Palazzo del Ministero della Pubblica Istruzione

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Fachada principal na Viale Trastevere.

Palazzo del Ministero della Pubblica Istruzione é um palácio neoclássico localizado no número 76 da Viale Trastevere, no rione Trastevere de Roma, construído para abrigar os escritórios do Ministério da Educação, das Universidades e da Pesquisa da Itália.

História[editar | editar código-fonte]

Graças à lei 836 de 18 de julho de 1911, o estado italiano adquiriu todo o quarteirão onde hoje está o palácio, compreendido entre a Viale Trastevere (antiga Via del Re), Via Emilio Morosini, Via Dandolo e a Viale Glorioso, para construir uma sede para o antigo Ministero della pubblica istruzione. Antes da construção do edifício, a área abrigava um terreno vazio da Comuna de Roma e alguns edifícios do Banco di Napoli e dos Magazzini Generali Specchi e Cristalli. Os primeiros projetos do edifício foram submetidos em 20 de maio de 1912 pelo arquiteto Cesare Bazzani, na época um membro da comissão de construção e do conselho superior de belas artes do reino.

A pedra fundamental foi lançada em 1916, mas a construção acabou muito atrasada por causa dos problemas econômicos enfrentados pelo governo por causa da Primeira Guerra Mundial e da Grande Depressão da década de 1920. Bazzani foi obrigado a adaptar o projeto inicial, eliminando a larga via que seria construída formando um eixo com a Porta Portese e a Ponte della Marmorata, o piso do ático, as alas laterais e simplificando todos elementos arquitetônicos e a decoração: foram abolidos grandes grupos de esculturas que representariam as obras de Dante Alighieri e Michelângelo.

O complexo foi completado somente na época fascista, em 1926, e a decoração foi realizada nos dois anos seguintes. O palácio foi oficialmente inaugurado em 28 de outubro de 1928, no sexto aniversário da Marcha sobre Roma. Em 1931, o Movimento Italiano pela Arquitetura Racional (MIAR) criticou fortemente o palácio de Cesare Bazzani, definindo-o como um "horror da Itália humbertina, provincial e folclórico", bem longe da vanguarda internacional do racionalismo.

Descrição[editar | editar código-fonte]

O palácio foi realizado em estilo eclético do século XX com notas da arquitetura renascentista e barroca, com 630 salas, entre escritórios e arquivos, e uma área construída de 9 800 m² (dos quais 200 m² de escadas e rampas) e uma volume total de 240 000 m³. As fundações são de alvenaria contínua, o subsolo em tufo e as paredes, em tijolos.

Exterior[editar | editar código-fonte]

A fachada principal, na Viale Trastevere, conta com dois corpos avançados laterais ligeiramente destacados em relação ao corpo central. No centro deste está uma escada com duas rampas veiculares. A fachada central é caracterizada por uma ordem alta coríntia de pilastras assentadas em pedestais encimadas pelo brasão da Casa de Saboia e quatro esculturas em mármore travertino representando a Didática, a Ciência, a Arte e a Filosofia (obras, respectivamente, de Ernesto Vighi, Publio Morbiducci, Narciso Volterrani e Marescalchi). A partir da entrada principal se chega a um átrio com vinte colunas de granito e depois a um pátio de honra central decorado com doze estátuas.

Interior[editar | editar código-fonte]

No piso subsolo ficavam os alojamentos dos zeladores, o sistema de aquecimento e os depósitos. No térreo, além do átrio e do pátio já citados, ficavam a secretaria geral e a tesouraria (cinquenta salas) à direita e a direção de Belas Artes e Antiguidades (55 salas), a biblioteca e outros 30 escritórios ministeriais à esquerda. No mezzanino está a direção geral de ensino médio (70 salas) e a contabilidade (60 salas). No piso nobre estão os escritórios do ministro e do subsecretário (30 salas), a direção do ensino superior e, de frente para o pátio interno, a sala do Conselho Superior de Instrução. No segundo piso está a direção geral do ensino fundamental.

