14-X: diferenças entre revisões

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O '''14-X''' é um protótipo de veículo aéreo não tripulado (VANT) hipersônico [[brasileiro]] em desenvolvimento, nomeado em homenagem ao [[14-Bis]] de [[Alberto Santos-Dumont]].<ref name="A">{{citar web| url = http://istoe.com.br/286707_DO+14+BIS+AO+14+X/ | título = Do 14-bis ao 14-X | publicado = ISTOÉ | acessodata = 10 de outubro de 2014}}</ref> Esta aeronave será equipada com um [[motor scramjet]], que é integrado na fuselagem e não tem partes móveis. O princípio de funcionamento é que, durante o voo, o ar é comprimido pela geometria e velocidade do veículo dirigido para o motor na parte inferior da [[aeronave]]. O [[hidrogênio]] é utilizado como [[combustível]]. O veículo irá utilizar o "conceito [[waverider]]". Uma onda de atrito, na parte inferior da aeronave fornece sustentabilidade. Tanto a aeronave quanto o motor são de construção totalmente brasileira.<ref name="B">{{citar web | url = http://www.defesabr.com/Tecno/tecno_14X.htm | título = O 14-X HIPERSÔNICO UM FUTURO PARA A FAB | publicado = DEFESABR | acessodata = 10 de outubro de 2014 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20070305161441/http://www.defesabr.com/Tecno/tecno_14X.htm | arquivodata = 2007-03-05 | urlmorta = yes }}</ref>
'''14-X''' é um [[protótipo]] de [[veículo aéreo não tripulado]] (VANT) hipersônico [[brasileiro]] em desenvolvimento, nomeado em homenagem ao [[14-Bis]] de [[Alberto Santos-Dumont]].<ref name="A">{{citar web| url = http://istoe.com.br/286707_DO+14+BIS+AO+14+X/ | título = Do 14-bis ao 14-X | publicado = ISTOÉ | acessodata = 10 de outubro de 2014}}</ref> Esta aeronave será equipada com um [[motor scramjet]], que é integrado na [[fuselagem]] e não tem partes móveis. O princípio de funcionamento é que, durante o voo, o ar é comprimido pela geometria e velocidade do veículo dirigido para o motor na parte inferior da [[aeronave]]. O [[hidrogênio]] é utilizado como [[combustível]]. O veículo irá utilizar o "conceito [[waverider]]". Uma onda de atrito, na parte inferior da aeronave fornece [[Sustentação (aerodinâmica)|sustentabilidade]]. Tanto a aeronave quanto o motor são de construção totalmente brasileira.<ref name="B">{{citar web | url = http://www.defesabr.com/Tecno/tecno_14X.htm | título = O 14-X HIPERSÔNICO UM FUTURO PARA A FAB | publicado = DEFESABR | acessodata = 10 de outubro de 2014 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20070305161441/http://www.defesabr.com/Tecno/tecno_14X.htm | arquivodata = 2007-03-05 | urlmorta = yes }}</ref>


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A previsão era que o 14-X faria seu primeiro voo teste em 2020,<ref>{{citar web| url = http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=brasil-testara-aviao-hipersonico-2020&id=010170170412#.WQZXkjFtmM_ | título = Brasil testará avião hipersônico em 2020 | data = 10 de abril de 2017 | publicado = Inovação Tecnológica | acessodata = 30 de abril de 2017}}</ref><ref>{{citar web| url = http://airway.uol.com.br/fab-planeja-aviao-hipersonico-nao-tripulado-para-2020/ | título = FAB planeja avião hipersônico não-tripulado para 2020 | data = 12 de abril de 2017 | autor = Airway | publicado = UOL | acessodata = 30 de abril de 2017}}</ref> o qual somente ocorreu no ano seguinte.<ref name="Ricardo Meier">{{citar web|url=https://www.airway.com.br/fab-faz-primeiro-voo-do-motor-hipersonico-14-x/|título=FAB faz primeiro voo do motor hipersônico 14-X|autor=Ricardo Meier|data=17 de dezembro de 2021|publicado=Air Way|acessodata=3 de julho de 2022|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref> A aeronave foi lançada por um [[foguete]], isso porque os motores scramjet necessitam de um impulso inicial até que atinjam o ponto de combustão,<ref name="B"/> que é uma velocidade de 7.000 km/h.<ref name="A"/> Ele será capaz de atingir dez vezes a [[velocidade do som]] (12.258&nbsp;km/h).<ref name="E">{{citar web| url = http://radioalo.com.br/brasil-prepara-14-x-uma-nave-hipersonica-para-voar-em-2013/#.VDg3VDY-iM8 | título = Brasil prepara 14-X, uma nave hipersônica, para voar em 2013 | publicado = | acessodata = 10 de outubro de 2014}}</ref><ref>{{citar web| url = http://gizmodo.uol.com.br/brasil-prepara-14-x-uma-nave-hipersonica-para-voar-em-2013/ | título = Brasil prepara 14-X, uma nave hipersônica, para voar em 2013 | publicado = | acessodata = 10 de outubro de 2014}}</ref>


