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Crinum

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaCrinum
Classificação científica
Reino: Plantae
Sub-reino: Tracheobionta
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Subclasse: Liliidae
Ordem: Asparagales
Família: Amaryllidaceae
Tribo: Amaryllideae
Subtribo: Crininae
Género: Crinum
L., 1753
Espécies
Ver texto.
Sinónimos
Inflorescência, folhas e bolbo de Crinum sp.
Bolbo, raízes, folhagem e inflorescência de Crinum ornatum.
Crinum jagus (ilustração).
Fruto de Crinum bulbispermum
Fruto de Crinum stuhlmannii
Crinum americanum (ilustração).

Crinum L. é um género de plantas com flor pertencente à família Amaryllidaceae, com centro de diversidade no sul da África, caracterizado pela produção de vistosas flores semelhantes a lírios (Lilium). Esta semelhança morfológica está na origem do nome genérico, já que Crinum deriva do grego "krinon", lírio ou açucena. Na sua presente circunscrição taxonómica, o género Crinum inclui aproximadamente 65-130 espécies distribuídas por biótopos sazonalmente húmidos das regiões costeiras tropicais e subtropicais de todo o mundo. Algumas espécies são cultivadas como plantas ornamentais.

Os membros do género Crinum são plantas herbáceas perenes que se desenvolvem a partir de bolbos grosso e curtos com até 15 cm de diâmetro. As plantas podem atingir os 80 cm de altura.

A maioria das espécies perde as suas folhas e sobrevive como geófito durante o período seco.

As folhas são planas e lineares, inteiras, sésseis e comparativamente longas. A morfologia da folha é em forma de espada e com nervação paralela. A margem da folha é lisa.

A filotaxia predominante é a formação de grandes rosetas basais a partir do bolbo. Embora a maioria das espécies desenvolva uma única roseta basal, algumas espécies apresentam duas ou mais rosetas em torno de um caule erecto central.

As flores muito vistosas e em forma de lírio são actinomorfas, trímeras e hermafroditas, dispostas em inflorescências do tipo umbelas plurifloras na extremidade de um longo escapo maciço e áfilo. Raramente as flores são solitárias. Antes da ântese, duas amplas brácteas florais envolvem a inflorescência. Frequentemente, a inserção dos pedicelos das flores é recoberta por brácteas alongadas, por vezes reduzidas a filamentos, membranosas e por vezes coloridas. Os pedicelos das flores são mais ou menos longos.

As flores podem apresentar simetria radial (nas espécies que pertencem ao subgénero Crinum) ou ser ligeiramente zigomorfas (nas espécies que pertencem ao subgénero Codonocrinum).

O perigónio é infundibuliforme ou rotado, composto por seis tépalas unidas na parte basal, formando um tubo cilíndrico, fechado ou aberto na parte distal. As tépalas são de formato igual, brancas em muitas espécies, embora colorações de rosa a púrpura também sejam comuns, por vezes de dois tons.

O androceu é composto por 6 estames, os quais podem ser mais curtos ou mais longos que as tépalas. Os estames são arqueados de forma desigual, dependendo da espécie, e apresentam filamentos filiformes e anteras versáteis e dorsifixas.

O gineceu é composto por um ovário ínfero, com os lóculos pauci- ou pluriovulares, por vezes uniovulares. O estilo é filiforme e por vezes longo e curvo. O estigma é subcapitado, pequeno, invertido ou levemente trilobado. Os três carpelos são fundidos para formar um ovário trilocular. Cada câmara de ovário contém dois ou mais óvulos anátropos.

A secreção de néctar ocorre no gineceu. Em algumas espécies, as flores são perfumadas de forma a atrair as borboletas nocturnas que as polinizam.

O fruto é uma cápsula que pode variar de ovaloide a quase esférica. As sementes são grandes e contêm múltiplas células ricas em óleos no seu endosperma. As sementes podem ser ápteras ou aladas.

O bolbo e folhas destas plantas são ricos em alcaloides, alguns dos quais tóxicos para humanos e outros mamíferos. Entre os alcaloides presentes contam-se as isoquinolina e a licorina.[2]

As flores grandes e vistosas, com até 15 cm de diâmetro, produzidas pelas espécies deste género tornam algumas das espécies interessantes para utilização como planta ornamental de interior e em jardinagem e paisagismo e para cultura para produção de flores de corte. Existem espécies que produzem flores de coloração branco, rosado ou vermelho e capazes de produzir um agradável aroma doce.

Nas regiões subtropicais é frequente o cultivo de várias espécies e híbridos interespecíficos de Crinum como plantas ornamentais em jardins, sendo as mais cultivadas Crinum asiaticum, Crinum bulbispermum, Crinum americanum, Crinum moorei e Crinum longifolium. Também é frequente o cultivo do híbrido interespecífico Crinum × powellii e o híbrido intergenérico × Amarcrinum.

A espécie híbrida conhecida como «lírio-do-cabo» (Crinum'' × ''powellii), um híbrido das espécies Crinum bulbispermum e Crinum moorei originário do sul da África, é frequentemente utilizada como planta de interior, suportando bem o ambiente interno de habitações e outros edifícios. Existem vários outros híbridos utilizados em jardinagem e decoração.[3]

Algumas espécies, entre as quais Crinum calamistratum, Crinum natans e Crinum thaianum, são utilizadas em aquariofilia para decoração e depuração de aquários.

