Luz del Fuego (canção)

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"Luz del Fuego"
Canção de Rita Lee
do álbum Fruto Proibido
Duração 4:42
Gravadora(s) Som Livre
Composição Rita Lee
Produção Andy Mills
Faixas de Fruto Proibido
Pirataria
(7)
Ovelha Negra
(9)
Luz del Fuego, homenageada por Rita Lee. Foto de Jean Manzon.

Luz del Fuego é o título da canção de 1975 da cantora e compositora brasileira Rita Lee, que homenageia a vedete Dora Vivacqua que adotara o pseudônimo do título e é um dos símbolos do feminismo.[1]

Esta canção foi a primeira de várias composições da roqueira que homenageiam personalidades feministas, e na letra fala de Luz como a mulher "que não tinha medo".[2] Ela faz parte do álbum Fruto Proibido, a terceira canção do lado 2 do LP, antecedendo a "Ovelha negra".[3]

Foi regravada no álbum Acústico MTV, com a participação especial da cantora Cássia Eller (que também a lançou em álbum próprio, lançado postumamente).[4]

Contexto pessoal[editar | editar código-fonte]

Rita Lee havia há pouco tempo sido "expulsa" do grupo Os Mutantes, segundo os membros, por não possuir habilidade suficiente para a nova fase de rock progressivo que a banda dizia tomar.[1]

Ela então, apesar de ter sofrido bastante, iniciou a carreira solo e, em suas palavras: "Eu me mandei e me dei bem, cara!".[1] Por outro lado ela desde bem nova, apesar das muitas mulheres na família, tinha suas referências femininas naquelas figuras que haviam rompido com as convenções sociais, que desafiaram a sociedade como ela própria iria fazer ao longo da vida, tais como Dercy Gonçalves, Elvira Pagã, Pagu e Luz del Fuego.[5]

Rita começara a carreira aos 15 anos de idade, em 1966,[5] e Luz del Fuego foi assassinada no ano seguinte, 1967.[1]

Análise da letra[editar | editar código-fonte]

Na letra desta canção Rita denuncia que quando a mulher luta para conquistar espaço é chamada de "louca" ou precisa se passar como tal; a loucura, então, assume um outro conceito: significa a coragem feminina ao enfrentar os espaços tradicionalmente reservados aos homens.[1]

As seis estrofes de quatro versos da canção revelam uma mulher sem medos, que já se mostra no resgate feito no título, ao lembrar a vedete que desafiara a sociedade; a morte dela é lembrada num eufemismo - "Não tinha medo e foi pro céu, cedo!", onde mesmo com todos os "pecados" a naturista merecera "o céu"; o pecado retorna na letra, quando Rita convida a "comer a fruta" e, depois, ela se apresenta como a "cigarra" da fábula para, finalmente, voltar a falar da morte - ela que muitas vezes foi vista na imprensa como suicida.[6]


Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Aline Rochedo (julho de 2015). «"As meninas e a jukebox" - um panorama da história das mulheres no rock nacional e internacional» (PDF). Universidade Federal Fluminense. Consultado em 30 de abril de 2016 
  2. Raphael Vidigal (2 de dezembro de 2015). «15 músicas brasileiras a favor do feminismo». Esquina Musical. Consultado em 30 de abril de 2016 
  3. Almir Chediak (1990). Songbook Rita Lee - Vol. 2. [S.l.]: Irmãos Vitale. p. 94. ISBN 8585426624 
  4. Mauro Ferreira (5 de agosto de 2002). «Cássia Eller – Participação Especial». IstoÉ Gente. Consultado em 3 de maio de 2016. Cópia arquivada em 29 de dezembro de 2002 
  5. a b Ana Carolina Arruda de Toledo Murgel (julho de 2011). «A Canção no Feminino» (PDF). Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo. Consultado em 30 de abril de 2016 
  6. Valéria Cristina Ribeiro Pereira (agosto–dezembro de 2015). «A representação da mulher na música popular brasileira e a voz autoral de Rita Lee: eu poético em tradição e ruptura.». Verbo de Minas, Juiz de Fora, v. 16, n. 28. p. 5-25 – ISSN 1984-6959. Consultado em 3 de maio de 2016