Urticaceae: diferenças entre revisões

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| família_autoridade= [[Antoine Laurent de Jussieu|Juss.]], 1789
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* [[Cecropiaceae]] <small>C. C. Berg</small><ref name="GRIN">{{cite web
| url = http://www.ars-grin.gov/cgi-bin/npgs/html/family.pl?1165
| title = Family: ''Urticaceae'' Juss., nom. cons.
| accessdate = 2008-04-24
| author = Germplasm Resources Information Network (GRIN)
| authorlink = Germplasm Resources Information Network
| date = 2003-01-17
| work = Taxonomy for Plants
| publisher = [[United States Department of Agriculture|USDA]], [[Agricultural Research Service|ARS]], National Genetic Resources Program, National Germplasm Resources Laboratory, Beltsville, Maryland
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[[Ficheiro:Urtica-dioica(Blueten).jpg|thumb|253px|''[[Urtica dioica]]'' (urtiga).]]
[[Ficheiro:Urtica flowerdiagram.png|thumb|250px|diagrama floral da ''[[Urtica|urtiga]]'':<br /> A flor masculina, B flor feminina.]]
[[Ficheiro:Urtica flowerdiagram.png|thumb|250px|diagrama floral da ''[[Urtica|urtiga]]'':<br /> A flor masculina, B flor feminina.]]
'''Urticaceae''' é uma família de plantas [[eudicotiledôneas]] que faz parte da ordem [[Rosales]]. Possuem porte de herbáceo à lenhosas, às vezes com tricomas urticantes nas folhas e ramos.<ref name=":0">{{citar livro|título=Botânica sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II.|ultimo=SOUZA|primeiro=Vinicius Castro|ultimo2=LORENZI|primeiro2=Harri|editora=Instituto Plantarum|ano=2008|local=Nova Odessa|páginas=438|acessodata=10/12/17}}</ref> A família possui cerca de 55 gêneros e mais de 2000 espécies, com distribuição cosmopolita, sendo o centro de diversidade na região tropical. No Brasil, ocorrem 13 gêneros e 102 espécies, das quais 25 são endêmicas.<ref name=":2">{{citar web|url=http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/ConsultaPublicaUC/BemVindoConsultaPublicaConsultar.do?invalidatePageControlCounter=1&idsFilhosAlgas=%5B2%5D&idsFilhosFungos=%5B1%2C10%2C11%5D&lingua=&grupo=5&familia=243&genero=&especie=&autor=&nomeVernaculo=&nomeCompleto=&formaVida=null&substrato=null&ocorreBrasil=QUALQUER&ocorrencia=OCORRE&endemismo=TODOS&origem=TODOS&regiao=QUALQUER&estado=QUALQUER&ilhaOceanica=32767&domFitogeograficos=QUALQUER&bacia=QUALQUER&vegetacao=TODOS&mostrarAte=SUBESP_VAR&opcoesBusca=TODOS_OS_NOMES&loginUsuario=Visitante&senhaUsuario=&contexto=consulta-publica|titulo=Urticaceae|data=2017|acessodata=10/12/2017|publicado=Reflora|ultimo=|primeiro=}}</ref> O gênero de maior destaque na flora brasileira é a ''Cecropia,'' onde estão as espécies conhecidas popularmente por [[Embaúba (árvore)|embaúbas]], que são típicas de formações de clareiras no interior de florestas.<ref name=":0" />{{wikispecies|Urticaceae}}
'''Urticaceae''' é uma família de [[plantas com flor]] da ordem [[Rosales]] com [[distribuição cosmopolita]], constituída por cerca de 53 géneros e mais de 2625 espécies,<ref name="Christenhusz-Byng2016">{{cite journal | author = Christenhusz, M. J. M., and Byng, J. W. | year = 2016 | title = The number of known plants species in the world and its annual increase | journal = [[Phytotaxa]] | volume = 261 | pages = 201–217 | url = http://biotaxa.org/Phytotaxa/article/download/phytotaxa.261.3.1/20598 | doi = 10.11646/phytotaxa.261.3.1 | issue = 3 }}</ref> com [[centro de diversidade]] na região tropical. Os membros desta família, que inclui as espécies conhecidas por urtigas, são plantas herbáceas e lenhosas, frequentemente com [[tricoma]]s [[urticante]]s nas folhas e ramos.<ref name=":0">{{citar livro|título=Botânica sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II.|ultimo=SOUZA|primeiro=Vinicius Castro|ultimo2=LORENZI|primeiro2=Harri|editora=Instituto Plantarum|ano=2008|local=Nova Odessa|páginas=438|acessodata=10/12/17}}</ref> A família Urticaceae tem [[distribuição cosmopolita]], estando apenas ausente das [[região polar|regiões polares]].
==Descrição==
O nome da família deriva do [[nome genérico]] ''[[Urtica]]'', o género que inclui a maioria das plantas conhecidas pelo nome comum de ''urtiga''. A família Urticaceae inclui várias plantas bem conhecidas e algums espécies com interesse económico, incluindo as urtigas dos géneros ''Urtica'', [[ramie]] (''[[Boehmeria nivea]]''), [[māmaki]] (''[[Pipturus albidus]]'') e [[ajlai]] (''[[Debregeasia saeneb]]'').


