Conquista de Arzila

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conquista de Arzila
Guerras Luso-Marroquinas

O ataque português a Arzila numa das Tapeçarias de Pastrana
Data 24 de Agosto de 1471
Local Arzila, Marrocos
Desfecho Vitória portuguesa
Beligerantes
Portugal Sultanato Oatácida
Comandantes
D. Afonso V Maomé Xeque
Forças
30,000 homens
400 navios
Desconhecida
Baixas
Desconhecidas 2,000 mortos[1]
5,000 cativos[1]

A conquista portuguesa de Arzila (em árabe: أصيلة، أرزيلة) ao Reino de Fez, em Marrocos, teve lugar a 24 de Agosto de 1471.

História[editar | editar código-fonte]

O rei D. Afonso V decidira, com o espírito de cruzada contra os muçulmanos sempre presente, prosseguir com a sua política de expansão dos territórios portugueses em Marrocos e optara inicialmente por conquistar Tânger mas depois decidiu conquistar Arzila.

Tendo partido de Lagos com 400 navios e um exército composto por cerca de 30,000 homens[2] os portugueses alcançaram a costa marroquina na tarde de 22 de Agosto de 1471. O rei D. Afonso V convocou um conselho e decidiu atacar Arzila no dia seguinte de manhã. Sobreveio uma violenta tempestade e perderam-se alguns navios. Choveu durante os três dias que durou o ataque.[3]

A tempestade era tão forte que impediu os navios de bombardearem a cidade e só duas peças de artilharia pesada foram desembarcadas. Após um difícil desembarque em que morreram mais de 200 homens devido às grandes ondas e ventos fortes, o exército do rei D. Afonso V alcançou terra e sitiou a cidade, conquistando-a ao fim de uma porfiada batalha a 24 de Agosto de 1471.[1]

O conde de Valença D. Henrique de Meneses foi o primeiro a ser capitão de Arzila pelo rei.[4]

A vitória em Arzila abriu caminho para a conquista de Tânger quatro dias mais tarde, a 28 de Agosto de 1471, sem qualquer oposição.[3]

Tapeçarias de Pastrana[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Tapeçarias de Pastrana

Em finais do século XV, um conjunto de quatro grandes tapeçarias foi encomendado pelo rei para comemorar a batalha. Foram feitas nas oficinas flamengas de Tournai, na Bélgica. São altamente notáveis pela maneira como representam um evento contemporâneo. A obra é tida entre as melhores tapeçarias góticas no mundo.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Diffie, Shafer, Winius "On August 24 the Portuguese captured the city killing some 2000 "infidels" and taking 5000 captives." p.145
  2. Black, "Asilah had been captured in 1471 by a Portuguese force of 400 ships and 30,000 men." p.18
  3. a b c «"The Invention of Glory: Afonso V and the Pastrana Tapestries", National Gallery of Art» (PDF). Consultado em 30 de julho de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 21 de dezembro de 2016 
  4. Quintella, p.181, p.182

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Jeremy Black, Cambridge illustrated atlas, warfare: Renaissance to revolution, 1492-1792 (1996) ISBN 0-521-47033-1
  • Bailey Wallys Diffie,Boyd C. Shafer,George Davison Winius, Foundations of the Portuguese empire, 1415-1580 (1977) ISBN 0-8166-0782-6
  • Ignacio da Costa Quintella, Academia das Ciências de Lisboa, Annaes da marinha portugueza, Volume 1 (1839)