Maldição de Tecumseh

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A Maldição de Tecumseh, maldição de Tippecanoe ou maldição dos 20 anos, é um termo com que se refere um padrão de acordo com o qual, entre os anos de 1840 e 1960, os presidentes dos Estados Unidos da América que tivessem vencido as eleições num ano terminado em zero (por exemplo 1840, 1860, 1880, etc.) morreriam durante o exercício do cargo.

É provável que esta maldição derive de um episódio sucedido cerca de 1811, depois da batalha de Tippecanoe que teve lugar entre as forças norte-americanas sob o comando do posteriormente candidato presidencial, William H. Harrison e os índios de Shawnee, tribo ameríndia liderada por Tecumseh e seu irmão Tenskwatawa, conhecido pelo apelativo de "o Profeta". Supostamente Tenskwatawa lançou uma maldição contra Harrison e todos os futuros ocupantes da Casa Branca. Alegadamente, em 1836, enquanto Tenskwatawa posava para um retrato e os presentes discutiam o possível resultado das eleições, aquele terá lançado a sua profecia:

Quando um dos presentes objetou que nenhum dos presidentes dos EUA morrera durante o cargo, retrucou o Profeta:

Excepções[editar | editar código-fonte]

A eleição de Ronald Reagan em 1980 não foi seguida pela sua morte, dado que Reagan foi reeleito em 1984 e concluiu o seu segundo mandato em 1989. Contudo, em Março de 1981, Reagan sobreviveu a uma tentativa de assassinato.

Tal como os presidentes que morreram no cargo, Reagan foi sucedido no cargo pelo seu vice George H. W. Bush, o primeiro vice-presidente titular em 152 anos que ganhou uma eleição presidencial.

George W. Bush também não morreu durante o mandato. O atual presidente Joe Biden também inclui-se na "maldição", já que foi eleito em 2020, ano que termina com o dígito zero.

Presidentes incluídos na linha da suposta maldição[editar | editar código-fonte]

Eleito
Presidente
Mandato para o qual foi eleito
Mandato que exercia ao morrer
Causa da morte
Assassino
Ano da morte
1840 William Henry Harrison Primeiro Primeiro Pneumonia 04 de Abril de 1841
1860 Abraham Lincoln Primeiro Segundo Assassinado John Wilkes Booth 15 de Abril de 1865
1880 James A. Garfield Primeiro Primeiro Assassinado Charles J. Guiteau 19 de Setembro de 1881
1900 William McKinley Segundo Segundo Assassinado Leon Czolgosz 14 de Setembro de 1901
1920 Warren G. Harding Primeiro Primeiro Causas não esclarecidas (acredita-se que foi ataque cardíaco) 02 de Agosto de 1923
1940 Franklin D. Roosevelt Terceiro Quarto Hemorragia cerebral 12 de Abril de 1945
1960 John F. Kennedy Primeiro Primeiro Assassinado Lee Harvey Oswald 22 de Novembro de 1963
1980 Ronald Reagan Primeiro Primeiro (sobreviveu) Causas naturais (saiu vivo da Casa Branca)[1][2] John Hinckley Jr. (Reagan Sobreviveu) 05 de Junho de 2004 (não morreu durante o mandato)
2000 George W. Bush Primeiro Primeiro e Segundo (sobreviveu) Saiu vivo da Casa Branca; sofreu atentado a granada na Geórgia em 2005,[3] engasgo com pretzel em 2002,[4] disparos diante da Casa Branca em 2001 e tentativa de agressão física por parte do jornalista Muntadhar al-Zaidi em 2008 Vladimir Arutyunian (Bush sobreviveu) vivo (não morreu durante o mandato)
2020 Joe Biden Primeiro vivo (atual presidente)

Além dos 7 incluídos na suposta maldição, só mais um presidente dos EUA morreu durante o mandato: Zachary Taylor (1849-1850).

Para alguns, o porque da maldição falhar nos últimos três anos de sua linha (1980, 2000 e 2020) é de que ao cumprir dois mandatos e sair vivo da presidência, Reagan conseguiu "quebrar" a tal "maldição".

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  1. "Supply Tax Cuts and the Truth about the Reagan Record" - Niskanen WA & Moore S. - Cato Institute
  2. "The Reagan Boom - Greatest Ever" - Anderson, Martin - New York Times, 17 Jan, 1990
  3. «Bush grenade attacker gets life». CNN.com. Cable News Network. 11 de janeiro de 2006. Consultado em 11 de junho de 2016. Arquivado do original em 4 de julho de 2008 
  4. Altman, Lawrence K. (15 de janeiro de 2002). «Bush to Be Monitored in Wake of Fainting Episode». NYTimes.com. The New York Times Company. Consultado em 11 de junho de 2016