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Língua túlu

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Túlu

ತುಳು, തുളു

Falado(a) em: Carnataca, Norte de Querala,  Índia
Região: Tulu Nadu
Total de falantes: 1,850,000 (censo de 2011)[1]
Família: Dravídica
 Dravídica do Sul
  Dravídica do Sul I
   Dravidica do sudoeste
    Kudiya–Tulu
     Túlu
Escrita: Alfabeto Tigalari
Alfabeto Canarese
Alfabeto Malaio
Alfabeto Túlu
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: tcy
Distribuição dos falantes da língua túlu na Índia

Túlu (ou tulu, ou tulú) (ತುಳು ou തുളു) é uma língua dravídica falada na Índia, na região Dakshina Kannada, na parte sul de Udupi, Carnataca e também nas partes nortes do distrito de Kasaragod, Querala, região também conhecida como Tulu Nadu.[2]

A língua túlu é considerada em situação de vulnerabilidade pelo Atlas Mundial das Línguas da Unesco[3] e é falada por 1,846,427 de nativos Tulu na Índia, de acordo com o censo realizado na Índia em 2011.[1] O nome dado aos falantes do túlu é Tuvala, referentes a região de Tulu Nadu.

Uma hipótese da origem da palavra tuluva, explica que essa se originou da palavra turuva (ತುರುವ), em que turu significa 'vaca' e se refere-se ao lugar dominado pelo yadava, que significaria 'vaqueiro'.[4]

Outra interpretação da origem do nome túlu, sugerida pelo linguista Purushottama Bilimale, diz que tulu significa 'aquilo que está relacionado à água', visto que muitas palavras em túlu, como talipu, teli, teLi, teLpu, tuLipu, tulavu e tamel também são relacionadas a água. Além disso, as palavras tuLuku e toLe, no Kannada, significa 'aquilo que tem características da água'.[carece de fontes?]

Distribuição Geográfica

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Antigo reino de Alva Kheda

Antigamente, a região que se estende do rio Chandragiri, que hoje faz parte do distrito de Kasaragod em Querala, e que vai até Gokarna, hoje parte do distrito de Uttara Kannada, em Carnataca, conhecida como Alva Kheda, foi governada pelos Alupas e era a terra natal dos falantes de túlu. Atualmente, a região que abrange o maior número de falantes da língua é Tulu Nadu, que compreende os distritos de Dakshina Kannada, Udupi de Carnataca e Kasaragod, em Querala até o rio Payaswani, também conhecido como Chandragiri. As cidades de Mangalor, Udupi e Kasaragod são o centro da cultura Tulu.

Distritos do sul de Carnataca (1956)

A língua túlu está majoritariamente contida na parte sul da Índia, sendo amplamente falado em Dakshina Kannada, parcialmente no distrito de Udupi em Carnataca e, até certo ponto, em Kasaragod de Querala. O estado de Carnataca se destaca e é onde o túlu parece mais prosperar atualmente. Com isso, esforços estão sendo feitos para tornar a língua túlu uma das línguas oficiais da Índia.[5][6]

As diferentes regiões dentro Tulu Nadu acabaram desenvolvendo diferentes dialetos e particularidades da língua túlu. Essas regiões podem ser compreendidas em:

  1. Sudoeste: compreendendo o distrito de Kasargod de Querala
  2. Sudeste: incluindo Sullia e Kodagu
  3. Sul Central: composto por Puttur, Belthangady e Bantwal
  4. Noroeste: compreendendo a área de Mangalor e Udupi
  5. Nordeste: incluindo Karkala

É falado pela maioria das pessoas de Tulu Nadu (exceto pelos Brâmanes), e é o dialeto usado no comércio, no entretenimento e na comunicação da comunidade. É dividido em mais cinco grupos: os Bunts, Billavas, Mogaveeras, Gowdas and Kumabaras, que devido a suas semelhanças foram agrupados no título comum de Túlu Comum ou Dialeto Comum. Tem como característica o som das palavras do sânscrito, que soam como palavras não retroflexas.[7]

