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Rotura prematura de membranas: diferenças entre revisões

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{{Info/Patologia
| Nome = Ruptura prematura de membranas
| Nome = Rotura prematura de membranas
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| Legenda = [[Micrografia]] de uma [[corioamnionite]] caracterizada por infiltrado granulocítico (pontos violeta), um dos fatores de risco para uma rotura prematura das membranas
| Legenda = Cristalização do líquido amniótico ao microsópio, um sinal de diagnóstico
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| Sintomas = Extravasamento ou jorro súbito de líquido pela vagina<ref name=Ox2007/>
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| Complicações = '''Bebé''': [[Parto prematuro]], compressão do cordão umbilical, infeções<ref name=Bull2018/><ref name=Ox2007/><br>'''Mãe''': [[Descolamento prematuro da placenta|Placenta abrupta]], [[Infeção puerperal|endometriose pós-parto]]<ref name=Bull2018/>
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| Diagnóstico = Suspeito com base nos sintomas e exame, confirmado por análises ao líquido amniótico ou [[ecografia]]<ref name=Bull2018/>
| Diferencial = [[Incontinência urinária]], [[vaginose bacteriana]]<ref>{{citar livro|último1 =Desai |primeiro1 =Shyam V. |último2 =Tank |primeiro2 =Parikshit |título=Handbook on Preterm Prelabor Rupture of Membranes in a Low Resource Setting |data=2012 |publicado=JP Medical Ltd |isbn=9789350255803 |página=22 |url=https://books.google.ca/books?id=eGC09xZEZCcC&pg=PA22 |língua=en}}</ref>
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}}
<!-- Definição e sintomas -->
'''Ruptura prematura de membranas''' ('''RPM'''), '''rotura prematura de membranas amnióticas''', '''rotura prematura de membranas ovulares''' ('''RPMO'''), '''corioamniorrexe prematura''', '''amniorexe prematura''' ou '''bolsa rota''', é uma emergência médica relacionada com a [[gestação]] humana após a vigésima semana de gestação, e antes do início do trabalho de parto. Se ocorrer antes de 20 semanas, caracteriza o [[abortamento]] inevitável. Esse transtorno da gravidez é caracterizado pela ruptura (rotura) da [[Bolsa amniótica|bolsa]] com [[líquido amniótico]] mais de uma hora antes do início do [[trabalho de parto]]. Na maioria dos casos de ruptura prematura de membranas [[âmnio|amnióticas]] e [[córion|coriônicas]], o trabalho de parto começa dentro das seguintes 48 horas. Se o feto tem menos de 37 semanas, essa ruptura pré-termino induz a um [[parto prematuro]]. A ruptura de membranas normalmente só deveria ocorrer no primeiro período do trabalho de parto, o período da dilatação cervical.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=fevereiro de 2019}}
'''Rotura prematura de membranas''' ('''RPM''') é a rotura da [[bolsa amniótica]] antes do início do [[parto|trabalho de parto]].<ref name=Bull2018>{{citar periódico|último1 =Committee on Practice |primeiro1 =Bulletins-Obstetrics. |título=ACOG Practice Bulletin No. 188: Prelabor Rupture of Membranes. |periódico=Obstetrics and gynecology |data=janeiro de 2018 |volume=131 |número=1 |páginas=e1-e14 |doi=10.1097/AOG.0000000000002455 |pmid=29266075}}</ref> O sinal mais evidente é o extravasamento ou jorro súbito de líquido pela [[vagina]].<ref name=Ox2007>{{citar livro|último1 =Norwitz |primeiro1 =Errol R. |último2 =Arulkumaran |primeiro2 =S. |último3 =Symonds |primeiro3 =I. |título=Oxford American Handbook of Obstetrics and Gynecology |data=2007 |publicado=Oxford University Press, USA |isbn=9780195189384 |página=268 |url=https://books.google.ca/books?id=pZk6DwAAQBAJ&pg=PA268 |língua=en}}</ref> Entre as possíveis complicações para o bebé estão o [[parto prematuro]], compressão do cordão umbilical e infeções.<ref name=Bull2018/><ref name=Ox2007/> Entre as possíveis complicações para a mãe estão a [[Descolamento prematuro da placenta|placenta abrupta]] e [[Infeção puerperal|endometriose pós-parto]].<ref name=Bull2018/>


