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Myocastor coypus: diferenças entre revisões

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O '''ratão-do-banhado'''<ref name=ufrgs>{{Citar web |url=https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/mamiferos/ordem-rodentia/familia-myocastoridae/ratao-do-banhado-myocastor-coypus/ |titulo=Ratão-do-banhado (Myocastor coypus) |acessodata=2022-10-07 |website=Fauna Digital do Rio Grande do Sul}}</ref> ([[nome científico]]: ''Myocastor coypus''),<ref name=MSW3>{{MSW3 Hystricognathi | id = 13400557}}</ref> também conhecido por '''nútria''', '''caxingui''' ou '''ratão-d'água''', é uma [[espécie]] de [[roedor]] semiaquático e [[herbívoro]].<ref>{{citar web| url=http://animaldiversity.org/accounts/Myocastor_coypus/ |título=Myocastor coypus (coypu)|website=Animal Diversity Web, Museum of Zoology |publicado=University of Michigan|data=1999}}</ref> Classificado por muito tempo como o único membro da família Myocastoridae,<ref name="Woods1982">{{citar livro|último1=Woods |primeiro1=C. A. | editor-last1=Mares| editor-first1=M. A.| editor-last2=Genoways| editor-first2=H. H.|título=Mammalian Biology in South America |publicado=University of Pittsburgh |ano=1982 |páginas=377–392 |capítulo=The history and classification of South American Hystricognath rodents: reflections on the far away and long ago |local=Pittsburgh }}</ref> ''Myocastor'' foi mais tarde incluído nos [[equimídeos]], a família dos ratos espinhosos.<ref name="Galewski2005">{{citar periódico|último1=Galewski|primeiro1=Thomas|último2=Mauffrey|primeiro2=Jean-François|último3=Leite|primeiro3=Yuri L. R.|último4=Patton|primeiro4=James L.|último5=Douzery|primeiro5=Emmanuel J. P.|ano=2005|título=Ecomorphological diversification among South American spiny rats (Rodentia; Echimyidae): a phylogenetic and chronological approach|periódico=Molecular Phylogenetics and Evolution|volume=34|número=3|páginas=601–615|doi=10.1016/j.ympev.2004.11.015|pmid=15683932}}</ref><ref name="Upham2012">{{citar periódico|último1=Upham|primeiro1=Nathan S.|último2=Patterson|primeiro2=Bruce D.|ano=2012|título=Diversification and biogeography of the Neotropical caviomorph lineage Octodontoidea (Rodentia: Hystricognathi)|periódico=Molecular Phylogenetics and Evolution|volume=63|número=2|páginas=417–429|doi=10.1016/j.ympev.2012.01.020|pmid=22327013}}</ref><ref name="Fabre2017">{{citar periódico|último1=Fabre|primeiro1=Pierre-Henri|último2=Upham|primeiro2=Nathan S.|último3=Emmons|primeiro3=Louise H.|último4=Justy|primeiro4=Fabienne|último5=Leite|primeiro5=Yuri L. R.|último6=Loss|primeiro6=Ana Carolina|último7=Orlando|primeiro7=Ludovic|último8=Tilak|primeiro8=Marie-Ka|último9=Patterson|primeiro9=Bruce D.|último10=Douzery|primeiro10=Emmanuel J. P.|data=2017-03-01|título=Mitogenomic Phylogeny, Diversification, and Biogeography of South American Spiny Rats|periódico=Molecular Biology and Evolution|volume=34|número=3|páginas=613–633|doi=10.1093/molbev/msw261|pmid=28025278|issn=0737-4038|doi-access=free}} {{free access}}</ref> O ratão-do-banhado vive em tocas ao longo de trechos de água e se alimenta de caules de plantas de rios.<ref name="Taylor1997">{{citar periódico|último1=Taylor|primeiro1=K.|último2=Grace|primeiro2=J.|último3=Marx|primeiro3=B.|data=maio de 1997|título=The effects of herbivory on neighbor interactions along a coastal marsh gradient|periódico=American Journal of Botany|volume=84|número=5|páginas=709|issn=0002-9122|pmid=21708623|doi=10.2307/2445907|jstor=2445907}} {{free access}}</ref> Originalmente nativo da América do Sul subtropical e temperada, desde então foi introduzido na América do Norte, Europa, Ásia e África, principalmente por fazendeiros de peles.<ref name=APHIS>{{citar web|autor1=LeBlanc, Dwight J. |data=1994 |url=http://www.ces.ncsu.edu/nreos/wild/pdf/wildlife/NUTRIA.PDF |título=Prevention and Control of Wildlife Damage – Nutria|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070203022247/http://www.ces.ncsu.edu/nreos/wild/pdf/wildlife/NUTRIA.PDF |arquivodata=3 de fevereiro de 2007 |website=[[Animal and Plant Health Inspection Service]]}}</ref> Embora ainda seja caçado e preso por seu pelo em algumas regiões, seus hábitos destrutivos de escavação e alimentação muitas vezes o colocam em conflito com os humanos, e é considerado uma [[espécie invasora]].<ref name= "WDFW">{{citar web|url=https://wdfw.wa.gov/living/nutria.html|título=Living with Wildlife - Nutria|acessodata=2019-03-22}}</ref> O ratão-do-banhado também transmite diversas doenças para humanos e animais principalmente através da contaminação da água.<ref name="Ca.Gov">{{citar web|último=Ca.Gov |primeiro=Department of Fish and Wildlife |título=California's Invaders:Nutria |url=https://wildlife.ca.gov/Conservation/Invasives/Species/Nutria}}</ref>