De acordo com a [[base de dados]] do [[Royal Botanic Gardens, Kew]], a família inclui cerca de 2625 espécies, agrupadas em 53 géneros,<ref name="Christenhusz-Byng2016"/> sendo aqueles que apresentam maior número de espécies ''[[Pilea]]'' (500 a 715 espécies), ''[[Elatostema]]'' (cerca de 300 espécies), ''[[Urtica]]'' (cerca de 80 espécies) e ''[[Cecropia]]'' (cerca de 75 espécies). ''[[Cecropia]]'' contém muitas espécies [[mirmecófita]]s.<ref>{{cite journal | author = Chomicki G, Renner SS. | year = 2015 | title = Phylogenetics and molecular clocks reveal the repeated evolution of ant-plants after the late Miocene in Africa and the early Miocene in Australasia and the Neotropics | journal = [[New Phytologist]] | volume = 207 | issue = 2 | pages = 411–424 | doi = 10.1111/nph.13271 | pmid = 25616013}}</ref>
== Morfologia ==
===Morfologia===
As espécies que integram a família Urticaceae podem ser [[arbusto]]s (por exemplo, ''[[Pilea]]''), [[liana]]s ([[cipó]]s) ou [[Planta herbácea|herbáceas]] (por exemplo, ''[[Urtica]]'' e ''[[Parietaria]]''), raramente árvores (por exemplo, ''[[Dendrocnide]]'' e ''[[Cecropia]]''). São frequentes as espécies que apresentam [[tricoma]]s urticantes.<ref name=":0" />


Algumas espécies apresentam [[cistólito]]s mais ou menos alongados e [[laticífero]]s, embora restritos à [[epiderme (botânica)|epiderme]] ou muito reduzidos, que produzem um [[látex]] translúcido e [[Mucilagem|mucilaginoso]].<ref name=":1">{{citar livro|título=Sistemática vegetal: Um enfoque filogenético|ultimo=Judd|primeiro=W. S. [et al.]|editora=artmed|outros=|ano=2009|local=Porto Alegre|páginas=393-396|acessodata=13/12/2017}}</ref>
=== Hábito ===
A família Urticaceae possuem plantas com hábitos herbáceos, arbustivos, arbóreo e lianas, às vezes com tricomas urticantes.<ref name=":0" /> Algumas possuem cistólitos mais ou menos alongados e laticíferos que são restritos à casca ou muito reduzidos e que produz seiva translúcida e mucilaginosa<ref name=":1">{{citar livro|título=Sistemática vegetal: Um enfoque filogenético|ultimo=Judd|primeiro=W. S. [et al.]|editora=artmed|outros=|ano=2009|local=Porto Alegre|páginas=393-396|acessodata=13/12/2017}}</ref>


As [[folha]]s são geralmente de [[filotaxia]] alterna e espiralada ou dística, menos frequentemente opostas. As [[folha]]s são geralmente inteiras, simples, por vezes lobadas, com a margem foliar inteira a serreada. A maioria das espécies apresenta [[estípula]]s, que podem ser terminais ou laterais. A [[Nervura|venação]] pode ser peninérvea a palmada. A [[lâmina foliar]], por vezes pode apresentar base cordada ou assimétrica. Geralmente estão presentes estípulas.<ref name=":1" /><ref name=":0" />
=== Folhas ===
As folhas são geralmente alternas e espiraladas ou dísticas, menos frequentemente encontram-se plantas com folhas opostas, que são geralmente simples, às vezes lobadas, com margem foliar inteira à serreada. A venação pode ser peninérvea a palmada. A lâmina, às vezes pode estar com base cordada ou assimétrica. Geralmente estão presentes estípulas, que podem ser terminais ou laterais.<ref name=":1" /><ref name=":0" />


Apresentam geralmente [[flor]]es unissexuais, existindo espécies [[monoica]]s e espécies [[dioica]]s. A maioria das espécies é [[anemofilia|polinizada pelo vento]], dispersando o [[pólen]] quando os [[estame]]s amadurecem e os [[Filamento (botânica)|filamentos]] se estiram explosivamente, um mecanismo peculiar e conspicuamente especializado de dispersão do pólen.
=== Flores ===

