Costa da Mina
A Costa da Mina corresponde a uma região do Golfo da Guiné de onde proveio grande parte dos escravos embarcados para as Américas. Corresponde aproximadamente à faixa litorânea dos atuais estados de Gana, Togo, Benin e Nigéria.[1][2] O mais famoso porto de embarque de escravos dessa região foi a feitoria de São Jorge da Mina, em torno da qual se desenvolveu a atual cidade de Elmina, em Gana.
História
O comércio de escravos na região foi mais intenso durante os séculos XVIII e XIX. Esses escravos eram de diversas etnias: nagôs, jejes, fantis e axantis, gás e txis (minas), malês (islamizados), hauçás, kanuris, tapas, gruncis, fulas e mandingas.
Este artigo não cita fontes confiáveis. |
Como toda a região imediatamente ao sul do deserto do Saara era conhecida como Sudão, essas etnias acabaram sendo referidas conjuntamente como sudaneses, embora não tenham qualquer ligação com o país atualmente chamado de Sudão. O termo 'Sudão' (derivado do árabe bilād as-sūdān, em português "terra dos negros"[3][4]) é aplicado genericamente à África Ocidental e Central.
No caso específico do Brasil, os escravos desta região eram geralmente desembarcados na Bahia, onde predominavam entre os escravos. Durante o ciclo do ouro (século XVIII), muitos deles foram levados a Minas Gerais, onde também chegaram a predominar. No século XIX, foram superados numericamente pelos escravos bantos da região de Angola.[5]
Muitos dos escravos trazidos da Costa da Mina eram seguidores da religião muçulmana, e alguns deles sabiam ler e escrever em árabe. A influência islâmica desses escravos pode ainda ser vista em Salvador, sobretudo no vestuário das baianas, com seu característico turbante, as saias largas e compridas e xales (chamados panos da costa) listrados.[6]
Referências
- ↑ Relato e interpretação da justiça na Costa da Mina durante o século XVII: mudança ou permanência na prática do juramento de ingerir fetiche?. Por Vinicius Lins Gesteira.
- ↑ Costa da Guiné no século XVII
- ↑ Encyclopædia Britannica. "Sudan".
- ↑ Department of Arts of Africa, Oceania, and the Americas. Trade and the Spread of Islam in Africa. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2000 – (October 2001).
- ↑ As nossas "Áfricas": um estudo comparativo sobre a composição étnica dos escravos nas Minas Gerais dos séculos XVIII E XIX. Por Rodrigo Castro Rezende.
- ↑ FREYRE, Gilberto. Casa-Grande e Senzala, Edição 51, 2006.