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Tupãzinho (personagem)

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Tupãzinho

Tupãzinho, o Guri Atômico #1, pela Editora Pan Juvenil
Informações gerais
Primeira aparição As Aventuras de Tupãzinho
Criado por Minami Keizi
Informações pessoais
Origem  Brasil

Tupãzinho, o Guri Atômico é um personagem de quadrinhos criado por Minami Keizi em 1963.Tupãzinho é um dos primeiros personagens brasileiros inspirados nos mangás japoneses[1] e foi o símbolo da editora EDREL.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Tupãzinho foi apresentado por Minami Keizi pela primeira vez em 1963, para a Editora Pan Juvenil de Salvador Bentivegna e Jinki Yamamoto. Inicialmente, Tupãzinho seria desenhado no estilo mangá, inspirado no robô Astro Boy, de Osamu Tezuka. Porém, Wilson Fernandes o incentivou a reformular o personagem por pensar que o estilo mangá não seria popular no Brasil.[2] Minami Keizi resolveu se inspirar no estilo desenvolvido por Warren Kremer para os personagens Gasparzinho, Riquinho e Brasinha da Harvey Comics.[3]

Inicialmente, o personagem foi publicado como As Aventuras de Tupãzinho, uma tira diária para o Diário Popular em 1965. Em 1966, devido a popularidade do personagem, ganhou revista mensal própria pela Editora Pan Juvenil, o Tupãzinho, o Guri Atômico.[2][4] No mesmo ano, Keizi publica o Álbum Encantado, pela Bentivegna Editora, com adaptações de fábulas infantis escritas pelo próprio Keizi. O que diferencia essa publicação é que Keizi orientou os desenhistas Fabiano Dias, José Carlos Crispim, Luís Sátiro e Antonio Duarte a seguirem o estilo mangá; logo em seguida Bentivegna e Yamamoto convidam Keizi para ser sócio na EDREL (Editora de Revistas e Livro); Eventualmente, o personagem teve histórias publicadas pela EDREL, e virou o símbolo da editora.[5][6]

Segundo Minami, Tupãzinho foi adaptado em slides publicados pela Colorlab: Tupãzinho, o guri atômico e Tupãzinho na Floresta Mágica, tendo até mesmo discos coloridos e foi exibido pela TV Paulista.[7]

Logo em seguida, um outro artista descendente de japoneses se tornou colaborador da editora, Claudio Seto, que também trazia influências de mangá, pela EDREL, Seto publicou os personagens Flavo (também inspirado em Astro Boy),[8] Ninja, o Samurai Mágico, Maria Erótica[9] e O Samurai.[10]


Em 1972, após sair da sociedade da EDREL, Keizi fundou com Carlos da Cunha, a Minami & Cunha Editores (M & C Editores),[11] porém, nunca mais publicou quadrinhos do personagem.

Em 2017, a Editora Criativo de Carlos Mann resgatou o personagem em O Álbum Encantado: Mangá.[12]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Tupãzinho era um garoto órfão criado pelo avô, após a morte do avó, ficou morando sozinho, até que um alienígena lhe de um soro que lhe concedeu poderes como voo e superforça.[13]

Referências

  1. Noro, André (2016). «The Otaku Culture in Brazil: The Brazilian Manga, the Impact in the Medias and the Cultural Miscegenation Processes» (PDF). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. The Asian Conference on Arts & Humanities 2016 (em inglês). Consultado em 7 de julho de 2024 
  2. a b Neto, Elydio dos Santos (setembro de 2006). «Minami Keizi, a Edrel e as HQs brasileiras: Memórias do desenhista, do roteirista e do editor» (PDF). Universidade Metodista de São Paulo e Núcleo de Pesquisas em Histórias em Quadrinhos da Universidade de São Paulo. XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Consultado em 7 de julho de 2024 
  3. Franco de Rosa (agosto de 2017). «Minami Keizi e as sinuosas trilhas do mangá brasileiro». Editora Escala. Neo Tokyo (119): 6-9. ISSN 1809-1784 
  4. Santos, Roberto Elísio dos; Vergueiro, Waldomiro; Corrêa, Victor Wanderley (2015). «The Manga Style in Brazil». Taylor & Francis. Global Manga (em inglês). 1: 45 - 54. Consultado em 7 de julho de 2024 
  5. Serra, Jennifer Jane. «ANIMAÇÃO NO DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO: Uma análise do filme A guerra dos gibis» (PDF). Universidade de Campinas. Imagens que falam: 157 - 176. Consultado em 7 de julho de 2024 
  6. «Quadrinhos Brasileiros: Começa a ditadura». Academia Brasileira de Arte. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de julho de 2024 
  7. Minami Keizi (2006). «Cultura Nippon». Editora Escala. Neo Tokyo (4): 97 
  8. «Morre o quadrinista Cláudio Seto, pioneiro do mangá no Brasil». Portal G1. 18 de novembro de 2008 
  9. Franco de Rosa (agosto de 2017). «Minami Keizi e as sinuosas trilhas do mangá brasileiro». Editora Escala. Neo Tokyo (119): 6-9. ISSN 1809-1784 
  10. Andréa Pereira (17 de novembro de 2008). «Falece Claudio Seto, o samurai das HQs nacionais». HQManiacs 
  11. Ayaka Kyoyama (15 de dezembro de 2009). «Falece Minami Keizi». site Henshin. Editora JBC. Consultado em 15 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 19 de dezembro de 2009 
  12. Marcelo Naranjo (7 de novembro de 2017). «Editora Criativo resgata primeiro mangá brasileiro, de 1966». Universo HQ. Consultado em 7 de julho de 2024. Cópia arquivada em 7 de julho de 2024 
  13. Silva Junior, Gonçalo (julho de 2002). «Minami Keizi, o pai do mangá no Brasil». Conrad Editora. Herói Mangá (3)