Mitossoma

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A mitossoma é uma organela celular encontrada em alguns eucariotos anaeróbios, como microsporídios (Opisthokonta) e espécies de Entamoeba (Amoebozoa) e Giardia (Excavata).[1] A mitossoma só foi encontrada e identificada recentemente,[2] e a sua função ainda não está bem caracterizada.

Identificação[editar | editar código-fonte]

A mitossoma foi detectada apenas em anaeróbicoss ou organismos microaerofílicos que não possuem mitocôndrias. Estes organismos não têm a capacidade de obter energia a partir de fosforilação oxidativa, o que normalmente é executado por mitocôndrias. A mitossoma foi descrita pela primeira vez na Entamoeba histolytica, um parasita intestinal dos seres humanos.[2][3] MAs mitossomas também foram identificadas em várias espécies de Microsporidias[4][5] e na Giardia intestinalis.[6]

Mitossomas são quase certamente derivadas das mitocôndrias. Como a mitocôndria, as mitossomas têm uma membrana dupla e a maioria das proteínas são entregues por um sequência alvo de aminoácidos.[2][4][5] A sequência alvo é semelhante às utilizadas por mitocôndrias e pré-sequências mitocondriais verdadeiras administrarão as proteínas para as mitossomas.[2] Um certo número de proteínas associadas às mitossomas demonstraram ser intimamente relacionadas com as da mitocôndria[3] ou hidrogenossomas (que também são mitocôndrias degeneradas).[7]

O conhecimento atual indica que as mitossomas provavelmente desempenham um papel na montagem do conjeunto Fe-S, uma vez que não apresenta nenhuma das proteínas envolvidas em outras funções mitocondriais principais (respiração aeróbia, a biossíntese de heme) e apresentam proteínas necessários para a biossíntese do cluster Fe-S (como frataxina, cisteína desulfurase e um Isu1 mitocondrial Hsp70).[5]

Ao contrário de mitocôndrias, as mitossomas não têm genes dentro delas. Os genes dos componentes mitossomais estão contidas no genoma nuclear.[2] Um relatório inicial sugere a presença de DNA neste organelo,[8] mas pesquisas mais recentes têm mostrado que este não é o caso.[9]

Referências

  1. Arnaldo Zaha. Biologia Molecular Básica. Artmed; ISBN 978-85-363-2715-0. p. 389.
  2. a b c d e Tovar (1999). «The mitosome, a novel organelle related to mitochondria in the amitochondrial parasite Entamoeba histolytica». Molecular microbiology. 32 (5): 1013–21. PMID 10361303. doi:10.1046/j.1365-2958.1999.01414.x  |nome2= sem |sobrenome2= em Authors list (ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (ajuda)
  3. a b Bakatselou (2003). «Analysis of genes of mitochondrial origin in the genus Entamoeba». The Journal of eukaryotic microbiology. 50 (3): 210–4. PMID 12836878. doi:10.1111/j.1550-7408.2003.tb00119.x  |nome2= sem |sobrenome2= em Authors list (ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (ajuda); |nome4= sem |sobrenome4= em Authors list (ajuda); |nome5= sem |sobrenome5= em Authors list (ajuda)
  4. a b Williams (2002). «A mitochondrial remnant in the microsporidian Trachipleistophora hominis». Nature. 418 (6900): 865–9. PMID 12192407. doi:10.1038/nature00949  |nome2= sem |sobrenome2= em Authors list (ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (ajuda); |nome4= sem |sobrenome4= em Authors list (ajuda)
  5. a b c Goldberg, Alina V. (2008). «Localization and functionality of microsporidian iron–sulphur cluster assembly proteins». Nature. 452 (7187). 624 páginas. PMID 18311129. doi:10.1038/nature06606  |nome2= sem |sobrenome2= em Authors list (ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (ajuda); |nome4= sem |sobrenome4= em Authors list (ajuda); |nome5= sem |sobrenome5= em Authors list (ajuda); |nome6= sem |sobrenome6= em Authors list (ajuda); |nome7= sem |sobrenome7= em Authors list (ajuda); |nome8= sem |sobrenome8= em Authors list (ajuda); |nome9= sem |sobrenome9= em Authors list (ajuda); |nome10= sem |sobrenome10= em Authors list (ajuda)
  6. Tovar, Jorge (2003). «Mitochondrial remnant organelles of Giardia function in iron-sulphur protein maturation». Nature. 426 (6963). 172 páginas. PMID 14614504. doi:10.1038/nature01945  |nome2= sem |sobrenome2= em Authors list (ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (ajuda); |nome4= sem |sobrenome4= em Authors list (ajuda); |nome5= sem |sobrenome5= em Authors list (ajuda); |nome6= sem |sobrenome6= em Authors list (ajuda); |nome7= sem |sobrenome7= em Authors list (ajuda); |nome8= sem |sobrenome8= em Authors list (ajuda); |nome9= sem |sobrenome9= em Authors list (ajuda)
  7. Dolezal (2005). «Giardia mitosomes and trichomonad hydrogenosomes share a common mode of protein targeting». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. 102 (31): 10924–9. PMC 1182405Acessível livremente. PMID 16040811. doi:10.1073/pnas.0500349102  |nome2= sem |sobrenome2= em Authors list (ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (ajuda); |nome4= sem |sobrenome4= em Authors list (ajuda); |nome5= sem |sobrenome5= em Authors list (ajuda); |nome6= sem |sobrenome6= em Authors list (ajuda); |nome7= sem |sobrenome7= em Authors list (ajuda); |nome8= sem |sobrenome8= em Authors list (ajuda); |nome9= sem |sobrenome9= em Authors list (ajuda)
  8. Ghosh, S. (2000). «The Entamoeba histolytica Mitochondrion-Derived Organelle (Crypton) Contains Double-Stranded DNA and Appears to Be Bound by a Double Membrane». Infection and Immunity. 68 (7). 4319 páginas. PMC 101756Acessível livremente. PMID 10858251. doi:10.1128/IAI.68.7.4319-4322.2000  |nome2= sem |sobrenome2= em Authors list (ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (ajuda); |nome4= sem |sobrenome4= em Authors list (ajuda); |nome5= sem |sobrenome5= em Authors list (ajuda)
  9. Leon-avila, G. (2004). «Mitosomes of Entamoeba histolytica are abundant mitochondrion-related remnant organelles that lack a detectable organellar genome». Microbiology. 150 (Pt 5). 1245 páginas. PMID 15133087. doi:10.1099/mic.0.26923-0  |nome2= sem |sobrenome2= em Authors list (ajuda)