Túlu Brâmane

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Falado por Shivalli e Sthanika Brâmanes (comunidade em Carnataca), é a língua usada na escrita da pouca literatura clássica descoberta até agora. Eles também pegaram emprestadas palavras em sânscrito e a pronúncia de palavras. Até palavras dravídicas foram registradas como palavras retroflexas, assim como são em sânscrito, o que não é comum em línguas dravídicas.[7]

Dialeto Jainista

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Falado pelos jainistas na parte norte de Tulu nadu. Algumas características do túlu foram mudadas, como as palavras que têm iniciais com t e s foram substituídos pela letra h. Por exemplo, a palavra tare (cabeça) é pronunciada como hare e saadi (caminho) é pronunciada como haadi.[7]

Dialeto das tribos

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É falado pelas pessoas de Mera, Mansa e outras tribos de Tulu Nadu. Esse dialeto se assemelha muito com o Comum, embora ainda apresente particularidades. O som das letras t e s nas palavras é substituído pelo som do c, como em tare (cabeça) é pronunciada como care, saadi como caadi e onasu (refeição) como onacu. Além disso, palavras não retroflexas são pronunciadas como retroflexas.[7]

Tabela comparativa dos dialetos[8]
Comum Jainista Tribos Definição em

português

Tarè Harè Carè Cabeça
Taḍpè Haḍpè Caḍpè Peneira
Sappu Happu Cappu Folha
Taadi/Saadi Haadi Caadi Caminho
Barso Barco Chuva
Muṇḍāsu Muṇḍācu Turbante
Elle Eḷḷe Amanhã
Bāno Bāṇo Céu
Tabela comparativa dos dialetos[8]
Comum Brâmane Definição em

português

Aani Aaṇi Unha
Ball Baḷḷ Corda
Pusatt Posatt Novo
Nila Nela Chão
Lappu Aḷappu Medir
Laccil Oḷaccil Arvoredo
Portu Poḷtu Tempo

As vogais no túlu, diferentemente da língua portuguesa, são divididas em curtas, longas, ditongais e infinitas. É comum nas línguas dravídicas as cinco vogais curtas e as cinco vogais longas (a, ā, e, ē, u, ū, i, ī, o, ō).[9] Esse alfabeto possui 15 vogais, 34 consoantes e dois "médios".[10]

Anterior Central Posterior
curta longa curta longa curta longa
Fechada i ʊ
Média e e̞ː ə əː o
Aberta a e ɒ ä

O túlu possui 25 consoantes classificadas e 9 não classificadas.[10]

Labial Dental Retroflexa Palatal Velar
Nasal m n ɳ ɲ ŋ
Oclusiva/
Fricativa não-sibilante
Vozeado p t ʈ c (t͡ʃ) k
Desvozeado b d ɖ ɟ (d͡ʒ) ɡ
Fricativa s ( ʃ )
Aproximante ʋ j
Lateral l ( ɭ )
Rótica ɾ

No túlu há duas letras médias, que adicionam um som a mais para a sílaba. São elas: ૦, que soa como um m ou n; e ః que soa como um ar a mais na fala.[10]

Tulu script.
"Língua Túlu" escrito em túlu

Ao longo do tempo, várias inscrições históricas de túlu encontradas em torno de Barkur e Kundapura estão na escrita Tigalari.[2] Por volta do século XI e XII, a escrita túlu foi usada pelos brâmanes de Tulu Nadu em Querala, para escrever mantras védicos e outras obras em sânscrito. A escrita túlu é parente da escrita brami e da malaiala já que todas derivaram do grantha.[11] No entanto, no século XVIII, o uso da escrita canarês para escrever túlu se fortaleceu e, a indisponibilidade de documentação na escrita túlu contribuíram para a marginalização desta, que atualmente é pouco estudada para fins de pesquisa e religião. A escrita canarês tornou-se gradualmente a escrita contemporânea da língua túlu. Todas as obras e literatura moderna são feitas na escrita canarês, ainda que o túlu tenha a própria escrita.[carece de fontes?]