O '''ratão-do-banhado'''<ref name=ufrgs>{{Citar web |url=https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/mamiferos/ordem-rodentia/familia-myocastoridae/ratao-do-banhado-myocastor-coypus/ |titulo=Ratão-do-banhado (Myocastor coypus) |acessodata=2022-10-07 |website=Fauna Digital do Rio Grande do Sul}}</ref> ([[nome científico]]: ''Myocastor coypus''),<ref name=MSW3>{{MSW3 Hystricognathi | id = 13400557}}</ref> também conhecido por '''nútria''', '''caxingui''' ou '''ratão-d'água''',<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/ratao-do-banhado-e-roedor-adaptado-para-viver-na-agua.ghtml |titulo=Ratão-do-banhado é roedor adaptado para viver na água |acessodata=2022-10-07 |website=G1}}</ref> é uma [[espécie]] de [[roedor]] semiaquático e [[herbívoro]].<ref>{{citar web| url=http://animaldiversity.org/accounts/Myocastor_coypus/ |título=Myocastor coypus (coypu)|website=Animal Diversity Web, Museum of Zoology |publicado=University of Michigan|data=1999}}</ref> Classificado por muito tempo como o único membro da família Myocastoridae,<ref name="Woods1982">{{citar livro|último1=Woods |primeiro1=C. A. | editor-last1=Mares| editor-first1=M. A.| editor-last2=Genoways| editor-first2=H. H.|título=Mammalian Biology in South America |publicado=University of Pittsburgh |ano=1982 |páginas=377–392 |capítulo=The history and classification of South American Hystricognath rodents: reflections on the far away and long ago |local=Pittsburgh }}</ref> ''Myocastor'' foi mais tarde incluído nos [[equimídeos]], a família dos ratos espinhosos.<ref name="Galewski2005">{{citar periódico|último1=Galewski|primeiro1=Thomas|último2=Mauffrey|primeiro2=Jean-François|último3=Leite|primeiro3=Yuri L. R.|último4=Patton|primeiro4=James L.|último5=Douzery|primeiro5=Emmanuel J. P.|ano=2005|título=Ecomorphological diversification among South American spiny rats (Rodentia; Echimyidae): a phylogenetic and chronological approach|periódico=Molecular Phylogenetics and Evolution|volume=34|número=3|páginas=601–615|doi=10.1016/j.ympev.2004.11.015|pmid=15683932}}</ref><ref name="Upham2012">{{citar periódico|último1=Upham|primeiro1=Nathan S.|último2=Patterson|primeiro2=Bruce D.|ano=2012|título=Diversification and biogeography of the Neotropical caviomorph lineage Octodontoidea (Rodentia: Hystricognathi)|periódico=Molecular Phylogenetics and Evolution|volume=63|número=2|páginas=417–429|doi=10.1016/j.ympev.2012.01.020|pmid=22327013}}</ref><ref name="Fabre2017">{{citar periódico|último1=Fabre|primeiro1=Pierre-Henri|último2=Upham|primeiro2=Nathan S.|último3=Emmons|primeiro3=Louise H.|último4=Justy|primeiro4=Fabienne|último5=Leite|primeiro5=Yuri L. R.|último6=Loss|primeiro6=Ana Carolina|último7=Orlando|primeiro7=Ludovic|último8=Tilak|primeiro8=Marie-Ka|último9=Patterson|primeiro9=Bruce D.|último10=Douzery|primeiro10=Emmanuel J. P.|data=2017-03-01|título=Mitogenomic Phylogeny, Diversification, and Biogeography of South American Spiny Rats|periódico=Molecular Biology and Evolution|volume=34|número=3|páginas=613–633|doi=10.1093/molbev/msw261|pmid=28025278|issn=0737-4038|doi-access=free}} {{free access}}</ref> O ratão-do-banhado vive em tocas ao longo de trechos de água e se alimenta de caules de plantas de rios.<ref name="Taylor1997">{{citar periódico|último1=Taylor|primeiro1=K.|último2=Grace|primeiro2=J.|último3=Marx|primeiro3=B.|data=maio de 1997|título=The effects of herbivory on neighbor interactions along a coastal marsh gradient|periódico=American Journal of Botany|volume=84|número=5|páginas=709|issn=0002-9122|pmid=21708623|doi=10.2307/2445907|jstor=2445907}} {{free access}}</ref> Originalmente nativo da América do Sul subtropical e temperada, desde então foi introduzido na América do Norte, Europa, Ásia e África, principalmente por fazendeiros de peles.<ref name=APHIS>{{citar web|autor1=LeBlanc, Dwight J. |data=1994 |url=http://www.ces.ncsu.edu/nreos/wild/pdf/wildlife/NUTRIA.PDF |título=Prevention and Control of Wildlife Damage – Nutria|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070203022247/http://www.ces.ncsu.edu/nreos/wild/pdf/wildlife/NUTRIA.PDF |arquivodata=3 de fevereiro de 2007 |website=[[Animal and Plant Health Inspection Service]]}}</ref> Embora ainda seja caçado e preso por seu pelo em algumas regiões, seus hábitos destrutivos de escavação e alimentação muitas vezes o colocam em conflito com os humanos, e é considerado uma [[espécie invasora]].<ref name= "WDFW">{{citar web|url=https://wdfw.wa.gov/living/nutria.html|título=Living with Wildlife - Nutria|acessodata=2019-03-22}}</ref> O ratão-do-banhado também transmite diversas doenças para humanos e animais principalmente através da contaminação da água.<ref name="Ca.Gov">{{citar web|último=Ca.Gov |primeiro=Department of Fish and Wildlife |título=California's Invaders:Nutria |url=https://wildlife.ca.gov/Conservation/Invasives/Species/Nutria}}</ref>


