Batalha de Banias

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Antíoco III Magno, o vencedor da Batalha de Banias.

A Batalha de Banias, também conhecida como Batalha de Páneion (em grego clássico: Πάνειον) e Batalha de Paneiás (em grego clássico: Πανειάς) foi travada pelas forças selêucidas e ptolemaicas em 200 AEC, perto de Banias, como parte da Quinta Guerra Síria.

Os selêucidas foram liderados por Antíoco III Magno, enquanto o exército ptolemaico foi liderado por Escopas da Etólia. Os selêucidas alcançaram uma vitória completa, aniquilando o exército ptolemaico e conquistando a província da Celessíria. O reino ptolemaico nunca se recuperou de sua derrota em Banias e deixou de ser uma grande potência independente. Antíoco protegeu o flanco sul de seu território, e começou a se concentrar no iminente conflito com a República Romana.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Em 202 AEC Ptolemeu, filho de Tráseas, governador ptolemaico da Celessíria, desertou para o lado de Antíoco III Magno, do Império Selêucida.[1] Antíoco invadiu e ocupou a maior parte da província, incluindo a cidade de Gaza, no outono de 201 AEC, quando retornou aos seu quartel de inverno, na Síria.[1] O comandante ptolemaico Scopas da Etólia reconquistou partes da província naquele inverno.[1] Antíoco reuniu seu exército em Damasco e, no verão de 200 AEC, enfrentou o exército ptelomaico no Rio Banias, perto do Monte Hérmon.[1]

Prelúdio[editar | editar código-fonte]

Tropas ptolemaicas[editar | editar código-fonte]

A linha de frente ptolemaica tinha quatro quilômetros de largura.[2] Sua ala esquerda foi posicionada na planície abaixo do planalto de Banias.[3] Consistia e uma falange forte de 25 mil a 32 mil colonos da Macedônia, sob o comando de Ptolemeu, filho de Aeropo, ele próprio um colono da Macedônia.[3] Essas foram as melhores tropas do Reino.[3] O comando supremo foi dado a um mercenário, o general Scopas de Etólia, que trouxe com ele 6,5 mil mercenários etólios, incluindo seis mil de infantaria e quinhentos de cavalaria.[4]

Tropas selêucidas[editar | editar código-fonte]

Antíoco provavelmente tinha cerca de setenta mil soldados, mais do que os 68 mil que tivera consigo na Batalha de Ráfia, em 217 AEC. [2] Tendo reconquistado as Satrapias Superiores (a parte mais a leste do Império de Alexandre) nos anos anteriores, ele pôde recorrer a uma base de recursos maior.[2] Políbio identifica a presença de catafractários, da cavalaria de elite agema, soldados tarentinos e de outras cavalarias, falanges, gipaspistas, elefantes de guerra, infantarias e atiradores leves nas fileiras do exército selêucida. [2]

Batalha[editar | editar código-fonte]

Antíoco, o Jovem, filho primogênito de Antíoco III, comandou os catafractários de elite do exército selêucida e à noite apreendeu Tel Hamra, uma colona no sopé do monte Hermon.[4] Os catafractários abriram a batalha atacando e derrotando rapidamente a cavalaria ptolemaica.[4]

No centro, a falange ptolemaica forçou de volta seus colegas selêucidas.[4] Os elefantes selêucidas neutralizaram esse sucesso ptolemaico, avançando sobre as lacunas da falange selêucida e interrompendo o avanço ptolemaico.[4] Os catafractários de Antíoco, o Jovem, terminaram a perseguição à cavalaria inimiga e atacaram a retaguarda da falange ptolemaica.[4] Pressionada de dois lados por elefantes de guerra, falanges e catafractários, a falange ptolemaica foi aniquilada.[4] Scopas, situado na ala direita, fugiu do campo, levando consigo dez mil soldados.[5]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Scopas e seus homens procuraram refúgio em Sídon; outros contingentes ptolemaicos fugiram para Jerusalém, Fenícia, Samaria e Decápole.[6] Todos eles foram forçados a se render no final de 198 AEC.[6] A Celessíria ficou sob controle selêucida e os ptolemeus foram obrigados a assinar um tratado de paz com Antíoco, em 195 AEC. Como um dos resultados da batalha, o estado ptolemaico foi forçado a reduzir o papel da falange nos anos seguintes.[7]

Alguns comentaristas bíblicos vêem essa batalha como aquela mencionada em Daniel 11:15, onde consta que "Então o rei do Norte virá e construirá rampas de cerco e capturará uma cidade fortificada".[8]

Baixas[editar | editar código-fonte]

Com base nas perdas das falanges nas batalhas de Magnésia em 190 AEC e Pidna em 167 AEC, as 25 mil falanges ptolemaicas podem ter sofrido 17,5 a 20,8 mil baixas, entre mortos e capturados.[9]

Referências

  1. a b c d Johstono 2017, p. 164.
  2. a b c d Johstono 2017, p. 167.
  3. a b c Johstono 2017, p. 166.
  4. a b c d e f g Johstono 2017, p. 168.
  5. Plb.16.18.
  6. a b Johstono 2017, p. 165.
  7. Johstono 2017, p. 162.
  8. Jordan, James B. (2007). The Handwriting on the Wall: A Commentary on the Book of Daniel. American Vision. [S.l.: s.n.] [James B. Jordan Resumo divulgativo] Verifique valor |resumo-url= (ajuda) 
  9. Johstono 2017, p. 169.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Johstono, Paul (2017). «"No Strength To Stand": Defeat at Panium, the Macedonian Class, and Ptolemaic Decline». In: Clark; Turner. Brills Companion to Military Defeat in Ancient Mediterranean Society. Brill Publishers. Leiden: [s.n.] ISBN 978-9004298583