A língua túlu por muito tempo não possuiu um alfabeto próprio, e já usou o alfabeto malaiala e o alfabeto canarês, que até hoje é adotado para a escrita e documentação. No entanto, hoje o túlu possui um alfabeto próprio e está passando por um processo de reconhecimento como uma das línguas oficiais da Índia.[6]

Comparação entre o alfabeto túlu (em preto), o canarês (em azul) e o malaio (em verde).

Sílabas (no alfabeto túlu)

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Na escrita túlu não há distinções entre vogais longas e curtas e - ē, ou como o - ō'.

Image:Glifos Tulu

No túlu os pronomes são divididos entre pessoais, demonstrativos, reflexivos, interrogativos e indefinidos.

Os pronomes pessoais são aqueles que indicam a pessoa gramatical do discurso, podendo variar de acordo com o número gramatical (singular e plural) e o gênero gramatical.[12]

Pronomes pessoais (escrita canarês)
Pessoa Singular Plural
1° pessoa ಯಾನ್ yān

(eu)

ಯೆಂಕುಲು yeṅkulu

ನಮ nama

(nós)

2° pessoa ī

(você)

ನಿಕುಳು nikuḷu

ಈರು īrụ

(vocês)

3° pessoa Próximo ಇಂಬೆ imbe

(ele) ಮೋಳ್ mōḷ (ela)

ಮೇರ್ mēr

(eles)

ಮೋಕುಳು mōkuḷu

(elas)

Longe ಆಯೆ āye

(ele)

ಆಳ್ āḷ

(ela)

ಆರ್ ār

(eles)

ಆಕುಳು ākuḷu

(elas)

Demonstrativos

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Os pronomes demonstrativos são aqueles que identificam ou especificam o objeto ou entidade ao qual o falante se refere em seu discurso.[13]

Pronomes demonstrativos (escrita canarês)
3° pessoa Singular Plural
Próximo ಇಂದು indu

(esse)

ಉಂದೆಕುಳು undekuḷu

(esses)

Longe ಉಂದು undu

(aquele)

ಐಕುಳು aikuḷu

(aqueles)

Estes pronomes são usado com referência a algum outro substantivo ou pronome da terceira pessoa que o precede. Na voz reflexiva, o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, ou seja, pratica e recebe a ação ao mesmo tempo.[12]

Pronomes reflexivos (escrita canarês)
Singular Plural
ತಾನ್ tān

(ele/ela mesmo, em si)

ತನ್ ಕುಳು tankuḷu

(eles/elas mesmos)

Interrogativos

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Pronomes interrogativos são aqueles empregados em orações interrogativas diretas ou indiretas.[13][14]

  • ಯೇರ್ yēr (quem?)
  • ದಾನೆ dāne / ದಾದವು dādavu / ಯೆಂಚಿತ್ತಿ yen̄citti (o quê?)
  • ವಾ / ದಾ / ವೊವು vovu (qual?)
  • ಯೇತ್ yēt (quanto?)

Os pronomes indefinidos são aqueles que se aplicam a terceira pessoa gramatical, quando o objeto ou elemento da frase é indicado de um modo vago e indeterminado.[13]

  • ಒರಿ ori / ಒರ್ತಿ orti / ಒಂಜಿ onji (um)
  • ಒರಿ ori (um homem)
  • ಒರ್ತಿ orti (uma mulher)
  • ಒಂಜಿ onji (uma coisa)
  • ಯೇರ್ಲಾ yērlā, ಯೇರಾಂಡರ್ಲಾ yērānḍarlā (qualquer um)
  • ಪಾಕ pāka (alguns)
  • ಒಂತೆ onte (alguns poucos)
  • ಮಾತ māta (todos)
  • ಅನೇಕ anēka / ಬಹಳ bahaḷa (muitos)
  • ದಿಂಜ dinja (bastante)

No túlu, os substantivos são divididos em três gêneros: masculino, feminino e neutro. Os nomes de homens e de deuses são masculinos, o de mulheres e de deusas são femininos e os de amimais e objetos inanimados são geralmente neutros.

