Viriato: diferenças entre revisões
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Pensa-se que Viriato tambem seria um posto e não um homem, que o lider de cada grupo lusitano seria chamado de viriato e as suas diversas aparências em vários pontos da lúsitania levaram às várias crenças e mitos sobre estes lideres, |
Pensa-se que Viriato tambem seria um posto e não um homem, que o lider de cada grupo lusitano seria chamado de viriato e as suas diversas aparências em vários pontos da lúsitania levaram às várias crenças e mitos sobre estes lideres, solidificando-os numa só personalidade. |
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Revisão das 13h54min de 25 de abril de 2016
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Viriato![]() | |
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Monumento a Viriato, Viseu, Portugal. | |
Nascimento | Lusitânia |
Morte | 139 |
Anos em serviço | 147 a.C. - 139 a.C. |
Batalhas/Guerras | Guerra Lusitana |
Viriato (? – 139 a.C.) foi um dos líderes da tribo lusitana que confrontou os romanos na Península Ibérica.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d1/Viriathus_%28Viriato%29_-_A_true_leader.png/300px-Viriathus_%28Viriato%29_-_A_true_leader.png)
Etimologia
Várias teorias são consideradas quando se refere à etimologia do nome de Viriato.[1] O nome pode ser composto de dois elementos: Viri e Athus.
Viri pode derivar:
- Da raiz Indo-Europeia *uiros, "homem", relacionada com força e virilidade;
- Do Celta *uiro- 'homem'; e das formas mais antigas vírus, viri, viro, viron das quais deriva a antiga palavra para homem em Irlandês Antigo , fir;[2]
- De *uei-, como em viriae ou a "bracelete torneada" Celtibera usada pelos guerreiros (Pliny XXIII, 39);[3]
- Do Latin viri que significa homem, herói, pessoa de coragem, honra e nobreza;
- A elite celtiberica autodenominava-se de uiros ueramos o 'homem mais alto' (alteza) o equivalente latim seria summus vir.[4]
A vida de Viriato
“ | Enquanto ele comandava ele foi mais amado do que alguma vez alguém foi antes dele.
|
” |
Pouco se conhece sobre a vida de Viriato. Não se sabe nada da sua data de nascimento nem o local exacto onde nasceu e a única referência à localização da sua tribo nativa foi feita pelo historiador grego Diodoro da Sicília [carece de fontes] que afirma que ele era das tribos Lusitanas que habitavam do lado do oceano.[5]
Viriato pertencia à classe dos guerreiros, a ocupação da elite, a minoria governante. Ele era conhecido entre os romanos como duque do exercito Lusitano, como adsertor (protector) da Hispânia,[6] ou como imperator[7], provavelmente da confederação das tribos Lusitanas e Celtiberas.[8]
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Apesar de a história estar recheada de exemplos em sentido contrário, ainda há que tenha dificuldade em aceitar que um grande líder, ou qualquer uma grande figura histórica, possa de ter origens humildes, e esses dizem que a teoria de que Viriato era um pastor não é a mais correcta.[9] Segundo Pastor Muñoz, Viriato seria um aristocrata proprietário de cabeças de gado.[10] Tito Lívio descreve-o como um pastor que se tornou caçador e depois soldado, dessa forma teria seguido o percurso da maioria dos jovens guerreiros, a iuventos, que se dedicavam a fazer incursões para capturar gado, à caça e à guerra.[11] Na tradição romana os antepassados mais ilustres eram pastores, e Viriato é comparado àquele que teria sido o pastor mais ilustre que se tornou no rei de Roma, Rómulo.[12] A ideologia do rei-pastor, o pastor que se tornou rei, está presente na tradição de várias culturas para além da grega e da romana.[13][14] A metáfora do rei-pastor de Homero era frequentemente usada para dar ênfase às funções e deveres de um rei.[15] Havia quem pensasse que Viriato tinha uma origem obscura[16] no entanto Diodoro da Sicília também diz que Viriato "demonstrou ser um príncipe".[5]
Os Lusitanos homenageavam Viriato com os títulos de Benfeitor, (Grego: evergetes),[17] e Salvador, (Grego: soter),[18] os mesmos títulos honoríficos usados pelos reis da dinastia ptolemaica.