== Etimologia ==
== Etimologia ==
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O ratão-do-banhado pode remeter a um [[rato]] muito grande, ou um [[castor]] com uma cauda pequena, longa e magra e sem pelos. Tipicamente, os adultos pesam de quatro a nove [[quilograma]]s (kg), tendo um comprimento de 40 a 60&nbsp;[[centímetro]]s (cm) e uma cauda de 30 a 45&nbsp;cm. É possível que o animal pese de 16 a 17&nbsp;kg.<ref>{{citar periódico| doi=10.1016/0021-9975(67)90014-X|título=Foot-and-mouth disease in Myocastor coypus|ano=1967|último1=Capel-Edwards|primeiro1=Maureen|periódico=Journal of Comparative Pathology| volume=77|número=2|páginas=217–221| pmid=4291914}}</ref><ref>{{citar periódico|doi = 10.1111/j.1600-0587.1990.tb00594.x|título= Response by coypus to catastrophic events of cold and flooding|ano= 1990|último1= Doncaster|primeiro1= C. P.|último2= Micol|primeiro2= T.|periódico= Ecography|volume = 13|número= 2|páginas= 98–104}}</ref><ref>{{citar periódico| doi=10.1002/ar.1091300304|título=The genital systems of nutria(Myocastor coypus)|ano=1958|último1=Hillemann|primeiro1=Howard H.|último2=Gaynor|primeiro2=Alta I.|último3=Stanley|primeiro3=Hugh P.|periódico=The Anatomical Record| volume=130|número=3|páginas=515–531| pmid=13559732| s2cid=12757377}}</ref> O ratão-do-banhado tem três conjuntos de peles. Os pelos da camada externa têm três polegadas (7,62&nbsp;cm) de comprimento.<ref name=":24">{{citar web|data=2012–2021 |título=national trappers |url=https://www.nationaltrappers.com/nutria.html}}</ref> Eles têm uma camada intermediária de pele grossa e marrom-escura com um cinza denso e macio sob a pele, também chamada de nutria. Três características distintivas são uma mancha branca no focinho, patas traseiras palmadas e grandes [[incisivo]]s amarelo-alaranjados brilhantes.<ref>{{citar web|url=https://eol.org/pages/328471|título=Myocastor coypus (Molina 1782) - Encyclopedia of Life|website=eol.org}}</ref> Eles têm aproximadamente 20 dentes com quatro grandes incisivos que crescem durante toda a vida.<ref>{{citar periódico|último=Valentin |primeiro=Fischer |data=17 de março de 2022 |título=Species-specific enamel differences in hardness and abrasion resistance between the permanent incisors of cattle and ever-growing incisors of nutria |periódico=PLOS ONE|volume=17 |número=3 |páginas=e0265237 |doi=10.1371/journal.pone.0265237 |pmid=35298510 |pmc=8929658 |doi-access=free }}</ref>
O ratão-do-banhado pode remeter a um [[rato]] muito grande, ou um [[castor]] com uma cauda pequena, longa e magra e sem pelos. Tipicamente, os adultos pesam de quatro a nove [[quilograma]]s (kg), tendo um comprimento de 40 a 60&nbsp;[[centímetro]]s (cm) e uma cauda de 30 a 45&nbsp;cm. É possível que o animal pese de 16 a 17&nbsp;kg.<ref>{{citar periódico| doi=10.1016/0021-9975(67)90014-X|título=Foot-and-mouth disease in Myocastor coypus|ano=1967|último1=Capel-Edwards|primeiro1=Maureen|periódico=Journal of Comparative Pathology| volume=77|número=2|páginas=217–221| pmid=4291914}}</ref><ref>{{citar periódico|doi = 10.1111/j.1600-0587.1990.tb00594.x|título= Response by coypus to catastrophic events of cold and flooding|ano= 1990|último1= Doncaster|primeiro1= C. P.|último2= Micol|primeiro2= T.|periódico= Ecography|volume = 13|número= 2|páginas= 98–104}}</ref><ref>{{citar periódico| doi=10.1002/ar.1091300304|título=The genital systems of nutria(Myocastor coypus)|ano=1958|último1=Hillemann|primeiro1=Howard H.|último2=Gaynor|primeiro2=Alta I.|último3=Stanley|primeiro3=Hugh P.|periódico=The Anatomical Record| volume=130|número=3|páginas=515–531| pmid=13559732| s2cid=12757377}}</ref> O ratão-do-banhado tem três conjuntos de peles. Os pelos da camada externa têm três polegadas (7,62&nbsp;cm) de comprimento.<ref name=":24">{{citar web|data=2012–2021 |título=national trappers |url=https://www.nationaltrappers.com/nutria.html}}</ref> Eles têm uma camada intermediária de pele grossa e marrom-escura com um cinza denso e macio sob a pele, também chamada de nutria. Três características distintivas são uma mancha branca no focinho, patas traseiras palmadas e grandes [[incisivo]]s amarelo-alaranjados brilhantes.<ref>{{citar web|url=https://eol.org/pages/328471|título=Myocastor coypus (Molina 1782) - Encyclopedia of Life|website=eol.org}}</ref> Eles têm aproximadamente 20 dentes com quatro grandes incisivos que crescem durante toda a vida.<ref>{{citar periódico|último=Valentin |primeiro=Fischer |data=17 de março de 2022 |título=Species-specific enamel differences in hardness and abrasion resistance between the permanent incisors of cattle and ever-growing incisors of nutria |periódico=PLOS ONE|volume=17 |número=3 |páginas=e0265237 |doi=10.1371/journal.pone.0265237 |pmid=35298510 |pmc=8929658 |doi-access=free }}</ref>