A palavra ಆಣ್ āṇ (macho) costuma ser prefixada em palavras para mostrar que são masculinas, como em ಆಣ್ ಬಾಲೆ āṇbāle (menino) e em ಆಣ್ ಪಿಲಿ āṇpili (tigre). Já a palavra ಪೊಣ್ಣು poṇṇu (fêmea) costuma ser prefixada para mostrar palavras femininas, como em ಪೊಣ್ಣುಬಾಲೆ poṇṇubāle (menina) e ಪೊಣ್ಣುಪಿಲಿ poṇṇupili (tigresa). [15]

Número do substantivo

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Os substantivos podem ser ou no singular ou no plural. O que vai definir essa diferença vai ser a partícula final. Para palavras no plural, usa-se "ರ್" r ou "ಳು" ḷu, como em ಕರ್ತವೆ kartave (lorde) - ಕರ್ತವೆರ್ kartaver (lordes); ಮೇಜಿ mēji (mesa) - ಮೇಜಿಳು mējiḷu (mesas). No caso de plural para relações entre pessoas, usa-se a partícula "ಆಡ್ಳು" āḍỊu, como em ಅಮ್ಮಡ್ಳು am'maḍḷu (pais) e em ಸಹೋಡೃಿಯಾಡ್ಳು sahōḍr̥iyāḍḷu (irmãs). Já no singular, usa-se a partícula "ಕುಳು" kuḷu, como em ಕುರಿ kuri (ovelha) - ಕುರಿಕುಳು kurikuḷu (ovelhas).

Quando são usados os números cardinais para se referir a pessoas, coloca-se o numeral na frente do substantivo, como em ಒಂಜಿ ಜನ oji jana (uma pessoa) e em ರಡ್ಡ್ ಮಂದೆ raḍḍ mande (duas pessoas).[15]

Os adjetivos no túlu são divididos entre adjetivos simples, perifrásticos e negativos. Como a língua possui poucos adjetivos simples, muitos verbos auxiliares são usados no particípio para serem usados no lugar de adjetivos, como em ಆಪಿನಿ āpini (tornar-se) e ಆದುಪ್ಪುನಿ āduppuni (ser/ter se tornado), como também na forma negativa ಡಾಂತಿ dānti (não ser/ter se tornado).[16]

  • Exemplos de adjetivos simples:
    • ಪೊಸ posa (novo) -> ಪೊಸ ಕುಂಟು posa kunṭu (roupa nova);
    • ಪೊರ್ಲು porlu (bom/fino) -> ಪೊರ್ಲು ಬಾಲೆ porlu bāle (boa criança);
    • ಯೆಡ್ಡೆ yeḍḍe (bom) -> ಯೆಡ್ಡೆ ಮಾರ್ಗ yeḍḍe mārga (bom caminho).
  • Exemplos de adjetivos perifrásticos:
    • ಬೇನೆ bēne (dor) -> ಬೇನೆ ಇತ್ತಿ bēne itti / ಬೇನೆ ಉಪ್ಪು bēne uppu (dolorido) -> ಬೇನೆ ಉಪ್ಪು ಸಂಕಡ bēne uppu sankaḍa (doença dolorida);
    • ಕತ್ತಲೆ kattale (escuridão) -> ಕತ್ತಲೆ ಇತ್ತಿ kattale itti / ಕತ್ತಲೆ ಉಪ್ಪು kattale uppu (escuro/que possui escuridão) -> ಕತ್ತಲೆ ಇತ್ತಿ ಕೋಣೆ kattale itti kōṇe (quarto escuro).
  • Exemplos de adjetivos negativos:
    • ಗತಿ ದಾಂತಿ ನರಮಾನಿ gati dānti naramāni (homem que não ajuda).

