Pietro Maria Bardi
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Pietro Maria Bardi P.M. Bardi | |
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O governador Paulo Egydio Martins condecora Pietro Maria Bardi com a Ordem do Ipiranga, 1978.[1] | |
Nascimento | 21 de fevereiro de 1900 La Spezia, ![]() |
Morte | 10 de outubro de 1999 (99 anos) São Paulo, ![]() |
Nacionalidade | italiano brasileiro |
Cônjuge | Gemma Tortarolo (1924–1946) Lina Bo Bardi (1946–1992) |
Ocupação | Jornalista, historiador, crítico, colecionador, expositor e negociador de obras de arte |
Principais trabalhos | Museu de Arte Moderna de São Paulo (juntamente com Assis Chateaubriand) |
Prémios | Prémio Jabuti 1976 |
Pietro Maria Bardi (La Spezia, 21 de fevereiro de 1900 — São Paulo, 10 de outubro de 1999) foi jornalista, historiador, crítico, colecionador, expositor e negociador de obras de arte. Pietro Maria Bardi ou simplesmente P.M. Bardi foi, junto com Assis Chateaubriand, o responsável pela criação do Museu de Arte de São Paulo (MASP), sendo seu diretor por 45 dedicados anos consecutivos.[2] É considerado um dos mais importantes diretores de museu que o Brasil já teve.[3]
Infância[editar | editar código-fonte]
Filho de Pasquale Bardi e Elisa Viggioni, Pietro era o segundo de quatro irmãos. Diziam que era de poucos amigos e que sua vida escolar foi bastante atribulada. O próprio Bardi declarou, em inúmeras entrevistas, ter sido reprovado quatro vezes na terceira série do ensino fundamental.
Jornalismo[editar | editar código-fonte]
Ainda rapaz, Bardi trabalhou como operário assistente no Arsenale Marittimo e, em seguida, tornou-se aprendiz em um escritório de advocacia. Em 1917 foi convocado para integrar o exército italiano e partiu de La Spezia para não mais retornar.
É nessa fase que ele iniciou de fato sua carreira jornalística, antes já esboçada em alguns artigos e colaborações a jornais como Gazzetta di Genova e o Indipendente e com a publicação, aos 16 anos, de seu primeiro livro, um ensaio sobre colonialismo.
Instalado em Bérgamo desde a baixa na carreira militar, Bardi encontrou trabalho no Giornale di Bergamo. Mais tarde, integrou a equipe do Popolo di Bergamo, Secolo, Corriere della Sera, Quadrante, Stile e muitos outros. Escrever foi sua principal atividade profissional até a morte, a maneira encontrada para manifestar seu estilo polêmico e a crítica baseada no conhecimento profundo e na vivência cotidiana da arte, da política e principalmente da arquitetura.
Arte[editar | editar código-fonte]
Em 1924, Bardi transferiu-se para Milão e casou-se com Gemma Tortarolo, com quem teve duas filhas, Elisa e Fiorella. Foi em Milão que ele começou uma aventura como marchand e crítico de arte, com a aquisição da Galleria dell'Esame. Em 1929 tornou-se diretor da Galleria d'Arte di Roma e mudou-se para a capital.
Trazendo uma exposição a Buenos Aires, passou pelo Brasil pela primeira vez em 1933. Foi nessa ocasião que viu a Avenida Paulista, futuro endereço do MASP.
Após a Segunda Guerra Mundial, Bardi conheceu a arquiteta Lina Bo no Studio d'Arte Palma, em Roma, onde ambos trabalhavam. Ele divorciou-se e casou-se com Lina em 1946. No mesmo ano, atiraram-se à aventura da vinda para o Brasil, país com a perspectiva de prosperidade e cenário de uma arquitetura talentosa e promissora, situação oposta à da Europa, que amargava a reconstrução nos anos pós-guerra.
O casal alugou o porão de um navio cargueiro, o Almirante Jaceguay. Partiram de Gênova trazendo uma significativa coleção de obras de arte e peças de artesanato que seriam organizadas numa série de mostras. Transportaram também a enorme biblioteca do marchand. Chegaram ao Rio de Janeiro em 17 de outubro do mesmo ano.
Com as obras trazidas da Itália, Bardi organizou a Exposição de Pintura Italiana Moderna, em cujos salões conheceu o empresário Assis Chateaubriand, que o convidou para montarem juntos um museu há muito tempo idealizado. De 1947 a 1996 Bardi criou e comandou o Museu de Arte de São Paulo, MASP. Paralelamente, manteve sua atividade de ensaísta, crítico, historiador, pesquisador, galerista e marchand.
Publicou, em 1992, seu 50º e último livro, História do MASP. Em 1996, já adoecido, afastou-se do comando do museu.
Fundou, ao lado de Massimo Bontempelli, a revista Quadrante, importante periódico no qual diversos arquitetos modernos italianos, como Giuseppe Terragni, puderam publicar suas obras.
Abatido e com sua saúde debilitada desde a morte de Lina, em 1992, morreu em 10 de outubro de 1999, tendo cumprido quase um século de vida a provar sua definição de si próprio, em resposta ao parceiro Chateaubriand: "Sim, sou um aventureiro".
Referências
- ↑ «Cronologia de Pietro Maria Bardi». Folha de S.Paulo. 2 de outubro de 1999. Consultado em 15 de maio de 2020
- ↑ PIETRO Maria Bardi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa83/pietro-maria-bardi>. Acesso em: 28 de Ago. 2019. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
- ↑ CARVALHO, Mário César (2 de outubro de 1999). «Modernista, fascista, louco, sentimental, intransigente...». Folha de S.Paulo. Consultado em 28 de agosto de 2019
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Nascidos em 1900
- Mortos em 1999
- Homens
- Jornalistas da Itália
- Brasileiros de ascendência italiana
- Homens ganhadores do Prêmio Jabuti
- Pessoas associadas ao Museu de Arte de São Paulo
- Colecionadores de arte do Brasil
- Curadores do Brasil
- Críticos de arte do Brasil
- Cidadãos naturalizados do Brasil
- Naturais de La Spezia
- Agraciados com a Ordem do Mérito Cultural