Perereca-de-vidro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaPerereca-de-vidro
Espécime avistado em Serra Bonita, na Bahia
Espécime avistado em Serra Bonita, na Bahia
Órgãos internos da perereca-de-vidro vistos a olho nu devido a sua característica transparência
Órgãos internos da perereca-de-vidro vistos a olho nu devido a sua característica transparência
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Centrolenidae
Subfamília: Centroleninae
Género: Vitreorana
Espécie: V. uranoscopa
Nome binomial
Vitreorana uranoscopa
(Müller, 1924)

Perereca-de-vidro[2] (nome científico: Vitreorana uranoscopa)[3] é uma espécie de anfíbio anuro da família dos centrolenídeos (Centrolenidae).

Ecologia[editar | editar código-fonte]

A perereca-de-vidro é endêmica do sudeste e sul do Brasil, ocorrendo nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e na Argentina, na província de Misiones. Apesar de sua ampla distribuição geográfica, é comum em alguns locais de avistamento, e rara em outros. No Rio de Janeiro, por exemplo, há relatos de declínio onde antes era comum. Ela habita acima dos 1 200 metros de altitude. Geralmente está agarrada a folhas de vegetação herbácea e árvores, geralmente nas imediações de água corrente em florestas primárias e secundárias subtropicais e tropicais baixas e montanas. Deposita seus ovos nas folhas acima da água e os girinos caem na água para continuar seu desenvolvimento. Não ocorre em áreas abertas ou severamente degradadas.[1]

Conservação[editar | editar código-fonte]

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), em sua Lista Vermelha, avaliou que a perereca-de-vidro é uma espécie menos preocupante, pois embora sua população esteja em tendência de declínio, possui ampla distribuição geográfica. As principais ameaças à conservação da espécie estão provavelmente relacionadas à perda de habitat devido ao corte raso, barragens, turismo e assentamento humano.[1] Em 2011, foi avaliado como vulnerável na Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina;[4] em 2014, como em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul;[5][6] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[7][8] A espécie constou como uma das espécies alvo no plano de ação Espécies do Pan Herpetofauna do Sul do ICMBio.[9]

Referências

  1. a b c Garcia, P.; Segalla, M.V.; Baldo, D.; Faivovich, J. (2010). Vitreorana uranoscopa (em inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2014. Página visitada em 2 de outubro de 2014..
  2. Saito, Erica Naomi; Kunz, Tobias Saraiva; Graipel, Maurício Eduardo; Cherem, Jorge José. Diagnóstico Faunístico da Porção Terrestre (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Consultado em 4 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 4 de maio de 2022 
  3. Frost, D.R. (2014). «Vitreorana uranoscopa». Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 6.0. Nova Iorque: Museu Americano de História Natural. Consultado em 4 de maio de 2022 
  4. Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina - Relatório Técnico Final. Florianópolis: Governo do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Fundação do Meio Ambiente (FATMA). 2010 
  5. de Marques, Ana Alice Biedzicki; Fontana, Carla Suertegaray; Vélez, Eduardo; Bencke, Glayson Ariel; Schneider, Maurício; Reis, Roberto Esser dos (2002). Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul - Decreto Nº 41.672, de 11 de junho de 2002 (PDF). Porto Alegre: Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; PANGEA - Associação Ambientalista Internacional; Fundação Zoo-Botânica do Rio Grande do Sul; Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA); Governo do Rio Grande do Sul. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 31 de janeiro de 2022 
  6. «Decreto N.º 51.797, de 8 de setembro de 2014» (PDF). Porto Alegre: Estado do Rio Grande do Sul Assembleia Legislativa Gabinete de Consultoria Legislativa. 2014. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 16 de março de 2022 
  7. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  8. «Vitreorana uranoscopa (Müller, 1924)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 22 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022 
  9. «Planos de Ação - Espécies do Pan Herpetofauna do Sul». Consultado em 4 de maio de 2022. Cópia arquivada em 5 de março de 2021 
Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Perereca-de-vidro
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Perereca-de-vidro