Flautim-marrom
Flautim-marrom | |||||||||||||||
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Schiffornis turdina wallacii segundo ilustração de Smit ao Catálogo de Pássaros no Museu Britânico (Catalogue of the Birds in the British Museum) de 1888
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Schiffornis turdina (Wied, 1831) | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Distribuição do flautim-marrom
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Sinónimos | |||||||||||||||
Flautim-marrom[4] (nome científico: Schiffornis turdina) é uma espécie de ave passeriforme da família dos titirídeos (Tityridae). É encontrado em alguns países da América do Sul, mais especificamente no Peru, Bolívia e principalmente no Brasil, onde ocorre sobretudo na Amazônia e na região litorânea do país[5]. Por ter uma área de distribuição ampla, é classificado como pouco preocupante na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), mesmo embora se acredite que esteja em declínio populacional decorrente da perda de habitat.
Distribuição
[editar | editar código-fonte]O flautim-marrom está distribuído na Venezuela, Suriname, Guiana Francesa, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil.[6][7] Vive em florestas úmidas e moitas altas[1] até 1 700 metros de altitude.[8]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Mede entre 15,5 e 17 centímetros de comprimento[9] e pesa em média 35 gramas. O dorso é castanho-oliva, com as asas e a cauda mais brilhantes e de tom avermelhado. A garganta e o peito são verde-oliva brilhante, muitas vezes com um tom ocre. Às vezes, a garganta é mais pálida abaixo e a região posterior cinza-oliva a marrom-oliva opaca. O bico é enegrecido com a base da mandíbula cinza. As pernas são cinza chumbo. A fêmea, sem a ajuda do macho, constrói o ninho, a uma altura de 1 a 1,5 metro numa palmeira espinhosa, num nó de cipós, numa pequena epífita ou na concavidade de um tronco fendido, que cobre com folhas. Põe 2 ovos amarelados ou creme, com manchas marrons, pretas ou lilás.[8]
Conservação
[editar | editar código-fonte]No Brasil, consta como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[10] como vulnerável na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais de 2010;[11] e pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[12][13] Na entrada à espécie na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), consta como pouco preocupante. Não há dados suficientes para determinar a quantidades de indivíduos que compõem suas populações, mas se presume que esteja em declínio devido à perda de habitat. Ainda assim, como está presente numa área de avistamento muito extensa, não é considerado, por hora, um animal em perigo de extinção, o que justifica sua classificação.[1]
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]A espécie S. turdina foi descrita pela primeira vez pelo naturalista alemão Maximilian zu Wied-Neuwied em 1831 sob o nome científico Muscicapa turdina; localidade-tipo: "Bahia, Brasil".[3] Este gênero foi tradicionalmente colocado na família dos piprídeos (Pipridae). A Proposta n.º 313 ao Comitê de Classificação Sul-Americano (SACC), seguindo os estudos de filogenia molecular de Ohlson et al. (2007),[14] aprovou a adoção da nova família dos titirídeos (Tityridae), que inclui este gêneros e outros.[15] As subespécies anteriores S. turdina olivacea, S. turdina stenorhyncha, S. turdina aenea e S. veraepacis foram separadas de S. turdina e definidas como espécies completas seguindo os estudos moleculares e ultrassonografias de A. Nyári (2007)[1][16] e os estudos complementares de variação geográfica de vozes, localidades-tipo e itens prioritários de Donegan et al (2011).[17] A proposta n.º 505 ao Comitê de Classificação Sul-Americano foi aprovada em outubro de 2011, com as referidas alterações taxonômicas.[18] A subespécie amazonum é tratada como espécie completa pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), mas não por outras classificações.[19]
Subespécies
[editar | editar código-fonte]De acordo com a classificação do Congresso Ornitológico Internacional (IOC) (Versão 6.1, 2016)[20] e a lista de Clements v.2015,[6] cinco subespécies são reconhecidas, com sua distribuição geográfica correspondente:[3]
- Grupo monotípico amazonum:
- Schiffornis turdina amazonum (P. L. Sclater, 1861) - planícies do extremo leste da Colômbia e sul da Venezuela ao leste do Equador, leste do Peru e noroeste e oeste do Brasil (leste do rio Negro e noroeste do Mato Grosso).
- Grupo politípico turdina:
- Schiffornis turdina wallacii (Sclater & Salvin, 1867) - Suriname, Guiana Francesa e Amazônia oriental brasileira (baixo rio Negro a leste do Amapá ao sul do rio Amazonas, do rio Tapajós e baixo rio Teles Pires a leste do Maranhão);
- Schiffornis turdina steinbachi (Todd, 1928) - sudeste do Peru e norte da Bolívia;
- Schiffornis turdina intermedia (Pinto, 1954) - leste do Brasil (Paraíba, Pernambuco, Alagoas);
- Schiffornis turdina turdina (Wied, 1831) - sudeste do Brasil (sul da Bahia ao sul do Espírito Santo).