Adjetivos comparativos

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Como no túlu não existe especificamente adjetivos comparativos, para construir uma frase em que há a comparação de elementos, usa-se um adjetivo com um substantivo no caso ablativo, que se forma adicionando ಡ್ದ್ ḍd ao substantivo que está sofrendo a comparação. A comparação também pode ser feita usando os casos dativo (ao adicionar ಗ್ g ao substantivo que está sofrendo a comparação) e locativo (ao adicionar ಡ್ ao substantivo que está sofrendo a comparação).[17]

  • Exemplo no caso ablativo:
    • ಈ ನರಮಾನ್ಯಡ್ದ್ ಆ ನರಮಾನಿ ಮಲ್ಲಾಯೆ ī naramān'yaḍd ā naramāni mallāye (aquele homem é maior que esse homem);
    • ಇಂಬೆ ಮಾತೆರೆಡ್ದ್ ಬುದ್ಧಿವಂತೆ imbe mātereḍd bud'dhivante (ele é o mais sábio de todos).
  • Exemplo no caso dativo:
    • ಯೆನ ಕುದುರೆಗ್ ನಿನ ಕುದುರೆ ಮಲ್ಲೆ yena kudureg nina kudure malle (para o meu cavalo, o seu cavalo é maior).
  • Exemplo no caso locativo:
    • ಮಾತ ಕುದುರೆಳೆಡ್ ನಿನ ಕುದುರೆ ಮಲ್ಲೆ māta kudureḷeḍ nina kudure malle (entre todos os cavalos, o seu é o maior).

Os verbos no túlu apresentam três formas: ativa, causal e reflexiva (ou voz do meio).[18]

  • Ativa: a forma genérica do verbo, como o verbo aparece no dicionário. Exemplos: ಮಳ್ಪು maḷpu (fazer); ನಡಪು naḍapu (andar).
  • Causal: os verbos causais são formados ao acrescentar a letra ಆ ā (às vezes ಡು ḍu) ao radical do verbo no tempo verbal presente da forma ativa. Exemplos: ಮಳ್ಪಾ maḷpā (fazer com que); ನಡಪಾ naḍapā (fazer andar).
  • Reflexiva (ou voz do meio): os verbos causais são formados ao acrescentar ಒಣು oṇu no radical do verbo, no tempo verbal imperfeito da forma ativa ou no tempo verbal presente da forma causal. Exemplos: ಮಳ್ತೊಣು maḷtoṇu (fazer você mesmo); ಆಯೆ ತನ್ ಕ್ ಒಂಜಿ ತೋಟೊನು ಮಳ್ಪಾವೊಂಡೆ āye tank on̄ji tōṭonu maḷpāvoṇḍe (ele mesmo fez um jardim).

Modos do verbo

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Os verbos possuem seis modos: indicativo, imperativo, condicional, infinitivo, potencial e subjuntivo. Cada um desse possui uma forma positiva e uma negativa.[19]

Tempos dos verbos

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No túlu, há três tempos verbais principais: Presente, Passado e Futuro. Os tempos de Passado e Futuro têm a forma Perfeita e Imperfeita, 1° e 2° futuro. [20]

Conjugação dos verbos

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Os verbos têm duas conjugações principais: aquelas que estão no presente do particípio e terminam em ಉ u, e aquelas que terminam em ಪಿ pi. Cada uma dessas conjugações tem três subdivisões, diferenciados pelas características que aparecem nos tempos presente, passado e futuro do indicativo, a partir do qual todas as demais formas poderão se derivar. Assim existem seis conjugações.[19]

Uma característica dos verbos em túlu é que em suas conjugações, o gênero, o número e a pessoa já são mostrados, sem a frase precisar de um sujeito. É como se o sujeito já fosse "embutido" no verbo. Por exemplo, na frase ಅಡ್ಡ್ಯ ಮಳ್ತೆ aḍḍya maḷte (eu fiz um bolo) não há um sujeito, pois a própria conjugação do verbo já mostra a pessoa que fez o bolo.[21]

