Mabel Normand

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Mabel Normand
Mabel Normand
Mabel fotografada por Herman Mishkin, em 1916
Nome completo Mabel Ethelreid Normand
Nascimento 9 de novembro de 1892
New Brighton, Staten Island, Estados Unidos
Nacionalidade norte-americana
Morte 23 de fevereiro de 1930 (37 anos)
Monróvia, Califórnia, Estados Unidos
Ocupação Atriz, cineasta e roteirista
Atividade 1910-1927
Cônjuge Lew Cody (17 de setembro de 1917 – 22 de fevereiro de 1919)

Mabel Ethelreid Normand (New Brighton, 9 de novembro de 1892Monróvia, 23 de fevereiro de 1930) foi uma atriz, roteirista e produtora estadunidense do cinema mudo. Era uma popular estrela dos filmes do Keystone Studios de Mack Sennett e, no auge de sua carreira nos fins dos anos 1910 e início dos anos 20, tinha seu próprio estúdio e companhia de produção.[1] Na tela, ela apareceu em uma dúzia de filmes com Charlie Chaplin e em dezessete com Roscoe Arbuckle, algumas vezes escrevendo e dirigindo filmes em que Chaplin era seu parceiro. Ao longo da década de 1920, seu nome foi conectado com escândalos, incluindo o assassinato de William Desmond Taylor em 1922 e o atentado contra de Courtland S. Dines, que foi alvejado com três tiros pelo chofer de Normand, usando a pistola da atriz. Ela não foi considerada suspeita em nenhum dos casos. Sua carreira cinematográfica entrou em declínio, possivelmente por conta dos escândalos e de uma recaída de tuberculose em 1923, o que causou a deterioração de sua saúde, sua aposentadoria e sua morte em 1930, aos 37 anos.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida Mabel Ethelreid Normand na vizinhança de New Brighton, em 1892, ela cresceu em uma família de classe trabalhadora. Seu pai, Claude Normand, era franco-canadense,[2] e trabalhava como marceneiro num abrigo para idosos. Antes de entrar no palco aos 16 anos em 1909, Mabel foi modelo para artistas, o que incluiu posar para cartões postais ilustrados por Charles Dana Gibson, o criador da Gibson Girl, e para fabricantes de moldes de roupa.

Por um período curto, ela trabalhou no Vitagraph Studios. Sua performance no curta dramático Her Awakening em 1911, dirigido por D. W. Griffith, chamou atenção, e ela conheceu Mack Sennett enquanto estava Biograph Company de Griffith, marcando o início de uma relação turbulenta. Mais tarde, Sennett levou-a para Califórnia, onde ele fundou o Keystone Studios em 1912. Os primeiros filmes Keystone de Normand retratavam-a como uma moça bonita usando trajes de banho, mas sua habilidade humorística logo veio à tona, e ela se tornou a grande estrela dos curtas de Sennett. Apareceu com Charlie Chaplin e Roscoe Arbuckle em muitos deles, e também com atores que viriam a se tornar ícones, como Oliver Hardy, Stan Laurel, e Boris Karloff.

Mabel Normand em sua motocicleta, 1921

Chaplin teve uma dificuldade considerável se ajustando às demandas da atuação cinematográfica. Após sua primeira aparição em Making a Living, Sennett sentiu que Chaplin fora um erro caro de sua parte.[3] A maioria dos historiadores concorda que foi Normand quem o persuadiu a dar uma nova chance a Chaplin,[1] e os dois apareceram em uma dúzia de filmes subsequentes, quase sempre como o casal principal. Em 1914, ela estrelou com Marie Dressler e Chaplin em Tillie's Punctured Romance, o primeiro longa-metragem de comédia.[4]

Em 1918, a relação de Normand e Sennett chegou ao fim. Ela assinou um contrato de $3,500 por semana com Samuel Goldwyn e abriu um estúdio em Culver City.

