Lista de prefeitos de Caetité

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Prefeito de Caetité

Brasão de armas do município de Caetité
No cargo
Valtécio Neves Aguiar

desde 1 de janeiro de 2021
Duração Quatro anos com direito a uma reeleição
Criado em 5 de abril de 1810
Primeiro titular Antônio de Sousa Maciel
(1810-1814)
Sucessão Através de voto direto
Vice Walmique Trindade
Website caetite.ba.gov.br

Esta lista dos intendentes e prefeitos de Caetité elenca aqueles que exerceram, ao longo dos mais de dois séculos de vida política, o comando executivo como intendentes e prefeitos da cidade, emancipada a 5 de abril de 1810.

Caetité é um tradicional berço de políticos que desde o século XIX atuam na vida política da cidade, do estado e, até, do país, com nomes como Aristides Spínola, César Zama, Rodrigues Lima, Bráulio Xavier, Nestor Duarte, Anísio Teixeira, Ovídio Teixeira, Prisco Viana, Paulo Souto, Paulo Jackson, Haroldo Lima, Ivana Bastos, etc., além de ter sido o centro de lideranças como Deocleciano Teixeira.

Tendo participado ativamente em momentos históricos como a guerra pela Independência,[1] enfrentou períodos por vezes turbulentos em episódios como o Mata-Maroto[2] ou o que levou ao "cerco da Câmara" e ao "cerco da rua Barão", em 1923.[3].

História política[editar | editar código-fonte]

Foto antiga mostrando a posse de Ovídio Teixeira como prefeito de Caetité, em 1948.
Posse de Ovídio Teixeira como prefeito, em 1948. Na imagem ainda aparecem o Mons. Luís Pinto Bastos e Alfredo José da Silva, antecessor no cargo.

Nos primeiros anos de emancipada restam poucos registros, mas já demonstram o papel importante que tinha a família Gomes de Azevedo com o cônego Sabino e seu irmão Joaquim Venâncio que viriam a culminar com o destaque de José Antônio Gomes Neto, futuro Barão de Caetité. Outras famílias tradicionais ocuparam o poder, como os Faria Fraga, Brito Gondim, Fagundes. Nesse contexto o padre Policarpo de Brito Gondim foi eleito deputado provincial e Manoel José Gonçalves Fraga nomeado juiz, cargo que o próprio Gomes Neto viria a ocupar.[4]

A pesquisadora Lielva Aguiar registrou, sobre esse período, as disputas havidas entre os conservadores, de Gasparino Moreira de Castro, e liberais, sendo estes últimos representados pelo grupo do coronel José Antônio Spínola do qual faziam parte Gomes Neto e Bráulio Xavier da Silva Pereira (que fora deputado provincial e cunhado de Gomes Neto). Integrava então a cidade o 5º distrito eleitoral.[5]

Proclamada a República a disputa local polarizou-se entre grupos chamados de morcegos (família Rodrigues Lima) caititus (família Teixeira); essa influência se dava em cidades vizinhas, como Monte Alto e, depois, Guanambi.[6]

Com a redemocratização a política caetiteense ficou polarizada entre dois grupos políticos. No dizer de Jairo Nascimento, após o pleito de 2020: "Em Caetité, região Sudoeste da Bahia, os grupos são chamados também por nomes de pássaros, Jacu e Cocá. O primeiro é vinculado à família Ladeia, que teve como representante máximo o médico Ricardo Ladeia. O segundo, à família de Dácio Oliveira. E na eleição mais recente, com a vitória de Valtécio Aguiar (PDT), que rompeu com a alternância de poder entre os dois grupos, candidato independente, seu grupo passou a se chamar de Canarinho". (itálicos originais)[7]

Reino Unido e Período Imperial (1810-1889)[editar | editar código-fonte]

