Comitas de Arzanena

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Comitas de Arzanena
Comitas de Arzanena
Bandeira da Igreja Apostólica Armênia
Nascimento século VII
Arzanena
Morte 628
Nacionalidade Armênio
Ocupação Bispo
Título Católico
Religião Igreja Apostólica Armênia

Comitas de Arzanena (em armênio: Կոմիտաս Աղձնիքի; romaniz.:Komitas Ałznik’i; m. 628) ou Comitas de Alzeque (em armênio: Կոմիտաս Աղձքից; romaniz.:Komitas Aghdzk’its’), dito o Construtor (Šinoł), foi um eclesiástico, músico e poeta armênio que tornou-se católico da Igreja Armênia de 615 a 628. Fez-se famoso por seu amplo programa de reconstrução de edifícios religiosos e os seus envolvimentos com disputas teológicas.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Tremisse de Heráclio (r. 610–641)

Comitas era originário de Arzanena.[1] Era bispo da "terra dos Mamicônios", ou seja, de Taraunitis, quando virou católico.[2] Enquanto bispo, foi famoso pela inovação na composição de xaracãs (hinos), sendo o autor armênio mais antigo conhecido pelo nome;[3] a sua obra mais célebre foi o hino Almas Devotadas. Também é lembrado por seu programa de reparação de edifícios religiosos: em Dúbio construiu a igreja de São Gregório, enquanto em Valarsapate restaurou a Catedral de Valarsapate e construiu, em 616/618, a igreja de Santa Arsema,[1] no local de um antigo edifício com uma cúpula de madeira, que ameaçava ruir.[nt 1]

Como católico mostrou-se um participante ardente de disputas doutrinais. Defendeu a doutrina ortodoxa da Igreja Armênia no Concílio de Ctesifonte em 615-616, tendo, nesta ocasião, aceitado o monofisismo e condenado as doutrinas calcedônia e nestoriana.[1] Nos últimos anos de seu catolicossato, o imperador bizantino Heráclio (r. 610–641) finalmente superou o Império Sassânida na guerra que se seguia e a influência do Império Bizantino sobre a Armênia foi restaurada.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Abraão I de Albatã
Católico de todos os armênios
615-628
Sucedido por
Cristóvão II

Notas

  1. Segundo o historiador Sebeos, na ocasião da construção, o túmulo da santa foi aberto e notou-se que seu corpo apresentava-se em ótimo estado de conservação.[4]

Referências

  1. a b c d Hacikyan 2002, p. 46.
  2. Saint-Martin 1818, p. 438.
  3. Kurkjian 2008, p. 303.
  4. Sebeos século VII, cap.XXV.
  5. Grousset 1947, p. 282.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Grousset, René (1947). Histoire de l’Arménie des origines à 1071. Paris: Payot 
  • Hacikyan, Agop Jack; Gabriel Basmajian; Edward S. Franchuk; Nourhan Ouzounian (2002). The Heritage of Armenian Literature: From the Sixth to the Eighteenth Century. Detroit: Imprensa da Universidade Estadual Wayne. ISBN 0814330231 
  • Saint-Martin, Antoine-Jean (1818). Mémoires historiques et géographique sur l’Arménie. II. Paris: Imprensa Real 
  • Sebeos (século VII). História de Heráclio