Com o desenvolvimento desta tecnologia, o [[Brasil]] passa a ter a oportunidade inédita de seguir na dianteira de uma linha de pesquisa avançada em um momento estratégico, pois atualmente nenhum país no mundo domina a tecnologia dos motores hipersônicos. Os outros países que buscam dominar essa tecnologia são hoje os [[Estados Unidos]], [[Japão]], [[Austrália]], [[Rússia]],[[França]] e [[China]].<ref name="B"/>
Com o desenvolvimento desta [[tecnologia]], o [[Brasil]] passa a ter a oportunidade inédita de seguir na dianteira de uma linha de pesquisa avançada em um momento estratégico, pois atualmente nenhum país no mundo domina a tecnologia dos motores hipersônicos. Os outros países que buscam dominar essa tecnologia são hoje os [[Estados Unidos]], [[Japão]], [[Austrália]], [[Rússia]],[[França]] e [[China]].<ref name="B"/>


== História ==
== História ==

[[Arquivo:14X img3.jpg|thumb|right|Modelo de 80 cm do 14-X em teste no túnel de vento no T3]]
O projeto foi concebido no ano de [[2007]], quando o capitão-engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim iniciou um mestrado no ITA e foi aprovado com uma tese sobre a configuração “waverider”. Atualmente, a teoria encontra-se prestes a tornar realidade. O primeiro teste do 14-X em um voo, ainda sem a separação do foguete utilizado para a aceleração inicial, ocorrerá nos próximos anos. Nas próximas etapas, a [[Força Aérea Brasileira]] planeja outros dois experimentos: um com acionamento dos motores scramjet, mas com a aeronave ainda acoplada, e outro com funcionamento total, quando a velocidade máxima deve ser atingida. Segundo o coronel-engenheiro Marco Antonio Sala Minucci, que foi diretor do IEAv durante quatro anos e é um dos pais do 14-X, “se os testes forem bem-sucedidos, o [[Brasil]] chegará no topo da tecnologia, embora com um programa muito mais modesto do que o dos [[estadunidenses]]”.<ref name="B"/><ref name="A"/>
O projeto foi concebido no ano de [[2007]], quando o capitão-engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim iniciou um mestrado no [[ITA]] e foi aprovado com uma tese sobre a configuração “waverider”. Atualmente, a teoria encontra-se prestes a tornar realidade. O primeiro teste do 14-X em um voo, ainda sem a separação do foguete utilizado para a aceleração inicial, ocorreu em 14 de dezembro de 2021.<ref name="Ricardo Meier"/> Nas próximas etapas, a [[Força Aérea Brasileira]] planeja outros dois experimentos: um com acionamento dos motores scramjet, mas com a aeronave ainda acoplada, e outro com funcionamento total, quando a velocidade máxima deve ser atingida. Segundo o coronel-engenheiro Marco Antonio Sala Minucci, que foi diretor do IEAv durante quatro anos e é um dos pais do 14-X, “se os testes forem bem-sucedidos, o [[Brasil]] chegará no topo da tecnologia, embora com um programa muito mais modesto do que o dos [[estadunidenses]]”.<ref name="B"/><ref name="A"/>


No segundo semestre de [[2007]], o [[Instituto de Estudos Avançados]] (IEAv) iniciou os testes com um modelo experimental reduzido do 14-X.
No segundo semestre de [[2007]], o [[Instituto de Estudos Avançados]] (IEAv) iniciou os testes com um modelo experimental reduzido do 14-X.