As inflorescências podem ser do tipo cimosa, com frequência espiciforme, axilares, e com flores congestas. As flores são unissexuais nas plantas monóicas e dióicas, do tipo actinomorfo, ou seja, radialmente simétricas. São monoclamídeas e, raramente, aclamídeas. O cálice pode apresentar de 2 à 6 sépalas, sendo gamossépalo ou dialissépalo, com prefloração valvar ou imbricada. Os estames geralmente são de 1 à 5, opostos às sépalas, com os filetes livres, curvados no botão, com anteras rimosas. Os carpelos aparentam ser apenas um, mas na verdade são 2, onde um deles é bastante reduzido, com um loco no ovário que é súpero.<ref name=":0" />
As [[inflorescência]]s podem ser do tipo [[Cimeira (botânica)|cimoso]], com frequência [[Espiga|espiciforme]], axilares, e com flores congestas. As [[flor]]es são unissexuais nas plantas monóicas e dióicas, do tipo [[actinomorfo]], ou seja, radialmente simétricas. São [[monoclamídea]]s e, raramente, [[aclamídea]]s. O cálice pode apresentar de 2 a 6 [[sépala]]s, podendo ser [[gamossépalo]] ou [[dialissépalo]], com [[prefloração]] valvar ou imbricada. Os [[estame]]s geralmente são de 1 a 5, opostos às sépalas, com os [[Filete (botânica)|filetes]] livres, curvados no botão, com [[antera]]s rimosas. Os [[carpelo]]s aparentam ser apenas um, mas na verdade são 2, com um deles bastante reduzido, com um [[Ovário (botânica)|ovário]] unilocular e súpero.<ref name=":0" />
=== Fruto ===

Os frutos geralmente são aquênios, às vezes são drupa diminuta. O endosperma às vezes podem estar ausente.<ref name=":1" />
Os frutos geralmente são [[aquénio]]s, mas por vezes [[drupa]]s diminutas. O [[endosperma]] às vezes pode estar ausente.<ref name=":1" />
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==Filogenia e sistemática==
The [[Angiosperm Phylogeny Group|APG II system]] puts the Urticaceae in the order Rosales, while older systems consider them part of the [[Urticales]], along with [[Ulmaceae]], [[Moraceae]], and [[Cannabaceae]]. APG still considers "old" Urticales a monophyletic group, but does not recognise it as an order on its own.

==Fossil record==
The [[fossil]] record of Urticaceae is scattered and mostly based on dispersed fruits. Twelve species based on fossil [[achene]]s are known from the [[Late Cretaceous]] of [[Central Europe]]. Most were assigned to the extant genera ''[[Boehmeria]]'' (three species), ''[[Debregeasia]]'' (one species) and ''[[Pouzolzia]]'' (three species), while three species were assigned to the [[extinct]] genus ''Urticoidea''.<ref> Early Flowers and Angiosperm Evolution by [[Else Marie Friis]], Peter R. Crane, Kaj Raunsgaard Pedersen - Cambridge University Press, 18. aug. 2011 - {{ISBN|0521592836}} </ref> A Colombian fossil flora of the [[Maastrichtian]] stage has yielded leaves that resemble leaves of the tribe Ceropieae.<ref>[[Phylogeny]] of the Cecropieae (Urticaceae) and the Evolution of an Ant-Plant Mutualism by Erin L. Treiber André Luiz Gaglioti Sergio Romaniuc-Neto Santiago Madriñán and George D. Weiblen - Published: February 11, 2016 - [[Systematic Botany]] 41(1):56-66. 2016 -
https://doi.org/10.1600/036364416X690633</ref>

