Jaçanã-de-crista

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Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Charadriiformes
Família: Jacanidae
Género: Irediparra
Mathews, 1911
Espécie: I. gallinacea
Nome binomial
Irediparra gallinacea
(Temminck, 1828)
Sinónimos
Parra gallinacea

A jaçanã-de-crista[2] ou jaçanã-galo (Irediparra gallinacea)[3][4] é uma espécie de ave caradriforme da família dos jacanídeos, é a monotípica no gênero Irediparra. Como outras espécies de jaçanãs, está adaptado à vegetação flutuante de áreas úmidas tropicais de água doce, como lagos e lagoas. Habita parte da Oceania e várias ilhas asiáticas.[5]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Jacanã-de-crista em Corroboree Billabong, Território do Norte, Austrália

Esta espécie é inconfundível. Possui uma coroa e nuca negras com uma crista vermelha carnuda cobrindo a testa e a parte inferior, contrastando com o rosto e a garganta brancos. A crista é mais rosada em adultos reprodutores, e mais laranja quando estiver fora de reprodução.[6] Há uma larga faixa preta na parte inferior do peito em contraste com a barriga branca. As penas sob as asas, que aparecem mais proeminentemente em voo, são pretas. Dorso e asa superior de tonalidades marrom-acinzentada com tetrizes primárias pretas, alcatra e cauda. As pernas longas com dedos extremamente longos se arrastam durante o voo. O macho é ligeiramente menor que a fêmea, e mede 20–22 cm de comprimento e pesa 68–84 g. Já a fêmea mede 24–27 cm de comprimento e pesa 120–150 g.[7] A envergadura varia de 39 a 46 cm.[8]

Indivíduo em Middle Point, Território do Norte; Austrália

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

Ocorre no sudeste de Bornéu, sul das Filipinas, Celebes, Molucas, Pequenas Ilhas da Sonda, norte e sudeste da Nova Guiné, Nova Bretanha (Lago Lalili) e norte e leste da Austrália. Seu habitat são grandes pântanos de água doce, pântanos e lagos com abundante vegetação flutuante, como nenúfares ou aguapés, formando um tapete na superfície da água sobre o qual consegue caminhar. Embora a espécie seja rara e localizada, ela não está globalmente ameaçada.[6]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

A jaçanã-de-crista caminha de forma deliberadamente lenta. Muitas vezes se reúne em bandos. Quando perturbada, voa baixo sobre a água e pousa novamente em vegetação aberta.

Reprodução[editar | editar código-fonte]

A jaçanã-de-crista é poliândrica.[9] Constrói um ninho frágil na vegetação flutuante ou emergente, no qual a fêmea deposita quatro ovos castanhos claros e brilhantes, cobertos por manchas pretas. Apenas os machos incubam.[9] Os filhotes nascem bem desenvolvidos e logo deixam o ninho, costumam a esconderem-se nos ramos de vegetação ao redor da água quando o macho emite chamados de alarme.

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Se alimenta de sementes, como de Nymphaea (Nymphaceae), insetos aquáticos, larvas como as de Pyralidae e Lepidoptera, geralmente colhidos da vegetação flutuante na superfície da água, também se alimenta de alguns pequenos invertebrados, como girinos e crustáceos.[10]

Vocalização[editar | editar código-fonte]

Esta espécie emite um chamado estridente e agudo, também descrito como um trinado estridente.[6]

Subespécies[editar | editar código-fonte]

Apresenta três subespécies reconhecidas:[4]

Referências

  1. BirdLife International (2012). «Irediparra gallinacea». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 21 de outubro de 2021 
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 135. ISSN 1830-7809. Consultado em 5 de julho de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  3. «jaçanã-de-crista - eBird». ebird.org. Consultado em 22 de outubro de 2021 
  4. a b «Irediparra gallinacea (Jaçanã-de-crista) - Avibase». avibase.bsc-eoc.org. Consultado em 28 de outubro de 2021 
  5. «Irediparra gallinacea (Jaçanã-de-crista) - Avibase». avibase.bsc-eoc.org. Consultado em 22 de outubro de 2021 
  6. a b c Dutson, Guy. (2011). Birds of Melanesia : Bismarcks, Solomons, Vanuatu and New Caledonia. [S.l.]: A & C Black. ISBN 978-1-4081-5246-1. OCLC 770231941 
  7. CRC Handbook of Avian Body Masses by John B. Dunning Jr. (Editor). CRC Press (1992), ISBN 978-0-8493-4258-5.
  8. Marchant, S.; Higgins, P.J.; & Davies, J.N. (eds). (1994). Handbook of Australian, New Zealand and Antarctic Birds. Volume 2: Raptors to Lapwings. Oxford University Press: Melbourne. ISBN 0-19-553069-1
  9. a b Székely, T.; Reynolds, J.D.; Figuerola, J. (2000), «Sexual Size Dimorphism In Shorebirds, Gulls, And Alcids: The Influence Of Sexual And Natural Selection», Evolution, 54 (4): 1404–1413, PMID 11005306, doi:10.1554/0014-3820(2000)054[1404:SSDISG]2.0.CO;2 
  10. Dostine, P.L.; Morton, S.R. (1 de novembro de 2000). «Seasonal Abundance and Diet of the Comb-crested Jacana Irediparra gallinacea in the Tropical Northern Territory». Emu - Austral Ornithology (4): 299–311. ISSN 0158-4197. doi:10.1071/MU9833. Consultado em 22 de outubro de 2021