Alexandra Cunha (bióloga marinha)

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Alexandra Cunha
Nascimento 1962 (62 anos)
Maputo
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação bióloga marinha, investigadora, ambientalista

Alexandra Cunha (Maputo, 1962)[1][2] é uma bióloga marinha, ambientalista e investigadora portuguesa na área das ciências do mar.

Tem-se destacado pelo seu papel na defesa da natureza e do ambiente, tendo assumido a presidência nacional da Liga para a Proteção da Natureza (LPN) em 2009. O seu percurso é reconhecido internacionalmente, tendo feito várias apresentações em congressos nacionais e internacionais, elaborado inúmeros artigos científicos e de divulgação, bem como participado em diversos projetos de investigação sobre conservação marinha.[3] Actualmente, é investigadora no Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR), da Universidade do Algarve.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Alexandra Paula Mimoso Henriques Cunha, estudou na Escola Secundária Poeta António Aleixo, em Portimão,[4] onde desenvolveu o seu interesse pelo mar e pela conservação da natureza.[1]

Percurso[editar | editar código-fonte]

Licenciou-se em Biologia pela Universidade de Aveiro, onde fez partes dos núcleos que dariam origem à Quercus.[1][4] Posteriormente, tirou um mestrado em Gestão Costeira pela Universidade do Algarve. Prosseguiu os seus estudos com um doutoramento na Universidade de Auburn, nos Estados Unidos da América, onde se especializou em "Forestry and Wildlife" (engenharia florestal e vida animal).[1]

Em 2001, depois de regressar dos EUA, assumiu a presidência da Direcção Regional da Liga para a Proteção da Natureza (LPN) do Algarve. Em 2009, tornou-se presidente da Direção Nacional da LPN, a associação de proteção de ambiente mais antiga de Portugal.[5]

Cunha coordenou vários projetos de conservação marinha. De Janeiro de 2007 até ao mesmo mês de 2011, foi coordenadora do projecto LIFE Biomares, uma iniciativa dedicada à preservação e recuperação da biodiversidade do Parque Marinho Luiz Saldanha, no Parque Natural da Arrábida.[6] O projecto envolveu um investimento de 2,4 milhões de euros - 50% financiados pelo programa LIFE - Natureza da Comissão Europeia, e os restantes 50% pela cimenteira Secil. [7]

Entre 2010 e 2012, enquanto parte do CCMAR, fez parte da equipa científica do projecto FindKelp "As florestas do Fundo do Mar", que ocorreu em toda a costa portuguesa. O objectivo do estudo era aprofundar o conhecimento sobre as espécies de kelp e ecossistemas associados.[8]

Enquanto presidente da LPN, esteve focada nos programas Life Habitat Lince Abutre (no Alentejo e no Algarve)[9], Castro Verde, e de Formação em Ambiente. Estes três programas estavam virados para a conservação de espécies e habitats característicos de Portugal. Cunha manteve, ainda, um papel de intervenção ao leme da LPN, criticando e alertando para questões como o excesso de plástico nos oceanos[10], o afundamento de navios ao largo de Portimão para criação de recifes artificiais[11][12] ou o ordenamento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina vocacionado para fins turísticos.[13]

Reconhecimentos e Prémios[editar | editar código-fonte]

  • 2010 - O projecto Findkelp "As Florestas do Fundo do Mar" foi premiado pelo Fundo EDP para a Biodiversidade.[8][14]
  • 2011 - Nomeada para o Prémio Mulher da Revista ACTIVA.[9][15]
  • 2012 - Foi uma das três vencedoras portuguesas do prémio Terre des Femmes, da Fundação Yves Rocher.[16] A candidatura apresentada pela bióloga teve por base o projeto «ADOPTE uma pradaria marinha», que pretendia alertar para o estado vulnerável destes habitats marinhos e contribuir para a melhoria do seu estado de conservação na costa portuguesa.[2][17]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d «Investigadora da UAlg ganha Prémio Terre des Femmes». Universidade do Algarve. Consultado em 25 de maio de 2020 
  2. a b «Alexandra Cunha premiada pela Fundação Yves Rocher». CCMAR - Centro de Ciências do Mar. 7 de fevereiro de 2012. Consultado em 25 de fevereiro de 2020 
  3. «Quem sou eu? - Alexandra Cunha». Visão. 26 de abril de 2012. Consultado em 25 de maio de 2020 
  4. a b «Diálogos na Cidade com Alexandra Cunha, Presidente da Direcção Nacional da Liga para a Protecção da Natureza.». A Defesa de Faro - Blogue. 14 de março de 2011. Consultado em 25 de maio de 2020 
  5. «Alexandra Cunha assume presidência da LPN». Naturlink. Consultado em 25 de maio de 2020 
  6. «Projecto Biomares». Consultado em 25 de maio de 2020 
  7. «Projecto Biomares entra no último ano com bons resultados». Ambiente Online. 26 de janeiro de 2010. Consultado em 25 de fevereiro de 2020 
  8. a b «Projeto Findkelp "as florestas do fundo do mar". Relatório Final no âmbito do protocolo "Fundo EDP para a Biodiversidade" estabelecido entre a empresa Energias de Portugal, S.A. e a Universidade do Algarve.» (PDF). 2012. Consultado em 25 de maio de 2020 
  9. a b «Nomeada Prémio Mulher ACTIVA 2011: Alexandra Cunha (Presidente da Liga para a Proteção da Natureza)». Revista Activa. 24 de maio de 2012. Consultado em 25 de maio de 2020 
  10. Abreu, Bruno (21 de março de 2010). «Vai haver cada vez mais ilhas de lixo no meio dos oceanos». Diário de Notícias. Consultado em 25 de maio de 2020 
  11. «LPN critica projecto de afundamento de navios de guerra para mergulho recreativo». Jornal SOL. 20 de fevereiro de 2012. Consultado em 25 de maio de 2020 
  12. Ferreira, Lurdes (23 de julho de 2012). «Ambientalistas criticam recife artificial e dizem que projecto devia ter tido discussão pública». Público. Consultado em 25 de maio de 2020 
  13. Cunha, Alexandra (17 de maio de 2010). «Nova proposta de ordenamento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina está em cima da mesa». Público. Consultado em 25 de maio de 2020 
  14. «FINDKELP - As florestas do fundo do mar». EDP Portugal. 2014. Consultado em 25 de maio de 2020 
  15. «Alexandra Cunha nomeada para o Prémio Mulher Activa 2011». Sul Informação. 24 de maio de 2012. Consultado em 25 de maio de 2020 
  16. Gonçalves, Carlos Teixeira (9 de fevereiro de 2012). «Uma mulher é uma mulher. Estas três ganharam o prémio Terre de Femmes». Planeta Azul. Consultado em 25 de maio de 2020 
  17. Rodrigues, Elisabete (7 de fevereiro de 2012). «Investigadora algarvia Alexandra Cunha ganha Prémio Terre des Femmes». Sul Informação. Consultado em 25 de maio de 2020