==Phylogeny==
Modern [[molecular phylogenetics]] suggest the following relationships<ref>{{cite journal | author = Wu Z-Y, Monro AK, Milne RI, Wang H, Liu J, Li D-Z. | year = 2013 | title = Molecular phylogeny of the nettle family (Urticaceae) inferred from multiple loci of three genomes and extensive generic sampling | journal = [[Molecular Phylogenetics and Evolution]] | volume = 69 | issue = 3 | pages = 814–827 | doi = 10.1016/j.ympev.2013.06.022 | pmid = 23850510}}</ref><ref>{{cite journal | author = Wu Z-Y, Milne RI, Chen C-J, Liu J, Wang H, Li D-Z. | year = 2015 | title = Ancestral state reconstruction reveals rampant homoplasy of diagnostic morphological characters in Urticaceae, conflicting with current classification schemes | journal = [[PLoS ONE]] | volume = 10 | issue = 11 | pages = e0141821 | doi = 10.1371/journal.pone.0141821 | pmid = 26529598 | pmc = 4631448 }}</ref> (see also <ref>{{cite journal | author = Sytsma KJ, Morawetz J, Pires JC, Morden CW. | year = 2000 | title = Phylogeny of the Urticales based on three molecular data sets, with emphasis on relationships within Urticaceae | journal = [[American Journal of Botany]] | volume = 87 | issue = 6 | pages = 162 | url = http://2000.botanyconference.org/section13/abstracts/232.shtml}}</ref><ref>{{cite journal | author = Sytsma KJ, Morawetz J, Pires C, Nepokroeff M, Conti E, Zjhra M, Hall JC, Chase MW. | year = 2002 | title = Urticalean rosids: Circumscription, rosid ancestry, and phylogenetics based on ''rbcL'', ''trnL''–''F'', and ''ndhF'' sequences | journal = [[American Journal of Botany]] | volume = 89 | issue = 9 | pages = 1531–1546 | url = http://www.bricol.net/research/CICphylog/CICfinalSTUFF/Urtical-rosids.pdf | doi = 10.3732/ajb.89.9.1531 | pmid = 21665755}}</ref><ref>{{cite journal | author = Hadiah JT, Quinn CJ, Conn BJ. | year = 2003 | title = Phylogeny of ''Elatostema'' (Urticaceae) using chloroplast DNA data | journal = [[Telopea (journal)|Telopea]] | volume = 10 | issue = 1 | pages = 235–246 | url = https://www.researchgate.net/publication/277933656 | doi=10.7751/telopea20035618}}</ref><ref>{{cite journal | author = Datwyler SL, Weiblen G. | year = 2004 | title = On the origin of the fig: Phylogenetic relationships of Moraceae from ''ndhF'' sequences | journal = [[American Journal of Botany]] | volume = 91 | issue = 5 | pages = 767–777 | url = http://www.amjbot.org/content/91/5/767.abstract | doi = 10.3732/ajb.91.5.767 | pmid = 21653431}}</ref><ref>{{cite journal | author = Zerega NJC, Clement WL, Datwyler SL, Weiblen GD. | year = 2005 | title = Biogeography and divergence times in the mulberry family (Moraceae) | journal = [[Molecular Phylogenetics and Evolution]] | volume = 37 | issue = 2 | pages = 402–416 | doi = 10.1016/j.ympev.2005.07.004 | pmid = 16112884| citeseerx = 10.1.1.418.1442 }}</ref><ref>{{cite journal | author = Monro AK. | year = 2006 | title = The revision of species-rich genera: A phylogenetic framework for the strategic revision of ''Pilea'' (Urticaceae) based on cpDNA, nrDNA, and morphology | journal = [[American Journal of Botany]] | volume = 93 | issue = 3 | pages = 426–441 | url = http://www.amjbot.org/content/93/3/426.abstract | doi = 10.3732/ajb.93.3.426 | pmid = 21646202}}</ref><ref>{{cite journal | author = Hadiah JT, Conn BJ, Quinn CJ | year = 2008 | title = Infra-familial phylogeny of Urticaceae, using chloroplast sequence data | journal = [[Australian Systematic Botany]] | volume = 21 | issue = 5 | pages = 375–385 | doi = 10.1071/SB08041}}</ref><ref>{{cite journal | author = Conn BJ, Hadiah JT | year = 2009 | title = Nomenclature of tribes within the Urticaceae | journal = [[Kew Bulletin]] | volume = 64 | issue = 2 | pages = 349–352 | doi = 10.1007/s12225-009-9108-4 | jstor = 20649663}}</ref><ref>{{cite journal | author = Kim C, Deng T, Chase M, Zhang D-G, Nie Z-L, Sun H. | year = 2015 | title = Generic phylogeny and character evolution in Urticeae (Urticaceae) inferred from nuclear and plastid DNA regions | journal = [[Taxon (journal)|Taxon]] | volume = 64 | issue = 1 | pages = 65–78 | url = http://www.ingentaconnect.com/content/iapt/tax/2015/00000064/00000001/art00007 | doi = 10.12705/641.20}}</ref><ref>{{cite journal | author = Treiber EL, Gaglioti EL, Romaniuc-Neto S, Madriñán S, Weiblen GD. | year = 2016 | title = Phylogeny of the Cecropieae (Urticaceae) and the evolution of an ant–plant mutualism | journal = [[Systematic Botany]] | volume = 41 | issue = 1 | pages = 56–66 | doi = 10.1600/036364416X690633| pmid = 25202490 | pmc = 4103470 }}</ref>):

