José Luis Oreiro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
José Luis da Costa Oreiro
Nascimento 15 de junho de 1971
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileiro
Alma mater Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituições Universidade de Brasília
Campo(s) Macroeconomia
Desenvolvimento econômico

José Luis da Costa Oreiro (Rio de Janeiro, 15 de junho de 1971) é um economista e professor universitário brasileiro. Atua na área de macroeconomia e crescimento econômico, participando ativamente do debate econômico no Brasil. Escreve regularmente artigos sobre a conjuntura econômica para veículos da grande mídia, como Valor Econômico, Estadão e Folha de São Paulo.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Oreiro é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992), com mestrado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1996) e doutorado em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000).[1]

Começou sua carreira docente como professor substituto da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense em agosto de 1993. Em agosto de 1996 foi contratado pela Faculdade de Economia e Administração do IBMEC-RJ, onde lecionaria até junho de 2001, quando foi contratado pelo Mestrado de Economia Empresarial da Universidade Cândido Mendes.[2] Foi professor da Universidade Federal do Paraná (2003-2008) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013-2017). Atualmente é professor associado do departamento de Economia da UnB, professor do programa de doutorado em integração econômica da Universidade do país Basco (Bilbao/Espanha) [3] e pesquisador nível IB do CNPq.[4][5]

Oreiro também é membro Sênior da Post-Keynesian Economics Society,[6] coordenador da área de pesquisa "Developmental Macroeconomics: perspectives from the global south" da European Association for Evolutionary Political Economy",[7] líder do grupo de pesquisa "Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento".[8] Foi presidente da Associação Keynesiana Brasileira de 2013 a 2015.[9][10]

Em 2012, chegou a ser indicado a presidência do Ipea para a sucessão de Márcio Pochmann.[11][12]

Em 2020, Oreiro foi um dos economistas indicados pelo COFECON a honraria Personalidade Econômica do ano.[13]

Oreiro participou do governo de transição de Luiz Inácio Lula da Silva como membro do GT de planejamento.[14]

Com base no AD Scientific Index 2023, José Luis Oreiro está classificado como o terceiro economista mais produtivo do departamento de economia da Universidade de Brasília, em decimo oitavo lugar no Brasil e quadragésimo sexto lugar na América Latina[15]

Atuação[editar | editar código-fonte]

Oreiro atua na área de economia com ênfase em macroeconomia, acumulação de capital, crescimento econômico, autonomia da política monetária, taxa de juros e dinâmica não linear.[1] Além de publicações em periódicos nacionais, também participa na formulação de políticas públicas visando acelerar o crescimento econômico brasileiro, principalmente através de um processo de reindustrialização e aumento da complexidade econômica.[16]

Fez publicações em revistas como: Journal of Post Keynesian Economics, Structural change and Economic Dynamics, Metroeconomica, Cambridge Journal of Economics, International Review of Applied Economics, Investigacion Economica, Revista Brasileira de Economia, Revista de Economia Política, Economia e Sociedade e Estudos Econômicos.[17][18][19][20]

Na eleição presidencial de 2018, foi conselheiro econômico do candidato Ciro Gomes e um dos signatários do "Manifesto dos Economistas pela Democracia Brasileira", em apoio a Fernando Haddad no segundo turno.[21][22]

Posicionamentos[editar | editar código-fonte]

Para Oreiro, a crise econômica brasileira de 2014, chamada por ele de "a grande recessão brasileira", foi causada pela queda dos investimentos públicos naquele ano. A origem dessa queda está, para Oreiro, na redução das margens de lucro das empresas não financeiras. Os efeitos da redução dos investimentos foram agravados pela contração fiscal no ano seguinte.[23]

Foi crítico da PEC do Teto dos Gastos, que havia sido proposta, supostamente, para combater a crise econômica. Durante a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos deputados, Oreiro sugeriu que a PEC fosse modificada para que as despesas do governo acompanhassem, para além da inflação, o crescimento anual da população.[24]

Oreiro é um dos formuladores da teoria novo-desenvolvimentista no Brasil e frequentemente emite opiniões em grandes veículos de mídia, onde já fez críticas às políticas econômicas adotadas pelo ministro da economia Paulo Guedes.[25][26][27] Escreve regularmente sobre a economia brasileira em seu blog.[28]

Publicações[editar | editar código-fonte]