Conjugações dos verbos nos tempos verbais[19]
Particípio Presente Passado Futuro
Verbos que terminam em ಉ u ಮಳ್ಪು maḷpu

(fazer)

ಮಳ್ಪುವೆ maḷpuve

(eu faço)

ಮಳ್ತೆ maḷte

(eu fiz)

ಮಳ್ಪೆ maḷpe

(eu vou fazer)

ಬೂರು būru

(cair)

ಬೂರುವೆ būruve

(eu caio)

ಬೂರುಯೆ būruye

(eu cai)

ಬೂರೆ

būre (eu vou cair)

Verbos que terminal em ಪಿ pi ಸೈಪಿ saipi

(morrer)

ಸೈಪೆ saipe

(eu morro)

ಸೈತೆ saite

(eu morri)

ಸೈವೆ saive

(eu vou morrer)

ಪಣ್ಪಿ paṇpi

(falar)

ಪಣ್ಪೆ paṇpe

(eu falo)

ಪಂಡೆ paṇḍe

(eu falei)

ಪಣ್ಂಬೆ paṇmbe

(eu vou falar)


Conjugação do verbo ಮಳ್ಪು maḷpu (fazer) Modo Indicativo no Presente [22]
Pessoa Positivo Negativo
Singular
1° pessoa ಮಳ್ಪುವೆ maḷpuve

(eu faço)

ಮಳ್ಪುಜಿ maḷpuji

(eu não faço)

2° pessoa ಮಳ್ಪುವ maḷpuva

(você faz)

ಮಳ್ಪುಜ maḷpuja

(você não faz)

3° pessoa

(masculino)

ಮಳ್ಪುವೆ maḷpuve

(ele faz)

ಮಳ್ಪುಜೆ maḷpuje

(ele não faz)

3° pessoa

(feminino)

ಮಳ್ಪುವಳ್ maḷpuvaḷ

(ela faz)

ಮಳ್ಪುಜಳ್ maḷpujaḷ

(ela não faz)

3° pessoa

(neutro)

ಮಳ್ಪುಂಡು maḷpuṇḍu

(- faz)

ಮಳ್ಪುಜಿ maḷpuji

(- não faz)

Plural
1° pessoa ಮಳ್ಪುವ maḷpuva

(nós fazemos)

ಮಳ್ಪುಜ maḷpuja

(nós não fazemos)

2° pessoa ಮಳ್ಪುವರ್ maḷpuvar

(vocês fazem)

ಮಳ್ಪುಜರ್ maḷpujar

(vocês não fazem)

3° pessoa

(masculino)

ಮಳ್ಪುವೆರ್ maḷpuver

(eles fazem)

ಮಳ್ಪುಜೆರ್ maḷpujer

(eles não fazem)

3° pessoa

(feminino)

ಮಳ್ಪುವೆರ್ maḷpuver

(elas fazem)

ಮಳ್ಪುಜೆರ್ maḷpujer

(elas não fazem)

3° pessoa

(neutro)

ಮಳ್ಪುವ maḷpuva

(- fazem)

ಮಳ್ಪುಜ maḷpuja

(- não fazem)

Assim como as demais línguas dravídicas, as frases no tulú são formadas no modelo sujeito-objeto-verbo (SOV). Por exemplo, em uma frase como "ele joga bola", seria traduzida para o túlu, literalmente, na ordem "ele bola joga".

Exemplo de frases em túlu[23][24]
Exemplos Frase Transliteração Tradução
1 ಕಡಲ್ ಮಲ್ಲೆ ಆದುಂಡು kaḍal malle āduṇḍu O mar é grande
2 ಉಣಸ್ ಮಳ್ತ uṇas maḷta Nós comemos a refeição
3 ಅರಸು ರಾಜ್ಯವನ್ನು ಆಳುವೆ arasu rājyavannu āḷuve O rei governa o império
  • No exemplo 2, pode-se ter a impressão de que a oração não possui sujeito, mesmo ele estando ali. O que acontece é que no túlu, a conjugação dos verbos já determina em que pessoa e número o verbo está. No caso desse exemplo, o sujeito "nós" já está "embutido" no verbo.