[[Arquivo:14X img3.jpg|thumb|left|Modelo de 80 cm do 14-X em teste no túnel de vento no T3]]
Trata-se de uma aeronave com 80&nbsp;cm de comprimento, construída em [[aço inoxidável]], que é equipada com sensores de pressão, fluxo de calor e força para uma série de testes no T3.<ref name="B"/>


Trata-se de uma aeronave com 80&nbsp;cm de comprimento, construída em [[aço inoxidável]], que é equipada com [[sensor]]es de pressão, fluxo de calor e força para uma série de testes no T3.<ref name="B"/>
Os testes em túnel de vento simulam as condições de voo do modelo experimental em pequena escala, sobre o qual são instalados sensores de pressão e temperatura para recolher os dados. Uma câmera filmadora de alta velocidade (com dois milhões de quadros por segundo) permite a visualização do escoamento de ar sobre a fuselagem.<ref name="B"/>

Os testes em [[túnel de vento]] simulam as condições de voo do modelo experimental em pequena escala, sobre o qual são instalados sensores de pressão e temperatura para recolher os dados. Uma câmera filmadora de alta velocidade (com dois milhões de quadros por segundo) permite a visualização do [[Escoamento hipersônico|escoamento de ar]] sobre a fuselagem.<ref name="B"/>


A próxima etapa será a construção de um modelo para voo. Será uma aeronave com 2,5 m de comprimento e com um peso em torno de 300 quilos. Ela será lançada por um foguete até atingir o ponto de combustão hipersônica. Isso porque o motor não terá capacidade de aceleração a partir do zero. O lançamento do 14-X poderá ser realizado por um [[foguete de sondagem]] brasileiro [[VS-40]] ou um foguete do tipo do [[Pegasus (foguete)|Pegasus]], que colocou em [[órbita]] os satélites [[SCD-1]] e [[SCD-2]], do [[Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais]] (INPE).<ref name="B"/>
A próxima etapa será a construção de um modelo para voo. Será uma aeronave com 2,5 m de comprimento e com um peso em torno de 300 quilos. Ela será lançada por um foguete até atingir o ponto de combustão hipersônica. Isso porque o motor não terá capacidade de aceleração a partir do zero. O lançamento do 14-X poderá ser realizado por um [[foguete de sondagem]] brasileiro [[VS-40]] ou um foguete do tipo do [[Pegasus (foguete)|Pegasus]], que colocou em [[órbita]] os satélites [[SCD-1]] e [[SCD-2]], do [[Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais]] (INPE).<ref name="B"/>


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== Características ==
== Características ==

[[Arquivo:14X img2.jpg|350px|thumb|14-X]]
[[Arquivo:14X img2.jpg|350px|thumb|14-X]]

O 14-X está sendo desenvolvido pelo IEAv (Instituto de Estudos Avançados), mais especificamente no Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu<ref>{{citar web|url=http://www.henrynagamatsu.com/|título=O Laboratório – Histórico: Laboratório de Aerotermonidâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu|acessodata=10 de outubro de 2014|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141219223255/http://www.henrynagamatsu.com/|arquivodata=19 de dezembro de 2014|urlmorta=sim}}</ref> em [[São José dos Campos]], [[São Paulo (estado)|São Paulo]].
O 14-X está sendo desenvolvido pelo IEAv (Instituto de Estudos Avançados), mais especificamente no Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu<ref>{{citar web|url=http://www.henrynagamatsu.com/|título=O Laboratório – Histórico: Laboratório de Aerotermonidâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu|acessodata=10 de outubro de 2014|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141219223255/http://www.henrynagamatsu.com/|arquivodata=19 de dezembro de 2014|urlmorta=sim}}</ref> em [[São José dos Campos]], [[São Paulo (estado)|São Paulo]].
Ele utilizará o próprio [[ar atmosférico]] como oxidante, ou seja, para a queima do [[hidrogênio líquido]] (combustível). E só levará o [[oxigênio]] necessário para a queima do combustível no trajeto fora da [[atmosfera terrestre]].<ref name="B"/>
Ele utilizará o próprio [[ar atmosférico]] como [[oxidante]], ou seja, para a queima do [[hidrogênio líquido]] (combustível). E só levará o [[oxigênio]] necessário para a queima do combustível no trajeto fora da [[atmosfera terrestre]].<ref name="B"/>