<center>
{{Clade| style=line-height:75%;
|1={{clade
|1=[[Moraceae]]&nbsp;([[Grupo externo (cladística)|grupo externo]])
|label2=Urticaceae
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===Tribos e géneros===
{{div col|colwidth=350px}}
*[[Boehmerieae]] <small>Gaudich. 1830</small>
**''[[Archiboehmeria]]'' <small>C.J. Chen 1980</small> (1 sp.)
**''[[Astrothalamus]]'' <small>C.B. Rob. 1911</small> (1 sp.)
**''[[Boehmeria]]'' <small>Jacq. 1760</small> (80 spp.)
**''[[Chamabainia]]'' <small>Wight 1853</small> (1–2 spp.)
**''[[Cypholophus]]'' <small>Wedd. 1854</small> (15 spp.)
**''[[Debregeasia]]'' <small>Gaudich. 1844</small> (4 spp.)
**''[[Gibbsia (plant)|Gibbsia]]'' <small>Rendle 1917</small> (2 spp.)
**''[[Gonostegia]]'' <small>Turcz. 1846</small> (5 spp.)
**''[[Hemistylus]]'' <small>Benth. 1843</small> (4 spp.)
**''[[Neodistemon]]'' <small>Babu & A. N. Henry 1970</small> (1 sp.)
**''[[Neraudia]]'' <small>Gaudich. 1830</small> (5 spp.)
**''[[Nothocnide]]'' <small>Blume 1856</small> (4 spp.)
**''[[Oreocnide]]'' <small>Miq. 1851</small> (15 spp.)
**''[[Phenax]]'' <small>Wedd. 1854</small> (12 spp.)
<!-- Piptuirus is a misspelling of Pipturus. --
**''[[Pipturus]]'' <small>Wedd. 1854</small> (30 spp.)
**''[[Pouzolzia]]'' <small>Gaudich. 1826 [1830]</small> (70 spp.)
**''[[Rousselia]]'' <small>Gaudich. 1826 [1830]</small> (3 spp.)
**''[[Sarcochlamys]]'' <small>Gaudich. 1844</small> (1 sp.)
*[[Cecropieae]] <small>Gaudich. 1830</small>
**''[[Cecropia]]'' <small>Loefl. 1758</small> (70–80 spp.)
**''[[Coussapoa]]'' <small>Aubl. 1775</small> (>50 spp.)
**''[[Leucosyke]]'' <small>Zoll. & Moritzi 1845</small> (35 spp.)<!-- Micronesica40:169. -
**''[[Maoutia]]'' <small>Wedd. 1854</small> (15 spp.)
**''[[Musanga]]'' <small>R. Br. in Tuckey 1818</small> (2 spp.)
**''[[Myrianthus]]'' <small>P. Beauv. 1804 [1805]</small> (7 spp.)
**''[[Pourouma]]'' <small>Aubl. 1775</small> (>50 spp.)
*[[Elatostemateae]] <small>Gaudich. 1830</small> <!-- =Lecantheae Wedd. 1854; =Procrideae Wedd. 1856--
**''[[Aboriella]]'' <small>Bennet</small> (1 sp.)<!-- Aboriella is a synonym of Pilea. -
**''[[Achudemia]]'' <small>Blume 1856</small> <!-- Achudemia is a synonym of Pilea. --
<!-- Dubrueilia Gaudich. 1826 [1830] is a synonym of Pilea. --
**''[[Elatostema]]'' <small>J.R. Forst. & G. Forst. 1775</small> (300 spp.)<!-- Micronesica40:169. --
**''[[Gyrotaenia]]'' <small>Griseb. 1861</small> (4 spp.)
<!-- Langeveldia Gaudich. 1830 is a synonym of Procris. --
**''[[Lecanthus]]'' <small>Wedd. 1854</small> (1 sp.)
**''[[Meniscogyne]]'' <small>Gagnep. 1928</small> (2 spp.)
**''[[Myriocarpa]]'' <small>Benth. 1844 [1846]</small> (18 spp.)
**''[[Pellionia]]'' <small>Gaudich. 1826</small> (60 spp.)<!-- Pellionia is a synonym of Procris. -
**''[[Petelotiella]]'' <small>Gagnep. in Lecomte 1929</small> (1 spp.)
**''[[Pilea]]'' <small>Lindl. 1821</small> (250 spp.)
**''[[Procris (genus)|Procris]]'' <small>Comm. ex Juss. 1789</small> (20 spp.)
**''[[Sarcopilea]]'' <small>Urb. 1912</small> (1 sp.)
<!-- Sciophila Gaudich. 1830 is a synonym of Procris. --

