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Marconi Comunicações Internacionais

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Companhia Portuguesa Rádio Marconi
Marconi Comunicações Internacionais
Sociedade Anónima
Atividade Telecomunicações
Fundação 18 de Julho de 1925
Fundador(es) Marconi Wireless Telegraph Company Limited
Encerramento 2002 (integração na PT Comunicações)
Sede Lisboa, Portugal
Accionistas Marconi Wireless Telegraph Company Limited (49%)
Governo português (51%)
Sucessora(s) PT Comunicações
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A Marconi Relações Internacionais (nome comercial original: Companhia Portuguesa Rádio Marconi; nome formal: CPRM - Companhia Portuguesa Rádio Marconi, SA) foi uma empresa de telegrafia e de satélite portuguesa.

A CPRM - Companhia Portuguesa de Rádio Marconi foi constituída a partir do contrato de concessão celebrado entre o Governo português e a Marconi Wireless Telegraph Company Limited. Os Estatutos da Companhia Portuguesa de Rádio Marconi foram publicados em 18 de Julho de 1925, dando início à actividade preparatória das comunicações sem fios entre Portugal e o resto do Mundo.

A primeira sede localizou-se na Rua de São Julião, n.º 131, em Lisboa, onde foi instalada uma central telegráfica. Também foram construídas uma estação de rádio comunicações em Alfragide e outra em Vendas Novas.

Em 15 de Dezembro de 1926, entram em funcionamento as estações da Madeira e dos Açores, ligando através de rádio comunicações o triângulo Continente - Açores - Madeira. Alguns meses mais tarde, seria a vez de fazer comunicar Lisboa com Madrid, Paris e Berlim, o Brasil e colónias portuguesas de Cabo Verde, Angola e Moçambique.

Década de 30

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Ao longo da década de 30 Portugal assistiu à transformação profunda do clima político e económico nacional, orientado para o regime de autarcia, nacionalista e colonial, onde a rede de telecomunicações constituiu eixo estratégico das ligações entre o continente e os arquipélagos dos Açores e Madeira, os territórios coloniais e a rede mundial. Neste contexto, a Companhia Portuguesa Rádio Marconi iniciou o serviço de comunicações radiotelefónicas, em 1937, estabelecendo circuitos entre Lisboa e Londres,a 10 de Agosto, e Berlim e Paris, 27 do mesmo mês. No ano seguinte foram abertos ao público os circuitos radiotelefónicos Lisboa-Ponta Delgada e Lisboa-Funchal.

Década de 40

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A década de 40 ficou marcada pela Segunda Grande Guerra, período de grave crise, económica e social, que afectou a empresa. Só após o fim do conflito esta voltou a introduzir novos serviços comerciais.

Década de 50

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No início dos anos 50, a rede da empresa dispunha de 48 emissores telegráficos e telefónicos, sendo 25 no Continente e 23 nas Ilhas Adjacentes e no Ultramar, e 106 unidades receptoras, constituindo 84 receptores telegráficos e telefónicos. O número total de antenas era de 117, das quais 67 no Continente e 50 nas Ilhas e Ultramar.

Década de 60: dos Cabos Submarinos aos Satélites

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Nos anos 60 a CPRM viu renovado o seu contrato de concessão e ampliado o seu âmbito. Foram lançados novos cabos submarinos. O cabo SAT-1 ligou à África do Sul, com 10 900 Km de comprimento e 360 circuitos telefónicos, obrigando à construção das Estações de Cabos de Sesimbra e Ilha do Sal (Cabo Verde). O cabo PORT/UK ligou Portugal à Grã-Bretanha. Iniciaram-se também os contactos para a instalação de uma rede de telecomunicações via satélite.

Década de 70

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Nos inícios da década de 70, com a integração de Portugal no projecto Intelsat (International Telecommunications Satellite Organization), o Governo português designava a CPRM como sua legítima representante, política que voltaria a ser seguida já nos finais da mesma década (1977), quando Portugal é aceite como membro da Eutelsat e em 1978 na Inmarsat. Neste período são construídas as Estações Terrenas de Sintra, Cacuaco (Angola) e Boane (Moçambique).

A década seria importante na história da empresa, uma vez que o salto tecnológico permitiu-lhe posicionar-se na vanguarda das comunicações. Em contrapartida, e na sequência da revolução em Portugal (25 de Abril de 1974) e da independências das colónias a empresa viria a perder todas as estações, negócios e patrimónios nos novos países independentes. Foi um tempo de grave crise, que foi ultrapassada pela excepcional capacidade da “Familia Marconi” em enfrentar os desafios.

Década de 80

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Na década de 80, a CPRM aposta forte no aumento da capacidade de tráfego, investimentos sucessivos em Cabos Submarinos (Atlantis, Atlas, TAT-7) e de Satélites: Estações Terrenas de Ponta Delgada, Funchal, Sintra-2, etc. Em 1983, era inaugurado o primeiro comutador digital internacional da Europa, o NEAX-61K. Dá-se a internacionalização da CPRM, passando a designar-se como Marconi Comunicações Internacionais, e estabelecendo uma joint-venture com a EMBRATEL – Empresa Brasileira de Telecomunicações. Entram em funcionamento as Estações de Sintra-3 (tráfego para o Oriente) e Sintra-4 (transmissão digital para a Europa).

Nesta mesma década, a CPRM efectuou um aumento de capital e cotou-se na bolsa de valores.

Década de 90

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Com a actualização permanente do mercado, e com vista à ampliação para mais de 20 vezes das capacidades ao serviço do país nas redes de telecomunicações de longa distância, nacional e internacional, a CPRM foi investindo, como foi o caso dos sistemas do Atlântico Norte e Sul, submarinos Columbus-III, TAT-12/13 e Atlantis-2, Americas-2 e SAT-3, respectivamente. Ou ainda o investimento feito no SEA-ME-WE-3, que fornece algumas zonas da Europa e Extremo Oriente, o sistema de cabos submarinos mais longo do mundo, com 40.000 km, ligando 33 países de quatro continentes. Foram introduzidos novos serviços telemáticos, televisão, etc. e ampliada a oferta comercial. Adicionalmente, participou no consórcio TMN, que é hoje a maior rede de telecomunicações móveis de Portugal.

Integração na Portugal Telecom

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Em 1995 a Portugal Telecom adquiriu integralmente o capital da CPRM, concluindo o processo de fusão no ano de 2002. Em 2000, tornou-se um operador fixo de acesso indirecto, utilizando as infraestruturas da Portugal Telecom. Para a história das telecomunicações portuguesas, ficaram 75 anos de bons serviços e um exemplo de sucesso empresarial.

Ligações externas

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