Saltar para o conteúdo

Composição étnica da Argentina: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Criada por tradução da página "Composición étnica de Argentina"
Etiquetas: Inserção de predefinição obsoleta [de Conteúdo] [de Conteúdo 2]
(Sem diferenças)

Revisão das 13h32min de 21 de dezembro de 2022

A atual composição étnica da Argentina é, em ordem cronológica, o resultado da interação da população indígena-nativa precolombina com uma população de colonizadores europeus ibérios e com outra de origem africana-subsaariano, imigrada forçadamente e escravizada (que deu origem à população afroargentina), durante época colonial e o primeiro século posterior ao processo de independência, iniciado em 1810.[1]

A esta população, que formava a totalidade da população argentina até aproximadamente 1860, se somou o fluxo proveniente da grande onda de imigração europeu/asiática, maioritariamente italiana e espanhola. Esta onda imigratória sucedeu-se na segunda metade do século XIX e na primeira metade do século XX, ainda que a imigração mais importante, quantitativamente falando, ocorreu entre 1880 e 1930.[2][3]

Desde meados do século XX, a composição étnica esteve influída pelas grandes migrações internas do campo à cidade, e do norte e o litoral para as grandes cidades do país. Finalmente, o território argentino sempre recebeu uma considerável corrente migratória procedente de outros países sul americanos, destacando principalmente as comunidades procedentes do Paraguai e da Bolívia; e, em menor medida, as de Chile, Uruguai, Peru, Colômbia e Venezuela.

Como resultado da continuidade dos povos originarios e os fluxos inmigratorios, a população argentina conta com consideráveis comunidades étnicas; entre elas as qom, wichi, aimara, coya, mapuche, napolitana, calabresa, lombardesa, basca, catalã, galega, castelhana, andaluza, francesa, alemã, árabe, ucraniana, croata, polaca, judia, armenia, chilena, uruguaia, inglesa, peruana, japonesa, chinesa, coreana e sul-africana, entre outras.

Tal qual Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Brasil ou Uruguai, Argentina se considera como um "país de imigração" pelo forte impacto que as correntes migratórias têm tido na composição étnica da população.[4][5]

A miscigenação tem desempenhado um papel na composição étnica da população argentina. As correntes imigratórias durante a época colonial e depois na época da grande imigração ultramarina (1850-1930) estiveram integradas maioritariamente por homens sozinhos que em vários casos se misturaram na Argentina com mulheres indígenas ou de origem africana, ou seus descendentes.[6][7]

Diversos estudos genéticos concordam em termos gerais que a proporção do componente genético ameríndio é considerável, bem como o indício de contribuição africano, tendo um grosso contingente populacional cuja genética corresponde com a mistura latino-americana em graus variáveis.[8][9][10][11][12]


No século XIX, a Argentina estabeleceu uma política estatal de "integração", orientada intencionalmente a diluir as identidades étnicas particulares. Este fato foi denominado com o termo "crisol de raças" (melting pot ou caldeirão de raças) e foi sido sustentado de modo mais ou menos variável pelos governos sucessivos, as instituições educativas e os meios de comunicação mais influentes.[13][14] Diversos estudiosos têm questionado a visão tradicional do crisol de raças, considerando-a um mito e trazendo à tona a existência de uma grande distância étnica e social entre descendentes de europeus e não europeus, citando a existência de mecanismos de racismo e discriminação étnica, invisibilidade social e assimilação forçada, presentes na sociedade argentina.[15]




Ancestría genética de Argentina según Homburguer et al., 2015 [16]

Discriminação étnica em Argentina

Ver artigo principal: Racismo en Argentina

Na Argentina existem condutas de discriminação pelas características étnicas ou pela origem nacional das pessoas e difundiram-se termos e condutas para discrimi­nar certos grupos de população.[17]

O antisemitismo na Argentina teve graves manifestações, como a ordem secreta do chanceler argentino em 1938 de impedir a entrada de judeus no território nacional e os atentados terroristas contra instituições judias em 1992 e 1994.[18]

Também se desenvolveram termos e atitudes de tipo racista e xenofóbicos, utilizados com frequência a partir da metade da década do 2000 para se dirigir a imigrantes da Bolívia, Paraguai e Peru. Os simpatizantes de alguns clubes de futebol populares do país cantam em massa canções destinadas a desprezar os torcedores de seus rivais utilizando termos xenófobos ou racistas.[19]

Em 1995, criou-se em Argentina o Instituto Nacional contra a Discriminação (INADI) através da Lei 24515 para combater a discriminação e o racismo.