  • Developmental Macroeconomics: New developmentalism as a growth strategy. Routlege: Londres (2015), ISBN 9780415817783 (em co-autoria com Luiz Carlos Bresser-Pereira e Nelson Marconi)
  • Macroeconomia do Desenvolvimento: uma perspectiva keynesiana. Editora LTC (2016), ISBN 9788521631514.
  • Macrodinâmica Pós-Keynesiana: Crescimento e Distribuição de Renda. Editora Alta books (2018), ISBN 8550803359.[29]
  • Macroeconomia da Estagnação Brasileira. Editora Alta Books (2021), ISBN 8550814911, em (co-autoria com Luis Fernando de Paula).[30]
  • Moeda e Sistema Financeiro: ensaios em homenagem a Fernando Cardim de Carvalho. Editora UFSM, (2019), ISBN 9788573913408.[31]
  • Política monetária, bancos centrais e metas de inflação: teoria e experiência brasileira. Editoria FGV. (2009). ISBN 9788522507245 (em co-autoria com Luiz Fernando de Paula e Rogério Sobreira)[32]
  • Sistema Financeiro. Uma Analise Do Setor Bancário Brasileiro. Editora Campus. (2007). ISBN 9788535223286 (em co-autoria com Luiz Fernando de Paula)[33]
  • A Teoria Econômica na Obra de Bresser-Pereira. Editora UFSM (2015). ISBN 9788573912456. (em co-autoria com Luiz Fernando de Paula e Nelson Marconi)[34]
  • The Financial Crisis: origins and implications. Palgrave Macmillan (2010). ISBN 9780230271593 (em co-autoria com Phillip Arestis e Rogério Sobreira)[35]
  • An Assessment of the Global Impact of the Financial Crisis. Palgrave Macmillan (2011). ISBN 978-0-230-27160-9 (em co-autoria com Phillip Arestis e Rogério Sobreira)[36]
  • Macroeconomia do desenvolvimento: ensaios sobre restrição externa, financiamento e política macroeconômica. Editora UFPE (2012). ISBN 9788541500586. (em co-autoria com Luiz Fernando de Paula e Flavio Basílio)[37]
  • Agenda Brasil: políticas econômicas para o crescimento com estabilidade de preços. Editora Manole (2003). ISBN 9788520420874. (em co-autoria com João Sicsú e Luiz Fernando de Paula).[38]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • XXVI Prêmio Brasil de Economia da Cofecon na categoria Livros de Economia.[31]
  • Troféu Cultura Econômica (2004).[39]
  • XXIII Prêmio Brasil de Economia (2017) do Cofecon na categoria livro. Trabalho Premiado: Macroeconomia do Desenvolvimento: uma perspectiva Keynesiana. [40]