*[[Forsskaoleeae]] <small>Gaudich. 1830</small>
**''[[Australina]]'' <small>Gaudich. 1830</small> (2 spp.)
**''[[Didymodoxa]]'' <small>E. Mey. ex Wedd. 1857</small> (2 spp.)
**''[[Droguetia]]'' <small>Gaudich. 1830</small> (7 spp.)
**''[[Forsskaolea]]'' <small>L. 1764</small> (6 spp.)
*[[Parietarieae]] <small>Gaudich. 1830</small>
<!-- Freirea is a synonym of Parietaria. --
**''[[Gesnouinia]]'' <small>Gaudich. 1830</small> (2 spp.)
**''[[Parietaria]]'' <small>L. 1753</small> (20 spp.)
**''[[Soleirolia]]'' <small>Gaudich. 1830</small> (1 sp.)
<!-- Thaumuria is a synonym of Parietaria. --

*[[Urticeae]] <small>Lamarck & DC. 1806</small> <!-- =Urereae Gaudich. 1830 --
**''[[Dendrocnide]]'' <small>Miq. 1851</small> (27 spp.)
**''[[Discocnide]]'' <small>Chew 1965</small> (1 sp.)
<!-- Fleurya Gaudich. 1826 is a synonym of Laportea. --
**''[[Girardinia]]'' <small>Gaudich. 1830</small> (2 spp.)
**''[[Hesperocnide]]'' <small>Torr. 1857</small> (2 spp.)
**''[[Laportea]]'' <small>Gaudich. 1826 [1830]</small> (21 spp.)
**''[[Nanocnide]]'' <small>Blume 1856</small> (2 spp.)
**''[[Obetia]]'' <small>Gaudich. 1844</small> (7 spp.)
**''[[Poikilospermum]]'' <small>Zipp. ex Miq. 1864</small> (20 spp.)
**''[[Touchardia]]'' <small>Gaudich. 1847</small> (1–2 spp.)
**''[[Urera]]'' <small>Gaudich. 1826 [1830]</small> (35 spp.)
**''[[Urtica]]'' <small>L. 1753</small>—nettle (80 spp.)
**''[[Zhengyia]]'' <small>T. Deng, D.G. Zhang & H. Sun 2013</small> (1 sp.)<ref>{{cite journal | authors = Deng Tao, Kim C, Zhang D-G, Zhang J-W, Li Z-M, Nie Z-L, Sun H. | year = 2013 | title = ''Zhengyia shennongensis'': A new bulbiliferous genus and species of the nettle family (Urticaceae) from central China exhibiting parallel evolution of the bulbil trait | journal = [[Taxon (journal)|Taxon]] | volume = 62 | issue = 1 | pages = 89–99 | url = http://www.ingentaconnect.com/contentone/iapt/tax/2013/00000062/00000001/art00008 | jstor = 24389315| doi = 10.1002/tax.621008 }}</ref>
*''[[Incertae sedis]]''
**''[[Metatrophis]]'' <small>F. Br. 1935</small> (1 sp.)
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==Diseases==
The Urticaceae are subject to many bacterial, viral, fungal, and nematode parasitic diseases. Among them are:<ref>{{Cite web|title=Common Names of Plant Diseases: Diseases of Foliage Plants (House Plants): Urticaceae|date=26 March 1993|publisher=The American Phytopathological Society |url=http://www.apsnet.org/publications/commonnames/Pages/FoliagePlants.aspx|archiveurl=https://web.archive.org/web/20111130101357/http://www.apsnet.org/publications/commonnames/Pages/FoliagePlants.aspx|archivedate=30 November 2011|deadurl=no}}</ref>
* Bacterial leaf spot, caused by ''[[Xanthomonas campestris]]'' which affects ''[[Pellionia]]'', ''[[Pilea]]'', and other genera
* [[Anthracnose]], a fungal disease caused by ''[[Colletotrichum capsici]]'' which affects ''Pilea''
* Myrothecium leaf spot, a fungal disease caused by ''[[Myrothecium roridum]]'' which affects plants throughout the Urticaceae, as well as other angiosperms<ref>{{Cite journal|author=Chase, A. R. |year=1983|title=Influence of host plant and isolate source on Myrothecium leaf spot of foliage plants|journal=Plant Disease|volume=67|issue=6|pages=668–671|doi=10.1094/PD-67-668|url=http://www.apsnet.org/publications/PlantDisease/BackIssues/Documents/1983Articles/PlantDisease67n06_668.PDF}}</ref><ref>{{Cite journal|author=Nguyen, Thu Ha, Mathur, S. B., & Neergaard, Paul|year=1973|title=Seed-borne species of ''Myrothecium'' and their pathogenic potential|journal=[[Transactions of the British Mycological Society]] |volume= 61|issue=2|pages=347–354, IN14–IN16|doi=10.1016/S0007-1536(73)80156-1}}</ref>
* Phytophthora blight, a [[water mold]] disease caused by ''[[Phytophthora nicotianae]]'' which affects ''Pilea''
* Southern blight, a fungal disease caused by ''[[Athelia rolfsii]]'' which affects both ''Pellionia'' and ''Pilea''