<!-- Fatores de risco e diagnóstico -->
Ocorre em 2 a 18% das gestações, é causa de 30 a 40% dos partos prematuros e de 20% dos óbitos perinatais.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=fevereiro de 2019}}
Entre os fatores de risco estão [[Corioamnionite|infeções do líquido amniótico]], antecedentes de rotura prematura das membranas, [[Hemorragia obstétrica|hemorragias no último trimestre]], [[Tabagismo|fumar]] e baixo peso da mãe.<ref name=Bull2018/> O diagnóstico é suspeito com base nos sintomas e num [[exame especular]], podendo ser confirmado com análises ao líquido vaginal ou [[ecografia]].<ref name=Bull2018/> Quando a rotura prematura ocorre antes das 37 semanas de gestação é denominada ruptura prematura das membranas pré-termo.<ref name=Bull2018/>


<!-- Tratamento -->
Na gravidez a termo, a amniorrexe parece estar associada a um processo natural de amadurecimento, onde a quantidade de colágeno do córion diminui progressivamente com o avançar da gravidez. Esse fenômeno ocorre tanto em gestações complicadas com RPM quanto naquelas em que a amniorrexe ocorre durante o trabalho de parto.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=fevereiro de 2019}}
O tratamento depende de quão avançada está a [[gravidez]] e se estão ou não presentes outras [[Complicações da gravidez]].<ref name=Bull2018/> Em grávidas no termo ou perto do termo sem outras complicações, geralmente recomenda-se [[indução do parto]].<ref name=Bull2018/> Em alguns casos pode ser aguardado algum tempo para que o trabalho de parto se inicie de forma espontânea.<ref name=Ox2007/><ref name=Bull2018/> Em grávidas entre as 24 e 34 semanas de gestação sem outras complicações, é recomendada a administração de [[corticosteroide]]s e observação atenta.<ref name=Bull2018/> Em grávidas de risco para [[Streptococcus agalactiae|estreptococos do grupo B]] podem ser administrados [[antibiótico]]s.<ref name=Bull2018/> O parto está geralmente indicado para grávidas sem complicações, independentemente de quão avançada está a gravidez.<ref name=Bull2018/>


<!-- Epidemiologia e prognóstico -->
== Causas ==
A rotura prematura de membranas é uma complicação que afeta cerca de 8% das gravidezes a termo e 30% das gravidezes pré-termo.<ref name=Bull2018/><ref name=Kee2013>{{citar livro|último1 =Keeling |primeiro1 =Jean W. |título=Fetal and Neonatal Pathology |data=2013 |publicado=Springer Science & Business Media |isbn=9781447136828 |página=325 |url=https://books.google.ca/books?id=sdJ9BwAAQBAJ&pg=PA325 |língua=en}}</ref><ref name=Dug2016>{{citar periódico|último1 =Duff |primeiro1 =Patrick |título=Management of Premature Rupture of the Membranes in Term Patients |periódico=The Global Library of Women's Medicine |data=2016 |doi=10.3843/GLOWM.10119}}</ref> Antes das 24 semanas, apenas 1% das gravidezes são complicadas por rotura prematura das membranas.<ref name=Bull2018/> O prognóstico depende da presença ou não de complicações relacionadas com a prematuridade, como a [[Enterocolite necrotizante]], [[hemorragia intraventricular]] ou [[paralisia cerebral]].<ref name=Bull2018/><ref name=Mer2009>{{citar periódico|último1 =Mercer |primeiro1 =Brian M. |título=Preterm Premature Rupture of the Membranes |periódico=The Global Library of Women's Medicine |data=2009 |doi=10.3843/GLOWM.10120}}</ref>
A ruptura prematura de membranas é causada geralmente por uma infecção bacteriana, por tabagismo ou por um defeito na estrutura do saco amniótico, do útero ou do cérvix, por relações sexuais. Foi encontrada uma associação entre estados emocionais de medo numa população e ruptura prematura de membranas.<ref>{{citar periódico|último =Santos-Leal|primeiro =Emilio|coautor=Vidart Aragon JA, Coronado-Martin P, Herraiz-Martinez MA, Odent MR|título=Premature Rupture of Membranes and Madrid Terrorist Attack|periódico=Birth|ano=2006|month=dezembro|volume=33|número=4|páginas=341|url=http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1523-536X.2006.00136_1.x/abstract}}</ref>