As decorações do interior foram deixadas a cargo, em julho do 1928, depois de um concurso, de Antonio Calcagnadoro, Paolo Paschetto e Rodolfo Villani, que tiveram que trabalhar freneticamente para cumprir o prazo de inauguração em 28 de outubro de 1928 (menos de 4 meses).

Salas do ministro[editar | editar código-fonte]

Esta parte do palácio foi decorada por Paolo Paschetto, sua única obra encomendada por um organismo não religioso com exceção dos esboços dos selos da série "Libia" (1921) e "Libertà e Rinascita" (1945) e o Selo da República Italiana (1947).

Na antecâmara do ministro estão presentes seis lunetas representando alegorias da Literatura, Sabedoria, Ciência, História, Gênio e Arte. O friso é decorado com figuras seminuas entre oliveiras, carvalhos e amendoeiras em flor e o os motti "excogitare" ("conceber"), "docere" ("ensinar"), "educare" ("educar") e "servare" ("servir").

Salas do subsecretário[editar | editar código-fonte]

Na antecâmara do subsecretário, o pintor Rodolfo Villani, mais ligado à ideologia autocelebrativa do fascismo, pintou oito lunetas com alegorias das Artes e dos Poderes civis e espirituais de Roma, a Filosofia, a Arqueologia, o Direito, a Geologia, a Medicina e a Física.

Salão do Ministros[editar | editar código-fonte]

Esta sala foi decorada por Antonino Calcagnadoro.[1]. No centro do teto está o "Triunfo da Instrução" e, dos lados, a "Vitória do Reino da Itália na Primeira Guerra Mundial". Um grande friso, representando a evolução da instrução da Idade Antiga até os tempos modernos, domina o alto das paredes, estas pintadas com a história da cultura italiana, da época antiga (invenção do fogo), romana, medieval e renascimento, terminando no fascismo. A sala deve seu nome aos doze retratos dos ministros de 1885 a 1922 nas paredes.

Biblioteca do Ministério[editar | editar código-fonte]

A biblioteca foi instituída em 1859 e foi abrigada em 1863 pelo ministro Michele Amati na Collegiata Universitaria di Torino. Em 1884, ela foi transferida para a Biblioteca Casanatense e ampliada pelo ministro De Sanctis. Em seguida, porém, a coleção foi muitas vezes desmembrada e dispersa entre várias outras instituições (entre as quais o Museu Pedagógico de Instrução e Educação, a Biblioteca Naciona Vittorio Emanuele II, a faculdade de letras da Universidade de Roma e a Régia Biblioteca de Turim). A biblioteca ministerial foi reativada em 1912, mas acabou fechada novamente em 1920 por Benedetto Croce, que enviou os volumes remanescentes para a Biblioteca Universitária Alessandrina.

O ministro Pietro Fedele refundou definitivamente a atual biblioteca em 24 de abril de 1926, mudando-se para a sede atual em 1928 com a inauguração do palácio. Já em 1929, ela abrigava 30 000 volumes, entre os quais uma rara edição de 1625 da "História de Roma" de Lívio. A coleção do ministério se concentra em matérias pedagógicas, jurídicas e literárias, com obras clássicas gregas, latinas e italianas, tratados de história e geografia, crítica literária, as obras completas de muitos autores (entras as quais a edição nacional das obras de Giosuè Carducci), enciclopédias, dicionários e tesauros.

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bazzani, Cesare (20 de maio de 1912). «Relazione al progetto di massima». Archivio di Stato di Roma. Fondo Geni Civile, Ministero Pubblica Istruzione (em italiano). 11 (968) 
  • Ministero dell'Istruzione, dell'Università e della Ricerca (junho de 2005). Minore, Renato, ed. Il palazzo del Ministero dell'Istruzione (em italiano). Milano-Bari: Edizioni l'Orbicolare 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]