Um nutria é muitas vezes confundido com o [[rato-almiscarado]] (''Ondatra zibethicus''), outro roedor semi-aquático amplamente disperso que ocupa os mesmos ''habitats'' de zonas úmidas. O rato-almiscarado, no entanto, é menor e mais tolerante a climas frios, e tem uma cauda achatada lateralmente que utiliza para ajudar na natação, enquanto a cauda de um ratão-do-banhado é redonda. Também pode ser confundido com um pequeno castor, pois castores e ratões-do-banhado têm anatomias e ''habitats'' muito semelhantes. No entanto, as caudas dos castores são planas e semelhantes a remos, ao contrário das caudas redondas do ratão-do-banhado.<ref name="Beaver">{{citar web|título=Species Profile: Castor canadensis – North American Beaver |url=https://bellavistapoa.com/2019/02/05/species-profile-castor-canadensis-north-american-beaver/ |website=Bella Vista Property Owners Association |data=5 de fevereiro de 2019 |acessodata=6 de outubro de 2019 |local=Bella Vista, Arkansas |citação=They could be mistaken for a nutria, but nutria do not have the large flat paddle-shaped tail like beavers.}}</ref>
Um ratão-do-banhado é muitas vezes confundido com o [[rato-almiscarado]] (''Ondatra zibethicus''), outro roedor semi-aquático amplamente disperso que ocupa os mesmos ''habitats'' de zonas úmidas. O rato-almiscarado, no entanto, é menor e mais tolerante a climas frios, e tem uma cauda achatada lateralmente que utiliza para ajudar na natação, enquanto a cauda de um ratão-do-banhado é redonda. Também pode ser confundido com um pequeno castor, pois castores e ratões-do-banhado têm anatomias e ''habitats'' muito semelhantes. No entanto, as caudas dos castores são planas e semelhantes a remos, ao contrário das caudas redondas do ratão-do-banhado.<ref name="Beaver">{{citar web|título=Species Profile: Castor canadensis – North American Beaver |url=https://bellavistapoa.com/2019/02/05/species-profile-castor-canadensis-north-american-beaver/ |website=Bella Vista Property Owners Association |data=5 de fevereiro de 2019 |acessodata=6 de outubro de 2019 |local=Bella Vista, Arkansas |citação=They could be mistaken for a nutria, but nutria do not have the large flat paddle-shaped tail like beavers.}}</ref>


== Vida ==
== Vida ==
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Geralmente revestem ninhos com gramíneas e juncos macios. Ratões-do-banhado bebês são [[precocial|precociais]], nascem totalmente peludas e com os olhos abertos; podem comer vegetação e nadar com seus pais poucas horas após o nascimento. Uma fêmea pode engravidar novamente no dia seguinte ao nascimento de seus filhotes. Se cronometrado corretamente, uma fêmea pode engravidar três vezes dentro de um ano. As recém-nascidas são amamentadas por sete a oito semanas, após as quais deixam suas mães.<ref name="biology">{{citar web|url = http://www.nutria.com/site5.php|título= Biology|acessodata=2 de março de 2014|publicado= [[Louisiana Department of Wildlife and Fisheries]]|website = Nutria|urlmorta= não|arquivodata=22 de outubro de 2013|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131022202545/http://www.nutria.com/site5.php}}</ref> São conhecidos por serem territoriais e agressivos quando capturados ou encurralados. Podem morder e atacar humanos e cães quando ameaçados.<ref>{{citar web|último=species and habitats |primeiro=Washington Department of Fish and Wildlife |data=22 de abril de 2022 |título=Nutria Conflict |url=https://wdfw.wa.gov/species-habitats/invasive/myocastor-coypus#conflict |acessodata=2022-04-22}}</ref> São principalmente crepusculares ou noturnos, com a maior atividade ocorrendo ao entardecer e pôr do sol com maior atividade por volta da meia-noite. Quando a comida é escassa, forrageia durante o dia. Quando a comida é abundante, descansa e se arruma durante o dia.<ref>{{citar web|último=researched based wildlife damage management information |primeiro=Internet center for wildlife damage management |data=22 de abril de 2022 |título=Nutria Biology |url=https://icwdm.org/species/rodents/nutria/nutria-biology/}}</ref>
Geralmente revestem ninhos com gramíneas e juncos macios. Ratões-do-banhado bebês são [[precocial|precociais]], nascem totalmente peludas e com os olhos abertos; podem comer vegetação e nadar com seus pais poucas horas após o nascimento. Uma fêmea pode engravidar novamente no dia seguinte ao nascimento de seus filhotes. Se cronometrado corretamente, uma fêmea pode engravidar três vezes dentro de um ano. As recém-nascidas são amamentadas por sete a oito semanas, após as quais deixam suas mães.<ref name="biology">{{citar web|url = http://www.nutria.com/site5.php|título= Biology|acessodata=2 de março de 2014|publicado= [[Louisiana Department of Wildlife and Fisheries]]|website = Nutria|urlmorta= não|arquivodata=22 de outubro de 2013|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131022202545/http://www.nutria.com/site5.php}}</ref> São conhecidos por serem territoriais e agressivos quando capturados ou encurralados. Podem morder e atacar humanos e cães quando ameaçados.<ref>{{citar web|último=species and habitats |primeiro=Washington Department of Fish and Wildlife |data=22 de abril de 2022 |título=Nutria Conflict |url=https://wdfw.wa.gov/species-habitats/invasive/myocastor-coypus#conflict |acessodata=2022-04-22}}</ref> São principalmente crepusculares ou noturnos, com a maior atividade ocorrendo ao entardecer e pôr do sol com maior atividade por volta da meia-noite. Quando a comida é escassa, forrageia durante o dia. Quando a comida é abundante, descansa e se arruma durante o dia.<ref>{{citar web|último=researched based wildlife damage management information |primeiro=Internet center for wildlife damage management |data=22 de abril de 2022 |título=Nutria Biology |url=https://icwdm.org/species/rodents/nutria/nutria-biology/}}</ref>