Ele será lançado por um foguete [[VSB-30]] e ao atingir 100 mil pés de altitude será acionado e deverá chegar a Mach 10 (10 vezes a velocidade do som).<ref name="E"/>
Ele será lançado por um foguete [[VSB-30]] e ao atingir 100 mil pés de altitude será acionado e deverá chegar a Mach 10 (10 vezes a velocidade do som).<ref name="E"/>
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== Objetivo ==
== Objetivo ==

[[Ficheiro:14-XW.jpg|alt=Concepção artística do veículo hipersônico brasileiro|miniaturadaimagem|Concepção artística do veículo hipersônico]]
[[Ficheiro:14-XW.jpg|alt=Concepção artística do veículo hipersônico brasileiro|miniaturadaimagem|Concepção artística do veículo hipersônico]]

As aplicações práticas de uma aeronave hipersônica são bastante variadas. Sendo considerada um dos meios mais eficientes de acesso ao [[Espaço sideral|espaço]] para um futuro próximo, podendo ser utilizada para colocar [[Satélite artificial|satélites]] em [[órbita]] e fazer [[Voo suborbital|voos suborbitais]].<ref name="A" /><ref name="B" /><ref>{{citar web | 1 = | url = http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/10/capa/projetos_correio/cenario_xxi/108980-brasil-desenvolve-seu-primeiro-aviao-hipersonico.html | título = Brasil desenvolve seu primeiro avião hipersônico | publicado = | acessodata = 10 de outubro de 2014 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20141015150602/http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/10/capa/projetos_correio/cenario_xxi/108980-brasil-desenvolve-seu-primeiro-aviao-hipersonico.html | arquivodata = 15 de outubro de 2014 | urlmorta = sim }}</ref> Além disso, essa tecnologia pode ser usada em outras áreas: como por exemplo, os Estados Unidos, que atualmente testam sua aeronave batizada de [[Boeing X-51|X-51]], pretendem utilizá-la em [[Míssil intercontinental|mísseis intercontinentais]]. Outra expectativa, é que o voo hipersônico possa ser também empregado na aviação civil. Uma viagem de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] a [[Londres]] com essa tecnologia seria realizada em torno de uma hora.<ref name="A" />
As aplicações práticas de uma aeronave hipersônica são bastante variadas. Sendo considerada um dos meios mais eficientes de acesso ao [[Espaço sideral|espaço]] para um futuro próximo, podendo ser utilizada para colocar [[Satélite artificial|satélites]] em [[órbita]] e fazer [[Voo suborbital|voos suborbitais]].<ref name="A" /><ref name="B" /><ref>{{citar web | 1 = | url = http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/10/capa/projetos_correio/cenario_xxi/108980-brasil-desenvolve-seu-primeiro-aviao-hipersonico.html | título = Brasil desenvolve seu primeiro avião hipersônico | publicado = | acessodata = 10 de outubro de 2014 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20141015150602/http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/10/capa/projetos_correio/cenario_xxi/108980-brasil-desenvolve-seu-primeiro-aviao-hipersonico.html | arquivodata = 15 de outubro de 2014 | urlmorta = sim }}</ref> Além disso, essa tecnologia pode ser usada em outras áreas: como por exemplo, os Estados Unidos, que atualmente testam sua aeronave batizada de [[Boeing X-51|X-51]], pretendem utilizá-la em [[Míssil intercontinental|mísseis intercontinentais]]. Outra expectativa, é que o voo hipersônico possa ser também empregado na [[aviação civil]]. Uma viagem de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] a [[Londres]] com essa tecnologia seria realizada em torno de uma hora.<ref name="A" />{{clr}}

== Ver também ==

* [[Astronáutica]]
* [[Ciência e tecnologia no Brasil]]
* [[História dos foguetes]]
* [[Programa espacial brasileiro]]
* [[Voo espacial]]


