paládio.
Foi sucedido no pontificado por Lúcio Cornélio Lêntulo Caudino.
Ditador (224 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Em 224 a.C., Lúcio Metelo foi nomeado ditador comitiorum habendorum causa, com o objetivo de realizar as eleições consulares, pois os cônsules estavam fora da cidade. Ele escolheu Numério Fábio Buteão como seu mestre da cavalaria. Os seus méritos e distinções foram registrados por Plínio, o Velho, num trecho da oração fúnebre pronunciada por seu filho, Quinto Cecílio Metelo.[3][5]
Árvore genealógica
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Caio Aurélio Cota |
Lúcio Cecílio Metelo 251 a.C. |
Sucedido por: Lúcio Mânlio Vulsão Longo II com Caio Atílio Régulo II |
Precedido por: Caio Aurélio Cota II com Públio Servílio Gêmino II |
Lúcio Cecílio Metelo II 247 a.C. |
Sucedido por: Mânio Otacílio Crasso II |
Referências
- ↑ Políbio I 39, 40, Floro II 2. § 27; Eutrópio II 24; Paulo Orósio iv. 9; Frontino Strateg. II 5. § 4; Cícero De Rep. i. 1; Dionísio de Halicarnasso II 66.
- ↑ Lívio Ab Urbe Condita Epit. XIX
- ↑ a b Plínio, o Velho, História Natural VII 43. s. 45
- ↑ Dião Cássio, Livro XII, 16, preservado em epítome por Zonaras, Livro VIII [online]
- ↑ Cícero Catilinárias 9, Pro Scaur. 2; Dionísio de Halicarnasso II 66; Valério Máximo I. 4. § 4; Ovídio, Fastos VI 436.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- Manuel Dejante Pinto de Magalhães Arnao Metello and João Carlos Metello de Nápoles, "Metellos de Portugal, Brasil e Roma", Torres Novas, 1998 (em português)
- Nascidos em 290 a.C.
- Mortos em 221 a.C.
- Cônsules da República Romana
- Romanos antigos do século III a.C.
- Comandantes da Primeira Guerra Púnica
- Romanos envolvidos nas Guerras Púnicas
- Almirantes romanos
- Pontífices máximos da Roma Antiga
- Caecilii Metellii
- Ditadores romanos
- Mestres da cavalaria da República Romana
- Nascidos no século III a.C.