A Culpa

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 Nota: Se procura filme brasileiro dirigido por Domingos de Oliveira lançado em 1971, veja A Culpa (1971).
A Culpa
Portugal Portugal
1980 •  cor •  120 min 
Direção António Vitorino de Almeida
Roteiro António Vitorino de Almeida
Elenco Sinde Filipe
Mário Viegas
Marília Gama
Estrela Novais
Paula Guedes
Miguel Franco
Lançamento 7 de Maio de 1981
Idioma português

A Culpa (1980) é um filme português de longa-metragem de António Vitorino de Almeida, sua primeira obra de ficção no cinema.

Estreia em Lisboa no City Cine, a 7 de Maio de 1981

Ficha sumária[editar | editar código-fonte]

  • Argumento: António Vitorino de Almeida
  • Realizador: António Vitorino de Almeida
  • Produção: António Vitorino de Almeida (Portugal) e Film Produktion (Áustria)
  • Música: António Vitorino de Almeida
  • Actores principais: Sinde Filipe, Mário Viegas, Estrela Novais, Marília Gama
  • Laboratório de imagem: Wien Film
  • Distribuição: Cinequipa
  • Estreia: City Cine, 7 de Maio de 1981

Sinopse[editar | editar código-fonte]

1973. Nas vésperas da Revolução dos Cravos, Mário, ex-combatente da guerra colonial na Guiné Portuguesa, decide regressar à sua vila natal. Atormenta-o um indefinido sentimento de culpa. Sente-se responsável pela morte de dois homens, um soldado e um nativo africano, na sequência de um alarme que deu de noite em determinado momento do combate. Encontra-se em Lisboa com a companheira do soldado morto, Margarida. Trata-se de uma mulher que oscila entre a loucura e uma teatralidade calculada. Procura ele, para arranjar emprego, contactar um certo deputado em cuja quinta, no norte do pais, a sua família trabalha.

Enquadramento histórico[editar | editar código-fonte]

No 9º Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz, em 1980, são exibidas cinco longas-metragens de novos realizadores portugueses que se identificam pela intenção de invocar realidades do passado e do presente de um país em mudança. Cerromaior (filme), de Luís Filipe Rocha, Manhã Submersa (filme), de Lauro António e o documentário Bom Povo Português, de Rui Simões (cineasta), lembram o passado. A Culpa, de António Vitorino de Almeida e Verde por Fora, Vermelho por Dentro, de Ricardo Costa, são metáforas dessa mudança: o primeiro alude ao incontornável sentimento de culpa de quem, sem mudar, agiu colaborando na repressão e o segundo alude à quimérica insensatez de quem pretende melhorar as coisas resistindo à mudança.

Para o início de uma década em que o cinema português procura intervir, ser cinema social sem deixar de ser «cinema de autor», a convergência é significativa. Dos do «velho Novo Cinema», nesse mesmo festival, Oxalá, de António Pedro Vasconcelos e Kilas, o Mau da Fita, de José Fonseca e Costa, revelam preocupações idênticas. Em Oxalá e A Culpa está em causa a consciência, num regresso problemático ao palco da mudança. Em Verde por Fora (em que isso também existe) e em Kilas existe mais que isso: existe uma inquietação imprecisa mas preocupante perante a intriga histórica, perante aquilo que insidiosamente se trama. Em ambos os filmes há obscuras manipulações políticas, tráfico de influências, há dinamite destinado a fazer estoirar a esperança de quem se obstina no sonho. Vive-se então um tempo propício a memórias intensas, que em breve se desvanecerão.

Nesse mesmo festival outros filmes foram vistos, certos, como alguns destes, algo perturbadores, algo inconclusivos, que por outras razões ficarão também esquecidos: obras recentes de Frederick Wiseman, de Ken Loach, de Francesco Rosi, de Jean-Luc Godard, de Orson Welles, de Robert Kramer, de Marguerite Duras, de Margarethe von Trotta, de Valeria Sarmiento, de Rainer Werner Fassbinder, de Nikita Mikhalkov, entre outros notáveis.

Ficha artística[editar | editar código-fonte]

Ficha técnica[editar | editar código-fonte]

  • Argumento: António Vitorino de Almeida
  • Realizador: António Vitorino de Almeida
  • Produção: António Vitorino de Almeida (Portugal) e Film Produktion (Áustria)
  • Director de produção: João Franco
  • Assistentes de produção: José Maria Pimentel, António Bastos e Maria de Medeiros
  • Exteriores: Lisboa, Porto. Rio de Mouro (Quinta de Santo. António)
  • Rodagem: Setembro / Novembro de 1979
  • Fotografia: Hanus Polak
  • Assistentes de imagem: Christien Kersthen e Octávio Espírito Santo
  • Iluminação: Jorge Caldas e Jorge Mergulhão
  • Cenários e adereços: Françoise Ariel
  • Guarda-roupa: Françoise Ariel
  • Caracerização: Luís de Matos
  • Anotação: Françoise Ariel
  • Director de som: Hans Haunhold
  • Sonoplastia e misturas: Guisser
  • Efeitos especiais: Luís de Matos e António Maria Rocha
  • Música: António Vitorino de Almeida
  • Montagem: Daniela Klein
  • Laboratório de imagem: Wien Film
  • Distribuição: Cinequipa
  • Antestreia: City Cine, 13 de Fevereiro de 1981
  • Estreia: City Cine, 7 de Maio de 1981

Festivais[editar | editar código-fonte]

Artigos relacionados[editar | editar código-fonte]

Ver enquadramento histórico em

Ligações externas[editar | editar código-fonte]