== Diagnóstico ==
Um exame com [[espéculo]] estéril (especuloscopia) permite confirmar a ruptura prematura das membranas, estimar a dilatação cervical, coletar o líquido amniótico para testes de maturidade fetal e obter amostras para cultivo. O toque vaginal aumenta o risco de infecção e deve ser evitado a menos que o trabalho de parto seja iminente. Pouco líquido amniótico em uma ecografia deve gerar suspeita. Um teste de alcalinidade positivo com papel de [[nitrazina]] serve para reforçar suspeitas, mas é pouco sensível e específico. Ver [[mecônio]] ou [[vénix]] também confirmam o diagnóstico. Uma [[amniocentese]] para análise ao microscópio pode confirmar infecção intrauterina.<ref>[https://www.msdmanuals.com/es-ar/professional/ginecolog%C3%ADa-y-obstetricia/anomal%C3%ADas-y-complicaciones-del-trabajo-de-parto-y-el-parto/rotura-prematura-de-membranas-rpm Rotura prematura de membranas]</ref>

== Tratamento ==
Se o feto tem mais de 34 semanas e os pulmões maduros é recomendado induzir o trabalho de parto. O parto também é indicado quando há infecção ou outro compromisso fetal, para tratamento imediato com [[antibiótico]]s, [[antimicótico]]s ou [[antivirais]]. É necessário que a mãe receba um tratamento para evitar uma possível infecção no recém-nascido.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=fevereiro de 2019}}

Entre 28 e 34 semanas, se recomenda repouso absoluto em cama com exames de pressão arterial, temperatura e frequência cardíaca três vezes por dia. Durante esse tempo é feito tratamento de infecções com [[antibiótico]]s e maturação dos pulmões do feto com [[corticoide]]s. Pode-se atrasar o trabalho de parto como [[tocolítico]]s, como [[labetalol]], por 48h até que os pulmões do feto estejam maduros e as infecções tratadas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=fevereiro de 2019}}


{{Referências}}
{{Referências}}

=== Referências gerais ===
* http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/087.pdf
* http://www.febrasgo.org.br/site/wp-content/uploads/2013/05/Femina_2066-63.pdf


{{Patologia da gravidez, nascimento e puerpério}}
{{Patologia da gravidez, nascimento e puerpério}}
{{Portal3|Ciência|Saúde|medicina}}
{{Portal3|Medicina}}


[[Categoria:Gravidez]]
[[Categoria:Gravidez]]