Os números em túlu são divididos em numerais substantivos, adjetivos e adverbiais.[25]

Numerais substantivos

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  • ಒರಿ ori (um homem), ಒರ್ತಿ orti (uma mulher), ಒಂಜಿ onji (uma coisa)
  • ಇರ್ವೆರ್ irver (duas pessoas)
  • ಮೂವೆರ್ mūver (três pessoas)
  • ನಾಲ್ವೆರ್ nālver (quatro pessoas)
  • ಐವೆರ್ aiver (cinco pessoas)
  • ಆಜ್ವೆರ್ ājver (seis pessoas)
  • ಏಳ್ವೆರ್ ēḷver (sete pessoas)
  • ಏಣ್ಮ ಮಂದೆ ēṇma mande (oito pessoas)
  • ಒಂರ್ಬ ಮಂದೆ onrba mande (nove pessoas)
  • ಪತ್ತ್ ಮಂದೆ patt mande (dez pessoas)

A partir do número oito, a palavra ಮಂದೆ mande (pessoa) é adicionada ao número.[25]

Numerais adjetivos

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Números cardinais
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Assim como nas outras línguas dravídicas, o túlu usa o sistema decimal para fazer a contagem.[26]

Número Número no

alfabeto canarês

Escrito Número Número no

alfabeto canarês

Escrito
1 ಒಂಜಿ onji 30 ೩೦ ಮುಪ್ಪ muppa
2 ರಡ್ಡ್ raḍḍ 40 ೪೦ ನಾಲ್ಪ nālpa
3 ಮೂಜಿ mūji 50 ೫೦ ಐವ aiva
4 ನಾಲ್ nāl 60 ೬೦ ಅಜಿಪ ajipa
5 ಐನ್ ain 70 ೭೦ ಎಳ್ಪ eḷpa
6 ಆಜಿ āji 80 ೮೦ ಎಣ್ಪ eṇpa
7 ಏಳ್ ēḷ 90 ೯೦ ಸೊಣ್ಪ soṇpa
8 ಎಣ್ಮ eṇma 100 ೧೦೦ ನೂದು nūdu
9 ಒಂರ್ಬ onrba 200 ೨೦೦ ಇರ್ನೂದು irnūdu
10 ೧೦ ಪತ್ತ್ patt 300 ೩೦೦ ಮುನ್ನೂದು munnūdu
11 ೧೧ ಪತ್ತೊಂಜಿ patton̄ji 400 ೪೦೦ ನಾಲ್ ನೂದು nālnūdu
12 ೧೨ ಪದ್ ರಾಡ್ padrād 500 ೫೦೦ ಐನೂದು ainūdu
13 ೧೩ ಪದ್ ಮೂಜಿ padmūji 600 ೬೦೦ ಆಜಿನೂದು ājinūdu
14 ೧೪ ಪದ್ ನಾಲ್ padnāl 700 ೭೦೦ ಏಳ್ ನೂದು ēḷnūdu
15 ೧೫ ಪದ್ಐನ್ padain 800 ೮೦೦ ಎಣ್ಮನೂದು eṇmanūdu
16 ೧೬ ಪದ್ಆಜಿ padāji 900 ೯೦೦ ಒಂರ್ಬನೂದು onrbanūdu
17 ೧೭ ಪದ್ಏಳ್ padēḷ 1000 ೧೦೦೦ ಸಾರ sāra
18 ೧೮ ಪದ್ಎಣ್ಮ padeṇma 10,000 ೧೦೦೦೦ ಪತ್ತ್ ಸಾರ pattsāra
19 ೧೯ ಪದ್ಒಂರ್ಬ padonrba 1,00,000 ೧೦೦೦೦೦ ಲಕ್ಷ lakṣa
20 ೨೦ ಇರ್ವ irva 1,00,00,000 ೧೦೦೦೦೦೦೦ ಕೋಟಿ kōṭi

