Mariza Corrêa: diferenças entre revisões

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'''Mariza Corrêa''' ( [[1 de dezembro]] de [[1945]] - [[Campinas]], [[27 de dezembro]] de [[2016]]) foi uma [[antropologia|antropóloga]] [[brasil]]eira, professora do Departamento de Antropologia, do [[Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp|Instituto de Filosofia e Ciências Humanas]], da [[Universidade Estadual de Campinas]] (UNICAMP) por 30 anos. Era professora pesquisadora do [[Pagu]]/Núcleo de Estudos de Gênero da mesma universidade, onde coordenava um Projeto Temático da [[FAPESP]] sobre gênero e corporalidade<ref name="unicamp">{{Citar web|url=http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2016/12/27/unicamp-perde-edgar-de-decca-e-mariza-correa|título=Unicamp perde Edgar De Decca e Mariza Corrêa|publicado=UNICAMP|editor=UNICAMP|acessodata=27 de dezembro de 2016}}</ref>.
'''Mariza Corrêa''' ([[Porto Alegre]], [[1 de dezembro]] de [[1945]] - [[Campinas]], [[27 de dezembro]] de [[2016]]) foi uma [[antropologia|antropóloga]] [[brasil]]eira, professora do Departamento de Antropologia, do [[Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp|Instituto de Filosofia e Ciências Humanas]], da [[Universidade Estadual de Campinas]] (UNICAMP) por 30 anos.


== Vida ==
Formada em [[Jornalismo]], pela [[Universidade Federal do Rio Grande do Sul]] (UFRGS), em 1969, ingressou no [[mestrado]] em [[Ciências Sociais]] em 1973 na [[Universidade Estadual de Campinas]] (UNICAMP), onde defendeu a dissertação ''"Os atos e os autos: representações jurídicas de papéis sexuais"'' em 1975<ref name=Lattes/>.
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Em 1969, ingressou no [[mestrado]] em [[Ciências Sociais]] em 1973 na [[Universidade Estadual de Campinas]] (UNICAMP), onde defendeu a dissertação ''Os Atos e os Autos: Representações Jurídicas de Papéis Sexuais'' em 1975, sob orientação de [[Verena Stolcke]].<ref name="Lattes" />
Em 1982, defendeu a tese de [[doutorado]] ''"As ilusões da liberdade - a Escola [[Nina Rodrigues]] e a antropologia no Brasil"''. Foi presidente da [[Associação Brasileira de Antropologia]], de 1996 e 1998. Integrava o corpo docente da Área de Gênero no Programa de Doutorado em Ciências Sociais da UNICAMP<ref name=Lattes>{{Citar web |url=http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783963P1 |título=Currículo Lattes|publicado=CNq |editor=Plataforma Lattes |acessadoem=28 de dezembro de 2016}}</ref>.

Em 1982, defendeu a tese de [[doutorado]] ''"As Ilusões da Liberdade - a Escola [[Nina Rodrigues]] e a Antropologia no Brasil"''. O doutorado foi realizado na [[Universidade de São Paulo]] (USP), na área de Ciência Política, sob orientação de [[Ruth Cardoso]].<ref name=":1">{{citar web|url=https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2018/01/23/uma-antropologa-e-sua-antropologia|titulo=Uma antropóloga e sua antropologia|data=19 de janeiro de 2018|acessodata=5 de julho de 2020|publicado=Jornal da Unicamp|ultimo=Beatriz|primeiro=Carvalho}}</ref> O estudo abordou a trajetória do médico legista, antropólogo e professor [[Nina Rodrigues|Raimundo Nina Rodrigues]] e de seus discípulos, refletindo sobre a formação do campo das [[ciências sociais]] e da elite intelectual brasileira.

Foi casada com Plinio Dentzien, com quem teve um filho, Rodrigo.<ref name=":0" />

== Realizações ==
Na Unicamp, onde trabalhou como docente e pesquisadora, coordenou o Projeto História da Antropologia no Brasil (PHAB), iniciado em 1984 e desenvolvido ao longo de 20 anos <ref name=":1" />. A este respeito, Mariza comentou por ocasião da homenagem aos 50 anos da Associação Brasileira de Antropologia (ABA): “Creio que importa saber o quanto as pessoas que são parte de nossa história não são personagens descarnados, mas são pessoas como nós, sujeitas às mesmas pressões de seu tempo, envolvidas nas mesmas teias de amizade-parentesco-dívidas acadêmicas nas quais nós nos envolvemos”.<ref name=":1" /> Parte do acervo do projeto encontra-se no [[Arquivo Edgard Leuenroth]] (AEL).

Integrava o corpo docente da Área de Gênero no Programa de Doutorado em Ciências Sociais da UNICAMP<ref name="Lattes">{{Citar web |url=http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783963P1 |título=Currículo Lattes|publicado=CNq |editor=Plataforma Lattes |acessadoem=28 de dezembro de 2016}}</ref>, onde coordenava um Projeto Temático da [[FAPESP]] sobre [[gênero]] e corporalidade<ref name="unicamp">{{Citar web|url=http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2016/12/27/unicamp-perde-edgar-de-decca-e-mariza-correa|título=Unicamp perde Edgar De Decca e Mariza Corrêa|publicado=UNICAMP|editor=UNICAMP|acessodata=27 de dezembro de 2016}}</ref>. Formou mais de 50 pesquisadores em mestrado e doutorado, dentre eles, [[Néstor Perlongher|Néstor Perlonguer]], [[Heloisa André Pontes]] e Adriana Piscitelli.<ref>{{citar periódico|ultimo=DEBERT|primeiro=Guita|data=2018|titulo=Gênero, História da Antropologia e Construção Institucional. Homenagem a Mariza Corrêa|url=https://doi.org/10.1590/18094449201800540002|jornal=Cadernos Pagu|acessodata=5 de julho de 2020}}</ref>

Foi diretora (entre 1994 e 1996) e presidente (entre 1996 e 1998) da [[Associação Brasileira de Antropologia]].
==Escritos==
==Principais obras==
'''Livros e coletâneas'''
*''O Espartilho de Minha Avó: Linhagens Femininas na Antropologia'' - "Horizontes Antropológicos", Porto Alegre, v. 3, n. 7, p. 70-96, 1997.
*''Traficantes do simbólico e outros ensaios sobre a história da antropologia''. Campinas/SP, Editora da Unicamp, 2013. 472 p. ISBN 978-8526810075
*''A Natureza Imaginária do Gênero na História da Antropologia'' - "Cadernos Pagu", Campinas, v. 5, p. 109-130, 1996.
*''Antropólogas e Antropologia'' - Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003. v. 1. 278 p.
*''Antropólogas e Antropologia'' - Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003. v. 1. 278 p.
*''As reuniões brasileiras de antropologia: cinquenta anos (1953-2003).'' Campinas, Editora da Unicamp e Associação Brasileira de Antropologia (ABA), 2003
*''As Ilusões da Liberdade: A Escola Nina Rodrigues e a Antropologia no Brasil'' - Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2000. 487 p.
*''As Ilusões da Liberdade: A Escola Nina Rodrigues e a Antropologia no Brasil'' - Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2000. 487 p. ISBN 978-8586965173
*''Roberto Cardoso de Oliveira: homenagem.'' Campinas, Setor de Publicações do IFCH, Unicamp, 1992 (organizado com Roque ''Laraia)''
*''Historia Da Antropologia No Brasil (1930-1960) Testemunhos: Emilio Willems, Donald Pierson (Formação do Brasil)''. Editora Vértice, 1987. ISBN 978-8585068424
*''Morte em Família: representações jurídicas de papéis sexuais''. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1983.
*''Os Crimes da Paixão, Tudo é História''. São Paulo, Brasiliense, 1981.


'''Artigos'''

* A babá de Freud e outras babás. ''Cadernos Pagu'', Campinas, v. 29, 2007.

*O Espartilho de Minha Avó: Linhagens Femininas na Antropologia. ''Horizontes Antropológicos'', Porto Alegre, v. 3, n. 7, p. 70-96, 1997.
*A Natureza Imaginária do Gênero na História da Antropologia. ''Cadernos Pagu'', Campinas, v. 5, p. 109-130, 1996.


==Ligações externas==
==Ligações externas==

Revisão das 16h58min de 5 de julho de 2020

Mariza Corrêa
Nascimento 1 de dezembro de 1945
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Morte 27 de dezembro de 2016 (71 anos)
Campinas, São Paulo
Residência Brasil
Nacionalidade brasileira
Cônjuge Plínio Dentzien
Alma mater Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Orientador(es)(as) Verena Stolcke; Ruth Corrêa Leite Cardoso
Orientado(a)(s) Néstor Perlonguer; Heloisa Pontes; Adriana Piscitelli
Instituições Universidade Estadual de Campinas
Campo(s) Antropologia
Tese "Os Atos e os Autos: Representações Jurídicas de Papéis Sexuais" (1975); As ilusões da liberdade - a Escola Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil (1982)

Mariza Corrêa (Porto Alegre, 1 de dezembro de 1945 - Campinas, 27 de dezembro de 2016) foi uma antropóloga brasileira, professora do Departamento de Antropologia, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) por 30 anos.

Vida

Formada em Jornalismo, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), trabalhou no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, e na revista Veja.[1]

Em 1969, ingressou no mestrado em Ciências Sociais em 1973 na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), onde defendeu a dissertação Os Atos e os Autos: Representações Jurídicas de Papéis Sexuais em 1975, sob orientação de Verena Stolcke.[2]

Em 1982, defendeu a tese de doutorado "As Ilusões da Liberdade - a Escola Nina Rodrigues e a Antropologia no Brasil". O doutorado foi realizado na Universidade de São Paulo (USP), na área de Ciência Política, sob orientação de Ruth Cardoso.[3] O estudo abordou a trajetória do médico legista, antropólogo e professor Raimundo Nina Rodrigues e de seus discípulos, refletindo sobre a formação do campo das ciências sociais e da elite intelectual brasileira.

Foi casada com Plinio Dentzien, com quem teve um filho, Rodrigo.[1]

Realizações

Na Unicamp, onde trabalhou como docente e pesquisadora, coordenou o Projeto História da Antropologia no Brasil (PHAB), iniciado em 1984 e desenvolvido ao longo de 20 anos [3]. A este respeito, Mariza comentou por ocasião da homenagem aos 50 anos da Associação Brasileira de Antropologia (ABA): “Creio que importa saber o quanto as pessoas que são parte de nossa história não são personagens descarnados, mas são pessoas como nós, sujeitas às mesmas pressões de seu tempo, envolvidas nas mesmas teias de amizade-parentesco-dívidas acadêmicas nas quais nós nos envolvemos”.[3] Parte do acervo do projeto encontra-se no Arquivo Edgard Leuenroth (AEL).

Integrava o corpo docente da Área de Gênero no Programa de Doutorado em Ciências Sociais da UNICAMP[2], onde coordenava um Projeto Temático da FAPESP sobre gênero e corporalidade[4]. Formou mais de 50 pesquisadores em mestrado e doutorado, dentre eles, Néstor Perlonguer, Heloisa André Pontes e Adriana Piscitelli.[5]

Foi diretora (entre 1994 e 1996) e presidente (entre 1996 e 1998) da Associação Brasileira de Antropologia.

Escritos

Livros e coletâneas

  • Traficantes do simbólico e outros ensaios sobre a história da antropologia. Campinas/SP, Editora da Unicamp, 2013. 472 p. ISBN 978-8526810075
  • Antropólogas e Antropologia - Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003. v. 1. 278 p.
  • As reuniões brasileiras de antropologia: cinquenta anos (1953-2003). Campinas, Editora da Unicamp e Associação Brasileira de Antropologia (ABA), 2003
  • As Ilusões da Liberdade: A Escola Nina Rodrigues e a Antropologia no Brasil - Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2000. 487 p. ISBN 978-8586965173
  • Roberto Cardoso de Oliveira: homenagem. Campinas, Setor de Publicações do IFCH, Unicamp, 1992 (organizado com Roque Laraia)
  • Historia Da Antropologia No Brasil (1930-1960) Testemunhos: Emilio Willems, Donald Pierson (Formação do Brasil). Editora Vértice, 1987. ISBN 978-8585068424
  • Morte em Família: representações jurídicas de papéis sexuais. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1983.
  • Os Crimes da Paixão, Tudo é História. São Paulo, Brasiliense, 1981.


Artigos

  • A babá de Freud e outras babás. Cadernos Pagu, Campinas, v. 29, 2007.
  • O Espartilho de Minha Avó: Linhagens Femininas na Antropologia. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 3, n. 7, p. 70-96, 1997.
  • A Natureza Imaginária do Gênero na História da Antropologia. Cadernos Pagu, Campinas, v. 5, p. 109-130, 1996.

Ligações externas

Referências

  1. a b FRY, Peter (2018). «Mariza Corrêa (1945-2016) – uma homenagem muito pessoal». Cadernos Pagu. Consultado em 5 de julho de 2020 
  2. a b Plataforma Lattes (ed.). «Currículo Lattes». CNq. Consultado em 28 de dezembro de 2016 
  3. a b c Beatriz, Carvalho (19 de janeiro de 2018). «Uma antropóloga e sua antropologia». Jornal da Unicamp. Consultado em 5 de julho de 2020 
  4. UNICAMP (ed.). «Unicamp perde Edgar De Decca e Mariza Corrêa». UNICAMP. Consultado em 27 de dezembro de 2016 
  5. DEBERT, Guita (2018). «Gênero, História da Antropologia e Construção Institucional. Homenagem a Mariza Corrêa». Cadernos Pagu. Consultado em 5 de julho de 2020 
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