{{Referências}}
{{Referências}}

Revisão das 14h53min de 3 de julho de 2022

14-X
Veículo aéreo não tripulado
14-X
Concepção artística do 14-X em órbita.
Descrição
Tipo / Missão Drone de uso militar
País de origem  Brasil
Fabricante Instituto de Estudos Avançados (IEAv)
Força Aérea Brasileira
Período de produção Em desenvolvimento
Primeiro voo em 14-X S (14 de dezembro de 2021)
Especificações
Dimensões
Comprimento m (6,56 ft)
Envergadura 0,83 m (2,72 ft)
Peso(s)
Peso vazio 250 kg (551 lb)
Peso carregado 400 kg (882 lb)
Propulsão
Motor(es) 3 x Scramjet
Performance
Velocidade máxima 11 000 km/h (5 940 kn)
Velocidade máx. em Mach 10 Ma
Teto máximo 30 480 m (100 000 ft)
Notas
Dados de: O 14-X HIPERSÔNICO - defesabr.com[1]

14-X é um protótipo de veículo aéreo não tripulado (VANT) hipersônico brasileiro em desenvolvimento, nomeado em homenagem ao 14-Bis de Alberto Santos-Dumont.[2] Esta aeronave será equipada com um motor scramjet, que é integrado na fuselagem e não tem partes móveis. O princípio de funcionamento é que, durante o voo, o ar é comprimido pela geometria e velocidade do veículo dirigido para o motor na parte inferior da aeronave. O hidrogênio é utilizado como combustível. O veículo irá utilizar o "conceito waverider". Uma onda de atrito, na parte inferior da aeronave fornece sustentabilidade. Tanto a aeronave quanto o motor são de construção totalmente brasileira.[1]

A previsão era que o 14-X faria seu primeiro voo teste em 2020,[3][4] o qual somente ocorreu no ano seguinte.[5] A aeronave foi lançada por um foguete, isso porque os motores scramjet necessitam de um impulso inicial até que atinjam o ponto de combustão,[1] que é uma velocidade de 7.000 km/h.[2] Ele será capaz de atingir dez vezes a velocidade do som (12.258 km/h).[6][7]

Com o desenvolvimento desta tecnologia, o Brasil passa a ter a oportunidade inédita de seguir na dianteira de uma linha de pesquisa avançada em um momento estratégico, pois atualmente nenhum país no mundo domina a tecnologia dos motores hipersônicos. Os outros países que buscam dominar essa tecnologia são hoje os Estados Unidos, Japão, Austrália, Rússia,França e China.[1]

História

O projeto foi concebido no ano de 2007, quando o capitão-engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim iniciou um mestrado no ITA e foi aprovado com uma tese sobre a configuração “waverider”. Atualmente, a teoria encontra-se prestes a tornar realidade. O primeiro teste do 14-X em um voo, ainda sem a separação do foguete utilizado para a aceleração inicial, ocorreu em 14 de dezembro de 2021.[5] Nas próximas etapas, a Força Aérea Brasileira planeja outros dois experimentos: um com acionamento dos motores scramjet, mas com a aeronave ainda acoplada, e outro com funcionamento total, quando a velocidade máxima deve ser atingida. Segundo o coronel-engenheiro Marco Antonio Sala Minucci, que foi diretor do IEAv durante quatro anos e é um dos pais do 14-X, “se os testes forem bem-sucedidos, o Brasil chegará no topo da tecnologia, embora com um programa muito mais modesto do que o dos estadunidenses”.[1][2]

No segundo semestre de 2007, o Instituto de Estudos Avançados (IEAv) iniciou os testes com um modelo experimental reduzido do 14-X.