Referências

  1. "La presencia negroafricana en la Argentina. Pasado y permanencia". Boletín digital de la Biblioteca del Congreso de la Nación.
  2. «La primera inmigración moderna en Argentina data de finales de 1856, siendo estas masivas recién después de 1880». Consultado em 31 de marzo de 2017  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. [1]
  4. El antropólogo brasileño Darcy Ribeiro incluye a la Argentina dentro de los «pueblos trasplantados» de América, junto con Uruguay, Canadá y Estados Unidos.
    Ribeiro, Darcy (1985): Las Américas y la civilización. Buenos Aires: Eudeba, p. 449 y ss.
  5. El historiador argentino José Luis Romero (1909-1977) define a la Argentina como un «país aluvial», es decir, una sociedad que ha sido influida decisivamente por uno o más fenómenos inmigratorios masivos.
    Romero, José Luis (1951): «Indicación sobre la situación de las masas en Argentina (1951)», en La experiencia argentina y otros ensayos. Buenos Aires: Universidad de Belgrano, 1980, p. 64.
  6. Las tasas de masculinidad de los extranjeros en los censos de 1898 y 1914 fue de 172, lo que implica un 63,1 % de varones y un 36,9 % de mujeres.
  7. Heguy, Silvina (2005): El mapa genético de Argentina: estudio de expertos de la UBA: el 56% de los argentinos tiene antepasados indígenas», artículo del 16 de enero de 2005 en el diario Clarín (Buenos Aires).
  8. Corach, Daniel; y Lao, Oscar (2010): «Inferring continental ancestry of argentineans from autosomal, Y-chromosomal and mitochondrial DNA», artículo en la revista Annals of Human Genetics, 28 (1): 65-76. Buenos Aires, 2010. ISSN 1469-1809.2009.00556.x. DOI 10.1111/j consultado el 27 de agosto de 2012.
  9. Avena, Sergio A.; Goicoechea A. S.; Rey J.; Dugoujon J. M.; DeJean C. B. y Carnese F. R. (2006): «Mezcla génica en una muestra poblacional de la ciudad de Buenos Aires», artículo publicado en Medicina, 66 (2): 113-118. Buenos Aires. ISSN 1669-9106.
  10. Avena; et al. (2012). «Heterogeneity in Genetic Admixture across Different Regions of Argentina». PloS One Genetics. 7 (4). doi:10.1371/journal.pone.0034695. Consultado em 19 de agosto de 2016 
  11. Homburguer; et al. (2015). «Genomic Insights into the Ancestry and Demographic History of South America». PloS One Genetics. 11 (12). doi:10.1371/journal.pgen.1005602. Consultado em 19 de agosto de 2016 
  12. Fernández, Fran cisco Lizcano. «Composición Étnica de las Tres Áreas Culturales del Continente Americano al Comienzo del Siglo XXI» (PDF) (em espanhol). Centro de Investigación en Ciencias Sociales y Humanidades, UAEM. Consultado em 18 de novembro de 2020 
  13. RAMOS MEJÍA, José (1934 [1899]). Las multitudes argentinas. [S.l.]: Buenos Aires: Talleres Gráficos Argentinos  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  14. Navarra, Gabriela (4 de septiembre de 2011). «Y al final..., ¿llegamos de los barcos?». La Nación. Consultado em 28 de enero de 2015  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  15. Torrado, Susana (9 de septiembre de 2002). «La pobreza tiene rasgos criollos». Clarín. Consultado em 10 de enero de 2010  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  16. «Genomic Insights into the Ancestry and Demographic History of South America». Consultado em 5 de fevereiro de 2022 
  17. Sáez Capel, José (2001): «Los migrantes y la discriminación en Argentina», en Scripta Nova, Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 2001.
  18. Valente, Marcela (2005): «Argentina: grietas nazis en pasado encubierto» Erro na predefinição wayback: Verifique |url= value. Vazio., en el sitio web IPS Latam.
  19. Libertad de circulación de los trabajadores en el Mercosur Erro na predefinição wayback: Verifique |url= value. Vazio. (OIT, 2004)

Bibliografia

  • MARGULIS, Mario; URRESTI, Marcelo (1998). La segregación negada: cultura y discriminación social. [S.l.]: Buenos Aires: Biblos. ISBN 950-786-224-2 
  • Ramos Mejía, José (1934 [1899]). Las multitudes argentinas. [S.l.]: Buenos Aires: Talleres Gráficos Argentinos  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  • Sarramone, Alberto (1999). Los abuelos inmigrantes: historia y sociología de la inmigración argentina. [S.l.]: Buenos Aires: Biblos Azul. ISBN 950-9435-01 Verifique |isbn= (ajuda) 

Ver também