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==Gêneros==
==Gêneros==
A família inclui os seguintes géneros:<ref name=":2" />
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== Relações filogenéticas ==
== Relações filogenéticas ==
Na ordem Rosales, a família Urticaceae é o grupo mais interno dessa ordem, sustentada pela presença de laticíferos restritos à casca, látex mucilaginoso, gineceu pseudomonômero, placentação basal e pela presença de cistólitos alongados.<ref name=":1" />
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==Distribuição no Brasil ==
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==Referências==
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==Bibliografia==
* {{Cite book|author=Pignatti, Sandro |year=1982|title=Flora d'Italia|language=Italian|publisher=Edagricole|location=Bologna|isbn=978-88-506-2449-2}}
* {{Cite book|author=Friis, Ib|year=1989|title=Urticaceae|series=Flora of tropical East Africa|location=Rotterdam|publisher=A.A. Balkema and the Royal Botanic Gardens, Kew|isbn=978-90-6191-352-8}}
==Galeria==
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* {{Cite web|author=Stevens, P. F. |title=Angiosperm Phylogeny Website, Version 13|publisher=Missouri Botanical Garden |url=http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/}} continuously updated.

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Revisão das 22h14min de 19 de agosto de 2019

Como ler uma infocaixa de taxonomiaUrticaceae
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: Angiosperms
Clado: Eudicots
Clado: Rosids
Clado: Eurosids I
Classe: Magnoliopsida
Superordem: Rosanae
Ordem: Rosales
Família: Urticaceae
Juss., 1789
Subfamílias e géneros
Ver texto
Sinónimos
Urtica dioica (urtiga).
diagrama floral da urtiga:
A flor masculina, B flor feminina.

Urticaceae é uma família de plantas com flor da ordem Rosales com distribuição cosmopolita, constituída por cerca de 53 géneros e mais de 2625 espécies,[2] com centro de diversidade na região tropical. Os membros desta família, que inclui as espécies conhecidas por urtigas, são plantas herbáceas e lenhosas, frequentemente com tricomas urticantes nas folhas e ramos.[3] A família Urticaceae tem distribuição cosmopolita, estando apenas ausente das regiões polares.

Descrição

O nome da família deriva do nome genérico Urtica, o género que inclui a maioria das plantas conhecidas pelo nome comum de urtiga. A família Urticaceae inclui várias plantas bem conhecidas e algums espécies com interesse económico, incluindo as urtigas dos géneros Urtica, ramie (Boehmeria nivea), māmaki (Pipturus albidus) e ajlai (Debregeasia saeneb).

De acordo com a base de dados do Royal Botanic Gardens, Kew, a família inclui cerca de 2625 espécies, agrupadas em 53 géneros,[2] sendo aqueles que apresentam maior número de espécies Pilea (500 a 715 espécies), Elatostema (cerca de 300 espécies), Urtica (cerca de 80 espécies) e Cecropia (cerca de 75 espécies). Cecropia contém muitas espécies mirmecófitas.[4]

Morfologia

As espécies que integram a família Urticaceae podem ser arbustos (por exemplo, Pilea), lianas (cipós) ou herbáceas (por exemplo, Urtica e Parietaria), raramente árvores (por exemplo, Dendrocnide e Cecropia). São frequentes as espécies que apresentam tricomas urticantes.[3]

Algumas espécies apresentam cistólitos mais ou menos alongados e laticíferos, embora restritos à epiderme ou muito reduzidos, que produzem um látex translúcido e mucilaginoso.[5]

As folhas são geralmente de filotaxia alterna e espiralada ou dística, menos frequentemente opostas. As folhas são geralmente inteiras, simples, por vezes lobadas, com a margem foliar inteira a serreada. A maioria das espécies apresenta estípulas, que podem ser terminais ou laterais. A venação pode ser peninérvea a palmada. A lâmina foliar, por vezes pode apresentar base cordada ou assimétrica. Geralmente estão presentes estípulas.[5][3]

Apresentam geralmente flores unissexuais, existindo espécies monoicas e espécies dioicas. A maioria das espécies é polinizada pelo vento, dispersando o pólen quando os estames amadurecem e os filamentos se estiram explosivamente, um mecanismo peculiar e conspicuamente especializado de dispersão do pólen.