Referências
- ↑ a b c d BirdLife International (2017). «Schiffornis turdina». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2017: e.T103677312A112299070. doi:10.2305/IUCN.UK.2017-1.RLTS.T103677312A112299070.en. Consultado em 18 de abril de 2022
- ↑ «Schiffornis turdina (Wied-Neuwied, 1831)». Integrated Taxonomic Information System - Report (ITIS). Consultado em 18 de abril de 2022
- ↑ a b c «Thrush-like Mourner (Schiffornis turdina)». IBC - The Internet Bird Collection. Consultado em 18 de abril de 2022. Cópia arquivada em 3 de dezembro de 2014
- ↑ Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 213. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022
- ↑ «flautim-marrom - eBird». ebird.org. Consultado em 20 de julho de 2023
- ↑ a b Clements, J. F.; Schulenberg, T. S.; Iliff, M. J.; Roberson, D.; Fredericks, T. A.; Sullivan, B. L.; Wood, C. L. (2018). The eBird/Clements checklist of birds of the world. Ítaca, Nova Iorque: Laboratório Cornell de Ornitologia
- ↑ Howell, Steve N. G.; Webb, Sophie (1995). A Guide to the Birds of Mexico and Northern Central America. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Oxônia. ISBN 0-19-854012-4
- ↑ a b Elizondo, Luis Humberto (2000). «Schiffornis turdina (Wied, 1831) (Tordo-saltarín)». Especies de Costa Rica. INBio. Consultado em 18 de abril de 2022. Cópia arquivada em 27 de dezembro de 2012
- ↑ Schulenberg, Thomas S. (2007). Birds of Peru. Princeton: Imprensa da Universidade de Princeton. p. 496
- ↑ «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022
- ↑ «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022
- ↑ «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018
- ↑ «Schiffornis turdina (Wied, 1788)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 18 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022
- ↑ Ohlson, J. I.; Prum, R. O.; Ericson, P. G. P. (2007). «A molecular phylogeny of the cotingas (Aves: Cotingidae)» (PDF). Molecular Phylogenetics and Evolution. 42: 25-37. Cópia arquivada (PDF) em 18 de abril de 2022
- ↑ «Propuesta (#313) ao Comitê de Classificação Sul-Americano». Consultado em 18 de abril de 2022. Cópia arquivada em 8 de maio de 2008
- ↑ Nyári, Á. S. (2007). «Phylogeographic patterns, molecular and vocal differentiation, and species limits in Schiffornis turdina (Aves)». Molecular Phylogenetics and Evolution. 44: 154–164
- ↑ Donegan, T. M.; Quevedo, A.; McMullan, M.; Salaman, P (2011). «Revision of the status of bird species occurring or reported in Colombia 2011» (PDF). Conservación Colombiana. 15: 4-21. Cópia arquivada (PDF) em 18 de abril de 2022
- ↑ «Propuesta (#505) ao Comitê de Classificação Sul-Americano». Consultado em 18 de abril de 2022. Cópia arquivada em 18 de abril de 2022
- ↑ Piacentini, Vitor de Q.; Aleixo, Alexandre; Agne, Carlos Eduardo; Maurício, Giovanni Nachtigall; Pacheco, José Fernando; Bravo, Gustavo A.; Brito, Guilherme R. R.; Naka, Luciano N.; Olmos, Fábio; Posso, Sérgio; Silveira, Luís Fábio; Betini, Gustavo S.; Carrano, Eduardo; Franz, Ismael; Lees, Alexandre C.; Lima, Luciano M.; Pioli, Dimas; Schunck, Fábio; Amaral, Fábio Raposo de; Bencke, Glayson A.; Cohn-Haft, Mário; Figueiredo, Luiz Fernando A.; Straube, Fernando C.; Cesari, Evaldo (2015). «Annotated Checklist of the Birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista Comentada das Aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos». Revista Brasileira de Ornitologia. 23 (2): 91-298. ISSN 2178-7875. Consultado em 18 de abril de 2022. Cópia arquivada em 18 de abril de 2022
- ↑ Gill, F.; Donsker, D. «Cotingas, manakins, tityras, becards». IOC – World Bird List. Consultado em 16 de abril de 2022
- Espécies pouco preocupantes
- Schiffornis
- Aves descritas em 1831
- Aves do Peru
- Aves da Bolívia
- Aves do Equador
- Aves da Colômbia
- Aves da Guiana Francesa
- Aves do Suriname
- Aves da Venezuela
- Fauna da Amazônia
- Fauna da Mata Atlântica
- Aves do Rio de Janeiro (estado)
- Aves do Paraná
- Aves de Santa Catarina
- Aves do Espírito Santo (estado)
- Aves da Bahia
- Aves de Minas Gerais
- Aves de Alagoas
- Aves de Pernambuco
- Aves do Maranhão
- Aves do Pará
- Aves do Amapá
- Aves do Amazonas
- Aves de Roraima
- Aves de Rondônia
- Aves de Mato Grosso
- Aves do Acre
- Aves do Tocantins
- Aves da Paraíba
- Aves de Sergipe
- Espécies citadas no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
- Espécies citadas na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo
- Espécies citadas na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais