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Revolta de Beckman

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A Revolta de Beckman que se registrou em 1684, no então Estado do Maranhão, é considerada como um movimento nativista pela historiografia em História do Brasil.

Antecedentes

Desde 1650, o Estado do Maranhão enfrentava séria crise econômica, pois a empresa açucareira regional não tinha condições de pagar os altos preços dos escravos africanos.

Para solucionar a questão de mão-de-obra, os senhores de engenho locais organizaram tropas para invadir os aldeamentos jesuítas e capturar indígenas para o trabalho escravo. Estes indígenas evangelizados constituíam a mão-de-obra utilizada pelos jesuítas na atividade de coleta das chamadas drogas do sertão. Diante das agressões sofridas, a Companhia de Jesus recorreu à Coroa portuguesa, que interveio e proibiu a escravização do índio (que não trazia lucros para a metrópole).

Para solucionar a questão da falta de mão-de-obra, a Coroa portuguesa criou a Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão (1682), que entre outras funções, assumiu o compromisso de introduzir na região 500 escravos africanos por ano, durante vinte anos. Sem conseguir cumprir a promessa, agravou a crise econômica e fez crescer o descontentamento na região.

O movimento

Um grupo de senhores de engenho maranhenses, liderado por Manuel Beckman, organizou um movimento com o duplo propósito de acabar com a atuação da Companhia de Comércio do Maranhão e com a influência dos jesuítas. Pleiteavam, também, autorização para escravizar os indígenas. Na noite de 24 de Fevereiro de 1684, com o Governador da Capitania ausente de São Luiz, a rebelião eclodiu. Seu substituto interino foi detido, os armazéns da Companhia destruídos, a escola dos jesuítas invadida e os padres expulsos.

Constitui-se um governo provisório e Tomás Beckman, irmão de Manuel Beckman, foi encarregado de ir a Lisboa expor a situação à Coroa portuguesa. Esta, ciente dos acontecimentos, não aceitou a atitude dos revoltosos, prendendo e punindo Tomás Beckman. Em seguida, enviou ao Maranhão um novo governador, Gomes Freire de Andrade. À chegada ao Maranhão, Gomes Freire aplicou duras penas aos líderes rebeldes: Manuel Beckman e outros dois chefes do movimento foram enforcados.

Como conseqüência, a Coroa portuguesa alterou a sua política na região: os jesuítas retornaram ao Maranhão, a Companhia de Comércio foi extinta em 1685, e a escravização do índio por tropas de resgate, foi autorizada.

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