Estação Ferroviária de Paialvo

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Paialvo
Estação Ferroviária de Paialvo
aproximação à estação de Paialvo, em 2019
Identificação: 34157 PAI (Paialvo)[1]
Denominação: Apeadeiro de Paialvo
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: A (apeadeiro)[1]
Tipologia: D [3]
Linha(s): Linha do Norte (PK 120+678)
Altitude: 73 m (a.n.m)
Coordenadas: 39°34′46.58″N × 8°28′25.59″W

(=+39.57961;−8.47378)

Mapa

(mais mapas: 39° 34′ 46,58″ N, 8° 28′ 25,59″ O; IGeoE)
Município: border link=TomarTomar
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Lamarosa
Entroncam.to
  R   Fungalvaz
Coimbra-B
P-Campanhã

Conexões:
Serviço de táxis
Serviço de táxis
TMR
Equipamentos: Telefones públicos Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Parque de estacionamento
Endereço: Largo da Estação
PT-2305-460 Madalena TMR
Inauguração: [quando?]
Diagrama:
Website:
Anúncio de 1873 da Companhia Real: “Payalvo” como a gare de acesso à cidade de Tomar.
 Nota: Este artigo é sobre o interface na Linha do Norte, que antes se denominava de Paialvo - Porto da Lage. Se procura o apeadeiro da extinta Linha do Dão, também denominado de Porto da Lage ou do Pego, veja apeadeiro de Porto da Lage.

A estação ferroviária de Paialvo, originalmente denominada de Paialvo - Tomar, (nomes anteriormente grafados como "Payalvo"[4] e "Thomar")[5] e posteriormente como Paialvo - Porto da Lage, é uma gare ferroviária da Linha do Norte, situada no concelho de Tomar, em Portugal.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Localização e acessos[editar | editar código-fonte]

Esta interface é servida pela EN349-3 e situa-se em Porto da Lage, no limite ocidental do concelho de Tomar (freg. Madalena e Beselga), junto à fonteira com o de Torres Novas, onde se localiza Vales de Cima (freg. Assentiz), a localidade vizinha mais próxima da estação; a localidade nominal primária situa-se a mais de dois quilómetros, para sulsudeste, contrastando com a localidade nominal secundária, em cujo aglomerado urbano a interface se insere.[6]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Como apeadeiro numa linha de via dupla, esta interface apresenta-se nas duas vias de circulação[7] (I e II) cada uma acessível por plataforma — ambas com de 145 m de comprimento e 93 cm de altura.[3] O edifício de passageiros situa-se do lado nordeste da via (lado direito do sentido ascendente, a Campanhã).[7][8]

Serviços[editar | editar código-fonte]

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo suburbano, tipicamente com onze circulações diárias em cada sentido, entre Coimbra e Entroncamento, e de tipo regional.[9]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: História da Linha do Norte

Inauguração[editar | editar código-fonte]

Esta interface faz parte do troço entre Entroncamento e Soure da Linha do Norte, que abriu à exploração em 22 de Maio de 1864.[10]

Ligação prevista a Tomar[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Ramal de Tomar

Por volta de 1887, três empresários pediram autorização para construir uma linha entre a estação de Paialvo e a localidade de Tomar, no sistema americano, com a via assente na Estrada Real, e deviam ser utilizadas locomotivas a vapor.[11] Devido aos procedimentos legais e à necessidade de novos estudos, este projecto só teve aprovação cerca de 10 anos depois, na sessão de 28 de Maio de 1897 do Conselho Superior de Obras Públicas.[11] No entanto, os requerentes encontraram várias dificuldades, uma vez que insistiram em tentar formar uma companhia apenas com capitais portugueses; por outro lado, o progresso da tracção eléctrica na transição para o Século XX tornou recomendável o uso deste sistema na linha, o que obrigou à realização de novos estudos.[11] Em 9 Setembro de 1902, o general bôer J. F. Pienaar, refugiado em Portugal, pretendeu construir um caminho de ferro eléctrico também do tipo americano, embora este requerimento tenha encontrado a oposição por parte dos concessionários do projecto original, alegando que tinham prioridade.[11] Em Outubro, o general Pienaar fez uma nova petição, para um caminho de ferro de tracção eléctrica entre o Entroncamento e Tomar.[12] Em Abril de 1903, o deputado Salter Cid solicitou a concessão de uma linha de tracção eléctrica entre Paialvo e Tomar, tendo os concessionários originais voltado a reclamar, e insistido que lhes fosse passado o alvará.[13]

Edifício de passageiros de Paialvo em 2019, com greademento na plataforma, impossibilitando o acesso aos passageiros.

Após estas tentativas infrutíferas, a Câmara Municipal de Tomar foi autorizada em 18 de Julho de 1913[14] a tomar conta deste projecto; o ponto inicial da ligação a Tomar foi alterado para a Lamarosa por portarias de 15 de Março de 1916 e 14 de Maio de 1926, tendo o ramal entrado ao serviço em 24 de Setembro de 1928.[15]

Século XX[editar | editar código-fonte]

Em 1913, existiam serviços de diligências da estação de Paialvo para as povoações de Água de Todo o Ano, Barqueiros, Cabaços, Castanheira de Pera, Calçadas, Cercal, Cruz das Almas, Faleiros, Figueiró dos Vinhos, Ferreira do Zêzere, Pintado, Rego da Murta, Cem Soldos, Cernache do Bonjardim, Tomar, Vales de Cima, Venda Nova, Venda dos Tremoços, e Vendas de Maria.[16] A diligência entre Paialvo funcionava originalmente como uma mala posta, tendo sido depois substituída pela Empresa Auto Onibus, que utilizava veículos automóveis.[17]

Em Novembro de 1915, estavam a ser construídas casas para a habitação de pessoal junto à estação de Paialvo.[18]

Em 1988 este interface tinha ainda categoria de estação,[8] mas em 2011 era já oficialmente considerado como apeadeiro.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. a b Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  4. Manoel Affonso d’Espargueira: “Tarifa especial n.º 11 : Madeira em bruto ou serradaDiario Illustrado 50 (1872.08.19)
  5. Aviso de 1873 que inclui a ortografia contemporânea e o nome anterior
  6. «Cálculo de distância pedonal (39,5797; −8,4742 → 39,5632; −8,4675)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 23 de novembro de 2023 : 2470 m: desnível acumulado de +73−44 m
  7. a b (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  8. a b Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  9. Horário Comboios : Entroncamento ⇄ Coimbra («Horário em vigor desde 11 dezembro 2022»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
  10. TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 28 de Fevereiro de 2013 
  11. a b c d «Payalvo a Thomar» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (354). 16 de Setembro de 1902. p. 274-275. Consultado em 28 de Fevereiro de 2014 
  12. «Thomar a Payalvo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (356). 16 de Outubro de 1902. p. 311. Consultado em 28 de Fevereiro de 2014 
  13. «Tracção Electrica» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (368). 16 de Abril de 1903. p. 134. Consultado em 28 de Fevereiro de 2014 
  14. MARTINS et al, p. 252
  15. TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1684). p. 91-95. Consultado em 1 de Março de 2014 
  16. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 7 de Fevereiro de 2018 
  17. BARRETO, p. 329
  18. «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1231). 1 de Abril de 1939. p. 202-204. Consultado em 28 de Fevereiro de 2014 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BARRETO, Kalidás (2001). Monografia do Concelho de Castanheira de Pera 2.ª ed. Castanheira de Pêra: Câmara Municipal. 406 páginas 
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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