Reino Unido e Período imperial (1810–1889)
Nome Imagem Partido Início do mandato Fim do mandato Ref. Observações
1 Antônio de Sousa Maciel
1810 1814 [8]
2 Francisco Rodrigues Carneiro
1815 1818 [8]
3 Caetano Pires Bandeira
1819 1822 [8]
4 Jorge da Silveira Machado
1823 1826 [8]
5 Agostinho Carmelino Leão
1827 1830 [8]
6 Jacinto Antônio de Brito
1831 1834 [8]
7 Felipe Rodrigues Ladeia
1835 1836 [8] Primeiro membro da família Ladeia a ocupar o cargo
8 Joaquim Venâncio Gomes de Azevedo
1837 1844 [8] [2] Durante seu mandato ocorre o Mata-Maroto.
9 Jacinto Antônio de Brito
1845 1848 [8]
10 José Antônio Pimenta
1848 1852 [8]
11 Porfírio de Brito Gondim
1853 1858 [8][9] Os "Brito Gondim" são da família mais antiga da cidade, com registro desde o séc. XVIII. Porfírio foi o primeiro da família a governar a cidade.
12 José de Sousa Fraga
1859 1860 [8] A família Fraga exerceu importante liderança na cidade, até a Proclamação da República, quando se mudaram para São Paulo.[10]
13 José Antônio Pimenta
1861 1861 [8]
14 Cipriano José das Neves
1862 1865 [8]
15 Gregório de Sousa Barros
1866 1871 [8] Pela Lei Provincial 995 de 12 de outubro de 1867 a Vila Nova do Príncipe e Santana do Caetité é elevada a cidade, passando a se chamar apenas Caetité'.
16 Joaquim Manoel Rodrigues Lima
1872 1875 [8][11] Rodrigues Lima veio a ser o primeiro governador eleito do estado, na República.
17 Antônio Joaquim de Lima
1866 1871 [8]
18 José Antônio Gomes Neto
1880 1884 [8] Primeiro e único Barão de Caetité
19 Antônio Joaquim de Lima
1885 1888 [8]
20 Joaquim Manoel de Brito Gondim
1889 1889 [8]

Período republicano (1899–1988)[editar | editar código-fonte]

Primeira República (1889–1930)
Nome Imagem Partido Início do mandato Fim do mandato Ref. Observações
21 Joaquim Manoel Rodrigues Lima
1890 1891 [12] Eleito governador, foi substituído pelo presidente da Câmara
22 Deocleciano Teixeira
1892 1892 [12] Presidente da Câmara, substituiu Rodrigues Lima
23 Cleófano Meireles
1893 1893 [8] Renunciou, foi substituído pelo presidente da Câmara
24 Deocleciano Teixeira
1894 1895 [12] Presidente da Câmara, substituiu Cleófano Meireles
25 José Antônio Rodrigues Lima
1896 1903 [12] "Coronel Cazuzinha", maior adversário de Deocleciano
26 Otacílio Rodrigues Lima
1904 1907 [12] Irmão do "Coronel Cazuzinha"
27 Joaquim Manoel Rodrigues Lima Júnior
1908 1911 [12] Sobrinho do "Coronel Cazuzinha", genro de seu adversário Deocleciano Teixeira
28 José Antônio Rodrigues Lima
1912 1915 [12] "Coronel Cazuzinha", segundo mandato
29 Antônio Rodrigues Ladeia
1916 1918 [12] Genro de Deocleciano Teixeira, afastou-se por doença em 1917 quando ocupou o cargo interinamente Antonino Soares Públio
30 José Antônio de Castro Tanajura
1919 1919 (até agosto) [12] Interino
31 Monsenhor Luís Pinto Bastos
1919 (a partir de agosto) 1920 (até maio) [12] Interino
32 José Antônio de Castro Tanajura
1920 1923 [12] Segundo mandato, eleito
33 Ovídio Antunes Teixeira
1924 1927 [12] Aliado de Deocleciano, torna-se seu herdeiro político
34 Francisco Joaquim Bastos
1928 1929 [12] Renunciou
35 Ovídio Antunes Teixeira
1929 1930 [12] Interino, afastado com o golpe de 1930
Segunda República e Estado NovoEra Vargas (1930–1945)
36 Francisco Joaquim Bastos
1930 1931 [12]
37 Ovídio Antunes Teixeira
1932 1934 [12]
38 Clóvis Moreira da Cunha
1935 1938 [12]
39 Osvaldino Moreira da Silveira
1939 1940 [12]
40 Godofredo Chaves
1941 1942 [12]
41 Antônio Vieira
1943 1944 [12]
42 Antônio Meireles
1944 1945 (junho) [12]
43 Clemente Ladeia Tanajura
1945 - julho 1945 - agosto [12] Renunciou
44 Antônio Carlos Souto
1945 - agosto 1946 - janeiro [12] Juiz da comarca, dirigiu a intendência até a eleição do novo prefeito. Era pai do ex-governador Paulo Souto
Quarta República (1945–1964)
45 Alfredo José da Silva
1946 1947 [13] Foi diretor da Escola Normal
46 Ovídio Antunes Teixeira
1948 1950 [13]
47 Felinto Souza
1951 1952 [13] Renúncia, assume o presidente da Câmara
48 João Vieira Teixeira
1952 1952 [13] Interino, presidente da Câmara, renunciou
49 Clóvis Moreira da Cunha
1953 1954 [13] Renunciou
50 João Vieira Teixeira
1954 1954 [13] Interino, presidente da Câmara
51 José Aristeu Gottschalk Martins
1954 1954 [13] Interino
52 Odulfo Vieira Domingues
1955 1957 [13] Interino
53 Clóvis Moreira da Cunha
1957 1958 [13]
54 Décio Montenegro Cerqueira
1958 1961 [13]
55 João Vieira Teixeira
1961 1962 [13] Interino, presidente da Câmara
56 José Neves Teixeira
1963 1966 [13][14] Conhecido como Binha Teixeira: após seu mandato mudou-se para Guanambi, governando aquela cidade por duas vezes.
Ditadura militar no Brasil (1964–1985)
57 José Augusto Teixeira Ladeia
1967 1970 [15]
58 Clarismundo Francisco Pontes
1971 1972 [15]
59 Janir Aguiar
1973 1976 [15]
60 Nivaldo Oliveira
1977 1982 [15] Mandato prorrogado
62 Clarismundo Francisco Pontes
1983 1988 [15] Mandato prorrogado

