Hemorragia digestiva alta

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Hemorragia digestiva alta
Hemorragia digestiva alta
Endoscopia de uma úlcera duodenal com base limpa.
Especialidade gastrenterologia
Classificação e recursos externos
CID-10 K92.2
CID-9 578.9
DiseasesDB 19317
MedlinePlus 003133
eMedicine med/3565
MeSH D006471
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Hemorragia digestiva alta (HDA) ou Sangramento gastrointestinal superior é um sintoma de hemorragia no trato gastrointestinal superior, ou seja, faringe, esôfago, estômago ou duodeno. O limite anatômico para o sangramento gastrointestinal superior é o ângulo de Treitz, onde o final do duodeno passa pelo diafragma.[1]

Causas[editar | editar código-fonte]

Varizes esofágicas (partes vermelhas).
Esôfago
Estômago
Duodeno

As causas mais frequentes são as úlceras gastroduodenais e as varizes gastroesofágicas. O uso de álcool e tabaco são importantes fatores de risco. Diversos medicamentos aumentam o risco de úlceras gastroduodenais, dos quais se destacam os analgésicos mais usados (Anti-inflamatórios não esteroides como a aspirina, o ibuprofeno e a buspirona) e os antidepressivos mais usados (Inibidores selectivos da recaptação da serotonina como a fluoxetina).[2]

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

Os possíveis sinais e sintomas incluem[3]:

  • Vômito com sangue (Hematêmese)
  • Fezes negras e fedidas (Melena)
  • Dificuldade para engolir (Disfagia)
  • Acidez/queimação (Dispepsia)
  • Dor epigástrica (parte superior do abdômen) ou dores abdominais difusas
  • Tontura e desmaio (Síncope)
  • Perda de peso
  • Fraqueza, cansaço, palidez e falta de ar (quando gera anemia ferropriva)

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

O diagnóstico geralmente começa com relato de sangue no vômito ou nas fezes. Pele e mucosas secas indicam desidratação. Um hemograma verifica sinais de anemia (baixa quantidade de glóbulos vermelhos saudáveis) e de infecção (elevado número de leucócitos). O exame de sangue oculta em fezes pode ser o primeiro sinal de hemorragia em pacientes que não relatam o problema. A causa deve ser investigada com uma endoscopia, que também pode ser útil no tratamento.[4] Se não der resultados ou não puder ser realizada tem como alternativa a angiografia e o lavado gástrico.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Varia muito com a causa. Depois de uma hemorragia importante o foco inicial está na reposição de líquidos com fluidos intravenosos e no manejo das vias aéreas para garantir uma oxigenação adequada. Transfusão de sangue só é recomendada se o paciente está hemodinamicamente instável. [5]Somatostatina e octreotida são úteis para reduzir o sangramento de varizes, mas não em outras causas.[6]

Em caso de úlceras e varizes gastroesofágicas o tratamento de escolha é através de endoscopia com injeção de substâncias esclerosantes no vaso sangrante. Inibidores da bomba de prótons podem ser usados para evitar novas úlceras gastroduodenais. Antibióticos podem ser necessários para erradicar o H. Pylori.[7]

Referências

  1. «Hemorragias Digestivas» (PDF). projetodiretrizes.org. Arquivado do original (PDF) em 22 de dezembro de 2010 
  2. Global Family Doctor. Are SSRIs associated with upper gastrointestinal bleeding in adults? [1] Arquivado em 11 de julho de 2011, no Wayback Machine.
  3. Maurice A Cerulli, MD. Upper Gastrointestinal Bleeding. http://emedicine.medscape.com/article/187857-overview
  4. Healthline How Do Doctors Determine the Cause of Bleeding?
  5. Villanueva, Càndid; Colomo, Alan; Bosch, Alba; Concepción, Mar; Hernandez-Gea, Virginia; Aracil, Carles; Graupera, Isabel; Poca, María; et al. (2013). "Transfusion Strategies for Acute Upper Gastrointestinal Bleeding". New England Journal of Medicine. 368 (1): 11–21. doi:10.1056/NEJMoa1211801
  6. Jairath, V; Barkun, AN (October 2011). "The overall approach to the management of upper gastrointestinal bleeding.". Gastrointestinal endoscopy clinics of North America. 21 (4): 657–70. doi:10.1016/j.giec.2011.07.001
  7. Haro CP, ; Fey A. ; Análise do perfil epidemiológico, tratamento e evolução dos pacientes com hemorragia digestiva alta atendidos no pronto socorro do Hospital Regional Alto Vale. Revista On-line da Associação Catarinense de Medicina. 2010; V39 N3: 51-56.