Irineu Guimarães

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Irineu Guimarães
Irineu Guimarães
Irineu Guimarães (foto na Agence France-Presse)
Nome completo Antônio Deusdedit da Cruz Guimarães
Nascimento 21 de julho de 1929
Tamboril, CE
Morte 10 de dezembro de 2005 (76 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Residência Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupação filósofo, jornalista

Antônio Deusdedit da Cruz Guimarães, conhecido profissionalmente como Irineu Guimarães, (Tamboril, 21 de julho de 1929Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2005) foi um filósofo e jornalista brasileiro.

Iniciou seus estudos religiosos no seminário de Fortaleza e continuou nos dominicanos, na cidade de São Paulo.[1] Acreditando que sua vocação se situava no ramo da teologia, ele foi admitido no convento de Saint-Maximin-la-Sainte-Baume, na França.[2] Todavia, pouco tempo antes de ser ordenado padre, Irineu Guimarães abandonou a carreira religiosa para seguir uma orientação acadêmica na Sorbonne, em Paris, conservando durante toda sua vida profissional o nome "Irineu" dado pelos dominicanos.

Doutorando-se em filosofia, um encontro com Hubert Beuve-Méry, o fundador do jornal Le Monde, o dirigiu ao jornalismo.[1]

Em 1957 casou-se em Paris. Em companhia da esposa, Marie Colette Roux, ele deixou a França e voltou ao Brasil. O casal teve dois filhos, Michel e Christine.

Tendo-se tornado correspondente no Brasil do jornal Le Monde, nos anos 1960, Irineu Guimarães foi preso dezenove vezes, durante a ditadura militar instaurada logo depois do golpe de Estado de 1964. A procura permanente da verdade, que sempre transparecia em seus artigos, incomodava profundamente a ditadura brasileira. Irineu Guimarães também trabalhou vários anos na agência internacional Agence France-Presse, além de ter participado na redação editorial da revista francesa L'Express.

No início dos anos 1970, a convite do empresário Adolfo Bloch, fundador da Editora Bloch, Irineu Guimarães tornou-se repórter internacional para a revista semanal brasileira Manchete.[2]

Irineu Guimarães foi também testemunha ocular de eventos que mancharam de sangue a África e a América Latina, em particular a Argentina de Juan Domingo Perón e o Chile de Augusto Pinochet[3] durante o período de vigência das forças armadas. Pouco antes de ser capturado na Bolívia junto com Régis Debray e expulso deste país pelas forças governamentais bolivianas, apesar de ameaças de morte Irineu Guimarães entregou pessoalmente ao irmão de Che Guevara, na Bolívia, os últimos testemunhos e as últimas fotografias daquele que iria se tornar um mito.

Referências

  1. a b «Irénée Guimaraes». Le Monde. Consultado em 31 de outubro de 2012 
  2. a b «Justiça censura também a Polícia Federal». O Globo. observatoriodaimprensa.com.br. Consultado em 31 de outubro de 2012 
  3. Varios (2008). Aconteceu na Manchete: as histórias que ninguém contou. [S.l.]: Ediouro Publicações. p. 179. 432 páginas 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]