Referências

  1. a b «José Luis Oreiro». www.joseluisoreiro.com.br. Consultado em 17 de novembro de 2021 
  2. Oreiro, José Luis. «Mestrado em Economia Empresarial da Universidade Cândido Mendes». Consultado em 29 de abril de 2021 
  3. «Teaching staff Doctoral programme in economic integration». Teaching staff Doctoral programme in economic integration. Consultado em 10 de março de 2023 
  4. «Poder360 | Notícias do poder e da política. Editado por Fernando Rodrigues e equipe». Poder360. Consultado em 13 de abril de 2021 
  5. «Os problemas insanáveis da PEC 186». Congresso em Foco. 2 de março de 2021. Consultado em 9 de abril de 2021 
  6. «Jose Luis Oreiro | PKES». www.postkeynesian.net. Consultado em 9 de abril de 2021 
  7. «Developmental Macroeconomics: Pespectives from the Global South». European Association for Evolutionary Political Economy. Consultado em 10 de maio de 2023 
  8. SDMRG, SDMRG. «Structuralist Development Macroeconomics» 
  9. «José Oreiro aborda a visão Keynesiana sobre a distribuição da riqueza no CBE | Corecon PR». 2 de abril de 2015. Consultado em 9 de abril de 2021 
  10. «José Luis Oreiro, Autor em GEN.NEGÓCIOS & GESTÃO - Página 2 de 7». GEN.NEGÓCIOS & GESTÃO. Consultado em 22 de outubro de 2021 
  11. «Moreira Franco sonha em mandar no Ipea». CartaCapital. 6 de junho de 2012. Consultado em 5 de novembro de 2021 
  12. «Oreiro ganha apoio de partidos para presidir Ipea». www2.senado.leg.br. Consultado em 5 de novembro de 2021 
  13. «Cofecon divulga nomes dos indicados a Honraria Personalidade Econômica do Ano 2020 | Corecon PR». 9 de outubro de 2020. Consultado em 10 de abril de 2021 
  14. «Economistas participam do governo de transição». Cofecon. 8 de dezembro de 2022. Consultado em 9 de março de 2023 
  15. «José Luis Oreiro AD Scientific Index 2023». AD Scientific Index. 1 de março de 2023. Consultado em 9 de março de 2023 
  16. «Desindustrialização, destino ou má política?». Valor Econômico. 6 de março de 2023. Consultado em 9 de março de 2023 
  17. Oreiro, José Luis. «Journal of Post Keynesian Economics». Consultado em 27 de abril de 2021 
  18. Oreiro, José Luis (dezembro de 2020). «A New Developmentalist model of structural change, economic growth and middle-income traps». Structural Change and Economic Dynamics. Consultado em 27 de abril de 2020 
  19. Oreiro, José Luis. «Revista de Economia Política». Centro de Economia Política. Consultado em 27 de abril de 2021 
  20. Oreiro, José Luis. «Metroeconomica». Metroeconomica. Consultado em 27 de abril de 2021 
  21. «Quem são os conselheiros econômicos dos pré-candidatos à Presidência». epoca.globo.com. Consultado em 9 de abril de 2021 
  22. «Economistas do Brasil e do exterior lançam manifesto em apoio a Haddad». Valor Econômico. Consultado em 11 de abril de 2021 
  23. Oreiro, José Luis (2017). «A grande recessão brasileira: diagnóstico e uma agenda de política econômica». Estudos Avançados: 75–88. ISSN 0103-4014. doi:10.1590/s0103-40142017.31890009. Consultado em 17 de novembro de 2021 
  24. «Professor critica falta de discussão sobre taxa de juros e crescimento econômico - Notícias». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 10 de abril de 2021 
  25. Leão, Rafael de Azevedo Ramires; Vaz, Vinicius Rezende Carretoni (2019). «O novo desenvolvimentismo: limites e possibilidades frente ao debate atual». Cadernos de Campo: Revista de Ciências Sociais (27): 167–194. ISSN 2359-2419. Consultado em 28 de janeiro de 2022 
  26. «Guedes ajudou a economia do Brasil ou fracassou em 2020? Analistas comentam». economia.uol.com.br. Consultado em 11 de abril de 2021 
  27. Mendonça, Heloísa (27 de maio de 2019). «"A chance de o Brasil entrar em recessão técnica beira os 70%"». EL PAÍS. Consultado em 11 de abril de 2021 
  28. «José Luis Oreiro». José Luis Oreiro. Consultado em 10 de abril de 2021 
  29. «José Luis Oreiro». www.joseluisoreiro.com.br. Consultado em 10 de abril de 2021 
  30. «Macroeconomia da estagnação brasileira (Português)». www.amazon.com.br. Consultado em 10 de abril de 2021 
  31. a b «Conheça os vencedores do XXVI Prêmio Brasil de Economia – Conselho Federal de Economia – COFECON». Consultado em 10 de abril de 2021 
  32. Oreiro, José Luis (2009). «Política monetária, bancos centrais e metas de inflação: teoria e experiência brasileira» 
  33. «Sistema Financeiro. Uma Analise Do Setor Bancario Brasileiro». 2007. Consultado em 27 de abril de 2021 
  34. Oreiro, José Luis. «A Teoria Econômica na Obra de Bresser-Pereira». Consultado em 28 de abril de 2021 
  35. Oreiro, José Luis. «The Financial Crisis: Origins and Implications». Consultado em 28 de abril de 2021 
  36. Oreiro, José Luis. «An Assessment of the Global Impact of the Financial Crisis». Consultado em 28 de abril de 2021 
  37. Oreiro, José Luis. «Macroeconomia do desenvolvimento: ensaios sobre restrição externa, financiamento e política macroeconômica». Consultado em 28 de abril de 2021 
  38. Oreiro, José Luis (1 de janeiro de 2003). «Agenda Brasil: políticas econômicas para o crescimento com estabilidade de preços». Consultado em 29 de abril de 2021 
  39. «Troféu Cultura Econômica». Jornal do Comércio. Consultado em 10 de abril de 2021 
  40. Oreiro, José Luis. «Macroeconomia do Desenvolvimento: uma perspectiva Keynesiana». Consultado em 29 de abril de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]