Ele foi descrito como um homem que seguia os princípios da honestidade e trato justo e foi reconhecido por ser exacto e fiel à sua palavra nos tratados e alianças que fez.[5] Diodoro disse que a opinião geral era de que ele tinha sido o mais amado de todos os líderes lusitanos.[5]
Viriato era, segundo a teoria avançada por Schulten, oriundo dos altos Montes Hermínios, actual Serra da Estrela, embora nenhum autor da antiguidade o tenha mencionado.[19]
A guerra de Viriato
Viriato, descrito como sendo um pastor e caçador da Lusitânia foi eleito chefe dos lusitanos. Depois de defender vitoriosamente as suas montanhas, Viriato lançou-se decididamente numa guerra ofensiva. Entra triunfante na Hispânia Citerior, divisão romana da Península Ibérica em duas províncias, Citerior e Ulterior, separadas por uma linha perpendicular ao rio Ebro e que passava pelo saltus Castulonensis (a actual Serra Morena, em Espanha), e lança contribuições sobre as cidades que reconhecem o governo de Roma. Dois tipos de guerra foram atribuídos a Viriato, bellum, quando ele usava um exercito regular, e latrocinium, quando os combates envolviam pequenos grupos de guerreiros e o uso de tácticas de guerrilha.[20] Para muitos autores, Viriato é visto como o modelo do guerrilheiro.
Em 147 a.C. opõe-se à rendição dos lusitanos a Caio Vetílio que os teria cercado no vale de Betis, na Turdetânia. Mais tarde derrotaria os romanos no desfiladeiro de Ronda, que separa a planície de Guadalquivir da costa marítima da Andaluzia, onde viria a matar o próprio Vetílio. Mais tarde, nova vitória contra as forças de Caio Pláucio, tomando Segóbriga e as forças de Cláudio Unimano que, em 146 a.C., era o governador da Hispânia Citerior. No ano seguinte as tropas de Viriato voltam a derrotar os romanos comandados por Caio Nígidio.
Ainda nesse ano, Fábio Máximo, irmão de Cipião, o Africano, é nomeado cônsul da Hispânia Citerior e encarregado da campanha contra Viriato sendo-lhe, para isso, fornecidas duas legiões. Após algumas derrotas, Viriato consegue recuperar e, em 143 a.C. volta a derrotar os romanos, empurrando-os para Córdova. Ao mesmo tempo, as tropas celtibéricas revoltavam-se contra os romanos iniciando uma luta que só terminaria por volta de 133 a.C. com a queda de Numância.
Em 140 a.C. Viriato inflige uma derrota decisiva a Fábio Máximo Servilliano, novo cônsul, quando morreram em combate cerca de 3000 romanos. Servilliano consegue manter a vida oferecendo promessas e garantias da autonomia dos lusitanos e Viriato decide não o matar. Ao chegar a Roma a notícia desse tratado, este foi considerado humilhante para a imponência romana e o Senado volta atrás, declarando guerra contra os lusitanos.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/21/Madrazo_Viriatus_HighRes.jpg/300px-Madrazo_Viriatus_HighRes.jpg)
Assim, Roma envia novo general, Servílio Cipião, que tinha o apoio das tropas de Popílio Lenas. Este renova os combates com Viriato, mas este mantém superioridade militar e força-o a pedir uma nova paz. Envia, neste processo, três comissários de sua confiança, Audas, Ditalco e Minuros. Cipião recorreu ao suborno dos companheiros de Viriato, que assassinaram o grande chefe enquanto dormia. Um desfecho trágico para Viriato e os lusitanos, e vergonhoso para Roma, superpotência da época, e que se intitulava arauto da civilização.