Inflorescência de Crinum bulbispermum.
Crinum americanum
Flores de Crinum ×amabile, por vezes conhecido por „Queen Emma Lily“ no Hawaiʻi.
Crinum asiaticum.
Subgénero Codonocrinum: Crinum jagus.
Crinum kirkii.
Crinum kunthianum.
Flores de Crinum macowanii com estames curvados e estilete.
Inflorescência de Crinum ornatum.
Crinum pedunculatum.
Crinum ×powellii.
Crinum purpurascens.
Inflorescência de Crinum thaianum.
Hábito, folhagem e inflorescência de Crinum woodrowii.

O género foi descrito em 1753 por Carolus Linnaeus e publicado em Species Plantarum 1: 291–292. 1753.[4] A espécie tipo é Crinum americanum (lectótipo designado em 1923 por Nathaniel Lord Britton e Percy Wilson em Scientific survey of Porto Rico and the Virgin Islands, vol. 5. p. 160).[5]

O nome genérico Crinum tem como étimo o termo grego krinon usado para designar os lírios. Como sinónimos taxonómicos para Crinum <small<L. estão estabelecidos Tanghekolli Adans., Bulbine Gaertn. nom. illeg., Scadianus Raf., Crinopsis Herb., Liriamus Raf., Erigone Salisb., Taenais Salisb.[6]

O género Crinum integra a subtribo Crininae da tribo Amaryllideae da subfamília Amaryllidoideae da família Amaryllidaceae. Anteriormente o género integrou a família Liliaceae na sua circunscrição alargada.[7]

O género Crinum está subdividido em três subgéneros:

  • Subgénero Stenaster
  • Subgénero Crinum
  • Subgénero Codonocrinum com as espécies Crinum abyssinicum, Crinum bulbispermum, Crinum fimbriatulum, Crinum graminicola, Crinum jagus, Crinum latifolium, Crinum macowanii, Crinum moorei, Crinum scabrum, Crinum zeylanicum.

Na sua presente circunscrição, o género Crinum integra entre 65 a 130 espécies validamente descritas, com distribuição nos trópicos e subtrópicos de quase todo o mundo. Entre essas espécies incluem-se:[6][7]

  1. «Crinum». Royal Botanic Gardens, Kew: World Checklist of Selected Plant Families. Consultado em 27 de agosto de 2009 
  2. Weitere Infos zu Lycorin und Strukturformel bei giftpflanzen.com.
  3. Gordon Cheers (2003). Könemann Verlagsgesellschaft, ed. Botanica. Das ABC der Pflanzen. 10.000 Arten in Text und Bild. ver pp. 266–267. [S.l.: s.n.] ISBN 3-8331-1600-5 
  4. «Crinum». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Consultado em 10 de julho de 2013 
  5. «Crinum». Tropicos. Missouri Botanical Garden. 40016532. Consultado em 19 de outubro de 2014 
  6. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au av aw ax ay az ba bb bc bd be bf bg bh bi bj bk bl bm bn bo bp bq br bs bt bu bv bw bx by bz ca cb cc cd ce cf cg ch ci cj ck cl cm cn co cp cq cr cs ct cu cv cw cx cy cz da db dc dd de df dg Rafaël Govaerts (editor): Datenblatt bei World Checklist of Selected Plant Families des Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew. Consultada em 20 de setembro de 2016.
  7. a b «Crinum». Agricultural Research Service (ARS), United States Department of Agriculture (USDA). Germplasm Resources Information Network (GRIN). Consultado em 17 de outubro de 2014 
  8. a b c d e f g h i j k l m n Artenliste zu Crinum in der Red List of South African Plants. Abgerufen am 19. Outubro 2014
  9. Crinum augustum no National Tropical Botanical Garden (US: Hawaiʻi e Florida). (Memento vom 4. janeiro 2016 im Internet Archive)
  10. Christel Kasselmann: Aquarienpflanzen. 1999, p. 171.
  11. a b c d e Walter Erhardt, Erich Götz, Nils Bödeker, Siegmund Seybold: Der große Zander. Enzyklopädie der Pflanzennamen. Band 2. Arten und Sorten. Eugen Ulmer, Stuttgart (Hohenheim) 2008, ISBN 978-3-8001-5406-7.
  12. Christel Kasselmann: Aquarienpflanzen. 1999, p. 173.
  • Dimitri, M. 1987. Enciclopedia Argentina de Agricultura y Jardinería. Tomo I. Descripción de plantas cultivadas. Editorial ACME S.A.C.I., Buenos Aires.
  • A. W. Meerow, D. J. Lehmiller & J. R. Clayton: Phylogeny and biogeography of Crinum L. (Amaryllidaceae) inferred from nuclear and limited plastid non-coding DNA sequences. In: Botanical Journal of the Linnean Society, vol. 141, 2003, pp. 349–363.
  • Christel Kasselmann: Aquarienpflanzen. Ulmer Verlag, Stuttgart 1995; 2. Auflage 1999, ISBN 3-8001-7454-5, pp. 171–173.

Classificação lineana do género

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Sistema Classificação Referência
Linné Classe Hexandria, ordem Monogynia Species plantarum (1753)

Ligações externas

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