Números ordinais

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Os números ordinais são formados ao acrescentar ane no final do número cardinal.[27]

  • 1° ಒಂಜನೆ / ౧ನೆ onjane
  • 2° ರಡ್ಡನೆ / ౨ನೆ raḍḍane
  • 3° ಮೂಜನೆ / ೩ನೆ mūjane
  • 4° ನಾಲನೆ / ೪ನೆ nālane
  • 5° ಐನನೆ / ೫ನೆ ainane
  • 10° ಪತ್ತನೆ / ೧೦ನೆ pattane

Números adverbiais

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Números adverbiais[27]
Numeral Formas de escrever o numeral em túlu
uma vez ಒರ ora ಒರ್ವಾರ orvāra ಒಂಜಿ ಸರ್ತಿ onji sarti
duas vezes ಇರ್ವೊಳು irvoḷu ಇರ್ವಾರ irvāra ರಡ್ಡ್ ಸರ್ತಿ raḍḍ sarti
três vezes ಮುಕ್ಕೊಳು mukkoḷu ಮುತ್ತಾರ muttāra ಮೂಜಿ ಸರ್ತಿ mūji sarti
Provérbios túlu[28]
Provérbio em túlu Tradução literal Significado
ಅಂಡೆದ ಬಾಯಿ ಕಟ್ಟೊಲಿ, ದೊಂಡೆದ ಬಾಯಿ ಕಟ್ಟೊಲ್ಯಾ? A boca de um vaso pode ser amarrada, mas da garganta, a boca pode ser amarrada? Podemos amarrar a boca de um vaso, mas será que podemos fazer a língua de um homem ficar calada?
ಉಪ್ಪು ತಿಂದಿನಾಯೆ ನೀರ್ ಪರ್ವೆ Aquele que comeu sal vai ter que beber água. Nossas ações tem consequências.
ತನ ತರೆಕ್ ತನ ಕೈ Para a testa dele, ele tem a própria mão. Não temos ajuda de ninguém a não ser de nós mesmos.
ತಾನ್ ಕಳುವೆ ಆಂಡ ಊರು ಕಳುವೆಗೆ Se ele próprio é um ladrão, ele pensa que toda a aldeia está cheia de ladrões. Nós julgamos as coisas a partir das nossas próprias percepções.
ನಲಿಪೆರೆ ತೆರಿಯಂದಿನಾಯಗ್ ಬಾಲ್ ವೋರೆಗೆ Quem não sabe dançar diz que o chão é irregular. Tem pessoas que não admitem as próprias falhas e por isso culpam os outros.

Referências

  1. a b «ABSTRACT OF SPEAKERS' STRENGTH OF LANGUAGES AND MOTHER TONGUES - 2011» (PDF). Cópia arquivada (PDF) em 14 de novembro de 2018 
  2. a b «Tulu Page, Tulu Language, History of Tulu language». nriol.com. Consultado em 12 de março de 2024 
  3. «Atlas Mundial Das Línguas da Unesco» 
  4. Tulunadu. [S.l.: s.n.] 
  5. «WHY TULU LANGUAGE DESERVES RECOGNITION FROM KENDRA SAHITHYA ACADEMY AND WHY IT SHOULD BE INCLUDED IN SCHEDULE 8B OF THE CONSTITUTION». web.archive.org. 3 de março de 2016. Consultado em 17 de março de 2024 
  6. a b Bhana, Yusuf (1 de agosto de 2013). «Tulu May Become an Official Language of India». TOPPAN DIGITAL LANGUAGE (em inglês). Consultado em 16 de março de 2024 
  7. a b c d «Tulu Language : Its Script and Dialects by Neria Harish Hebbar, MD». web.archive.org. 10 de maio de 2010. Consultado em 17 de março de 2024 
  8. a b «Dialects of Tulu - Introduction». Tulupedia (em inglês). Consultado em 17 de março de 2024 
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