== Distribuição ==
Nativo da América do Sul, subtropical e temperada, desde então o ratão-do-banhado introduzido na América do Norte, Europa, Ásia e África, principalmente por fazendeiros de peles. A distribuição fora da América do Sul tende a se contrair ou expandir com sucessivos invernos frios ou amenos. Durante os invernos frios, geralmente sofrem [[congelamento]] em suas caudas, levando à infecção ou morte. Como resultado, as populações muitas vezes se contraem e até se tornam local ou regionalmente [[Extinção|extintas]] como nos países da [[Escandinávia]] e em estados dos EUA como [[Idaho]], [[Montana]] e [[Nebraska]] durante a década de 1980.<ref>Carter, Jacoby and Billy P. Leonard (2002). "A Review of the Literature on the Worldwide Distribution, Spread of, and Efforts to Eradicate the Coypu (Myocastor coypus)" ''Wildlife Society Bulletin'' 30(1): 162–175.</ref> Durante invernos amenos, seus alcances tendem a se expandir para o norte. Por exemplo, nos últimos anos, foram observadas expansões de alcance em [[Washington (estado)|Washington]] e [[Oregon]],<ref>{{citar relatório|url=http://pdxscholar.library.pdx.edu/centerforlakes_pub/24/ |título=Report on Nutria Management and Research in the Pacific Northwest |último1=Sheffels |primeiro1=Trevor Robert |último2=Sytsma |primeiro2=Mark |data=dezembro de 2007 |publicado=Center for Lakes and Reservoirs Publications and Presentations, Portland State University |acessodata=2016-09-24}}</ref> bem como [[Delaware]].<ref>{{Citation |último=Montgomery |primeiro=Jeff |título=Invasive nutria found in Kent County |url=http://www.delawareonline.com/article/20120119/NEWS08/201190343/-1/NLETTER01/Invasive-nutria-found-in-Kent-County |jornal=[[The News Journal]] |data-publicação=19 de janeiro de 2012 |ano=2012 |em=delawareonline |citação='It was a surprise, frankly,' Steve Kendrot, a U.S. Department of Agriculture wildlife services program manager, said Wednesday. 'We didn't expect to find anything that far up.' |acessodata=19 de janeiro de 2012}}</ref>

De acordo com o [[Serviço Geológico dos Estados Unidos]], o ratão-do-banhado foi introduzido pela primeira vez nos Estados Unidos na [[Califórnia]], em 1899. Eles foram trazidos pela primeira vez para [[Louisiana]] no início da década de 1930 para a indústria de peles, e a população foi mantida sob controle, ou em um tamanho populacional pequeno, por causa da pressão dos comerciantes de peles.<ref name="USGS2" /> O relato mais antigo do animal se espalhando livremente em áreas úmidas de Louisiana a partir de seus recintos foi no início da década de 1940; um furacão atingiu a costa da Louisiana para o qual muitas pessoas não estavam preparadas, e a tempestade destruiu os recintos, permitindo que o ratão-do-banhado escapasse para a natureza.<ref name="USGS2" /> De acordo com o Departamento de Vida Selvagem e Pesca da Louisiana, a nutria também foi transplantada de [[Port Arthur]], [[Texas]], para o [[Rio Mississippi]] em 1941 e depois se espalhou devido a um furacão no final daquele ano.<ref>{{citar web|data=2007 |título=History; Nutria Population Dynamics – A Timeline |url=http://www.nutria.com/site2.php |acessodata=10 de outubro de 2011 |website=Nutria.com |publicado=Louisiana Department of Wildlife and Fisheries}}</ref>

== ''Habitat'' e alimentação ==
[[Imagem:A coypu or nutria in a canal in Milan.webm|thumb|400x400px|Ratão-do-banahdo em um canal em Milão]]