Nova República (redemocratização – presente)[editar | editar código-fonte]

Sexta República (1985–presente)
Nome Imagem Partido Início do mandato Fim do mandato Vice-prefeito(a) Ref. Observações
63 Dácio Alves de Oliveira
1989 1992 (Vavá Teiú) [15]
64 Olimar Oliveira Rodrigues
1993 1996 Juarez Cardoso Neves [15]
65 Dácio Alves de Oliveira
PFL 1997 2000 (João do Anguá) [15]
66 Ricardo de Tadeu Ladeia
PSDB 2001 2004 José Silveira Rocha (Tota - PMDB) [7]
67 Ricardo de Tadeu Ladeia
PSDB 2005 2008 José Silveira Rocha (Tota - PMDB) [7] Reeleito
68 José Barreira de Alencar Filho
PSB 2009 2012 Maria de Fátima Silveira Oliveira (PCdoB) [16]
69 José Barreira de Alencar Filho
PSB 2013 2016 Maria de Fátima Silveira Oliveira (PCdoB) [17] Reeleito
70 Aldo Ricardo Cardoso Gondim
PSB 2017 2020 Jaquele Fraga Teixeira (Drª Kelly - PCdoB) [18]
71 Valtécio Neves de Aguiar
PDT 2021 2024 Walmique Trindade (Solidariedade) [7]

Notas e referências

Notas

Referências

  1. Poliana Antunes (29 de junho de 2019). «Conheça a história e a importância do 2 de Julho na Bahia». Tribuna da Bahia. Consultado em 1 de novembro de 2023. Cópia arquivada em 29 de junho de 2019 
  2. a b Cotrim 1997.
  3. Santos 1997, p. 254-255.
  4. Santos & 1997 263.
  5. Aguiar 2019.
  6. Vasconcelos 2023.
  7. a b c d Nascimento 2022.
  8. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u Santos 1997, p. 260.
  9. Santos 1997, p. 138.
  10. Chaves 2012.
  11. Silva 1932.
  12. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w Santos 1997, p. 260-261.
  13. a b c d e f g h i j k l Santos 1997, p. 261.
  14. Ari Donato (13 de agosto de 2009). «Guanambi - 90 anos de história, independência e desenvolvimento». Tribuna Popular. Consultado em 2 de maio de 2023. Cópia arquivada em 19 de setembro de 2020 
  15. a b c d e f g h Santos 1997, p. 262.
  16. Institucional. «Caetité eleição 2008». TSE. Consultado em 7 de dezembro de 2023 
  17. «Apuração Caetité». G1. 2016. Consultado em 7 de dezembro de 2023 
  18. «Apuração Caetité». G1. 2012. Consultado em 7 de dezembro de 2023 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]