Periophthalmus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaPerioptalmos

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Perciformes
Família: Gobiidae
Subfamília: Oxudercinae
Género: Periophthalmus
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Periophthalmus
Periophthalmus spec

Periophthalmus é um género de peixes da família Gobiidae que têm a característica de serem anfíbios. Têm capacidade de armazenamento de água nas câmaras branquiais por várias horas e modificações nas nadadeiras que viabilizam sua locomoção terrestre. O nome do género significa "olhos posicionados na região periférica" (ver imagem, ao lado). São conhecidos vulgarmente como perioptalmos ou saltadores-do-lodo.

São pequenos peixes que vivem no lodo, nas regiões costeiras tropicais e subtropicais do Indo-Pacífico e na costa ocidental de África, em ecossistemas como os mangais. São extremamente ativos fora da água, inclusivamente saltando (donde o nome inglês mudskippers, ou "saltadores do lodo", nome também usado em português, como no caso do Periophthalmus argentilineatus, saltador-do-lodo-atlântico[1]). Dessa forma, eles caçam pequenos caranguejos e até insetos terrestes, de que se alimentam, para além de interagirem entre si, por exemplo, para defenderem o seu território.[2]

Classificação e distribuição[editar | editar código-fonte]

Os saltadores são membros da subfamília Oxudercinae e da tribo Periophthalmini[3]).

O género Periophthalmus tem 17 espécies válidas descritas.[4] Periophthalmus argentilineatus é uma das espécies com maior distribuição e mais bem conhecidas, desde os mangais e no lodo costeiro da África oriental e Madagáscar até ao Sueste Asiático, norte da Austrália, sul da China e do Japão, até às ilhas Samoa e Tonga.[3] Pode crescer até um comprimento de 15 cm e é um carnívoro oportunista, alimentando-se de pequenos caranguejos e outros artrópodes.[5]

A espécie Periophthalmus barbarus é o único saltador das áreas costeiras da África ocidental (Murdy, 1989).

Adaptações à vida anfíbia[editar | editar código-fonte]

Estes peixes apresentam uma série de adaptações, tanto comportamentais, como fisiológicas à vida anfíbia:

Periophthalmus gracilis (da Malásia ao norte da Austrália)

Mesmo com a sua galeria submersa, os saltadores mantêm ali dentro uma bolsa de ar, que lhes permite respirar em condições de concentrações muito baixas de oxigénio.[10][11][12]

Em aquário[editar | editar código-fonte]

Algumas espécies de saltadores são comercializadas como peixes de aquário, mas são difíceis de manter, uma vez que requerem um tanque especial, com uma área seca e uma grande variedade de presas vivas.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Periophthalmus

Referências

  1. «Oceanário de Lisboa». Consultado em 17 de novembro de 2008. Arquivado do original em 30 de junho de 2008 
  2. a b c Graham, J. B. (ed.), ed. (1997). Air–breathing Fishes. Evolution, Diversity and Adaptation. San Diego California: Academic Press 
  3. a b Murdy, E. O. (1989). «A Taxonomic Revision and Cladistic Analysis of the Oxudercine Gobies (Gobiidae: Oxudercinae)». Records of the Australian Museum. Suppl. N°11: 1–93 
  4. Larson H.K. & Takita T. (2005). «Two new species of Periophthalmus (Teleostei: Gobiidae: Oxudercinae) from northern Australia, and a re-diagnosis of Periophthalmus novaeguineaensis». The Beagle, Records of the Museums and Art Galleries of the Northern Territory. 20: 175–185 
  5. Milward, N. E. (1974). Studies on the taxonomy, ecology and physiology of Queensland mudskippers unpubl. Ph D. dissertation ed. [S.l.]: Univ. of Queensland, Brisbane, Australia 
  6. Harris, V.A. (1961). «On the locomotion of the mudskipper Periophthalmus koelreuteri (Pallas): Gobiidae». Proceedings of the Zoological Society of London. 134: 107–135 
  7. Tytler P. & Vaughan T. (1983). «Thermal Ecology of the Mudskippers Periophthalmus koelreuteri (Pallas) and Boleophthalmus boddaerti (Pallas), of Kuwait Bay». Journal of Fish Biology. 23 (3): 327–337. doi:10.1111/j.1095-8649.1983.tb02912.x 
  8. Sasekumar, A.; Chong, V.C.; Lim, K.H. & Singh, H.R. (1994). «The Fish Community of Matang Mangrove Waters, Malaysia». In: Sudara, S.; Wilkinson, C.R.; Chou, L.M. (eds). Proceedings, Third ASEAN-Australia Symposium on Living Coastal Resources. Research papers. Bangkok, Thailand: Chulalonghorn University. pp. Vol. 2: 457–464 
  9. Brillet, C. (1969). «Etude du comportement constructeur des poissons amphibies Periophthalmidae». Terre et la Vie. 23 (4): 496–520 
  10. Ishimatsu A., Hishida Y., Takita T., Kanda T., Oikawa S., Takeda T. & Khoo K.H. (1998). «Mudskipper Store Air in Their Burrows». Nature. 391: 237–238. doi:10.1038/34560 
  11. Ishimatsu A., Takeda T., Kanda T., Oikawa S. & Khoo K.H. (2000). «Burrow environment of mudskippers in Malaysia». Journal of Bioscience. 11 (1,2): 17–28 
  12. Lee H.J., Martinez C.A., Hertzberg K.J., Hamilton A.L. & Graham J.B. (2005). «Burrow air phase maintenance and respiration by the mudskipper Scartelaos histophorus (Gobiidae: Oxudercinae)». The Journal of Experimental Biology. 208: 169–177. doi:10.1242/jeb.01361