Além de se reproduzir rapidamente, o ratão-do-banhado consome grandes quantidades de vegetação. Um indivíduo consome cerca de 25% do seu peso corporal diariamente e se alimenta durante todo o ano.<ref name="biology"/><ref name="mcfalls"/> Sendo um dos maiores roedores existentes do mundo, o ratão-do-banhado adulto e saudável pesa em média 5,4&nbps;kg, mas pode chegar a 10&nbps;kg.<ref name="icwdm">{{citar web|url = http://icwdm.org/handbook/rodents/nutria.asp|título= Nutria|ano= 1994|acessodata=2 de março de 2014|publicado= Internet Center for Wildlife Damage Management|editor1 = Hygnstrom, Scott E.|editor2 = Timm, Robert M.|editor3 = Larson, Gary E.|arquivodata=7 de setembro de 2013|arquivourl= https://web.archive.org/web/20130907061545/http://icwdm.org/Handbook/rodents/Nutria.asp|urlmorta= sim}}</ref><ref>{{citar web| url = http://www.zoobarcelona.cat/en/know-the-zoo/animal-files/mammals/detail/animal/coypu/ |título= Detail (Coypu) |acessodata=2 de março de 2014 | website = [[Barcelona Zoo]] |publicado= Barcelona City Council |urlmorta= sim|arquivodata=26 de setembro de 2013 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20130926064335/http://www.zoobarcelona.cat/en/know-the-zoo/animal-files/mammals/detail/animal/coypu/ |local= Espanha }}</ref> Eles comem a base dos caules das plantas acima do solo e muitas vezes cavam o solo orgânico em busca de raízes e [[rizoma]]s para comer.<ref name="carter"/> Comem partes e plantas inteiras, e vão atrás de raízes, rizomas, tubérculos e casca de salgueiro preto no inverno. A criação de "''eat-outs''", áreas onde a maioria da biomassa acima e abaixo do solo foi removida, produz manchas no meio ambiente, que por sua vez perturbam o ''habitat'' de outros animais e humanos dependentes de zonas húmidas e pântanos.<ref name="ford">{{citar periódico|último1=Ford |primeiro1=Mark A. |último2=Grace |primeiro2=James B. |título=Effects of vertebrate herbivores on soil processes, plant biomass, litter accumulation and soil elevation changes in a coastal marsh |periódico=Journal of Ecology |data=1998 |volume=86 |número=6 |páginas=974–982 |doi=10.1046/j.1365-2745.1998.00314.x|doi-access=free }}</ref> O ratão-do-banhado se alimenta das seguintes variedades de plantas: ''[[Typha]]'', ''[[Juncaceae]]'', ''[[Sagittaria]]'', ''[[Cyperus]]'', ''[[Spartina]]'', e [[Junco (botânica)|juncos]]. Culturas comerciais que também comem são gramíneas, alfafa, milho, arroz e cana-de-açúcar.<ref name=":24"/>

Os ratões-do-banhado são encontrados mais comumente em pântanos de água doce e zonas húmidas, mas também habitam pântanos salobras e raramente pântanos salgados.<ref name="cncp"/><ref name="meat">{{citar periódico|último1=Lyon |primeiro1=W. J. |último2=Milliet |primeiro2=J. B. |título=Microbial Flora Associated with Louisiana Processed Frozen and Fresh Nutria (''Myocastor coypus'') Carcasses |periódico=Journal of Food Science |data=2000 |volume=65 |número=6 |páginas=1041–1045 |doi=10.1111/j.1365-2621.2000.tb09414.x}}</ref> Eles constroem suas próprias tocas ou ocupam tocas abandonadas por castores, ratos-almiscarados ou outros animais.<ref name="WDFW"/> Eles também são capazes de construir jangadas flutuantes com vegetação.<ref name="WDFW"/> Vivem em tocas parcialmente submersas; a câmara principal não está submersa no subsolo. São considerados uma espécie que vive em colônias — um macho compartilhará um covil com três ou quatro fêmeas e seus filhotes. Além disso, usam "plataformas de alimentação" que são construídas na água a partir de pedaços cortados de vegetação sustentados por uma estrutura como um tronco ou galhos. Tocas de ratos-almiscarados e alojamentos de castores também são frequentemente usados como plataformas de alimentação.<ref name=":24"/>


== Galeria ==
== Galeria ==

Revisão das 00h15min de 8 de outubro de 2022

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMyocastor coypus

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Echimyidae
Género: Myocastor
Kerr, 1792
Espécie: M. coypus
Nome binomial
Myocastor coypus
(Molina, 1782)
Distribuição geográfica
Distribuição de ratão-do-banhado; nativo em vermelho, introduzido em rosa
Distribuição de ratão-do-banhado; nativo em vermelho, introduzido em rosa

O ratão-do-banhado[2] (nome científico: Myocastor coypus),[3] também conhecido por nútria, caxingui ou ratão-d'água,[4] é uma espécie de roedor semiaquático e herbívoro.[5] Classificado por muito tempo como o único membro da família Myocastoridae,[6] Myocastor foi mais tarde incluído nos equimídeos, a família dos ratos espinhosos.[7][8][9] O ratão-do-banhado vive em tocas ao longo de trechos de água e se alimenta de caules de plantas de rios.[10] Originalmente nativo da América do Sul subtropical e temperada, desde então foi introduzido na América do Norte, Europa, Ásia e África, principalmente por fazendeiros de peles.[11] Embora ainda seja caçado e preso por seu pelo em algumas regiões, seus hábitos destrutivos de escavação e alimentação muitas vezes o colocam em conflito com os humanos, e é considerado uma espécie invasora.[12] O ratão-do-banhado também transmite diversas doenças para humanos e animais principalmente através da contaminação da água.[13]

Etimologia

O nome do gênero, Myocastor, deriva de duas palavras do grego antigo: "μῦς", que significa "rato", e "κάστωρ", que significa "castor".[14][15][16] Dois nomes são comumente usados no inglês para o Myocastor coypus. O nome "nutria" (da palavra espanhola "nutria", que significa "lontra") é geralmente usado na América do Norte, Ásia e em todos os países da antiga União Soviética; no entanto, na maioria dos países de língua espanhola, a palavra "nutria" refere-se principalmente à lontra. Para evitar essa ambiguidade, o nome "coypu" ou "coipo" (derivado do Mapudungun) é usado na América do Sul e partes da Europa.[17] No Brasil, é conhecido como "ratão-do-banhado".[2]