Escândalos[editar | editar código-fonte]

Morte de William Desmond Taylor[editar | editar código-fonte]

Com o diretor William Desmond Taylor, Mabel Normand compartilhava o interesse por literatura, e os dois formaram uma relação próxima. Na noite do assassinato, 1 de fevereiro de 1922, Normand deixou a casa de Taylor às 19:40.[5] O corpo de Taylor foi encontrado na sala de estar na manhã seguinte, com uma bala nas costas.[6] O Los Angeles Police Department a submeteu à uma interrogação exigente, mas eliminou-a da lista de suspeitos.[7]

Morte de Courtland S. Dines[editar | editar código-fonte]

Em 1924, Joe Kelly, o chofer de Normand, matou o milionário e golfista amador Courtland S. Dines com a pistola de Normand. Na época, Dines estava romanticamente envolvido com a amiga de Normand, Edna Purviance. A causa da briga não é clara.[8]

Fim de carreira e morte[editar | editar código-fonte]

Normand continuou fazendo filmes e assinou contrato com o Hal Roach Studios. Ela estrelou em Raggedy Rose, The Nickel-Hopper, e One Hour Married (seu último filme), todos coescritos com Stan Laurel, e foi dirigida por Leo McCarey em Should Men Walk Home?

Em 1926, casou-se com o ator Lew Cody, com quem tinha aparecido em Mickey em 1918. Sua saúde se deteriorou muito rápido por causa da tuberculose. Depois de um longo tempo no hospital, a doença a matou em 23 de fevereiro de 1930, em Monróvia, na Califórnia, aos 37 anos. Foi enterrada como Mabel Normand Cody no Calvary Cemetery (Los Angeles).[9]

Legado[editar | editar código-fonte]

Mabel Normand tem uma estrela na Calçada da Fama.[10]

Seu filme Mabel's Blunder foi adicionado ao National Film Registry em 2009.[11]

No Brasil, "Mabel Normando" é nome de uma rua do bairro Jardim das Fontes, em Parelheiros, extremo sul da cidade de São Paulo.[12]

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Harper Fussell, Betty (1982). Mabel: Hollywood's First I Don't Care Girl. Limelight Edition. pp. 50-52. ISBN 0-879-10158-X
  2. William Thomas Sherman. «Mabel Normand: An Introductory Biography». mm-hp.com. Consultado em 10 de julho de 2015. Arquivado do original em 15 de junho de 2013 
  3. Charles, Chaplin (1964). My Autobiography. [S.l.: s.n.] ISBN 780141011479 Verifique |isbn= (ajuda) 
  4. Bret Wood. «Tillie's Punctured Romance». TCM 
  5. Long, Bruce (1 de janeiro de 1991). William Desmond Taylor: A Dossier. [S.l.]: Scarecrow Press. ISBN 9781461674344 
  6. «The Unsolved Murder of William Desmond Taylor». 6 de abril de 2012. Consultado em 10 de julho de 2015 
  7. «PRESS FILM STAR FOR TAYLOR CLEW; Police Conduct 'Long and Grueling' Examination, Working on Jealousy Motive. MABEL NORMAND SPEAKS Tells Reporters Affection for Slain Director Was Based on Comradeship, Not 'Love.'». New York Times. 7 de fevereiro de 1922. Consultado em 29 de julho de 2010. A motion picture actress was subjected to what the police termed a "long and grueling" examination at her home here tonight in an attempt to obtain a clew to the murderer of William Desmond Taylor. 
  8. «1924 Hollywood Scandal Involved Denver "Clubman" Courtland Dines». The Denver Post. 16 de novembro de 2012. Consultado em 10 de julho de 2015 
  9. «Mabel Normand (1892 - 1930)». Find A Grave. Consultado em 10 de julho de 2015 
  10. «Mabel Normand | Hollywood Walk of Fame». www.walkoffame.com. Consultado em 10 de julho de 2015 
  11. «2009 Selections to the National Film Registry Announced - News Releases (Library of Congress)». www.loc.gov. Consultado em 10 de julho de 2015 
  12. «Rua Mabel Normando, Jardim das Fontes, São Paulo - SP - CEP 04894450». ceps.io. Consultado em 10 de julho de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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