Adriana de Oliveira Melo

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Adriana Suely de Oliveira Melo
Nascimento 1969 (55 anos)
Crato, Ceará
Residência  Brasil
Nacionalidade Brasileira
Progenitores Mãe: Cecília Maria de Oliveira[1]
Pai: José Alves de Melo
Cônjuge Romero Moreira de Araújo
Instituições Universidade Federal de Campina Grande
Universidade Estadual da Paraíba
Universidade Federal da Paraíba
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira
Universidade Estadual de Campinas, Unicamp
Campo(s) Tocoginecologia, Medicina fetal, Saúde materno-infantil e Saúde Coletiva

Adriana Suely de Oliveira Melo é médica obstetra paraibana, especialista em saúde materno-infantil, reconhecida como uma das primeiras profissionais de saúde a identificar, em novembro de 2015, a relação entre o vírus da zika e o crescente número de fetos com má formação cerebral - episódio que ficou conhecido posteriormente como uma epidemia de microcefalia. Durante sua rotina de atendimento médico à gestantes na cidade de Campina Grande, localizada no sertão paraibano, a médica percebeu que mulheres contaminadas pela Zika no primeiro trimestre de gestação geravam bebês com microcefalia. A partir deste indício, foram realizadas pesquisas científicas por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)[2] que constataram a presença do vírus da zika no líquido amniótico de duas grávidas, cujos fetos desenvolveram microcefalia. Esta descoberta foi anunciada em artigo científico,[3] publicado na revista Lancet em janeiro de 2016.

Atualmente, também atua como presidente do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq),[4] uma organização civil sem fins lucrativos, de caráter filantrópico, fundada em 2008 em Campina Grande, Paraíba. A instituição associa o atendimento integral aos pacientes e seus familiares à promoção de pesquisa científica sobre as consequências de longo prazo em crianças de microcefalia e síndrome congênita da Zika. Sua equipe interdisciplinar adota a metodologia de pesquisa-ação visando melhorar a compreensão da doença assim como aprimorar o atendimento às necessidades dos pacientes e seus familiares. No campo da assistência, oferece acompanhamento integral às necessidades de pacientes e suas famílias com fisioterapeutas, neuropediatras, pediatra, fonoaudiólogos entre outros - o que viabiliza uma visão integral de cada caso e a definição de condutas. Segundo entrevista publicada no jornal O Globo, até a sua inauguração, cerca de 125 crianças eram atendidas, mas a tendência é que o número aumente por conta da demanda de paciente de outras cidades.

Formação[editar | editar código-fonte]

Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba (1994), possui residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital Agamenon Magalhães, Recife, Pernambuco (1996), Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) (2006), Doutora em em Tocoginecologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) (2012) e Doutora em Saúde Materno Infantil pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife - PE (2012) e Pós-doutorado em Saúde da Mulher pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, Pernambuco (2014). Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia e em Medicina Fetal.[5]

Pesquisas[editar | editar código-fonte]

Segundo seu currículo Lattes, atualmente desenvolve a pesquisa "Fatores associados a Sindrome de Zika Congênita: estudo de coorte", iniciada em novembro de 2015.[5]

Reconhecimentos e prêmios[editar | editar código-fonte]

  • 2016 - Moore Award, American Association of Neuopathologists. Melhor trabalho clinico-Patologico sobre Zika congênita, American Association of Neuopathologists[6]
  • 2016 - Prêmio Walter Schmidt de Medicina, Fanem[7]
  • 2016 - Trip Transformadores 2016, Revista Trip[8]
  • 2016 - Medalha Epitácio Pessoa, concedida pela Assembleia Legislativa da Paraíba, em 26 de fevereiro de 2016.[9]
  • 2016 - Vencedora do Prêmio Claudia 2016[10]
  • 2016 - Prêmio Faz Diferença, O Globo (em parceria com Celina Turchi, pesquisadora da Fiocruz)[11]

Referências

  1. Edson Pereira. «Câmara de Pocinhos aprova por unanimidade PL que concede Título de Cidadã Pocinhense à Dra. Adriana Melo». falaprefeitopb.com.br. Consultado em 5 de outubro de 2018. Arquivado do original em 6 de outubro de 2018 
  2. Pesquisadora da Fiocruz Pernambuco é eleita personalidade do ano no Prêmio Faz Diferença - https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisadora-da-fiocruz-pernambuco-e-eleita-personalidade-do-ano-no-premio-faz-diferenca
  3. "Zika virus intrauterine infection causes fetal brain abnormality and microcephaly: tip of the iceberg?" - https://doi.org/10.1002/uog.15831
  4. «Pesquisadores Fundadores -». ipesq.org.br. Consultado em 20 de junho de 2018 
  5. a b Currículo Lattes - http://lattes.cnpq.br/1806024385043417
  6. Anthony, Douglas. «Awards and Lectures». www.neuropath.org 
  7. Site Fanem, Notícia - http://www.fanem.com.br/noticia/97/medica-que-alertou-sobre-elo-do-zika-virus-com-a-microcefalia-e-homenageada-no-trofeu-walter-schmidt Arquivado em 13 de março de 2018, no Wayback Machine.
  8. Revista Trip, Transformadores 2016 - https://revistatrip.uol.com.br/homenageados/2016/adriana-melo
  9. Site da Assembleia Legislativa da Paraíba - http://correiodaparaiba.com.br/cidades/saude-cidades/medica-que-descobriu-a-relacao-entre-zika-e-microcefalia-diz-que-falta-incentivo/ http://auniao.pb.gov.br/noticias/caderno_politicas/assembleia-concede-homenagens-a-medica-e-pesquisadora-adriana-melo
  10. Revista Claudia - Conheça as vencedorias do premio Claudia - https://claudia.abril.com.br/noticias/conheca-as-vencedoras-do-premio-claudia-2016/
  11. O Globo, Adriana Melo e celina Turchi receberam Prêmio Personalidade do Ano - https://oglobo.globo.com/videos/faz-diferenca-adriana-melo-a-celina-turchi-receberam-premio-personalidade-do-ano-21134767