Nomenclatura e taxonomia

A espécie foi descrita por Juan Ignacio Molina em 1782 como Mus coypus.[18] O gênero Myocastor foi atribuído em 1792 por Robert Kerr.[19] Étienne Geoffroy Saint-Hilaire, independentemente de Kerr, denominou a espécie como Myopotamus coypus.[20]

A espécie é politípica, sendo quatro subespécies reconhecidas:[3]

  • Myocastor coypus bonariensis (Geoffroy, 1806) - norte da Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, sul do Brasil (RS, SC, PR e SP)
  • Myocastor coypus coypus (Molina, 1782) - Chile, Bolívia
  • Myocastor coypus melanops (Osgood, 1943) - Ilha Chiloé, Chile
  • Myocastor coypus santacruzae (Hollister, 1914) - região da Patagônia, Argentina

Tradicionalmente classificado em sua própria família, a Myocastoridae,[3] o gênero Myocastor foi incluído na família dos equimídeos com base em análises filogenéticas.[8] Acredita-se que M. c. bonariensis, a subespécie presente na parte mais setentrional (subtropical) da distribuição do ratão-do-banhado, seja a mais comumente introduzida em outros continentes.[17]

Filogenia

A comparação das sequências de DNA e proteínas mostrou que o gênero Myocastor é o grupo irmão do gênero Callistomys.[21][9] Por sua vez, esses dois táxons compartilham afinidades evolutivas com outros gêneros da tribo Myocastorini: Proechimys e Hoplomys por um lado, e Thrichomys por outro, como mostrado no cladograma abaixo.

Cladograma em nível de gênero do Myocastorini.
raiz  
         
         

  Callistomys

  Myocastor

         

  Thrichomys

         

  Hoplomys

  Proechimys

O cladograma foi reconstruído a partir de caracteres de DNA mitocondrial e nuclear.[7][8][22][21][23][24][9]

Aparência

Grandes dentes amarelos estão claramente visíveis neste ratão-do-banhado

O ratão-do-banhado pode remeter a um rato muito grande, ou um castor com uma cauda pequena, longa e magra e sem pelos. Tipicamente, os adultos pesam de quatro a nove quilogramas (kg), tendo um comprimento de 40 a 60 centímetros (cm) e uma cauda de 30 a 45 cm. É possível que o animal pese de 16 a 17 kg.[25][26][27] O ratão-do-banhado tem três conjuntos de peles. Os pelos da camada externa têm três polegadas (7,62 cm) de comprimento.[28] Eles têm uma camada intermediária de pele grossa e marrom-escura com um cinza denso e macio sob a pele, também chamada de nutria. Três características distintivas são uma mancha branca no focinho, patas traseiras palmadas e grandes incisivos amarelo-alaranjados brilhantes.[29] Eles têm aproximadamente 20 dentes com quatro grandes incisivos que crescem durante toda a vida.[30]

Um ratão-do-banhado é muitas vezes confundido com o rato-almiscarado (Ondatra zibethicus), outro roedor semi-aquático amplamente disperso que ocupa os mesmos habitats de zonas úmidas. O rato-almiscarado, no entanto, é menor e mais tolerante a climas frios, e tem uma cauda achatada lateralmente que utiliza para ajudar na natação, enquanto a cauda de um ratão-do-banhado é redonda. Também pode ser confundido com um pequeno castor, pois castores e ratões-do-banhado têm anatomias e habitats muito semelhantes. No entanto, as caudas dos castores são planas e semelhantes a remos, ao contrário das caudas redondas do ratão-do-banhado.[31]

Vida

Comportamentos do ratão-do-banhado
(ver em Full HD)

O ratão-do-banhado pode viver até seis anos em cativeiro; caso contrário, raramente vivem além dos três anos de idade. De acordo com um estudo publicado em 2009, 80% dos ratões-do-banhado morriam no primeiro ano e menos de 15% da uma população selvagem tinha mais de três anos.[32] Considera-se que um ratão-do-banhado atingiu uma idade velha aos quatro anos de idade. Os machos atingem a maturidade sexual aos quatro meses e as fêmeas aos três meses; no entanto, ambos podem ter uma adolescência prolongada, até os 9 meses de idade. Uma vez que uma fêmea está grávida, a gestação dura 130 dias, e ela pode dar à luz apenas um ou até 13 filhotes; em média, são quatro. A fêmea acasala dentro de dois dias após o nascimento da prole. Os anos de reprodução ciclam de acordo om a tamanho da ninhada; no primeiro ano pode ser grande, no segundo ano o tamanho da ninhada será menor e no terceiro ano o tamanho será maior novamente. As fêmeas só podem produzir seis ninhadas em sua vida, raramente sete ninhadas.[28]

Geralmente revestem ninhos com gramíneas e juncos macios. Ratões-do-banhado bebês são precociais, nascem totalmente peludas e com os olhos abertos; podem comer vegetação e nadar com seus pais poucas horas após o nascimento. Uma fêmea pode engravidar novamente no dia seguinte ao nascimento de seus filhotes. Se cronometrado corretamente, uma fêmea pode engravidar três vezes dentro de um ano. As recém-nascidas são amamentadas por sete a oito semanas, após as quais deixam suas mães.[33] São conhecidos por serem territoriais e agressivos quando capturados ou encurralados. Podem morder e atacar humanos e cães quando ameaçados.[34] São principalmente crepusculares ou noturnos, com a maior atividade ocorrendo ao entardecer e pôr do sol com maior atividade por volta da meia-noite. Quando a comida é escassa, forrageia durante o dia. Quando a comida é abundante, descansa e se arruma durante o dia.[35]

