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O espaço intra-urbano seria o estudo do arranjo intenso dos espaços urbanos. O estudo das formas é, sem dúvida, o estudo do espaço urbano, sendo atributos do espaço como um todo. Entretanto, para explicar as formas urbanas (os bairros, as direções de crescimento, a forma da mancha urbana, a verticalização, densidades, vazios urbanos etc) é indispensável considerar as relações de determinado ponto, ou conjunto de pontos, com todos os demais pontos do espaço urbano.[2] A dinâmica territorial urbana pode ser considerada um processo de forte relação com a qualidade de vida das cidades, uma vez que contribui diretamente para a configuração daquela paisagem urbana. Compreender como isso se processa e de que forma impacta diversos ambientes (natural, social, político, econômico) do espaço urbano, favorece a concepção e a implementação de políticas públicas que promovam o bem estar da coletividade inserida naquele espaço intra-urbano, no presente e futuro das gerações. É representado pelo conjunto de edificações, ruas, por não-construídos que são a paisagem natural e por movimentos que se refere a pessoas, mercadorias, capital.[3]
Na organização e dinâmica do uso e apropriação do espaço urbano da cidade, vários atores aparecem, desempenham diferentes papeis e com interesses conflitantes, tornando-se peças fundamentais na transformação da terra. Como principais agentes, o poder público, os proprietários de terras, os especuladores imobiliários e os invasores são envolvidos no processo de urbanização do espaço da cidade, utilizando de diferentes formas de ocupação, apropriação e usos do solo no espaço intra-urbano. [4]
A relação do homem consigo mesmo e desse com a natureza que o cerca, simbolizam o ponto de partida para o processo de produção do espaço intra-urbano.[3]
“esse intenso e incansável processo de produção e reprodução humanos se materializa concretamente no espaço geográfico, e é apreendido na paisagem através de uma série de elementos: construções, vias de comunicação, cheios e vazios, etc”[3]
As cidades, no rearranjo do seu espaço pela produção capitalista, apresentam uma dinâmica territorial muito intensa, pois a cada tempo, novas regiões são (re)estruturadas e (re)organizadas em função das forças do capital, que são quem determinam esses novos padrões de uso e ocupação do solo local, a partir do atendimento às necessidades de um mercado específico. Nesse contexto, o espaço intra-urbano da cidade pode ser considerado um emaranhado de processos socioespaciais que se produzem e se (re)produzem diariamente, dando forma a uma paisagem urbana ao mesmo tempo estática, e dinâmica, por sua capacidade de se recriar a todo instante.[4]
A utilização do espaço intra-urbano é reflexo da sociedade tanto de ações que se realizaram no presente como as que se realizaram no passado e que deixaram suas marcas impressas nas formas espaciais do presente. [5] De uma simples observação a uma análise mais profunda sobre um fragmento de espaço intra-urbano, ou seja, uma rua, um bairro ou uma região, é plausível presumir que motivação delineou a produção daquela porção de solo. [1] “o espaço expressa e é expressão dos processos socioeconômicos”.[1]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c RIBAS, Otto Toledo. A sustentabilidade das cidades: Os instrumentos da gestão urbana e a construção da qualidade ambiental. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável). Universidade de Brasília. Brasília – DF. 2003, 253p.
- ↑ VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 1998.
- ↑ a b c CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. 2. ed. São Paulo: Contexto,1994
- ↑ a b FERREIRA JUNIOR, Licídio de C. Bueno. Reflexos do processo de ocupação, apropriação e uso do espaço intra-urbano em Goiânia: um caso do setor Bueno. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável). Universidade de Brasília. Brasília – DF. 2007.
- ↑ CORRÊA, Roberto L. O espaço urbano. São Paulo: Editora Ática, 2000.