As inflorescências podem ser do tipo cimoso, com frequência espiciforme, axilares, e com flores congestas. As flores são unissexuais nas plantas monóicas e dióicas, do tipo actinomorfo, ou seja, radialmente simétricas. São monoclamídeas e, raramente, aclamídeas. O cálice pode apresentar de 2 a 6 sépalas, podendo ser gamossépalo ou dialissépalo, com prefloração valvar ou imbricada. Os estames geralmente são de 1 a 5, opostos às sépalas, com os filetes livres, curvados no botão, com anteras rimosas. Os carpelos aparentam ser apenas um, mas na verdade são 2, com um deles bastante reduzido, com um ovário unilocular e súpero.[3]

Os frutos geralmente são aquénios, mas por vezes drupas diminutas. O endosperma às vezes pode estar ausente.[5]

Gêneros

A família inclui os seguintes géneros:[6]

Polinização

As pequenas flores de Urticaceae são polinizadas pelo vento. Muitas espécies, utilizam seus estames inflexos que se estendem elasticamente, fazendo com que o pólen seja liberado em forma de jatos. Assim, o pólen se desloca com mais velocidade nas correntes de ar.[3]

Relações filogenéticas

Na ordem Rosales, a família Urticaceae é o grupo mais interno dessa ordem, sustentada pela presença de laticíferos restritos à casca, látex mucilaginoso, gineceu pseudomonômero, placentação basal e pela presença de cistólitos alongados.[5]

Distribuição no Brasil

No Brasil, ocorrem 13 gêneros e 102 espécies, das quais 25 são endêmicas.[6] O gênero de maior destaque na flora brasileira é a Cecropia, onde estão as espécies conhecidas popularmente por embaúbas, que são típicas de formações de clareiras no interior de florestas.[3]

A família Urticaceae é encontrada em grande parte do território brasileiro, nos seguintes domínios fitogeográficos: Amazônia, caatinga, Mata Atlântica e Pantanal.

As espécies brasileiras são encontradas em diferentes tipos de vegetação, sendo elas: cerrado, floresta ciliar ou galeria, floresta de várzea, floresta estacional decidual, floresta estacional semidecidual, floresta ombrófila (= floresta pluvial), floresta ombrófila mista, restinga, savana amazônica, vegetação sobre afloramentos rochosos.[7]

A família Urticaceae ocorre em todo o território brasileiro:[7][8]

Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)
Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)
Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)
Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)
Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)
Possíveis ocorrências:
Centro-oeste (Distrito Federal)

Algumas espécies do gênero Cecropia são cultivadas como ornamentais, principalmente na arborização de áreas urbanas, assim como os gêneros Elastotema (peliônia-cetim) e Pilea que são cultivados por apresentarem folhagem ornamental. Duas espécies que apresentam também valor econômico é o rami (Boehmeria nivea), cultivada em diversas partes do mundo, inclusive no sul do Brasil, e Urtica dioica, devido a qualidade das fibras que elas têm.[3]

O gênero Cecropia é o gênero que se destaca no território brasileiro. Suas espécies são conhecidas popularmente como embaúbas e geralmente fazem formações secundárias ou clareiras no interior de florestas.[3]

Referências

  1. Germplasm Resources Information Network (GRIN) (17 de janeiro de 2003). «Family: Urticaceae Juss., nom. cons.». Taxonomy for Plants. USDA, ARS, National Genetic Resources Program, National Germplasm Resources Laboratory, Beltsville, Maryland. Consultado em 24 de abril de 2008 
  2. a b Christenhusz, M. J. M., and Byng, J. W. (2016). «The number of known plants species in the world and its annual increase». Phytotaxa. 261 (3): 201–217. doi:10.11646/phytotaxa.261.3.1 
  3. a b c d e f g h SOUZA, Vinicius Castro; LORENZI, Harri (2008). Botânica sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 438 páginas 
  4. Chomicki G, Renner SS. (2015). «Phylogenetics and molecular clocks reveal the repeated evolution of ant-plants after the late Miocene in Africa and the early Miocene in Australasia and the Neotropics». New Phytologist. 207 (2): 411–424. PMID 25616013. doi:10.1111/nph.13271 
  5. a b c d Judd, W. S. [et al.] (2009). Sistemática vegetal: Um enfoque filogenético. Porto Alegre: artmed. pp. 393–396 
  6. a b «Urticaceae». Reflora. 2017. Consultado em 10 de dezembro de 2017 
  7. a b Neto, Romaniuc (23 de dezembro de 2015). «Urticaceae». Reflora. Consultado em 10 de dezembro de 2017 
  8. Lista de espécies no Brasil.

Bibliografia

  • Pignatti, Sandro (1982). Flora d'Italia (em Italian). Bologna: Edagricole. ISBN 978-88-506-2449-2 
  • Friis, Ib (1989). Urticaceae. Col: Flora of tropical East Africa. Rotterdam: A.A. Balkema and the Royal Botanic Gardens, Kew. ISBN 978-90-6191-352-8 

Galeria

Ligações externas

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