Abasse Ndione

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Abasse Ndione
Abasse Ndione
Nascimento Serigne Abasse Ndione
16 de dezembro de 1946
Bargny
Morte 25 de janeiro de 2024 (77 anos)
Bargny
Cidadania Senegal
Ocupação enfermeiro, escritor

Abasse Ndione (Bargny,16 de dezembro de 194625 de janeiro de 2024) foi um escritor e enfermeiro senegalês.

Vida[editar | editar código-fonte]

Ndione nasceu em 16 de dezembro de 1946 na aldeia de Bargny, perto de Dakar, filho de um comerciante.[1] Ele frequentou a escola Corânica nos primeiros anos, mas, por pressão do pai, ele e o irmão se transferiram para uma escola com ensino francês. Depois estudou enfermagem e conseguiu seu primeiro emprego, em 1966, mantendo-se nessa profissão até sua aposentadoria. Em 1968 se casou com Meriem, uma professora; eles tiveram sete filhos.

Ndione morava em Rufisque,[2] uma vila de pescadores a cerca de 20 quilômetros de Dakar. O New African escreveu sobre ele: "Seria seguro apostar que Abasse Ndione não ganhou mais do que uma ninharia de qualquer editor. Então ele ganhou a vida trabalhando em tempo integral como enfermeiro de hospital."[3]

Obras[editar | editar código-fonte]

Demorou oito anos para que o primeiro romance de Ndione, La Vie en spirale, fosse lançado no Senegal. A obra discute o uso e o tráfico de "yamba" (maconha) por jovens desempregados, policiais e brancos no Senegal, inserindo a droga como metáfora social.[4] A repercussão do livro chamou a atenção da editora parisiense Éditions Gallimard, que o publicou na França em 1998. Depois disso foi incorporado ao ensino escolar no Senegal.

O romance Ramata (2000) também foi traduzido para o espanhol. A obra conta a história de uma bela e rica senegalesa que, aos 50 anos, descobre os prazeres da vida nos braços de um bandido 25 anos mais jovem, fazendo com que sua vida se desfaça.[5] Ramata foi a adaptado para filme em 2007, e dirigido por Léandre-Alain Baker. A modelo Katoucha Niane interpreta a personagem principal.[6]

A última obra de Ndione, o romance Mbëke mi, descreve a emigração de jovens senegaleses em pirogas tentando chegar às Ilhas Canárias e à Europa.[7] Seus romances mostram que Ndione pensa primeiro em wolof e depois transcreve para o francês.[8]

Morte[editar | editar código-fonte]

Ndione morreu no dia 25 de janeiro de 2024, aos 77 anos.[9]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • 1984 - La Vie en spirale
  • 2000 - Ramata, Gallimard
  • 2008 - Mbëkë mi, Gallimard

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Abasse Ndione (1984). La Vie en Spirale: Roman. [S.l.]: Nouvelles Editions africaines. ISBN 9782723609333 
  2. Le Français dans le monde. [S.l.]: Librairies Hachette et Larousse. 2008 
  3. New African. [S.l.]: IC Magazines Ltd. 2007 
  4. West Africa. [S.l.]: West Africa Pub. Co. Ltd. 1986 
  5. OLIVIA MARSAUD (12 de dezembro de 2000). «Ramata, belle plante vénéneuse». Afrik.com. Consultado em 24 de março de 2012 
  6. «Ramata, adapté par Léandre-Alain Baker». Chez Gangoueus. 17 de maio de 2011. Consultado em 23 de março de 2012 
  7. Virginie Brinker. «Mbëkë mi, apologue sur l'immigration clandestine». La Plume Francophone. Consultado em 24 de março de 2012 
  8. «Abasse Ndione : écrits noir sur blanc». rufisquenews.com. 5 de setembro de 2008. Consultado em 24 de março de 2012. Arquivado do original em 29 de março de 2009 
  9. Naranjo, José (17 de dezembro de 2012). «Abasse Ndione, contador de historias». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582. Consultado em 26 de janeiro de 2024