Modelo de 80 cm do 14-X em teste no túnel de vento no T3

Trata-se de uma aeronave com 80 cm de comprimento, construída em aço inoxidável, que é equipada com sensores de pressão, fluxo de calor e força para uma série de testes no T3.[1]

Os testes em túnel de vento simulam as condições de voo do modelo experimental em pequena escala, sobre o qual são instalados sensores de pressão e temperatura para recolher os dados. Uma câmera filmadora de alta velocidade (com dois milhões de quadros por segundo) permite a visualização do escoamento de ar sobre a fuselagem.[1]

A próxima etapa será a construção de um modelo para voo. Será uma aeronave com 2,5 m de comprimento e com um peso em torno de 300 quilos. Ela será lançada por um foguete até atingir o ponto de combustão hipersônica. Isso porque o motor não terá capacidade de aceleração a partir do zero. O lançamento do 14-X poderá ser realizado por um foguete de sondagem brasileiro VS-40 ou um foguete do tipo do Pegasus, que colocou em órbita os satélites SCD-1 e SCD-2, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).[1]

Em 14 de dezembro de 2021 foi realizada a Operação Cruzeiro,[8] primeiro vôo do motor Scramjet a ser utilizado no 14-X, impulsionado pelo foguete VSB-30 V32. [9] [10] O 14-x foi lançado do Centro de Lançamento de Alcântara, acima dos 30Km de altitude foi acelerado a uma velocidade próxima a Mach 6, alcançou a altitude de 160 Km, percorrendo 200 Km de distância e impactou de forma segura no Oceano Atlântico.[8]

Características

14-X

O 14-X está sendo desenvolvido pelo IEAv (Instituto de Estudos Avançados), mais especificamente no Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu[11] em São José dos Campos, São Paulo. Ele utilizará o próprio ar atmosférico como oxidante, ou seja, para a queima do hidrogênio líquido (combustível). E só levará o oxigênio necessário para a queima do combustível no trajeto fora da atmosfera terrestre.[1]

Ele será lançado por um foguete VSB-30 e ao atingir 100 mil pés de altitude será acionado e deverá chegar a Mach 10 (10 vezes a velocidade do som).[6]

O motor do 14-X não será uma peça à parte, como é habitual atualmente. Ele só funcionará integrado à aeronave. Os testes desse motor hipersônico tiveram início no mês de outubro de 2009.[1]

A nave como um todo puxa o ar da atmosfera para a queima do combustível pelo motor. Com isso, o 14-X será uma formidável plataforma de testes para conceitos inovadores.[1]

Durante o voo, o ar será comprimido pela própria geometria e velocidade do veículo e será direcionado para uma câmara na parte inferior do veículo, onde também será injetado gás hidrogênio, que entra em combustão supersônica.[1]

Objetivo

Concepção artística do veículo hipersônico brasileiro
Concepção artística do veículo hipersônico

As aplicações práticas de uma aeronave hipersônica são bastante variadas. Sendo considerada um dos meios mais eficientes de acesso ao espaço para um futuro próximo, podendo ser utilizada para colocar satélites em órbita e fazer voos suborbitais.[2][1][12] Além disso, essa tecnologia pode ser usada em outras áreas: como por exemplo, os Estados Unidos, que atualmente testam sua aeronave batizada de X-51, pretendem utilizá-la em mísseis intercontinentais. Outra expectativa, é que o voo hipersônico possa ser também empregado na aviação civil. Uma viagem de São Paulo a Londres com essa tecnologia seria realizada em torno de uma hora.[2]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m «O 14-X HIPERSÔNICO UM FUTURO PARA A FAB». DEFESABR. Consultado em 10 de outubro de 2014. Arquivado do original em 5 de março de 2007 
  2. a b c d e «Do 14-bis ao 14-X». ISTOÉ. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  3. «Brasil testará avião hipersônico em 2020». Inovação Tecnológica. 10 de abril de 2017. Consultado em 30 de abril de 2017 
  4. Airway (12 de abril de 2017). «FAB planeja avião hipersônico não-tripulado para 2020». UOL. Consultado em 30 de abril de 2017 
  5. a b Ricardo Meier (17 de dezembro de 2021). «FAB faz primeiro voo do motor hipersônico 14-X». Air Way. Consultado em 3 de julho de 2022 
  6. a b «Brasil prepara 14-X, uma nave hipersônica, para voar em 2013». Consultado em 10 de outubro de 2014 
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  12. «Brasil desenvolve seu primeiro avião hipersônico». Consultado em 10 de outubro de 2014. Arquivado do original em 15 de outubro de 2014