Roma chega a pactuar com Viriato, quase reconhecendo como soberano, porém, à traição, compactuou com três de seus aliados para que o assassinassem. Anos antes, o general romano Sérgio Galba quase dizima os lusitanos, e Viriato foi um dos que escaparam. O historiador Estrabão assim definiu a Lusitânia: "A mais poderosa das nações de Hispania, a que, entre todas, por mais tempo deteve as armas romanas". Todavia, tão-pouco podiam os Romanos contar com a submissão dos povos da Península Ibérica que se viram forçados a manter o país em rigorosa ocupação militar, e daí provieram os primeiros exércitos permanentes de Roma. Quarenta mil homens se mantiveram na Península Ibérica em permanente guarda.
Depois de Viriato morrer, Táutalo torna-se líder do exército lusitano mas teve pouco sucesso, e muito mais tarde o Romano Sertório tornou-se líder do exército lusitano, usando-os na guerra civil romana, até ser igualmente assassinado por militares da sua confiança.
Sem a forte resistência de Viriato, Décimo Júnio Bruto Galaico pôde marchar para o nordeste da península, atravessando o rio Douro subjugando a Galiza. Júlio César ainda governou o território (agora Galécia) durante algum tempo.
Viriato de Sílio Itálico
Foi argumentado que Sílio Itálico, no seu poema épico intitulado Púnica,[21][22] menciona um Viriato mais antigo que teria sido contemporâneo de Aníbal.[23] Ele foi chamado primo Viriathus in aeuo, e foi um líder dos Gallaeci e dos Lusitanos. O Viriato histórico, seria o que recebeu o título de regnator Hiberae magnanimus terrae, o mais magnânimo dos reis da terra Ibérica.[24] O Viriato de Sílio (provavelmente fictício, um retrato retroactivo do Viriato do século II) morreu na Batalha de Canas, pela mão de um guerreiro Romano.
Viriato como um posto
Pensa-se que Viriato tambem seria um posto e não um homem, que o lider de cada grupo lusitano seria chamado de viriato e as suas diversas aparências em vários pontos da lúsitania levaram às várias crenças e mitos sobre estes lideres, solidificando-os numa só personalidade.
Referências
- ↑ «Silva, Armando. O nome de Viriato» (PDF)
- ↑ [1] Hyde, Douglas. The Glories of Ireland, Irish Language and Letters
- ↑ «Celtic Elements in Northwestern Spain in +Pre-Roman times»
- ↑ «Título ainda não informado (favor adicionar)»
- ↑ a b c d e Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XXXII, 5.1 [ael/fr][en] «Historical library of Diodorus the Sicilian. pg 543» (PDF)
- ↑ «Evtropii Breviarivm Liber Qvartvs»
- ↑ «Flori Epitome de Tito Livio Bellorum Omnium Annorum DCC, XXXIII»
- ↑ «Quintela, Marco. La organización socio-política de los Populi del Noroeste de la Península» (PDF)
- ↑ «Muñoz, Mauricio. Viriato» (PDF)
- ↑ «Ciência Hoje. Viriato terá sido um aristocrata»
- ↑ «War and Society in the Celtiberian World»
- ↑ Thomas Grünewald. «Bandits in the Roman Empire: myth and reality» (em inglês)
- ↑ Martin Litchfield West. «The east face of Helicon: west Asiatic elements in Greek poetry and myth» (em inglês)
- ↑ Michel Foucault, selecção e edição de Jeremy R. Carrette. «Religion and culture» (em inglês)
- ↑ Richard A. Billows. «Kings and colonists: aspects of Macedonian imperialism» (em inglês)
- ↑ Dião Cássio, Roman History, Fragments of Books XXII through XXIX.
- ↑ «Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology»
- ↑ editado por William Smith. «Dictionary of Greek and Roman Antiquities» (em inglês)
- ↑ «Lusitania pg262»
- ↑ «Thomas Grunewald, Bandits in the roman army. Guerrilla leaders as latrones.»
- ↑ Punica, Sílio Itálico, Liber III e X (em Latim)
- ↑ Punica, edição em Latim Alemã de 1791
- ↑ «España Sagrada»
- ↑ «Lusitania: Historia y etnología»