Distribuição

Nativo da América do Sul, subtropical e temperada, desde então o ratão-do-banhado introduzido na América do Norte, Europa, Ásia e África, principalmente por fazendeiros de peles. A distribuição fora da América do Sul tende a se contrair ou expandir com sucessivos invernos frios ou amenos. Durante os invernos frios, geralmente sofrem congelamento em suas caudas, levando à infecção ou morte. Como resultado, as populações muitas vezes se contraem e até se tornam local ou regionalmente extintas como nos países da Escandinávia e em estados dos EUA como Idaho, Montana e Nebraska durante a década de 1980.[36] Durante invernos amenos, seus alcances tendem a se expandir para o norte. Por exemplo, nos últimos anos, foram observadas expansões de alcance em Washington e Oregon,[37] bem como Delaware.[38]

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o ratão-do-banhado foi introduzido pela primeira vez nos Estados Unidos na Califórnia, em 1899. Eles foram trazidos pela primeira vez para Louisiana no início da década de 1930 para a indústria de peles, e a população foi mantida sob controle, ou em um tamanho populacional pequeno, por causa da pressão dos comerciantes de peles.[17] O relato mais antigo do animal se espalhando livremente em áreas úmidas de Louisiana a partir de seus recintos foi no início da década de 1940; um furacão atingiu a costa da Louisiana para o qual muitas pessoas não estavam preparadas, e a tempestade destruiu os recintos, permitindo que o ratão-do-banhado escapasse para a natureza.[17] De acordo com o Departamento de Vida Selvagem e Pesca da Louisiana, a nutria também foi transplantada de Port Arthur, Texas, para o Rio Mississippi em 1941 e depois se espalhou devido a um furacão no final daquele ano.[39]

Habitat e alimentação

Ratão-do-banahdo em um canal em Milão

Além de se reproduzir rapidamente, o ratão-do-banhado consome grandes quantidades de vegetação. Um indivíduo consome cerca de 25% do seu peso corporal diariamente e se alimenta durante todo o ano.[33][40] Sendo um dos maiores roedores existentes do mundo, o ratão-do-banhado adulto e saudável pesa em média 5,4&nbps;kg, mas pode chegar a 10&nbps;kg.[41][42] Eles comem a base dos caules das plantas acima do solo e muitas vezes cavam o solo orgânico em busca de raízes e rizomas para comer.[43] Comem partes e plantas inteiras, e vão atrás de raízes, rizomas, tubérculos e casca de salgueiro preto no inverno. A criação de "eat-outs", áreas onde a maioria da biomassa acima e abaixo do solo foi removida, produz manchas no meio ambiente, que por sua vez perturbam o habitat de outros animais e humanos dependentes de zonas húmidas e pântanos.[44] O ratão-do-banhado se alimenta das seguintes variedades de plantas: Typha, Juncaceae, Sagittaria, Cyperus, Spartina, e juncos. Culturas comerciais que também comem são gramíneas, alfafa, milho, arroz e cana-de-açúcar.[28]

Os ratões-do-banhado são encontrados mais comumente em pântanos de água doce e zonas húmidas, mas também habitam pântanos salobras e raramente pântanos salgados.[45][46] Eles constroem suas próprias tocas ou ocupam tocas abandonadas por castores, ratos-almiscarados ou outros animais.[12] Eles também são capazes de construir jangadas flutuantes com vegetação.[12] Vivem em tocas parcialmente submersas; a câmara principal não está submersa no subsolo. São considerados uma espécie que vive em colônias — um macho compartilhará um covil com três ou quatro fêmeas e seus filhotes. Além disso, usam "plataformas de alimentação" que são construídas na água a partir de pedaços cortados de vegetação sustentados por uma estrutura como um tronco ou galhos. Tocas de ratos-almiscarados e alojamentos de castores também são frequentemente usados como plataformas de alimentação.[28]

Galeria

Referências

  1. Lessa, E.; Ojeda, R.; Bidau, C.; Emmons, L. (2008). Myocastor coypus (em inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2014. Página visitada em 9 de novembro de 2014..
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  43. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome carter
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  45. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome cncp
  46. Lyon, W. J.; Milliet, J. B. (2000). «Microbial Flora Associated with Louisiana Processed Frozen and Fresh Nutria (Myocastor coypus) Carcasses». Journal of Food Science. 65 (6): 1041–1045. doi:10.1111/j.1365-2621.2000.tb09414.x 

Leitura adicional

  • Sandro Bertolino, Aurelio Perrone, and Laura Gola "Effectiveness of coypu control in small Italian wetland areas" Wildlife Society Bulletin Volume 33, Issue 2 (junho de 2005) pp. 714–72.
  • Carter, Jacoby and Billy P. Leonard: "A Review of the Literature on the Worldwide Distribution, Spread of, and Efforts to Eradicate the Coypu (Myocastor coypus)" Wildlife Society Bulletin, Vol. 30, No. 1 (2002), pp. 162–175.
  • Carter, J., A.L. Foote, and L.A. Johnson-Randall. 1999. Modeling the effects of nutria (Myocastor coypus) on wetland loss. Wetlands 19(1):209-219
  • Lauren E. Nolfo-Clements: Seasonal variations in habitat availability, habitat selection, and movement patterns of Myocastor coypus on a subtropical freshwater floating marsh. (Dissertation) Tulane University. New Orleans. 2006. ISBN 0-542-60916-9
  • Sheffels, Trevor and Mark Systma. "Report on Nutria Management and Research in the Pacific Northwest" Center for Lakes and Reservoir Environmental Sciences and Resources, Portland State University. Dezembro de 2007. Disponível online: [1]

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