Revisão das 11h21min de 8 de abril de 2019

Rotura prematura de membranas
Rotura prematura de membranas
Cristalização do líquido amniótico ao microsópio, um sinal de diagnóstico
Especialidade Obstetrícia
Sintomas Extravasamento ou jorro súbito de líquido pela vagina[1]
Complicações Bebé: Parto prematuro, compressão do cordão umbilical, infeções[2][1]
Mãe: Placenta abrupta, endometriose pós-parto[2]
Tipos A termo, pré-termo[2]
Fatores de risco Infeção do líquido amniótico, antecedentes de rotura prematura das membranas, hemorragias no último trimestre, fumar, baixo peso da mãe[2]
Método de diagnóstico Suspeito com base nos sintomas e exame, confirmado por análises ao líquido amniótico ou ecografia[2]
Condições semelhantes Incontinência urinária, vaginose bacteriana[3]
Tratamento Depende de quão avançada está a gravidez e se existem outras complicações[2]
Frequência ~8% das gravidezes a termo,[2] ~30% das gravidezes pré-termo[4]
Classificação e recursos externos
CID-10 O42
CID-9 658.1
CID-11 1648189790
DiseasesDB 10600
eMedicine med/3246
MeSH D005322
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Rotura prematura de membranas (RPM) é a rotura da bolsa amniótica antes do início do trabalho de parto.[2] O sinal mais evidente é o extravasamento ou jorro súbito de líquido pela vagina.[1] Entre as possíveis complicações para o bebé estão o parto prematuro, compressão do cordão umbilical e infeções.[2][1] Entre as possíveis complicações para a mãe estão a placenta abrupta e endometriose pós-parto.[2]

Entre os fatores de risco estão infeções do líquido amniótico, antecedentes de rotura prematura das membranas, hemorragias no último trimestre, fumar e baixo peso da mãe.[2] O diagnóstico é suspeito com base nos sintomas e num exame especular, podendo ser confirmado com análises ao líquido vaginal ou ecografia.[2] Quando a rotura prematura ocorre antes das 37 semanas de gestação é denominada ruptura prematura das membranas pré-termo.[2]

O tratamento depende de quão avançada está a gravidez e se estão ou não presentes outras Complicações da gravidez.[2] Em grávidas no termo ou perto do termo sem outras complicações, geralmente recomenda-se indução do parto.[2] Em alguns casos pode ser aguardado algum tempo para que o trabalho de parto se inicie de forma espontânea.[1][2] Em grávidas entre as 24 e 34 semanas de gestação sem outras complicações, é recomendada a administração de corticosteroides e observação atenta.[2] Em grávidas de risco para estreptococos do grupo B podem ser administrados antibióticos.[2] O parto está geralmente indicado para grávidas sem complicações, independentemente de quão avançada está a gravidez.[2]

A rotura prematura de membranas é uma complicação que afeta cerca de 8% das gravidezes a termo e 30% das gravidezes pré-termo.[2][4][5] Antes das 24 semanas, apenas 1% das gravidezes são complicadas por rotura prematura das membranas.[2] O prognóstico depende da presença ou não de complicações relacionadas com a prematuridade, como a Enterocolite necrotizante, hemorragia intraventricular ou paralisia cerebral.[2][6]

Referências

  1. a b c d e Norwitz, Errol R.; Arulkumaran, S.; Symonds, I. (2007). Oxford American Handbook of Obstetrics and Gynecology (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press, USA. p. 268. ISBN 9780195189384 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v Committee on Practice, Bulletins-Obstetrics. (janeiro de 2018). «ACOG Practice Bulletin No. 188: Prelabor Rupture of Membranes.». Obstetrics and gynecology. 131 (1): e1-e14. PMID 29266075. doi:10.1097/AOG.0000000000002455 
  3. Desai, Shyam V.; Tank, Parikshit (2012). Handbook on Preterm Prelabor Rupture of Membranes in a Low Resource Setting (em inglês). [S.l.]: JP Medical Ltd. p. 22. ISBN 9789350255803 
  4. a b Keeling, Jean W. (2013). Fetal and Neonatal Pathology (em inglês). [S.l.]: Springer Science & Business Media. p. 325. ISBN 9781447136828 
  5. Duff, Patrick (2016). «Management of Premature Rupture of the Membranes in Term Patients». The Global Library of Women's Medicine. doi:10.3843/GLOWM.10119 
  6. Mercer, Brian M. (2009). «Preterm Premature Rupture of the Membranes». The Global Library of Women's Medicine. doi:10.3843/GLOWM.10120